Parker escrita por Fofura


Capítulo 2
Maluca, mas não no nível hard


Notas iniciais do capítulo

Olá meus ursinhos!
Eu quero muito agradecer a todas que comentaram no primeiro capítulo, e aos que favoritaram também. Saber a opinião de vocês foi e é muito importante pra mim. Eu amei cada um deles, toda a simplicidade de vocês de me dizer o que acharam, me emocionaram e me deixaram muito feliz :3
Eu espero que vocês gostem dessa primeira "aparição" da Ray aqui ^^
Boa leitura!



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— Onde ela está? - perguntou a adorável senhora de lindos cabelos brancos. _ Ela já devia ter chegado, não é?

— Eu tentei falar com ela duas vezes, dona Lilian, mas ela não me atende. - respondeu Sara tentando mais uma vez contatar a amiga.

Lilian Desmond era uma das vizinhas de Rayle. A senhora de sessenta e cinco anos havia marcado um ensaio com Rayle no jardim do prédio e a fotógrafa estava atrasada. O ensaio era para celebrar seus quarenta anos de casamento, uma lembrança para guardar e mostrar aos seus netos também.

— Rayle costuma atrasar, Sara? - perguntou o outro idoso fofíssimo vestido com seu suspensório e sua boina.

— Não, senhor Phillip, ela vem desarrumada, mas não se atrasa.

O casal de idosos sorriu com o comentário da moça. De fato era assim. Rayle tinha um lema “Se não dá tempo, vai assim mesmo”.

— Tenho certeza de que ela já está chegando, deve ter pegado transito ao sair do shopping. Ela disse que ia dar uma passada lá para comprar balões para o ensaio.

— Ah, sendo assim ...- disse Phillip despreocupado.

De repente...

— Que gritos são esses? - perguntou o senhor.

— Está vindo lá de baixo. - sua esposa respondeu.

Sara reconheceu quase que imediatamente.

— É a Rayle?

Os três se levantaram e correram pra janela. A cena que viram foi tão engraçada quanto preocupante.

— Ahhhhhhhhhhhhhhh!

Rayle corria o mais rápido que podia, toda desajeitada por conta da bolsa atravessada no ombro, tentando fugir de um pinscher que a perseguia.

Sara não aguentou e riu da situação da amiga.

— Eu vou descer para ajudá-la. - disse Sara ainda rindo.

— Nós também vamos.

Ao chegarem lá em baixo, no estacionamento do prédio, viram Rayle trepada numa árvore pedindo ajuda.

— Sai demônio! - ela dizia. _ Cadê o dono dessa coisa?

O cãozinho latia e pulava tentando pegá-la.

— Psiu...- Sara tentava chamar a atenção do cachorro. _ Vem cá coisa fofa... vem...

— “Coisa fofa”? - questionou Rayle. _ Você acha isso fofo, Sara?! O senhor Arnold é padre, chama ele lá!

Sara riu.

— Rayle, o que você fez pra ele correr atrás de você? - Sara com cautela pegou o cãozinho no colo e o levou para o outro lado do portão, para que assim ele não pudesse correr atrás de Rayle novamente.

— O que eu fiz?!- ela respondeu descendo da árvore. _ Só olhei pra ele. Essa coisa tem que ser estudada.

Rayle fez a amiga sorrir.

— Quase me mijei, dona Lilian.

A idosa gargalhou.

— Só você, Rayle! - balançou a cabeça ainda rindo.

— E então? Vamos pro ensaio? - a garota sorriu.

Sara acompanhou o casal até o local enquanto Rayle subia pro apartamento para buscar sua câmera e sua miniatura de combe. Rayle tinha várias ideias na cabeça, principalmente depois que dona Lilian havia contado como se conheceram.

— Desculpem o atraso...- disse Parker assim que voltou. _ Como viram, fui pega de surpresa por um monstro e tive que lutar para sobreviver.

Os três riram.

— Sem problemas, querida. - disse a senhora amigavelmente.

— Fico feliz de te ver inteira, Ray.

— Obrigada Sarita, é bom estar viva.

Ambas riram.

— Bom, vamos lá... Fiquem perto das rosas. - o casal fez o que Rayle pediu. _ Encostem as testas uma na outra. - os dois idosos sorriam e fizeram o que Rayle pediu. _ Ai que coisa fofa!!- ela exclamou, clicou algumas vezes bem perto e se afastou. _ Muito bem, agora sorriam um para o outro... Isso, sejam naturais...- como não deu certo, pois eles estavam meio tímidos, Rayle disse: _ Ihh! Acho que vou ter ir até aí fazer cosquinha em vocês. - os dois riram e Rayle rapidamente capturou isso. Ficou um registro lindo. _ Agarra ela por trás, senhor Phillip. - ele ficou todo vermelho. _ Sem malicia, homem!

Sara gargalhou.

Phillip abraçou sua esposa que ria, Rayle capturava tudinho, pois adorava fotos espontâneas.

— Agora finge que vai dar uma cheirada no cangote. - Phillip riu e fez o que ela disse, mas sem fingir. _ Eita coisa boa! Aproveita dona Lilian!

Lilian sorriu e tocou o rosto do marido ainda naquela posição, Rayle achou a coisa mais fofa e registrou também.

— Certo, vamos mudar o cenário. Vão ali pro banquinho que eu vou encher os balõezitos.

O casal foi até o banco cumprido do jardim enquanto Sara ajudava Rayle a encher os balões, um 4 e um 0.

— Eles são uns fofos né?!- comentou Rayle com um sorriso enorme.

— São sim! - Sara sorriu também.

Quando já enchidos, Rayle e Sara foram até o casal que estava sendo no banco.

— Certo. Dona Lilian segura o 4 e senhor Phillip segura o 0. Assistente, por favor...- Rayle pediu para que Sara entregasse os balões a eles e a morena riu.

— Assistente é? Cadê meu salário? - perguntou com as sobrancelhas erguidas.

— Sara, seu salário é receber um abraço de urso todo dia, lembra? - piscou.

Sara sorriu balançando a cabeça.

— O que vai fazer com aquela combe?

— Ah, você verá. - sorriu.

Rayle tirou algumas fotos dos dois sentados segurando os balões e trocando olhares.

— Senhor Phillip, poderia ajoelhar como se fosse pedi-la em casamento? Isso... cuidado com a coluna, pelo amor de Deus. - o senhor riu com esse comentário enquanto se ajoelhava. _ Ai que fofo! Agora beija a mão dela.

Phillip colocou uma das mãos para trás e a outra ele pegou a mão da esposa para poder beijá-la.

Rayle fotografou.

— Ai, eu vou vomitar arco-íris desse jeito!

Sara sorriu. Ela lindo ver Rayle fotografando, sempre sorrindo e com o olhar apaixonado que olhava através da lente. Ela amava o que fazia. Tinha certeza que ela chegaria longe assim.

— Sarita! - Rayle a chamou.

— Eu!

— Pega uma jarra com água pra mim, por favor?

Sara estranhou, mas foi buscar. Em poucos minutos estava de volta com uma jarra de plástico azul cheia d’água.

— Aqui.

— Obrigada! - ela agradeceu.

A loira então despejou no chão formando uma poça. Foi preciso mais umas duas jarras cheias para Rayle ter o resultado que queria. Depois, pegou pétalas de flores que já estavam murchas, as juntou num potinho e pediu para Sara segurar.

— Fiquem perto da árvore, jovens. - ela pediu. Depois de acatado o pedido dela, Rayle deitou no chão de bruços. _ Acho que eu devo me preocupar com a minha coluna e não com a deles, ai! - exclamou ela logo depois fazendo uma careta.

— Rayle, você tem vinte e um anos e está reclamando da coluna?

— Sou mais velha do que pareço, Sara. - respondeu dando o primeiro clique. Essa posição e ângulo fez com que os dois refletissem na grande poça. _ Sarita, joga as pétalas.

A morena fez o que a amiga pediu e Rayle as capturou caindo.

— Ahhhhh! Consegui! - ela disse feliz virando de barriga pra cima. _ Só tem um probleminha. - seu sorriso sumiu.

— O que houve? - perguntou Sara chegando perto dela.

— Eu não consigo levantar. Me ajuda...- estendeu a mão pra amiga.

Sara riu e pegou em sua mão para puxá-la.

— Uff! - exclamou ela já de pé. _ Imagina quando eu estiver nos sessenta, Sara?! - falou batendo na roupa pra limpar.

— Isso se você chegar lá. - brincou ela.

— Ai credo! Tá repreendido!

~    ~

O apartamento das duas amigas era simples e bem arrumadinho. Três cômodos: sala, cozinha e quarto, todos eles com um tamanho médio. As paredes eram todas na cor bege e o piso de cerâmica branco. A cozinha, o cômodo menor, era equipada com um armário de canto que pegava três paredes juntamente com fogão e geladeira. Já a sala era a mais decorada, havia uma estante no canto onde elas guardavam livros e miniaturas. Algumas fotografias enfeitavam o lugar, tanto na parede quanto nos porta-retratos na estante dos livros e da TV. Um sofá azul claro, um tapete branco e alguns vasinhos de planta deixavam o ambiente mais suavizado. O banheiro era ao lado do quarto, bem pequeno, continha apenas o chuveiro, o vaso sanitário e uma pia pequenininha ao lado do mesmo. No quarto havia uma cama só, porém se puxasse embaixo havia outro colchão, a famosa cama dupla. Rayle dormia embaixo e Sara em cima. Além da cama havia uma mesa de computador, uma cadeira e uma cômoda para as roupas, duas gavetas pra cada. Os sapatos ficavam empilhados ao lado da cômoda dentro de suas respectivas caixas.

Quase não usavam a cozinha já que nenhuma das duas sabe cozinhar, era raro elas não pedirem comida quando a fome apertava. Às vezes pediam, as vezes saíam pra comer fora ou comiam no trabalho mesmo.

Elas não tinham muito tempo livre, principalmente Sara que era criminalista, mas sempre que dava elas saíam pra se divertir ou ficavam em casa mesmo, fazendo companhia uma para a outra como quando eram crianças.

Mesmo atolada de trabalho, Rayle conseguia tempo para desfrutar de seus maiores hobbies que eram assistir desenhos e jogar vídeo game. Ah, ela adorava! Tanto que fez Sara adorar também. A loira sempre dizia que a amiga era péssima em The King of Fighters só para provocá-la. Sara rebatia dizendo que ela era uma criançona. Isso não era uma ofensa para Rayle e Sara sabia disso. Mesmo tendo 21 anos, Rayle ainda mantinha seu amor por coisas infantis como ursos de pelúcia, miniaturas de personagens que ela colecionava – assim como os ursos –, toucas e roupas fofas, e claro, seu vício em assistir desenhos animados. Sua foto favorita que havia tirado de si mesma era uma que estava no jardim, com os cabelos presos estilo Maria Chiquinha, segurando um pirulito grande e colorido, e fazendo careta. Então sim, Rayle era uma criançona e adorava isso.

— Amigo estou aqui... amigo estou aqui...- Rayle cantava o tema de Toy Story balançando o corpo de um lado para o outro sentada no tapete da sala. _ Se a fase é ruim e são tantos problemas que não tem fim. Não se esqueça que ouviu de mim: amigo estou aqui...

Sara a observava encostada na parede, perto da estante de livros. Rayle era muito importante pra ela. Aquela garota havia se tornado sua irmã. Era a figura mais maluca que já vira. A amava.

— Amigo estou aqui... amigo estou aqui... Os seus problemas são meus também e isso eu faço por você e mais ninguém. O que eu quero é ver o seu bem, amigo estou aqui...- Rayle olhou para Sara cantando essa parte, o que a fez sorrir. Sara ainda visitava a mãe que estava internada, e sempre que voltava de lá era do mesmo jeito, triste. Mas Rayle estava ali para ajudar nesse problema, não só esse, como em todos os outros que tivesse. _ Os outros podem ser até bem melhores do que eu, bons brinquedos são, porém, amigo seu é coisa séria, pois é opção do coração, viu?! O tempo vai passar, os anos vão confirmar... As três palavras que eu proferi: Amigo estou aqui... Amiiiiiigo estou aqui... Amigo estoooou aqui! Tanan tanan tan tan ...

Sara riu.

— Afinadíssima! - zombou batendo palmas.

— O que importa é ser feliz. - ela riu e levantou para ir até a cozinha, e ao fazer isso, bateu o dedinho no sofá. _ OH CACETE!!!

Ah é, Rayle também era bem desastrada, vivia tropeçando e se machucando sem querer, mas ficava brava só nos cinco primeiros segundos que ocorria, pois ela sempre ria depois.

— Cuidado, Smurf Desastrado! - disse Sara.

— O Desastrado é um fofo, tá? - ela riu massageando o dedo. _ Droga de sofá que fica no caminho! Tua mãe não te deu educação não?!!

— Rayle, você está mesmo brigando com um sofá?

Ela então parou pra refletir, em seguida deu de ombros.

— Você não disse que tinha algo pra me dizer? - Sara a lembrou.

— Disse? - ela fez careta ao perguntar. _ Ah é, disse! Chegou um novo chefe de cozinha lá no restaurante, dizem que é mexicano.

— Sério? - Sara sentou-se no sofá.

— Aham. Roger disse que o conhece muito bem e tem certeza de que vão gostar dos pratos dele.

— Fiquei com água na boca. - Sara sorriu. _ Faz tempo que não como lá. Mas ele fez bem em contratar um chefe de fora, os clientes vão gostar de ter novidades no cardápio.

— Foi o que eu disse a ele. - informou a loira. _ A cultura mexicana é bem legal. - sorriu. _ Sabe aquela coisa toda de dia dos mortos que eles fazem? Eu acho lindo demais!

— Ah eu também! É rico em cores, seria um bom tema pro seu próximo ensaio, não é?

— Bem pensado, Sarita! Eu estava pensando mesmo em fazer algo diferente. Quem sabe...

— Quem sabe ele não vira seu modelo!

— Ah claro! - as duas riram. _ Aliás, você e o Gil podiam ser o próximo casal a ser fotografado por mim. - provocou. _ Diz logo que está apaixonada por ele, Sara!

— Eu não estou apaixonada, Rayle!!

— Ficar suspirando e sorrindo o tempo todo, vendo corações e bebês nas nuvens não é estar apaixonada? Eu sou maluca, mas não no nível hard, meu amor. Tem caroço nesse angu.


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Notas finais do capítulo

Me digam que ela fez vocês rirem pelo menos um pouquinho husahsa
O que acharam? Deixem suas opiniões sinceras, tabom? Vou responder com o maior carinho ♥
Obrigada por lerem e até o próximo!
Abraço de urso :3