Parker escrita por Fofura


Capítulo 1
O amor pela fotografia


Notas iniciais do capítulo

Olá meus ursinhos!
Devo confessar que nunca soube como começar o primeiro capítulo de uma história, e eu espero que não tenha errado nessa aqui.
Uma boa leitura pra vocês ^^



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Você já se perguntou se de fato conseguiria alcançar seus objetivos e sonhos?

Já se perguntou se conseguiria ultrapassar os obstáculos que a vida colocaria em seu caminho para impedi-lo de chegar lá?

Parker se perguntava essas coisas diariamente. Não por não ser determinada, ou até mesmo corajosa, mas por receio de não ser boa o bastante.

Sempre gostou de fotografar, desde criança. Era algo divertido pra ela. Com o passar dos anos deixou de ser apenas divertido e passou a ser importante também. Tudo o que via, queria registrar. Corria pra lá e pra cá com sua polaroide velha e com pouco filme, ou até mesmo seu celular, e clicava, clicava, clicava.

Sua mãe também gostava e foi ela quem lhe deu a polaroide. Foi uma herança dela. Seu pai, Joseph, vivia dizendo que ela seria a mais incrível fotógrafa de todas e que ele sempre a apoiaria, mesmo se tivesse que fechar a floricultura. Rayle adorava brincar e tirar fotos na floricultura de seus pais. Era bem famosa no bairro. A garotinha loira e sapeca ficava maravilhada com todas aquelas cores, cheiros e beleza. Emily, sua mãe, sempre dizia a ela “Nunca desista dos seus sonhos, sorria e seja sempre como você é, não mude por nada nem ninguém”. Era o que tentava fazer sempre, ser ela mesma. Maluca, divertida e apaixonada por fotografia.

Era o que a fazia feliz. Sentia-se bem registrando momentos, estações, sorrisos... Seus olhos castanhos brilhavam com isso.

Mas e se ela não conseguisse ser uma fotógrafa de sucesso como queria? E se suas fotos não agradassem as pessoas? E se sua agenda não vivesse lotada? Era isso que ela queria. Deixar as pessoas felizes com seus retratos, eternizar os momentos importantes delas, dar cor a um lugar sem vida.

Sua amiga Sara sempre a encorajava e ajudava. Elas moravam juntas já há alguns anos. A conheceu no orfanato um ano depois de perder seus pais. Eram inseparáveis e Rayle sempre fazia Sara rir quando ela estava triste, pois a morena também havia perdido os pais, porém de uma forma mais trágica.

Quando Rayle tinha apenas sete anos, estava na escola quando recebeu a terrível notícia de que seus pais haviam sido baleados depois de terem sido assaltados. Levaram todo o dinheiro da floricultura e também a vida de seus pais.

O mundo da pequena Rayle desmoronou. Não pôde sequer ir ao enterro deles. Chorou por dias. Não só pela perda, mas por sua única tia não querer ficar com ela. Madelyn detestava crianças e se recusou a adotar Rayle, mesmo triste pela morte da irmã.

Depois de um tempo, Rayle percebeu que chorar e ficar com raiva das pessoas que lhe fizeram mal – o assassino e sua tia – não traria seus pais de volta. Então camuflou sua dor e decidiu seguir em frente, fazer amigos, achar uma forma de se divertir. Não queria ser adotada, queria ficar lá até poder sair sozinha, então sempre que alguém queria adotá-la, ela os fazia mudar de ideia pregando peças.

Foi então que conheceu Sara, a pobrezinha chegou lá muito assustada. Mesmo sem conhecê-la, Rayle foi até ela tentar animá-la, dizer que os lares adotivos não eram tão ruins e que não precisava ficar triste. Sara confiou nela o bastante para dizer o que aconteceu com ela. A pequena Rayle, que era quatro anos mais nova que Sara, ficou chocada. Era uma história horrível. Depois disso, Rayle a divertia de todas as formas, tirava fotos dela e de seus momentos juntas, Sara lhe contava histórias... era uma amizade linda que se intensificou com o passar dos anos. Terminaram o colégio juntas – ou quase juntas – e se mudaram de Modesto para São Francisco.

Com quase dezenove anos, Rayle decidiu arrumar um emprego para conseguir fazer seu primeiro curso. Foi contratada para ser garçonete num restaurante bem chique da cidade. Entrava às 15h e saía às 23h. O salário não era lá essas coisas, mas ela sempre recebia gorjetas maravilhosas pelo modo como tratava os clientes e por diverti-los enquanto os atendia. Os clientes daquele lugar a adoravam. Não só eles, como todos que a conheciam. Rayle conhecia praticamente todos os moradores do prédio onde morava com Sara. As crianças eram apaixonadas por ela, pois sempre que estava com um tempinho livre, Rayle brincava com elas e contava piadas.

Trabalhou direto por um ano, sempre juntando dinheiro para o curso. Enquanto isso tentava aprender sozinha em casa, pesquisando e praticando. Seu quarto era cheio de fotografias penduras. Já com seus vinte e um anos, ela já tinha dois certificados de conclusão de curso e sabia bastante coisa de edição e manipulação de imagens. Ia conquistando tudo o que queria aos poucos, sem pressa, sempre aperfeiçoando seu conhecimento. Fazia ensaios fotográficos com Sara para divulgar seu trabalho. Isso quando dava, pois trabalhava de domingo a domingo e só tinha três folgas no mês. Ainda não podia trabalhar por conta própria, mas Sara a ajudava a divulgar sempre, e as vezes até conseguia alguns ensaios. Sempre os marcava em seus dias de folga ou pela manhã mesmo que era quando tinha tempo livre.

Tudo o que Rayle recebia, dinheiro, carinho, confiança, alegria... ela guardava um pouco com ela e espalhava o resto por aí. Dinheiro ela só espalhava em supermercados e bancos mesmo, quando tinha que fazer compras e pagar contas. Mas sempre sobrava pra guardar e pra gastar com roupas as vezes. Sara também tinha o trabalho dela como perita criminal, e elas sempre dividiam quem ia pagar o quê. Conviviam em perfeita harmonia e se divertiam sempre.

Entretanto, você deve pensar “Ah não! Não é possível que era tudo às mil maravilhas assim!”.

Mas era. Rayle gostava da vida que tinha e não havia nada que ela quisesse se queixar. Ela tinha seus defeitos? Claro que tinha, ela não era perfeita. Pode não parecer até agora, mas sua paciência era zero, e sua ingenuidade era altamente elevada, e isso lhe causou muitos problemas.

Amor era algo que ela raramente pensava. Encontrar um amor, viver uma paixão, ser feliz com a pessoa amada... Isso quase nunca lhe passou pela cabeça já que ela era bem focada no que queria. Mas não podia evitar em pensar no príncipe encantado, já que Sara tinha se apaixonado e vivia suspirando por aí.

Nem tudo na vida é só alegria.

A morte de seus pais ainda doía muito em seu coração? Doía. Muitas vezes se pegava pensando em como seria se eles ainda estivessem ali com ela, todavia, pensava também que eles estavam sim, de alguma forma. E sempre que se deixava abalar pelo passado, ela lembrava das palavras de sua mãe.

“Nunca desista dos seus sonhos, sorria e seja sempre como você é, não mude por nada nem ninguém”.

Ela nunca se esqueceria desse conselho e lutaria pra conseguir ser quem seu pai dizia que seria. A mais incrível fotógrafa de todas.


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Notas finais do capítulo

Essa é minha primeira original desde 2013, pois SEMPRE escrevi no fandom CSI. Como a Rayle é criação minha, decidi me aprofundar na história dela. Eu espero que tenham gostado desse primeiro capítulo que foi mais uma introdução, e que me digam o que acharam. Pontos positivos, pontos negativos, sugestões, críticas construtivas... responderei todos com o maior carinho.
E Feliz Dia da Mulher para todas as mulheres que estão lendo também ^^
Abraço de urso e até o próximo :3