Re;Blade escrita por phmmoura


Capítulo 15
Capítulo 14 - O território dos bandidos




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— Eles não param de vir, meu senhor! — gritou o conselheiro enquanto lutava contra dois bandidos ao mesmo tempo.

Após conseguir matá-los, mais três surgiram de cima árvore. Ele começou a lutar contra os novos inimigos, por mais que arfasse e não tivesse tempo para descansar.

O lorde Alonso não respondeu o homem que mais confiava; ele estava ocupado demais lutando.

Em vez de palavras, porém, ele apenas manejou Tetsuko mais rápido, matando outro bandido.

Enquanto o criminoso caia, seu corpo sem rosto se juntava aos inúmeros cadáveres em volta do cavalo do nobre.

Porém, antes que o lorde pudesse descansar sua lâmina e respirar, mais bandidos apareceram.

— Eles não param de aparecer — repetiu Enrique, estremecendo, enquanto erguia sua espada de duas mãos outra vez. — Eles têm a vantagem nesta clareira… estamos cercados o tempo todo…

— Não se preocupe, senhor! — disse um dos soldados enquanto lutava contra um único inimigo. — Protegeremos vocês com nossas vidas!

— Sim! — gritou outro.

— Então é esse o objetivo deles — murmurou Alonso, ignorando o quão cansado estava enquanto erguia Tetsuko.

A luta só ficava mais suja e sangrenta. Enquanto mais corpos eram adicionados às pilhas, os bandidos conseguiam fazer o exército recuar somente com força numérica.

No meio de tudo isso, os criminosos executaram seu plano de separar os soldados de seus líderes.

Aos poucos, eles conseguiram empurrar o lorde, o conselheiro e um pequeno grupo de soldados para uma clareira.

Então a batalha ficou ainda mais feroz.

Eles acham que podem matar o lorde facilmente se ele estiver longe do exército, pensou Tetsuko.

Não importa quantos bandidos Alonso, Enrique ou os outros quatro soldados matassem, mais apareciam por detrás das árvores.

— Igual os boatos — disse um dos soldados, arfando demais. Embora bloqueasse um golpe e revidasse, o medo era claro em seus olhos. —Eles vão lutar até o fim pelo líder…

— Só vai acabar se matarmos todos — disse outro.

— E daí? Faremos o mesmo! Mataremos todos! Faremos com que paguem por aterrorizar o povo! — gritou o maior de todos os soldados.

Energizado por suas palavras, ele girou o martelo com ambas as mãos. Ele bateu na cabeça de um bandido com quem lutava, matando o homem imediatamente.

Mas, antes que pudesse virar-se para o próximo inimigo, outro bandido apareceu e o esfaqueou nas costas.

Ele urrou e correu para trás, empurrando e prensando a bandida contra uma árvore. O maior dos soldados matou a mulher, mas caiu de joelhos no instante seguinte.

Sangue escorreu de sua boca, e era óbvio; a ferida em suas costas era fatal.

— Não! — gritaram todos os soldados em coro.

Dois correram até ele. Mas o caminho foi bloqueado por um novo inimigo; ninguém teria tempo para lamentar a morte do companheiro.

Mais bandidos surgiram, tentando tirar vantagem da situação.

Dois se esgueiraram por trás do soldado mais próximo do companheiro que morria.

Por um instante, eles quase conseguiram matar mais um.

Mas o lorde os notou.

Com uma velocidade surpreendente, Alonso correu e cortou-os com Tetsuko, tirando a vida dos dois com um ataque.

O soldado olhou para seu senhor, quase aos prantos.

Seus olhos transbordando de emoção. Com medo por si, lamento pela morte do companheiro, alegria por sua vida não ter acabado, e admiração pelo lorde que o salvou. Tudo ao mesmo tempo.

— Não deixem que imponham medo em seus corações! Eles nos trouxeram aqui por um motivo. Façam com que se arrependam disso! — gritou Alonso, forçando o cavalo a avançar.

Sua montaria destruiu o crânio do bandido morto por debaixo de suas patas enquanto obedecia seu dono.

Enquanto Alonso avançava seu cavalo pela clareira, mais bandidos apareceram, tentando impedi-lo. Contudo, não fez diferença.

O lorde não hesitou. Ele fez seu cavalo atropelar os bandidos, abrindo caminho para Enrique e os soldados atrás dele.

Os que conseguiram escapar do cavalo morreram pela lâmina de Tetsuko.

E os que conseguiram evitar a espada com alma, morreram pelas mãos do conselheiro e dos soldados.

Até os bandidos perceberam que era burrice e desistiram de parar Alonso.

Logo eles se juntaram ao resto do exército.

— Meu senhor! — gritaram alguns soldados ao ver seu comandante.

Seus rostos desesperados eram o bastante para dizer; a luta aqui fora tão difícil quanto aquela na clareira.

Mesmo perante a morte, quando o lorde ergueu sua espada acima de sua cabeça, a presença dele se tornou mais forte e reconfortante do que nunca.

Até mesmo Tetsuko tinha que admitir a presença de seu novo portador, com sua armadura, rosto e espada manchados de sangue, montado em um cavalo, cujo cenho estava tingindo com o sangue inimigo, parecia imponente demais.

Mas isso é pra a moral dos soldados. Os bandidos não vão ter medo de você, pensou ela.

— Não temam! Eles são os inimigos que trouxeram caos ao reino. São o motivo de suas famílias não estarem seguras dentro de casa. Se os derrotarmos hoje, nosso reino voltará a ser um lugar seguro para nossos entes queridos!

Tetsuko não pôde deixar de rir

Ele não é apenas um lorde. É realmente um comandante.

As palavras do nobre eram o que os soldados precisavam.

Com as forças renovadas, eles gritaram enquanto avançavam contra a onda interminável de inimigos.

Mas os soldados não foram os únicos inspirados pelo discurso.

O próprio Alonso sentia sua confiança crescer.

Cuidado, meu caro portador. Você está em território inimigo.

Mas para sua piorar a frustração, sua voz pertencia somente a ela.

E não era só isso. A alma na espada estava certa.

A floresta era território dos bandidos.

Eles conheciam cada centímetro daquele lugar.

Ainda que suspeitassem, não havia como o exército ou o lorde conseguirem saber de todas as armadilhas contra invasores que os bandidos prepararam.

Enquanto o exército avançava, eles caíram nessas armadilhas.

Buracos cobertos por folhas para fazer os cavalos tropeçarem. Troncos de árvores saindo do nada para esmagar pessoas. Pedras rolando e tornando difícil para qualquer um ficar de pé.

Apesar de tudo isso, os soldados continuaram avançando para o coração da floresta, onde o líder dos bandidos ficava.

— Se matarmos o líder, eles vão desistir. Ou ao menos parar de nos atacar como moscas — respondeu o lorde uma pergunta não feita por seu conselheiro.

Enrique fechou os olhos por um instante. Ele também entendia que era a melhor chance para acabar com o grupo de bandidos.

Assentindo, ele levou seu cavalo adiante.

Mas nenhum deles previu a cobra que surgiu na frente da montaria do lorde.

Tetsuko a viu, mas não podia fazer nada além de assistir.

Droga… quando é que ele vai ouvir minha voz?

Uma cobra saiu de uma das armadilhas postas para fazer os animais caírem.

O cavalo parou na mesma hora quando viu o animal venenoso.

Alonso quase caiu para trás quando sua montaria ergueu as patas dianteiras. No segundo seguinte, o cavalo tentou pisar, ou ao menos assustar a cobra.

O lorde tentou acalmar seu cavalo, mas não fez diferença.

O animal perdera a cabeça por causa do medo.

A cobra se contorceu e evitou todas as pisadas. E não perdeu a primeira chance que surgiu.

O animal abriu a boca de forma ameaçadora. Veneno pingou de suas grandes presas brancas por um segundo antes da cobra afundar seu dentes na perna do cavalo.

O cavalo gritou enquanto tinha a carne mordida e a substância mortal se espalhava, ele pisou as patas dianteira, tentando se livrar da cobra.

Mas, mesmo que a cobra voasse, era tarde demais. O veneno já chegara ao sangue do cavalo.

Alonso tentou manter o controle do animal, mas foi impossível.

Ele atacou seu arredor e tentou se livrar de seu montador. Porém, quando não conseguiu, correu sem rumo, ignorando as ordens para parar que o lorde dava.

— Meu senhor! — gritou Enrique e tentou seguir Alonso.

Mas os bandidos bloquearam seu caminho antes que o cavalo pudesse se mover.

O lorde usou toda sua força para puxar as rédeas do cavalo, mas o animal se jogava para todos os lados, fazendo o veneno se espalhar de forma mais rápida.

O cavalo sentiu sua morte se aproximar e perdeu a cabeça de vez.

Começou a correr para a direção oposta à do exército a velocidade total.

Era tão rápido que Alonso não pôde descer sem arriscar sua vida.

O animal, então, atingiu uma árvore caída.

Ele caiu e derrubou seu dono longe.

O lorde viu o topo das árvores e o chão ao mesmo tempo.

Então foi jogado contra uma árvore e perdeu todo o ar que tinha nos pulmões.

Ainda assim, ele não largou Tetsuko.

Enquanto a dor se espalhava pelo corpo, ele percebeu que sua armadura foi dentada e o metal saindo machucava suas costas.

— Ao menos estou vivo — disse em voz baixa enquanto tentava levantar. Ele se inclinou contra o tronco e olhou para a montaria. — Diferente de meu cavalo…

O animal estava caído, movendo as pernas sem motivo.

Aos poucos, os movimentos ficaram mais lentos e então pararam de vez.

Alonso respirou fundo, mas não fez diferença para a tontura que sentia.

— Não se preocupe, milorde — disse uma voz zombeteira por trás de uma árvore.

— Sim. Você não sairá daqui vivo também — ecoou outra voz.

— Fará companhia a seu cavalo, que provavelmente comeu melhor num dia do que eu comi na minha vida inteira — falou uma voz feminina.

Alonso cerrou os olhos enquanto três bandidos surgiam detrás das árvores em direções diferentes.

Sem dizer nada, o lorde ergueu Tetsuko, pronto para lutar.


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