Re;Blade escrita por phmmoura


Capítulo 13
Capítulo 12 - A espada e o portador




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Tetsuko sentiu quando seu novo portador a desembainhou.

Mesmo sem ver o que acontecia à sua volta, ela soube.

O Nobre de quem não gostava se fora. Em seu lugar estava alguém pronto para lutar.

É como um homem completamente diferente, pensou a alma dentro da lâmina.

Ela sorriria, se pudesse.

Tetsuko sentiu a ânsia pela batalha, pelo sangue a sua volta.

Enquanto abria os olhos e via seu arredores, ela percebeu que todos lá estavam prontos para lutar.

Não… eles não só estão prontos… eles querem lutar, querem cruzar lâminas com inimigos… Querem destruir aqueles os opõem.

Ela era uma ferreira antes de tudo. Depois poderia se considerar uma lutadora.

Mas até Tetsuko podia sentir aquela energia no ar.

Ela fechou os olhos e se concentrou.

Foi fraco, quase como um sussurro, mas ela sentiu a energia.

A mesma energia que residia dentro dela também estava dentro dos soldados.

Embora fosse fraco na maior parte do acampamento, o fluxo de energia era de um vermelho quente e constante.

Eles querem sangue… mas de quem?

Contra quem eles lutarão?

Será… o resto do povo do Fael?

Embora o jovem guerreiro fosse a única conexão que ela tivera neste mundo, Tetsuko não queria que a Tribo da Floresta fosse exterminada.

Mas e se esses soldados estivessem atrás deles… o que uma espada poderia fazer?

O nobre olhou em volta.

A mesma pessoa que dera Tetsuko ao Lorde veio correndo.

— Meu Lorde Alonso — disse o conselheiro, ajoelhando-se.

— Tem alguma informação sobre o esconderijo dos bandidos, Enrique?

— Sim, senhor. Eles têm se escondido em uma pequena floresta ao sudeste daqui. Estavam se disfarçando de mercadores e roubando longe de seu lar. Mas uma das vítimas os seguiu. Ele nos informou e nossos sentinelas confirmaram — informou o conselheiro.

O Lorde assentiu e murmurou, aprovando.

— Excelente. Precisamos atacar assim que pudermos. Não suporto mais este acampamento. As tropas estão prontas? — perguntou Alonso, e o conselheiro disse afirmou breve e firmemente. — Excelente. Então avise para se preparem para marchar.

Não demorou para que as tropas partissem sob as ordens do Senhor.

Ao final da coluna, bem protegido por todos os lados, estava Alonso.

Em sua cintura, solta dentro de uma bainha grande demais para ela, estava Tetsuko.

A espada não tinha mais sangue em si, mas ela podia sentir algo agitando-se dentro dela.

Ela não apreciava essas lutas quando era humana.

Ela recusava sempre que o senhor de suas terras lutava longe e precisava levar um ferreiro consigo.

Eu pertenço numa forja, não num acampamento, ela costumava dizer todas as vezes.

Porém, agora ela não se importava com o frenesi de um exército lutando.

Na realidade, ela queria uma batalha. Queria ser usada.

É pra isso que uma espada é feita.

Ela olhou para o homem que a usaria.

Exceto pelo cabelo, ele parecia tão nobre quanto qualquer samurai de seu antigo mundo.

Mas, ainda que ele mantivesse sua expressão nobre, ele não podia esconder aquilo da espada.

Ele está louco para poder me usar, pensou Tetsuko.

Era óbvio pela forma como a energia circulava dentro dele.

Com sorte ele terá a chance de me usar ao invés de me deixar enferrujar aqui.

Mas o desejo de Tetsuko demoraria para se realizar.

Apesar do esconderijo dos bandidos estar próximo, eles precisariam passar pela montanha.

Era o único caminho para evitarem serem avistados cedo demais.

O problema era que marchar pelas montanhas não era fácil.

A chuva daquela manhã deixou o chão escorregadio.

Os cavalos não podiam ir rápido demais. Muito menos os soldados a pé.

Aquilo cansou a todos.

Quando deixaram o acampamento, havia uma sede de sangue misturada com o desejo de fazer justiça com as próprias mãos.

Os soldados queriam encontrar e matar todo o grupo de bandidos que deixaram o reino em caos.

Mas isso foi antes.

Agora, essa sede de sangue e justiça perdera espaço para o medo e a dúvida.

Pela conversa que Tetsuko podia escutar, os bandidos que enfrentariam eram os piores de todos no Reino.

Eram ferozes, organizados e astutos.

E, para piorar, eram unidos sob o comando de seu líder.

Aquilo parecia preocupar os soldados mais do que sua reputação.

Tetsuko entendia o motivo.

Esses soldados estão acostumados a ver os bandidos fugirem ao perceberem que perderam a batalha, pensou ela. Parecido com o que acontece no meu antigo mundo.

Mas esse grupo parece que poderia continuar lutando até o fim. Tudo em prol do líder.

A alma dentro da espada não precisava pensar em como a luta acabaria.

Se o líder deles é alguém que consegue inspirar lealdade nesse tipo de gente, será uma luta difícil.

Se Tetsuko ainda tivesse uma boca, estaria pressionando os lábios em excitação.

Até a energia reagiu a isso, fluindo mais rápido sem que ela percebesse.

E então, por fim, eles passaram pela montanha.

De lá, era uma descida sem obstáculos até a floresta.

Logo as sentinelas dos bandidos estavam à vista deles.

— Não parem! — gritou o Lorde quando as sentinelas soaram os alarmes.

Alonso desembainhou Tetsuko e a apontou para a floresta.

— Lá estão seus inimigos! Os responsáveis por todo o caos em nosso lares! Matem-nos! Matem todos!

Energizados pelas palavras do comandante, os soldados montados correram na frente, brandindo suas espadas, lanças e machados.

Os soldados a pé não ficaram para trás. Eles seguiram os cavalos o mais rápido que podiam, seus gritos ecoando e despertando toda a floresta.

Até o Lorde pressionou seu cavalo adiante.

Tetsuko não foi exceção.

Se ainda fosse humana, mal conseguiria respirar e estaria pressionando os lábios.

Mas os bandidos eram melhores do que a ex-ferreira imaginava.

Apesar da falta de aviso, ela pôde ver muitas pessoas aparecendo entre as árvores.

Antes que o exército pudesse alcançar a floresta, os bandidos formaram sua linha defensiva.

Mas isso não fez diferença para os soldados.

Eles pressionaram.

E então, com um som estrondoso, os dois grupos colidiram.

Lâminas se cruzaram.

Machados quebraram escudos.

Lanças perfuraram armaduras.

E Tetsuko estava no meio de tudo isso.

Apesar de estar na retaguarda, Alonso não estava isento da batalha.

Todos os bandidos que passaram pelos soldados a sua volta morria nas mãos dele.

Melhor ainda, morriam pela lâmina afiada de Tetsuko.

Ela podia cortar qualquer um.

Tetsuko sentia a energia se agitando com cada alma que tirava.


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