Quando te vi pela primeira vez não me dei conta de que algo de especial havia nascido em mim em relação a ti. Quando eu tive câncer no peito, esse amor floresceu e amadureceu. Você foi a mulher que cuidou de mim e do meu bem estar, além de salvar a minha vida.

Olho para os seus olhos enegrecidos e grandes... como se a todo momento estivessem me pedindo algo. Perco a linha quando toda vez me aproximo e vejo os seus lábios grossos, sua pele morena, a sua etnia latina correndo em suas veias.

Gloria, minha glória.

Mesmo depois de eu ter mandado meu irmão Cyril matar o seu marido, você não deixou de me amar. Fomos feitos um para o outro como unha e carne.

Você, no seu jaleco branco, com a prancheta nas mãos e atendendo aqueles presos, torna-se tão sexy sem ser vulgar. Eu realmente te amo, eu te amo doutora Gloria Nathan... seu paciente preferido, seu prisioneiro preferido, seu querido Ryan.

E fiquei com muito ódio quando soube que Patrick Keenan fora o responsável pelo seu estupro. Aquele filho da mãe teve o que mereceu por ter feito aquilo contigo... morreu como um verme pelas minhas mãos.

— Ah não. Você tinha que relembrar sobre o Keenan?

— Desculpa, desculpa. Eu preparei essa carta pra você, meu amor. Não quis te machucar falando do estuprador, apenas quis fazer uma retrospectiva. Você me desculpa?

— Ryan, é melhor você ir logo. Qualquer dia desses um guarda vai nos pegar ou até o Glynn.

— Não se formos discretos. Você me ama, eu te amo. O que mais quer como prova desse amor?

— Eu conheço você, O'Reily. Sei que matou pessoas e é um condenado...

— Hei. Eu matei apenas uns safados de gangues. Nunca matei um pai de família ou um inocente.

Ryan se levantou da cadeira, aproximou-se da doutora e beijou o seu rosto. O contato físico finalmente foi consentido quando Nathan fechou os olhos e passou a sua mão pelo pescoço daquele homem. Ryan falou baixinho na orelha da médica, arrepiando a mesma.

— Nós nos amamos de verdade. Reprimir isso vai nos fazer mal, vai nos adoecer. Nossos corações ficarão doentes, piores do que aqueles que enfartam.

— Eu tenho medo. Isso é muito arriscado, Ryan. Somos separados por Oz.

— Oz nunca vai nos separar pois foi aqui que nosso amor começou. Pode apostar nisso.

— Agora vai, por favor.

Ryan deu um último beijo em Gloria antes de ir embora da enfermaria do presídio. A doutora se despediu do seu amado. Mais um final de semana sem vê-lo será uma tortura, mas aprendeu a conviver assim, afinal de contas ela estava amando um condenado da justiça.

Ryan passou pela porta da enfermaria em direção à Emerald City com um sorriso no rosto. Sim, a doutora é a primeira mulher que ele realmente ama e por isso jamais vai deixar a chance de ser feliz passar, mesmo estando dentro das paredes de Oz.