[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes escrita por Carol Stark


Capítulo 8
Os destinos se cruzam


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta o/
Agora siiiiiiiimmmmm a partir deste capítulo começaremos com altas interações do nosso casal.
O que aconteceu depois da reunião?

Vamos ao capítulo!



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— Agora que estão todos aqui, vamos dar por iniciada esta reunião! – Bang PD ficara de pé no tablado à frente de todos – Aos parceiros da Kang’s Company, nossas boas-vindas. Foi com um imenso prazer que aceitamos esta proposta e acreditamos que só irá nos agregar boas experiências neste novo ramo para nós: o da moda. Conhecemos o árduo trabalho do fundador da Kang’s e é realmente admirável! A flexibilidade nos princípios da empresa é algo inspirador. – Deu uma pausa olhando para Go Bea-ni de pé em sua diagonal, assistindo-o com um leve sorriso no rosto – Iremos agora mostrar à todos como ficaram as fotos da campanha dos meus rapazes com sua marca. - Projetou na tela ao fundo, em seguida, os ensaios fotográficos com as inúmeras fotos que seriam selecionadas para publicações.

A medida que as imagens iam sendo reproduzidas, Bea-ni admirava os rapazes com um claro sorriso estampado no rosto ao ver que tudo caíra muito bem em todos eles e certamente haver considerado a Big Hit como opção e a mesma ter aceitado o convite para a parceria era coisa dos deuses. Aquele grupo de rapazes era realmente lindo e todos modelavam de forma magnífica, ora com sorrisos abertos, ora com seriedade no olhar entre simpatia e sensualidade. Atuavam como cada peça de roupa que vestiam pedia. Porém uma imagem com alguém em específico fez Bea-ni levar uma das mãos à boca dando um passo em falso para trás esbugalhando os olhos surpresa. Como aquele rapaz havia parado ali? O que fazia na Big Hit Entertainment? Com um turbilhão de perguntas ainda sem resposta, Bea-ni sentiu-se confusa e não conseguindo formular uma frase sequer em sua mente. Uma breve vertigem tomou-a de supetão.

Por estarem todos distraídos e admirados com as fotos reproduzidas, ambas as equipes não perceberam as reações de Bea-ni que remexia em seus fios castanhos nervosamente.

— Você está bem? – Hua-le, sentada juntamente aos seus colegas de trabalho, sussurrou observando a amiga de pé.

Pela fraca luz do ambiente, devido a projeção das imagens, Hua-le não pôde visualizar com nitidez a expressão da amiga, mas viu que ela meneou a cabeça positivamente. Igualmente assustada por rever aquele rosto naquele telão, Hua-le procurou pelo mesmo na ampla sala e teve que segurar um mínimo grito de susto ao ver que Taehyung encontrava-se ali, ao final da mesa encarando-a. Um frio subiu por seu estômago e, incrédula, voltou a vista às fotos do telão.

Concluindo a reprodução, Bang PD informou que a seleção das mesmas seria feita ao final e apontou mais alguns tópicos inclusive a possibilidade de as próximas coleções da Kang’s combinarem com o lançamento do futuro projeto do grupo. Enquanto isto, distraindo-se com seus pensamentos sobre o que estava acontecendo, Bea-ni olhou ao seu redor observando cada rosto ali presente até que o mais inesperado, para ela, aconteceu: Ela visualizou o belo jovem do SPA bem ali diante dos seus olhos como uma miragem e após um ano, estava revivendo sentimentos que aquele instigante rapaz havia despertado nela desde o primeiro momento, como uma esperança de que algo bom pudesse acontecer depois de todo seu sofrimento com Junghuon. Os olhos castanho-escuros de Taehyung estavam cravados em Bea-ni como se tivessem a necessidade de serem lidos e ela permitiu-se encará-lo na tentativa de desvendá-los...

Os Bangtan remexiam-se em suas cadeiras impacientemente e uma tensão repentina parecia ter tomado conta da sala de reuniões.

Porque todos pareciam observá-los?

Bea-ni ouviu Hua-le pigarrear da cadeira mais próxima.

Tudo parecia vago à garota de fios castanhos.

— Srta. Bea-ni? – Bang PD limpou a voz – Está tudo bem?

A jovem piscou várias vezes saindo de seu torpor ao ver que Taehyung esbugalhou os olhos em direção ao CEO da Big Hit e imitou o gesto do mesmo encarando atordoada o simpático Sr. Bang.

— Nee. Desculpe-me! – Bea-ni levou uma das mãos à testa segurando a vontade enorme que tinha em inventar uma desculpa só para poder sair correndo para longe dali o mais rápido que pudesse.

— Bea-ni ah, o Sr. Bang está chamando você já há algum tempo... – Hua-le falou entre dentes para a amiga (contendo a desesperada vontade de gritar e sacudi-la). Bea-ni, por sua vez, foi tomada por formigamentos no rosto deixando-a rubra.

— Vocês já se conheciam?... – Bang inquiriu percebendo o constrangimento entre a jovem e Kim Taehyung. (Ele todo o resto ali presente. Até um cego poderia ver algo entre esses dois).

Bea-ni engoliu em seco preferindo caminhar até o tablado para realizar sua apresentação enquanto pensava em uma resposta convincente. Diria que sim?... Não gostaria de dar explicações sobre nada.

— Hm, nós... Nós já nos vimos antes. – Taehyung resolveu tomar a frente sem explicar muita coisa – Mas não pensei que fosse reencontrá-la algum dia... – Ele falou mais baixo olhando-a com sinceridade.

— Bom, mas dando continuidade à nossa reunião, venho com minha equipe e com minha parceira nos negócios da Kang’s, a Hua-le Ka. Nossa gerente administrativa. – Bea-ni chegou ao tablado expressando-se com segurança parecendo fria repentinamente aos olhos de Taehyung.

— É um prazer fazer parte disto tudo! Nós, da Kang’s Company estamos muito honrados de poder trabalhar com a Big Hit Entertainment nesta união entre música e estilo. – Hua-le tomou rapidamente a palavra.

Todos menearam a cabeça esboçando sorrisos orgulhosos e felizes.

— Todas as fotos ficaram magníficas. Bom trabalho, rapazes, Kamsahamnida. – Bea-ni observou – Serão lançadas em breve na inauguração da nossa nova loja no shopping Seoul Times Square. A presença de todos vocês é essencial. – A garota olhou de relance para Taehyung que parecia em um misto de ansioso e desconfortável.

A garota parecia tentar ignorá-lo. Após aquele inusitado encontro no SPArirang, não pensou que ela fosse agir com este distanciamento. Ele precisava falar com ela e entender o que estava acontecendo ali.   

 Bea-ni prosseguiu com a reunião apresentando os trabalhos e parcerias já feitas, assim como o crescimento da Kang’s Company e as marcas de roupas já lançadas. Expôs sobre as últimas vendas triplicadas durante o tempo que trabalhou nos EUA e Brasil e números registravam o êxito daquela empresa do ramo da moda. Assim, todos da Big Hit sentiram-se ainda mais entusiasmados e seguros sobre o caminho que trilhariam com esta nova parceira.

— Estamos animados com esta parceria. – Namjoon começou em nome do grupo dirigindo seu olhar à Bea-ni – Realmente precisamos expressar o prazer que foi para nós sete poder representar não apenas a Big Hit, mas também a Kang’s. Kamsahamnida por confiar em nós. – Concluiu com uma reverência. Sua voz era firme ecoando por todo o ambiente, exalando a liderança que possuía.

Bea-ni e toda sua equipe sorriu agradecida.

— Por favor, permita-nos nos apresentar. Me chamo Kim Namjoon. – O líder retomou a palavra aproveitando a oportunidade.

Assim, todos se apresentaram na ordem em que estavam sentados à mesa e a medida que aproximava-se a vez de Taehyung, o mesmo sentia o coração acelerar.

Bea-ni, igualmente nervosa, tentava não encarar o rapaz mantendo-se o mais neutra e firme possível.

— Somos os Bangtan Sonyeondan – Yoongi falou ao concluírem com as apresentações pessoais e todos fizeram mais uma vênia em conjunto.

Vocês são os Bangtan? – Bea-ni inquiriu ao lembrar-se deste nome tão repetido nas rádios ocidentais, porém sua voz saiu mais alto do que planejava – Bom, é que... Na América vocês são bastante ouvidos! – Esboçou com dificuldade um sorriso – E como eu não os conhecia por vídeos ou imagens, fiquei um tanto... Surpresa. – Concluiu mordendo os lábios. (Escapando por pouco dessa saia justa).

Oh, isto é bom! – Hoseok observou tranquilamente.

Nee. Parabéns, rapazes e ao Sr. Bang PD-nim. – Hua-le completou sendo acompanhada por gestos de concordância da sua equipe.

Kamsahamnida.  – Yoongi agradeceu abrindo um sorriso tímido.

Passados ainda alguns minutos entre acertos de agendas e projetos, Bang PD mencionou apresentar, juntamente com os Bangtan, também representantes da própria empresa, a sala reservada especialmente para a equipe da Kang’s Company na própria Big Hit e assim, logo seguiram com o grupo recém-chegado para o local indicado naquele mesmo andar.

Mostrando animadamente toda a amplitude da sala e formas que poderiam se organizar, Bang PD concluiu:

— Bom, fiquem à vontade. Agora esta também é a casa de vocês. Qualquer dúvida ou ajuda que precisarem, a sala de reuniões dos Bangtan fica logo em frente e para finalizar esta nossa primeira reunião, gostaria de convidar à todos aqui presentes para um jantar informal de boas-vindas. Já tenho o restaurante reservado para a privacidade dos rapazes.

Os sete esboçaram sorrisos comedidos e educados observando as duas gerentes com ares de preocupação diante do convite, em contraste com a equipe Kang’s, que, espalhada pelo ambiente, pareciam alheios às palavras do CEO. Abriam portas e armários animadamente, satisfeitos com aquele novo e aconchegante local de trabalho. As janelas eram largas proporcionando uma bela vista da cidade e tudo variava em uma cartela de cores entre branco, bege e leves tons azulados.

As duas amigas se entreolharam e Hua-le concordou apreensiva.

— Será um prazer, Sr. Bang.

— Bom, iremos, então buscar nossas coisas para nos instalarmos melhor aqui. – Julee-hu falou aproximando-se dos rapazes, do diretor-chefe Bang e das duas gerentes.

— Oh, sim, claro! – Bea-ni concordou pensando ainda relutante na ideia do jantar do dia seguinte.

— Por favor, Julee, repasse os relatórios de hoje para o Hujong quando chegar na Kang’s Company e peça ajuda à ele para transportar as caixas para cá, está bem? – Hua-le proferiu com um sorriso para a simpática Julee-hu.

 - Pode deixar! – A espontânea garota de rosto pequeno e olhar vivaz fez sinal para que os demais a seguissem.

— Então está acertado! – Bang exclamou estendendo uma mão para Bea-ni que prontamente retribuiu o gesto fazendo uma reverência. Hua-le seguiu fazendo o mesmo com o diretor e com os sete rapazes.

De um em um, a amiga de cabelos negros estendia a mão, feliz, curvando-se, em seguida, e vendo o que Hua-le fazia, Bea-ni não acreditou tendo uma vontade descomunal de pisar com toda a força no pé da mesma impedindo-a de continuar com aquilo. Então, a contragosto, devido sua necessidade em tentar manter-se neutra (missão difícil para a jovem), estendeu sua mão para cada um daqueles altos e belos rapazes, sendo Taehyung o último.

— Hm, bom, ér... Foi um prazer. – Bea-ni hesitou ao estender sua mão para Taehyung. Desviou o olhar rapidamente.

— O prazer é todo meu... – Taehyung respondeu segurando a mão de Bea-ni e puxando-a inesperadamente para um abraço – Em poder reencontrá-la. – Finalizou sussurrando naquele rápido gesto.

Para Bea-ni aquela cena pareceu congelar por segundos e nunca pensou que tais segundos pudessem demorar tanto.

A garota de cabelos castanhos e uma franja que dividia-se de cada lado de seu rosto, na altura do nariz, soltou um minúsculo grito agudo engolindo em seco ao ouvi-lo tão perto e aquela voz aveludada ecoou em seus ouvidos. Então, como em um choque, separou-se do mesmo que parecia nervoso ao ter tomado aquela atitude brusca e parecia estar passando por uma guerra interna, quiçá arrependido por tê-la assustado.

Os demais Bangtan e Hua-le esbugalharam os olhos prendendo as respirações, mas foi Bang PD quem quebrou a tensão lembrando-se da reunião mais cedo naquela noite:

— Que bom que vocês já se conhecem, não é mesmo?! Isso pode ser bastante favorável... – Falou com certa dúvida no olhar, franzindo os cenhos - Desculpe-me pelo V, Srta Bea-ni – Abriu um sorriso fraco – Ele costuma mostrar com clareza o que sente, apesar de um tanto impulsivo, – Falou entre dentes a última palavra encarando firmemente o rapaz de cabelos acinzentados que logo baixou a vista coçando a nuca.

Aquela última frase ficou gravada na memória de Bea-ni: Ele costuma mostrar com clareza o que sente... O que isto significa? Ela estaria enrascada. Com tantas empresas, como ela pôde reencontrar-se com aquele instigante rapaz justo nesta?!  

— Perdão... É que depois de tanto tempo eu-- - Taehyung começou (o que era um perigo!).

— Bom, vamos indo, rapazes? – Jimin interrompeu o amigo.

— Vamos deixar que a Bea-ni conheça seu novo local de trabalho. – Bang PD falou concordando com Jimin olhando de esguelha para um envergonhado Kim Taehyung.

Os sete rapazes rumaram aos cochichos para fora daquela ampla sala sendo seguidos pelo CEO diretor-chefe.

Prestes a entrarem na van para retornarem para casa, Tae pareceu lembrar-se de algo:

— Oh! Acho que esqueci meu celular na sala de reuniões!

— Aish, V hyung... Não demora. – Jungkook falou cansado.

— Como ele só se deu conta agora?! – Hoseok meneou a cabeça negativamente observando Taehyung retornando à empresa passando pelas enormes portas de vidro saindo, assim, do seu campo de visão.

Enquanto o aguardavam...

Bea-ni, encontrava-se na larga janela sentindo a fria brisa da noite, olhando ao horizonte as infinitas e minúsculas luzes daqueles prédios em Seoul.

Suspirou naqueles segundos perdida em pensamentos. Até que o motivo de seus devaneios bateu a porta.

Aquelas três batidas firmes e impacientes fizeram Bea-ni congelar sabendo que não seria Julee-hu com as caixas que precisavam ou Hua-le que havia ido conversar com Bang PD sobre o projeto que pensavam: criar modelos de roupas que combinassem com o próximo álbum dos garotos para novas fotos em alguns meses.

Só poderia ser uma pessoa.

— Entre. – Ela falou sentindo suas mãos ficarem tão frias quando a brisa lá fora.

Taehyung abriu a porta lentamente vasculhando o lugar com os olhos à procura da dona da voz. Encontrando-a, fechou a porta atrás de si aproximando-se de Bea-ni ao fundo da sala que preferia continuar encarando o horizonte.

O alto Bangtan de fios acinzentados parou de frente para Bea-ni encarando-a sem saber por onde começar e desviou o olhar igualmente para a amplitude além da janela.

Silêncio.

Ambos estavam com o coração à mil em descontrolados batimentos.

Bea-ni encarou o perfil de Taehyung e admirou seus traços marcados e proporcionais. Retornou no tempo doze meses, lembrando-se de quando cantaram juntos no Karaokê do SPA.

— O que veio fazer, Taehyung? – Ela iniciou imensamente curiosa, porém mantinha-se aparentemente calma. Preferia compreender melhor aquele rapaz e saber em que terreno estaria realmente pisando, afinal de contas, não o conhecia tão bem...

Ele olhou-a expressivamente erguendo as sobrancelhas um tanto surpreso por ela haver quebrado as centenas de formas que pensava em iniciar esta conversa.

— Precisamos conversar, Bea-ni. – Ele tinha a voz tranquila e preocupada.

— Hum, e sobre o quê, exatamente? — A medida que ela fazia as perguntas ficava ainda mais nervosa e decidiu apenas o aguardar. (Para evitar um enfarte).

Taehyung falou, sem antes suspirar:

— Eu... – encarou os próprios pés – Eu procurei por você, Bea-ni.

— Você o quê?! Quero dizer – Bea-ni recompôs-se rapidamente – Porque você me... Procurou? – Ela perguntou novamente arrependendo-se, em seguida, por sentir novamente seu coração palpitar fazendo-a puxar o ar pesadamente.

Taehyung aproximou-se ainda mais de Bea-ni fazendo-a inclinar-se impensadamente para trás.   

— Porque... Aigo, porquê tem que ser tão difícil? – Ele falava consigo mesmo deixando Bea-ni a ponto de cambalear – Bea-ni, eu não imaginei que fosse pensar em você por tanto tempo após um único encontro. – Taehyung liberou estas palavras iniciais em um misto de alívio e preocupação.

 

“Será que eu deveria ser tão direto assim? Ela irá me odiar. E se ela não sentir o mesmo? Mas o que eu estou fazendo?!" — Pensou o jovem remexendo nos próprios cabelos.

 

— O-O que você disse?! – Incrédula, Bea-ni instigava-o a falar o máximo possível. Queria entender também seus próprios sentimentos: Precisava saber se o que sentia seria algo não correspondido pelo rapaz ou não – Taehyung, você está me assus--

— Bea-ni eu... Desde que a vi no SPA senti algo que nunca havia sentido por ninguém antes. Eu preciso te dizer isto ou não conseguirei depois. – Falou um tanto sem jeito - Guardei isto por muito tempo e relutei em aceitar que me apaixonei por uma garota que mal conheço.

Bea-ni estava vermelha. Seu peito subia e descia em uma respiração rasa e não sabia definitivamente como agir. Não evitava em olhar nervosamente para a porta por pensar que a qualquer momento Julee-hu ou Hujong poderiam chegar.

O Bangtan continuou mais lentamente tentando não parecer tão afobado.

— Algo me atraía até você desde o primeiro momento. Eu simplesmente não entendia porque ficava tão nervoso com você por perto e... Isto só me fez querer te ver novamente. Pude ser eu mesmo, naquele rápido dia, Bea-ni. Pude agir como Taehyung e não como V... E me senti feliz.

— Taehyung! – Bea-ni chamou sua atenção levemente agitada e confusa, fazendo-o parar prendendo a respiração – Você não falou que era um K-Idol. Eu, aish... – Ela apertou os olhos franzindo os cenhos – Eu percebi sua voz familiar, eu perguntei à você... Porque não me contou?! – Ela sentiu-se enganada e sua voz soou levemente esganiçada.

— Porque eu nunca tive a oportunidade se ser eu mesmo com outra pessoa além dos meus hyungs. Você me fez ver que posso ser ainda mais feliz se... – Novamente sentiu-se envergonhado e encarou o chão falando mais baixo, porém não menos sincero – Se eu tiver alguém como você.

Bea-ni esbugalhou os olhos apoiando-se com uma das mãos no parapeito da janela:

— Taehyung, você está me assustando... – Bea-ni confessou confusa por lembrar-se como um lampejo do seu passado com Junghuon.

O jovem ficou inquieto ao vê-la tão distante, aérea repentinamente. Bea-ni sofria também ao sentir por este novo alguém um conforto incompreensível. Não gostaria de admitir que, assim como Taehyung, ali, expondo-se tão abertamente, algo nele a atraía fazendo-a mais feliz e mais leve. Porém, aquele fantasma do seu passado ainda a impedia no quesito confiança.  

— Tudo o que não quero é assustar você, Bea-ni. Por favor, me desculpa... Meus hyungs sempre me chamam de imprevisível, me aconselham, eu deveria ter ido com calma, mas... Esperei 365 dias para conseguir finalmente falar o que tentei entender e assumir em mim mesmo. – A voz de Tae era baixa e grave. Ele tentava desculpar-se, explicar-se, declarar-se. Loucura? Talvez, quem sabe? Das coisas do coração poucos entendem.— Isto não aconteceria deste modo se nós tivéssemos o tempo a nosso favor... Mas nos separamos sem aviso prévio. Eu simplesmente não conseguia esquecer. – Suspirou pondo a franja para trás nervosamente.

— Desculpe-me, Taehyung. – Bea-ni começou encarando suas escuras orbes – Não sinto o mesmo por você.

Bea-ni sentiu medo e mentiu.

Aquilo partiu o coração do Bangtan ao meio e o fez sentir-se sem o chão sob os seus pés. Todo aquele esforço havia sido em vão. Imaginou que poderiam ter uma chance. Afinal, ela também pareceu gostar dele naqueles momentos no SPA.

 

Flashback On – Um ano atrás...

As duas rumaram para os armários pegando de volta seus pertences pessoais e na recepção, lá estava ele: um distraído Taehyung realizando os últimos pagamentos por aquele dia no SPArirang e ao olhar para o lado, visualizou novamente aquela imprevisível garota. Em outras palavras, Bea-ni.

Logo ele baixou a cabeça guardando apressado os documentos, mas sentiu a manga de seu casaco sendo puxada sutilmente.

— Espero que nos encontremos novamente. – Bea-ni proferiu um tanto envergonhada, mas não poderia ignorar um dia e um encontro tão inusitados como este. Afinal, aquele belo rapaz era agradável, apesar de um tanto atrapalhado; estranho.

Taehyung arqueou ambas as sobrancelhas, descrente do que ouvia e seu coração bateu descompassado em fração de segundos. Não soube distinguir se de alegria ou de nervoso.

— Nee. Cl-claro!

Bea-ni soltou um risinho tímido, porém divertido e seguiu porta afora junto com sua amiga que a empurrava e sorria igualmente discreta.

Flashback Off

 

Tae piscou várias vezes atordoado e umedeceu os lábios ressecados. Respirou fundo sem saber o que deveria fazer ou dizer.

— Mas você pareceu também querer me encontrar novamente... Eu esperei por este momento, contei os dias que poderia revê-la, Bea-ni, mas você sumiu! Você não sabe o quão aflito fiquei e-- - Tae começava novamente a despejar as palavras agitadamente, mas foi interrompido por uma Bea-ni nada contente.

— E você não sabe o que eu passei, Taehyung! Não me fale sobre suas aflições. – Ela foi rude nas palavras fazendo o Bangtan tencionar o corpo retomando uma postura ereta e o olhar em um misto de sério e confuso.

— Eu estou aqui por você, Bea-ni, será que não vê? – Ele sussurrou a frase cabisbaixo.

— Porque, Taehyung? Porque você está fazendo isto?! – Bea-ni lutava internamente contra seus próprios medos e inseguranças. Ela tinha um passado e ainda o sentia rondá-la.

Com tais perguntas, o jovem de fios acinzentados deu mais um passo à frente analisando Bea-ni atentamente e não resistiu em tocá-la levantando o queixo da bela garota.

Ele desejava respondê-la, porém a seu modo. A mesma encarou-o sem compreender o que ele pretendia e viu-o aproximar seu rosto lentamente do dela depositando seu olhar da imensidão castanha daqueles olhos amendoados para a boca rosada de Bea-ni. Ela não conseguia controlar seu coração e temia poder ser ouvido naquela silenciosa sala. Tampouco poderia garantir resistir ao que o Bangtan pretendia.

Taehyung diminuía gradativamente a distância entre ambos e sentiu a respiração ofegante de Bea-ni com a boca entreaberta. A garota parecia aflita, mas ele sentiu que poderia seguir adiante. Roçou seus lábios nos de Bea-ni, mal tocando-os, inclinando-se levemente para o início de um esperado beijo, mas uma batida os assustou separando-o da jovem instantaneamente.

— Hyung! – Jungkook abriu a porta de supetão sem esperar ver o que seus olhos testemunharam.

Bea-ni logo virou-se de costas buscando sua bolsa e sem mais delongas, passou por Taehyung sem encará-lo, a passos firmes, e logo em seguida pelo maknae que permanecia estático na entrada da sala com seus expressivos olhos negros esbugalhados encarando o mais velho.

— Kookie, não me pergunte nada. – Taehyung proferiu baixo saindo daquela sala a medida que puxava, ao passar, um maknae sem reação. Ambos retornaram à van em silêncio rumo ao condomínio.

Certamente Taehyung teria muito o que explicar aos demais.

 

“Aish, esta noite será longa...” - Pensou o jovem de cabelos acinzentados liberando um alto suspiro.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo teremos POV's e não se esqueçam da agenda de Bae-ni: Um jantar para comparecer e a inauguração no shopping... Então, aguardem ansios@s as novidades!

PS: Minhas/ Meus leitores queridos, não me matem pelo atraso! =p Costumo postar todo domingo, mas esta autora anda um tanto desestimulada por não poder conversar com vocês e interagir um pouco... Quem aí também escreve deve entender um teco o que estou dizendo...

Saranghae ♥
Até mais.



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