[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes escrita por Carol Stark


Capítulo 6
Preparativos




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[...]

Porém, uma voz abafada pôde ser ouvida fazendo Bea-ni sentir um incômodo frio percorrer seu estômago. De súbito seu coração alarmou-se.

 - Olá, querida. Como é bom revê-la.

O tom soou ameaçador e igualmente gélido.

— Junghuon? O que você está fazendo aqui?

 

 

— Mas que tipo de pergunta é esta, querida? – Junghuon falou um pouco mais alto esboçando um sorriso enviesado ao proferir a última palavra.

Alguns olhares distraídos recaíram sobre os dois mais afastados na espaçosa sala de estar.

— Olhem só os dois! Formam um belo casal. – Alguém falou chamando a atenção de Hua-le que franziu o cenho arqueando uma sobrancelha. De quem estariam falando?

— Devem estar com saudades depois de um ano distantes... – Outra voz de um dos amigos presentes pôde ser ouvida.

— Mas... – Hua-le visualizou a figura alta e misteriosa próximo à Bea-ni. Aquilo não era bom – Quem infernos convidou o Junghuon?! – Hua-le inquietou-se mexendo em seus cabelos negros.

— O Hujong convidou-o... – Iniciou Julee-hu incerta, falando em um tom baixo - Encontrou com o Junghuon quando procurava uma gráfica para fazer a faixa e-- - Foi interrompida.

— Aigoo! Não deveriam tê-lo trazido aqui. A Bea-ni terminou o namoro com Junghuon alguns meses antes da viajem para a América! – Hua-le explicou rápido no mesmo tom baixo.

Julee-hu levou uma das mãos à boca esbugalhando os olhos e caminhou apressada, em seguida, para o amigo Hujong acertando-lhe um tapa na cabeça sem aviso prévio. Hua-le observou aquilo. Em menos de três minutos, todos estariam sabendo. Melhor assim.

Logo, se despediram de Hua-le observando curiosos os dois ao fundo da sala, gritando “até breve” e “nos vemos na reunião!”. Bea-ni de costas para a porta de entrada, não se moveu. Certamente, com a advertência de Julee-hu para com o amigo, todos estavam cientes que os dois não mantinham já um bom tempo nenhum relacionamento e o constrangimento foi quase palpável naquele apartamento.

Preferiram deixar que tivessem a privacidade necessária para se resolverem e aquela recepção poderia esperar. A medida que iam embora, era Bea-ni que desejava ir também, mas não deveria adiar mais nada na sua vida e se teria que enfrentar aquilo para que se resolvesse, assim seria.

— Junghuon, nós não temos mais o que conversar. Você não deveria ter vindo. Não me faça expulsá-lo da minha casa novamente. – Bea-ni falou séria, já afastando-se daquele mundo alegre e convidativo que estava bem ali diante dos seus olhos minutos antes.

— Eu vim te ver. Não sentiu saudades? – Junghuon aproximou-se dois passos da garota. Sua respiração rápida podia ser sentida por ela daquela distância.

— Saudades?! – A voz de Bea-ni carregou-se de ironia e Junghuon sentiu-se irritado. Ele parecia ainda mais intimidador e Bea-ni, a sua vez, ainda mais segura.

— Ah, claro. Como pude esquecer: Você me denunciou! – Junghuon exclamou curvando-se para Bea-ni sentindo seu aroma como um sedento.

Bea-ni tencionou o corpo em uma postura ereta e com o coração descompassado, umedeceu os lábios, nervosa. Porém manteve-se firme com o olhar atento a cada gesto do outro.

Com esta última frase do rapaz e atitude do mesmo, Hujong e Julee-hu, ainda no local, se assustaram dando-se conta da situação em que Bea-ni vivia ao lado do Junghuon durante os anos que passaram juntos.

— Algum problema por aqui, Bea-ni ah? – Hujong tomou a frente sentindo-se culpado por aquela situação.

Junghuon, então, encarou Hujong: de mesma altura e franja bem cortada. Possuía sua pele levemente bronzeada e era dono de um elegante porte. Seus olhos puxados eram expressivos, sagazes e bondosos, ao contrário dos do pálido rapaz à sua frente.

— Melhor você se retirar, Junghuon. Você não é bem-vindo. – Hua-le, entre os outros dois amigos, afirmou.

— Como queira. – Junghuon passou por Bea-ni com um sorriso lateral encarando a garota e esbarrou propositalmente em Hujong – Você ainda não entendeu que será minha, Bea-ni.

Julee-hu bateu a porta voltando-se, em seguida, para os outros três, estáticos, no meio daquele cômodo.

— Eu não acredito que estou vivendo este pesadelo novamente. – Bea-ni falou aflita sentindo um nó formar-se em sua garganta.

— Me desculpe por isto. Eu que o convidei, mas eu não sabia que-- - Hujong justificava-se, mas foi interrompido pela própria Bea-ni.

— Você não tem culpa alguma, Hujong ah. Mais cedo ou mais tarde eu iria reencontrá-lo em algum lugar.

— Vai ficar tudo bem, amiga. – Hua-le falou confortando a outra.

Depois de longos minutos encarando os demais, a Julee-hu sentiu naquele momento um enorme pesar diante da tal situação. Se não tivessem presenciado, seria difícil de acreditar naquele modo frio e ameaçador que Junghuon podia transparecer.

— Estaremos do seu lado, Bea-ni ah. – A jovem aproximou-se abraçando-a para logo respirar fundo e, afastando-se gentilmente, falou mais alto:

— Vamos arrumar toda esta bagunça! Ainda teremos uma reunião hoje á noite!

— Julee-hu tem razão. - Hujong concordou passando um braço pelas costas da amiga que acabara de falar, deixando-a curiosamente rosada - Arrumaremos tudo e você ainda precisa descansar da viagem!

Bea-ni agradeceu mentalmente pelos amigos que tinha em sua vida.

 

***

 

— ...Mas você não está sozinha, Bea-ni. Agora todos sabem que vocês dois não estão juntos há um bom tempo e eu não sou a única a ter ciência do mau-caráter que é o Junghuon. Julee-hu e Hujong estão do nosso lado. – Hua-le convencia a amiga de que a história não iria se repetir. Ou pelo menos assim esperava.

Após a ajuda do simpático casal de amigos para pôr as coisas em ordem, as duas, agora sozinhas no apartamento, conversavam no quarto de Bea-ni, enquanto a mesma desarrumava as malas.

Bea-ni parecia pensativa, mas não mostrava-se tão abalada como Hua-le imaginou que ficaria.

— Não esperava que meu passado viesse me dar as boas-vindas assim tão cedo. – Esboçou um fraco sorriso enviesado retirando um vestido azul turquesa amarrotado da mala. Distraída, segurou-o apertando-o contra si.

— Mas pensa comigo, Bea-ni ah: certo que ele ter vindo até aqui foi uma afronta, mas se ele tocar em um fio do seu cabelo, estará em suas mãos ele ser detido ou não. A medida preventiva e de proteção que a polícia tomou te dá este direito se ele passar dos limites novamente. – Hua-le coçou a cabeça um tanto incômoda com o assunto – O que quero dizer é: não se preocupe. – Terminou com uma careta sem saber se realmente conseguiu ajudar.

— Ye... Eu sei... – Bea-ni parecia distante.

— Você está tão... Tranquila. Nem parece aquela Bea-ni de um ano atrás. – Hua-le comentou curiosa.

— Desde que me libertei do Junghuon, aprendi a ver o mundo por um ângulo melhor. Senti que podia respirar aliviada e leve. Mas, - A garota pareceu lembra-se de algo que gostaria de conversar – assim que viajei, ele ainda insistiu em me fazer ligações. Isto era assustador, mas recusei todas as chamadas e ele, depois de algumas semanas, finalmente desistiu.

— Aigoo, pensei que ele tinha realmente te esquecido durante este tempo todo.

— Aniyo, não foi bem assim. Também pensei. Mas vimos que ele continua a mesma pessoa de antes. Isso ainda me deixa um pouco temerosa, Hua-le ah. Ele é louco!

— Mas não se preocupe. Você não está sozinha. – Hua-le estendeu uma das mãos para a amiga que segurou apertando de volta.

Hua-le respirou fundo, baixando a vista para o vestido que Bea-ni ainda segurava contra seu peito com a outra mão e falou com um sorriso desenhando-se em seu rosto, mudando o rumo daquele triste assunto:

— Quem não ficaria louco por você, amiga?! – Mirou a amiga com um olhar sapeca que Bea-ni conhecia bem.

— Omo! Do que você está falando?! – A garota de fios castanhos sorriu abertamente fingindo não entender. Seus olhos brilharam novamente.

— Eu que pergunto: Porque você continua guardando este vestido? – Hua-le continuava com seu olhar travesso para a amiga – Não me diga que ainda o veste! Olha só essa mancha de soju! Nem sequer saiu! – Puxou o vestido azul turquesa das mãos da amiga.

— Aish! – Bea-ni corou lembrando-se do dia no SPArirang em que aquele jovem rapaz de linda voz havia derramado o líquido em seu vestido.

— Você gostou dele, não foi?! – Hua-le instigou jogando o vestido de volta para Bea-ni.

— Hum, ele até que é bem bonito.

— E educado. – Hua-le deixou-se suspirar. Amava poder ver rapazes realmente bem educados e gentis. (Cá entre nós, ela acreditava ser isto uma raridade, quiçá um artigo de luxo ou algo exótico digno de ser admirado por sobre os vidros de uma exposição).

— Apesar de um tanto distraído e--

— Olha só quem fala!

As duas sorriram animadamente. Uma ânsia inexplicável preencheu o coração de Bea-ni e sem que ela pudesse explicar, desejou reencontrar aquele rapaz. Então, expôs, um tanto tímida:

— Sabe, eu gostaria de revê-lo.

— Eu ouvi bem?! – Hua-le abriu os olhos mais do que o normal.

— Mas não há possibilidades. Nós não sabemos sequer seu nome.

— Você ainda não me falou porque guarda este vestido todo manchado...

— Aigoo... – Bea-ni virou as costas guardando alguns produtos em sua penteadeira.

Hua-le estreitou os olhos erguendo as sobrancelhas com uma expressão entre curiosa e impaciente:

— Bea-ni ah, você nunca foi boa em me esconder nada. – Hua-le falou displicentemente ajudando a amiga com as roupas – Aposto que não foi pelo simples fato de ele ser educado. – Deu de ombros - “Oh, acho que irei guardar este vestido para lembrar o quão educado foi aquele rapaz...” – Hua-le imitou a voz da amiga fazendo gestos um tanto exagerados com uma peça de roupa na mão enquanto piscava os olhos repetidamente com um suspiro.

Bea-ni não evitou em sorrir daquela caricatural imitação sua que Hua-le representava. Então, respondeu:

— Apenas guardei como uma lembrança. – Apertou os lábios esforçando-se em não parecer uma boba por gamar em alguém que só vira uma vez.

— Aigoo, isto é fofo! – Hua-le empurrou levemente a amiga.

— Shiu! Não é para tanto! – Bea-ni corou sem graça.

— Bom, precisamos nos arrumar para não nos atrasarmos para a reunião! – Hua-le olhou para seu relógio de pulso.

— Ye! Tem razão. Acho que vou pedir alguma comida. Não dá tempo de preparar a nossa janta.

— Hum, a mais nova gerente de vendas está de volta. – Hua-le arrastou a última letra da última palavra fazendo a amiga sorrir animada – Vamos logo. Estou ansiosa por esta reunião! Quero conhecer a equipe da Big Hit e ver como ficaram as fotos.

— Nossa! – Bea-ni abriu um largo sorriso esfregando as mãos ansiosamente - Também estou curiosa com essas fotos, mas ainda não escrevi um script de apresentação.

— Verdade. Pela pauta que organizei, podemos repassar o que for principal no caminho. Afinal, o CEO Bang PD não nos exigiu muita coisa. – Hua-le piscou para a amiga batendo pequenas palmas sentindo-se animada em conhecer os novos parceiros.

— Temos que pensar em nossas roupas para esta noite! – Bea-ni largou as malas ao canto abrindo o seu guarda-roupa e vendo o que seria mais apropriado para a ocasião.

— Acho que terei que pegar um vestido seu emprestado. – Hua-le congelou um sorriso.

— Este conjunto fica ótimo em você, Hua-le ah. – Bea-ni puxou um cabide com um short preto em cintura alta, com dourados botões nas laterais e outro com uma camisa branca social – Você pode incrementar com este cinto dourado e este colar... Só é pentear este cabelo que, sinceramente, parece que acabou de sair de uma briga.

— Foi o susto em ver aquela assombração. – Hua-le respondeu referindo-se ao Junghuon e Bea-ni sorriu concordando olhando, em seguida, para o próprio espelho.

— Aigoo! Porque não me avisou que meu cabelo estava amassado aqui deste lado, Hua-le ahhhh?! – Bea-ni passava as mãos no cabelo – Acho que foi no avião quando dormi.

Hua-le sorria da amiga, enquanto analisava o conjunto dos cabides sobre seu corpo de frente para o mesmo espelho largo do quarto. Bea-ni resmungava:

— Não acredito que fomos naquele restaurante e eu estava com esta cara de coala recém-acordado!

Hua-le soltou uma gargalhada com a comparação, imaginando um meigo coala recém-acordado desgrenhado por entre as folhas de uma árvore qualquer.

— Não seja exagerada, Bea-ni ah!

As amigas seguiam ansiosas e animadas entre arrumações e provas de roupas para, em menos de duas horas, rumarem à esperada reunião da noite oficializando a abertura da tão aguardada parceria entre a Kang’s Company e a Big Hit Entertainment.

Enquanto isto, os sete rapazes do Bangtan Sonyeondan aguardavam tranquilamente em casa o horário para conhecerem as duas gerentes e sua equipe e verem finalmente, ao vivo e a cores, a responsável por esta nova parceria.


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Notas finais do capítulo

Continua...

Olá fantasminhas! Sejam bem-vind@s!! Estão gostando?
Que tal um comentariozinho para deixar esta autora um pouco mais animada com a fic, hum? Estou fazendo para vocês com muito carinho.

Até mais o/



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