[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes escrita por Carol Stark


Capítulo 28
Uma reunião nada convencional


Notas iniciais do capítulo

Capítulo surpresa para mimar meus leitores



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— Taehyung, Hua Le precisa de mim lá na sala... – Bea Ni falou entre risos tentando desvencilhar-se dos braços do Kim.

— Foi a Hua Le quem me ajudou com esta ideia. – Ele respondeu deixando pequenos beijos pelo rosto da namorada fazendo-a rir novamente.

— Ah, tudo bem... O QUÊ?! – Bea Ni exclamou e foi a vez do Taehyung em sorrir.

— Calma, jagiya. Eu pedi essa ajudinha para conseguir te tirar daquela sala. – O jovem de fios cinzentos parou olhando-a nos olhos avaliando se ela estaria talvez irritada com aquela ideia. Afinal, sabia da possibilidade de ter sua namorada chateda por ter sido enganada e tirada no meio do trabalho que não era pouco – Está muito chateada?

Bea Ni pareceu pensar por um breve segundo e logo inclinou-se na ponta dos pés depositando um beijo estalado no Kim.

— Nada que isto não possa ajudar. – A garota respondeu com um sorriso ladino e Taehyung puxou-a sem domora para um beijo prolongado.

O Kim levou uma de suas mãos à nuca da garota que acabou não resistindo aos encantos que aquele rapaz emanava. Tudo nele eram extremos: intenso, porém delicado. Sincero, porém cauteloso. O encontro dos dois parecia algo surreal. Como apenas um dia havia sido suficiente para nutrir uma paixão mesmo depois de um longo ano? Talvez eles realmente devessem se encontrar e só o futuro teria esta resposta.

Taehyung explorava a boca de Bea Ni com calma em um beijo cheio de entrega, envolvendo-a por entre seus sentimentos, quando a garota contornou sutilmente o pescoço do Kim com seus braços conduzindo, de repente, aquele momento e o beijo passou da calmaria do mais velho para a paixão que só crescia nela, deixando-o entre feliz e surpreso. Afinal, Taehyung a respeitava e acompanharia os passos e avanços que Bea Ni quisesse arriscar, no tempo que precisasse. Sabia o quão difícil era para ela poder confiar em alguém novamente depois de tudo o que havia passado e conversado e o Kim não pretendia magoá-la como já o fizera uma vez.

— Uôu... – Ele falou alguns segundos depois, ambos precisando de ar – Acho que – Taehyung começou ofegante – aqui está quente... – Ele concluiu olhando em volta rapidamente, mordendo o lábio inferior deixando-o ainda mais rosado. – Melhor eu abrir esta janela. – Ele dirigiu-se afobado para janela recebendo o vento no rosto ao escancará-la.

— Taehyung, – Bea Ni chamou-o tentando não rir da situação – o ar condicionado está ligado.

— Ah, verdade. Então é melhor eu fechar esta janela. – Ele voltou cerrando-a, passando as mãos nos fios acinzentados. Logo depois, aproximou-se de Bea Ni um tanto desnorteado.

Bea Ni fitou-o juntando coragem:

— Também estava morrendo de saudades, Tae-ah. – Ela continuou encarando-o e ele piscou algumas vezes. 

— Preciso ouvir isto novamente. – Ele falou com seu timbre aveludado.

A garota meneou a cabeça negativamente. Ainda era difícil demonstrar tudo o que sentia com a mesma naturalidade em que Taehyung o fazia.

— Ou isto ou me chamar de oppa.

— Você não pode ficar me chantageando deste jeito, sabia?! – Bea Ni contestou.

— Claro que não. – Ele respondeu chamando a atenção da garota que inclinou a cabeça de lado encontrando no Kim um olhar agora sério – Assim como você não pode me fazer ficar ainda mais apaixonado por você.

 Bea Ni nunca tinha respostas para as insistências e naturalidade vindas do Taehyung e custou a admitir que estes eram só alguns dos motivos que a fez apaixonar-se por ele. Taehyung parecia seguro sempre que demonstrava seus sentimentos e tampouco se afetava em fazê-lo. Bea Ni, ao contrário, ainda precisava se acostumar com estas novas sensações. Coisa que não sentira nem mesmo quando pensou que vivia seus melhores dias em um relacionamento que só havia lhe deixado rastros de medo e marcas profundas.

Ao vê-la sem palavras, Taehyung mostrou seu sorriso retangular que Bea Ni tanto admirava.

— Ei, não precisa ficar assim. – Ele olhou-a com ternura e sua voz macia acarinhou o coração da jovem - Acho que você ainda precisa se acostumar um pouco mais com minhas insistências. – Ele falou passando o polegar no rosto de Bea Ni.

— Temo nunca me acostumar. – Ela confessou de imediato sentindo seu coração palpitar.

Taehyung abriu um largo sorriso e abraçou-a.

— Estarei por perto para que você se acostume. – Ele brincou e apoiou a própria cabeça nos fios castanhos da jovem.

Bea Ni respirou fundo apertando-o no abraço.

— Mas eu não sei se quero me acostumar.

Taehyung afastou-se buscando o olhar de Bea Ni que permaceu quieta, esperando alguma reação do outro e emotiva por ver-se melhorar em relação aos seus próprios sentimentos. Ela sentia-se acolhida com aquele Bangtan e ele a fazia colocar para fora de seu peito o melhor dela, apagando aos poucos, seus traumas. Taehyung, pela primeira vez ficou sem palavras. Então, Bea Ni reuniu um pouco mais de coragem e continuou:

— Eu não quero me acostumar com suas insistências. Tampouco com suas impulsividades, Taehyung. Não quero me acostumar com nós dois. – Bea Ni falava e Taehyung apenas a ouvia estático confessar, ao seu modo, o que sentia. A garota era firme em suas palavras e Taehyung, de repente sentiu-se inseguro. Como em um piscar, par ele, tudo que Bea Ni dizia parou de fazer sentido.

— Espera... – Ele começou como se tivesse despertado de um estado de choque – O que você quer di-- Então, você não... – Ele deixou que sua insegurança embaralhasse sua mente e toda a certeza que tinha pareceu escapar por entre seus dedos.

Mesmo com todos os seus medos, Bea Ni sempre era tão autiva e centrada. Será que ela não queria mais estar com ele? Estaria ela com medo de se apegar novamente a alguém? Mas ele já se sentia inevitavelmente atrelado à Bea Ni. Taehyung preferiu não continuar com a frase, aguardando uma resposta.

— Ani, seu bobo. Gosto do jeito como meu coração fica agitado quando você me deixa sem palavras e de como me sinto ansiosa para te ver novamente quando não estamos juntos. Não quero me acostumar com nós dois, porque não quero deixar de sentir tudo que sinto quando estou com você e não me faça repetir o que acabei de falar. Não tenho culpa se você entendeu tudo errado e-- - A garota começou a tagarelar, mas Taehyung segurou o rosto de Bea Ni com ambas as mãos e uniu seus lábios aos dela interrompendo o que ela teria a dizer.

Desta vez, tal aproximação fora tão urgente que contrastou com a serenidade do seu beijo anterior. Toda a intensidade de Taehyung concentrou-se naquele ato apaixonado e veemente.  

— Temos que voltar, Taehyung. – Bea Ni separou-se a contra gosto sentindo suas pernas amolecerem. Ela estava vermelha e tinha certeza que seu coração não voltaria ao normal nem tão cedo.

— Me-me desculpe! – Taehyung gaguejou – Não pense que sou algum louco ou depravado, eu... – Ele pausou ainda afobado. Sua voz havia ficado mais rouca – Eu me senti inseguro, pensei que iria desistir de nós dois. Me senti aliviado quando vi que estava enganado.

— Bobo. – Bea Ni sorriu vendo que ele parecia assustado – Que sala é esta? Não parece sala de reuiões coisa nenhuma. – Ela observou estreitando os olhos para o mais velho.

— Vem comigo. – Ele segurou a mão de Bea Ni e ambos contornaram uma velha escrivaninha chegando ao outro lado da pequena sala onde havia mais uma porta – Abra.

Bea Ni franziu os cenhos e abriu a porta indicada. A garota arregalou os olhos ao ver a imensidão daquele segudo ambiente.

— Esta é a sala onde nossos staffs guardam todos os nossos figurinos. Temos mais outra sala como esta com mais araras de roupas e closets. Achei que gostaria de conhecer nossas peças e se distrair um pouco.

— Claro! – Bea Ni exclamou caminhando na frente perdendo-se por entre as roupas. Pegava uma ou outra peça analisando modelos tecidos, cortes e cores. Tudo era bastante sofisticado e os estilos variavam a cada corredor – Porque não me trouxe aqui antes?! Me ajudaria a enteder o perfil de cada um de vocês para aperfeiçoar o projeto do lançamento. – Ela falava radiante tentando alcançar cada canto daquela sala com o olhar.

Taehyung sorriu vendo que havia sido uma ótima escolha levá-la para lá e seguiu-a sentindo-se abobado, mas murmurou um tanto descontraído apenas para si:

— Hum, porque você me evitava, talvez?

— Falando sozinho? Olha só isto! – Bea Ni exclamou virando-se para Taehyung com um lindo chapéu do modelo Fedora bege de abas largas – Como estou? – Ela inquiriu animada.

Taehyung abriu um largo sorriso igualmente animado e satisfeito por tê-la finalmente ao seu lado e vê-la também feliz. Bea Ni o inspirava e dava à ele a força que procurava para emergir do seu caos. E desde então, só tivera êxitos.

Aproximou-se dela ajustando o chapéu de forma que ficasse em uma posição diagonal.

— Está deslumbrante. – Falou ao ouvido da garota.

Bea Ni virou-se de costas distraída com as peças, sem antes lançar-lhe uma piscadela e correu para outro conjunto de roupas escolhendo novas combinações.

— Quem costuma usar este chapéu? – Ela inquiriu curiosa, falando mais alto para que Taehyung a ouvisse de onde estava.

— Hum, o Yoongi hyung usou algumas vezes em sessões de fotos há alguns anos.

A garota puxou um sobretudo preto vestindo-o por cima do vestido que usava.

— O que acha? – Ela apareceu já atrás de Taehyung, tendo arrodeado por entre as cumpridas araras amarrotadas de roupas, fazendo-o virar-se.

Ele sorriu novamente olhando-a com aquela peça de roupa.

— Acho que este cai bem em você. – Ele aproximou-se ajustando a gola do sobretudo e afastando os cabelos castanhos de Bea Ni para trás – Apesar de um pouco grande, não acha? – Riu ao observar que a pesada roupa chegava aos calcanhares da garota.

— E de quem é este? – Ela observou-se naquela roupa abrindo um dos lados da mesma.

— De quem acha que é? – Ele a contornou vagarosamente e ela o acompanhou girando nos calcanhares parecendo curiosa sobre qual deles preferia os elegantes sobretudos ao invés de apenas camisas ou meletons.

— Do Jin?

— Ani. – Ele respondeu olhando agora algumas outras peças de roupas.

— Do Hoseok!

— Ani. – Taehyung escolheu um casaco azul escuro de veludo.

— É do Namjoon. Ele é alto o suficiente para esta roupa cair perfeitamente bem nele. – Ela concluiu solene retirando o sobretudo.

Taehyung arqueou uma sobrancelha olhando da peça, nas mãos da garota, para si mesmo, autoavaliando-se.

— Não acho que cairia perfeitamente bem no Namjoon hyung. – O Kim contestou formando um bico nos lábios – Mas ao vê-la neste sobretudo, tenho certeza que você ficaria linda com minhas camisas... – Ele falou um tanto tímido percebendo que poderia ter ficado com seus pensamentos apenas para si - Vire-se. Quero ver como este casaco fica em você. – Ele pediu, mas Bea Ni congelou por alguns milésimos de segudos.

— Não sei se quero saber o que você quis dizer exatamente com isto, - suas bochechas ganharam um tom vermelho vivo – mas então quer dizer que este sobretudo é seu?

Taehyung afirmou com a cabeça emendando:

— Vamos, quero vê-la neste casaco.

— Hum, não sabia que meu namorado era de tamanha elegância. - Bea Ni virou-se entregando-lhe o sobretudo enquanto Taehyung sorria de forma discreta, satisfeito com o comentário e logo vestiu a outra peça na garota.

— Como é confortável! – Ela exclamou sentindo o tecido suave sobre sua pele.

— Esta cor combina bem mais com você.

— Azul?... – Ela inquiriu sem compreender.

— Ye. Me faz lembrar do dia que nos vimos pela primeira vez. Você estava com vestido azul turquesa.

— Oh! Você ainda lembra?

— Claro! Não iria me esquecer da garota que quase me bateu por eu ter confundido os armários do Spa. – Ele falou displicente e recebeu um tapa de surpresa, fazendo-o encolher-se sorridente.

— Lembra também que derramou soju no meu vestido?! – Ela inquiriu pondo uma das mãos na cintura.

Taehyung esfregou a nuca, desconcertado.

— Ah, você ainda lembra? – O rapaz devolveu a pergunta mostrando seu sorriso retangular, porém agora sem tanto humor assim.

— Claro! Não teria como esquecer. A cada vez que olho para o meu vestido manchado lembro-me desta atrocidade.

— Ih, dramática.

— O que disse?!

— Você ainda tem o vestido, Bea Ni-ah?

— Não mude de assunto.

— Não estou. Estamos falando do vestido. – Taehyung apertou os lábios de forma travessa.

Bea Ni pareceu engolir o argumento.

— Tenho. – Respondeu relutante.

— Mas acabou de me dizer que o estraguei com soju. Porque não se desfez dele? É, por algum acaso, talvez, para lembrar-se do dia em que nos conhecemos? – Ele sorriu de lado.

— Óbvio que não. O guardei porque gosto daquele vestido. – Bea Ni falou mais baixo a última frase, sem muita convicção e voltou a andar passando o olhar por outras roupas.

— Gosta do vestido ou de quem o manchou?

— Ya!

Taehyung riu vitorioso e puxou-a pela cintura prendendo-a entre seus braços novamente.

— Não vai assumir? – A encarou nos olhos enquanto a garota sentia sua pele esquentar e logo baixou a vista para um ponto qualquer.

— Não.

Taehyung riu novamente.

— Acabou de assumir! – Ele bagunçou os cabelos de Bea Ni distraído, entre risos, mas foi surpreendido por um beijo rápido que o fez parar de súbito com o coração acelerado.

— Acho que você vai ter problemas com os e-mails que me enviou. – Bea Ni voltou a andar pela sala espaçosa despreocupadamente, mas, não tendo resposta, virou-se vendo que o Kim havia ficado para trás, observando-a – Taehyung?

Ele foi até ela e entrelaçou sua mão à de Bea Ni, afagando-a.

— Ani... Aquele e-mail não é mais usado pela empresa, mas a conta ainda não foi cancelada. Bom, acho que se for para eu me surpreender ainda mais com você terei que usá-lo mais vezes. – Ele olhou-a de soslaio.

— Tae-ah! Iremos nos meter em encrenca se você ficar nos distraindo do trabalho.

— Me sinto ainda mais bobo quando você me chama assim, sabia? Sem parecer tão séria ou briguenta... Ai! – Ele esfregou o braço onde Bea Ni o havia atingido com mais outro tapa.

— Você ouviu o que falei? – Bea Ni fazia o caminho de volta para porta que dava para a pequena antessala. 

— Ouvi sim. “Tae-ah”. – Ele repetiu.

— Taehyung!

— Aigoo, Hua Le dá um jeito.

— Aish! Não é assim que funciona. – Ela foi sentindo-se gradativamente preocupada – Omo, o casaco. – Bea Ni observou e Taehyung abanou-se com uma mão sem que ela visse a medida que retirava a peça – E este, de quem é?

Taehyung pigarreou antes de responder:

— Do Namjoon hyung. Ele gosta de cores e na maioria das vezes, monta o próprio look.

— Foi ótimo ter conhecido este lugar. – Bea Ni passou pela porta que separava a sala de figurinos da antessala, seguida de Taehyung que fechou-a atrás de si – Gomawo, Tae-ah. Pude entender um pouco sobre as preferências de alguns de vocês, além do quão genial é toda a equipe de figurino daqui. – Bea Ni falava animada – Omo! Já se passou muito tempo. Devem estar nos esperando. – Ela foi apressando-se em direção à porta de saída, rumo ao corredor, mas Taehyung inquiriu antes que ela girasse a maçaneta:

— Não está esquecendo nada, jagiya? – Taehyung perguntou pondo as mãos nos bolsos aproximando-se de Bea Ni.

— Hum, não sei. Estou? – Ela inquiriu com um sorriso travesso e logo sentiu a maciez dos lábios de Taehyung em sincronia com os seus.

Porém, alguém bateu à porta abrindo-a logo em seguida sem esperar.

O casal afastou-se a tempo, mas suas expressões passavam longe da neutralidade. Ambos esbugalharam os olhos em direção à porta e Taehyung cobriu a boca com uma mão lamentando o vazio da ausência brusca dos lábios da Bea Ni, colocando a outra mão em um dos bolsos da calça. Já a garota, por sua vez, tentava regular a respiração tanto pelo beijo quase flagrado, quanto pelo susto de alguém tê-los encontrado e não evitou em demonstrar sua insatisfação:

— O que você está fazendo aqui?!


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