[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes escrita por Carol Stark
— Era o que me faltava. – Bea Ni sussurrou para si mesma dando as costas rumando para o fundo da sala com a cabeça quente – Em plena segunda de manhã uma nova funcionária me vem com o meu arquivo. O Arquivo que nunca deveria ter saído daqui. Jjinja?!
— Nova funcionária? – Man Guk pergunta sem compreender.
— A garota do aciden-- – Hua Le relembrou reticente, mas interrompeu-se com um pigarro sem jeito.
— Ye. – A garota sorriu simpática estendendo a pasta para que Hua Le a pegasse.
— O que você está fazendo com isto? — Bea Ni retornou ficando entre Hua Le e Kyung Hee tomado a pasta das mãos da jovem.
— Ah, mianhe... – Kyung Hee abaixou a cabeça parecendo envergonhada – Você deve ser a...
— Nee. Sou a Go Bea Ni. Como isto foi parar com você?
Julee Hu coçou a cabeça antes de intervir:
— Bea Ni-ah, a garota está devolvendo… Está aqui para ajudar.
Bea Ni suspirou ainda sentindo-se incomodada. Será possível que ninguém havia notado que aquilo sequer deveria ter saído dali?!
— Bem, hoje é o me primeiro dia e... E irei ajudar onde estiverem precisando, mas como cheguei cedo resolvi limpar algumas salas e vi estes desenhos caídos perto daquela mesa... – Apontou – Então os folheei e achei realmente lindos. Guardei e esperei que chegassem para devolver-lhes em mãos apenas para parabenizá-los.
Todos pareceram envergonhados com toda a situação. O clima não estava nada agradável.
— Tudo bem. Mas nada que é daqui deve sair daqui, entendeu? – Bea Ni reforçou – Esta não foi uma boa apresentação como funcionária novata, então, me desculpe se não consegui te dar as boas-vindas. – A garota de fios castanhos virou-se, simplesmente, sendo rude. Juntou a papelada e passou pela porta – Não vai me ajudar com a caixa, Man Guk? Estamos atrasados para a reunião.
Todos a olharam de esguelha compreendendo os motivos da gerente e líder da equipe e seguiram-na para a sala de reunião, sem antes curvarem-se para a Kyung Hee em cumprimento com olhares de desculpas.
A jovem de fios mais escuros os viu seguindo para longe e então sorriu satisfeita consigo mesma.
— Pelo contrário, Bea Ni. – Falou o nome da outra com desdém. Seu olhar era sagaz e cheio de malícia – Esta foi minha melhor apresentação.
*
Era fim de tarde e Bea Ni encontrava-se na varanda da Big Hit observando, no último andar, o horizonte ao longe. A reunião havia sido longa e a garota precisa de um pouco de ar fresco longe de todo aquele caos e trabalho constante. O sol logo iria se pôr e ainda estavam organizando as papeladas da bagunça de mais cedo. Havia sido um dia cansativo, depois de toda a procura pelo documento e da preocupação em não encontrá-lo.
A reunião aconteceu com a equipe Kang e com o CEO da BigHit. O Bang PD aprovou o projeto final e logo mais as peças estariam finalizadas para o dia da inauguração da loja da Kang’s Company no principal shopping da capital com os sete rapazes da música como seus modelos e garotos propagandas. Finalmente, agora estavam mais perto do que longe para chegarem ao objetivo desta parceria.
As roupas estavam sendo criadas de acordo com o perfil de cada um dos sete com variações e combinações que agradaria a um público amplo, alcançando a jovens e adultos, com versões também femininas para cada estilo desenhado. As sessões de fotos realizadas ainda sem a presença da Bea Ni, mas sob o comando da Hua Le, já no shopping Seoul Times Square meses atrás, seria utilizada para as divulgações e pôsteres seriam feitos, além de banners e mais um bocado de panfletos impressos e digitais.
“Estamos indo bem e tudo está sob controle mas, liderar tudo isto, não está sendo nada fácil” — pensou Bea Ni sentindo a brisa daquele fim de tarde em meio a um longo suspiro.
A garota passou as mãos nos fios castanhos dando um passo a frente para apoiar-se naquela varanda de vidro temperado, mas foi surpreendida quando sentiu mãos suaves contornarem sua cintura carinhosamente.
Bea Ni não moveu-se já sabendo de quem se tratava e continuou apenas em seus pensamentos com o olhar perdido em algum ponto ao longe. Taehyung levou, então, o próprio queixo à curvatura do pescoço da garota que não contestou permanecendo em sua quietude e assim ele também ficou. Quieto e apoiado ao corpo da jovem, passou a encarar igualmente o horizonte respeitando o silêncio da Bea Ni.
— O sol já vai se pôr. – Ela falou depois de um tempo, apoiando seus braços aos de Taehyung que ainda contornavam sua cintura. Ele apenas analisou-a por alguns segundos e voltou a encarar o pôr do sol. Um momento lindo a ser assistido. Ali, apenas para os dois. Mas algo não estava certo.
— Bea Ni-ah. – Taehyung falou por fim quebrando o silêncio – Você está bem? – A voz do rapaz ressoou baixa e as palavras sopraram de encontro ao pescoço de Bea Ni que apenas meneou a cabeça positivamente em resposta.
— O que aconteceu? Eu sei que você não está nada bem. – Ele afastou-se ficando de frente para Bea Ni, de costas para a varanda.
— Como você sabe? – Ela sentiu-se curiosa pela certeza do outro.
— Você não é de ficar em silêncio por muito tempo e se já te conheço o suficiente, você estaria lá em baixo, trabalhando com os demais dando um rumo àquela bagunça.
— Ainda não concluíram? – Bea Ni perguntou sentindo-se aflita novamente.
Taehyung balançou a cabeça em um gesto negativo e falou em seguida:
— Mas não vim aqui para te falar sobre trabalho ou sobre sua equipe. – Ele deu uma pausa olhando-a sob a fraca luz vinda do céu e depois de breves segundos, afastou uma mexa dos cabelos de Bea Ni para trás da orelha mantendo sua mão no rosto da garota – O que há de errado? – Sua voz tinha um tom compreensivo.
Bea Ni sabia que ele entenderia se ela não estivesse disposta a falar sobre suas preocupações, afinal, ela andava cansada sobre muitas coisas. Mas, com o Taehyung, ela descobria que não precisava se calar e segurar toda a barra sozinha. Ele vinha mostrando-a que não precisa ter medo de falar quando se tem medo e que não precisa se calar quando se está inseguro ou mesmo extremamente feliz. Então, ela apenas o abraçou encostando sua cabeça no peitoral do mais alto contornando seu corpo num abraço demorado.
Não precisa ter medo em ser exatamente quem é, afinal, somos tão fortes como rochas e ao mesmo tempo sensíveis como a água que contorna os rochedos. Somos humanos demais.
Taehyung apenas sorriu e a abraçou de volta sentindo aquele aroma que tanto amava.
— Este seria um enorme motivo para eu gritar por aí que você é minha namorada, se, claro não fossem estas as circunstâncias. – Taehyung assumiu novamente sua vontade e Bea Ni pôde sentir que o coração do mesmo havia acelerado.
Bea Ni afastou-se apenas para inclinar-se e roubar-lhe um beijo. Ambos se encararam em seguida, enquanto Taehyung sentia-se surpreso com estas demonstrações repentinas e, desta vez, foi a garota quem quebrou o silêncio:
— Estou tão feliz em ter você ao meu lado. – Ela esboçou um leve sorriso e seus olhos parecerem se iluminar com esperança.
— Bea Ni, estou ficando preocupado... – Taehyung falou um tanto sem jeito levando as mãos aos próprios fios cinzentos – Não pelo que você está me dizendo. Bem, não estou também falando que você não me diria algo assim se estivesse completamente bem, mas é que... Você sabe, você está um pouco estranha.
Taehyung disparou tentando entender sua garota, explicando-se ao mesmo tempo para que não houvessem mal entendidos.
Ela sorriu.
— Taehyung-ah, estou apenas cansada.
O rapaz franziu os cenhos.
— Bea Ni-ah, se você não quiser conversar, eu vou entender. – Ele segurou o rosto da garota com as duas mãos – Só não guarde tanta coisa com você... Sei bem como é se sentir sufocado.
A garota respirou fundo deixando os ombros pesarem e, então, começou:
— Tenho trabalhado tanto neste projeto que não sei mais o que posso fazer para que tudo saia perfeitamente bem até o dia do lançamento. O Bang PD-nim apoiou tudo, mas ainda temos muita coisa pela frente e vocês ainda terão que fazer a prova das roupas e têm os ajustes... E... E eu não gostei da nova funcionária! – Ela exclamou demonstrando o motivo principal - Como ela pôde simplesmente pegar meus documentos com os desenhos da equipe e fingir que não fez nada?! Eu perderia meu emprego por causa disso, Taehyung, além de toda minha reputação que construí com ainda mais trabalho. Eu me assustei e me sinto extremamente estressada por causa disso. – Bea Ni falou em disparada deixando seu rosto levemente rosado.
Taehyung olhou-a complacente e um fino sorriso surgiu em seu rosto.
— Está se sentindo melhor? – Ele perguntou com sua voz suavemente aveludada.
— Ye. Estou. – Bea Ni respirou fundo.
— Se você está se sacrificando tanto para que tudo fique perfeito, então não é preciso que seja de fato perfeito. As coisas não precisam ser assim. – Taehyung puxou-a para perto contornando novamente a cintura de Bea Ni, porém agora mantendo-se de frente à ela.
— O que você quer dizer com isto? – Ela inquiriu séria levando os braços ao pescoço de Taehyung, envolvendo-o.
— Desse jeito é difícil eu resistir à você, sabia? – Taehyung desconcentrou-se - Quero dizer que o mais importante é que as coisas sejam lindas aos seus olhos e você sabe que faz o que for preciso para que tudo dê certo. – ele diminuiu a pouca distância existente ainda tendo-a entre seus braços – Isto é o que importa. Você gosta do que faz, não gosta? – Suas respirações estavam próximas. A pouca luz do sol poente havia ido embora dando lugar aos pequenos pontos de luz naquela noite sem nuvens.
Bea Ni apenas afirmou com um rápido gesto de cabeça e ele continuou:
— Então, só não se esqueça disso, ok?
— Ok.
— E o que me diz em dar uma chance para a nova funcionária? Ela não fez por mal.
— O quê?!
— Aigoo, eu disse algo de errado? – Taehyung ficou confuso.
Bea Ni tentou desvencilhar-se, mas Taehyung apertou-a impedindo que ela se soltasse e seus corpos se chocaram. Ambos ficaram rubros, mas fez a Bea Ni parar respondendo:
— Você não pode defender aquela garota. – Bea Ni emburrou-se – Você ouviu o que eu falei há pouco?! Ela sumiu com os documentos e depois apareceu como se não tivesse feito nada.
— O que ela falou quando devolveu? – Taehyung tentava fazer com que Bea Ni se sentisse bem e não parecia querer soltá-la tão cedo.
— Bem, que encontrou quando foi limpar e... Resolveu nos entregar pessoalmente para nos parabenizar. – Bea Ni sentia seu orgulho sendo alfinetado a medida que repassava as palavras da outra.
Taehyung riu bagunçando os cabelos de Bea Ni ao perceber que na situação em questão não houve nenhuma má intenção. Assim pensou ele.
— Ya! – A garota exclamou querendo soltar-se.
— Como ela poderia querer prejudicar você se vocês nem se conhecem, Bea Ni-ah! – Ele ainda sorria arrepiando os fios castanhos da garota enquanto ela tentava escapulir, agora mais pensativa.
— Mas ainda assim, ela não me deixou uma boa impressão e, além do mais, você deveria ficar do meu lado da história.
Taehyung inclinou-se para ela aproximando seus rostos.
— Go Bea Ni sente ciúmes, é isto? – Ele sussurrou.
— A-ani. – Ela sentiu o rosto esquentar e o cobriu com as mãos, envergonhada.
Taehyung deixou, então, que seu típico sorriso retangular surgisse e falou:
— Não precisa tê-la como inimiga, Bea Ni-ah. Vamos apenas observá-la, ‘tá bem?
Novamente Bea Ni meneou a cabeça positivamente, sem tirar as mãos do rosto, mas Taehyung segurou ambas as mãos da garota abaixando-as lentamente e uniu seus lábios aos dela com delicadeza. Beijou-a conduzindo o momento de forma calma porém intensa, sentindo que sua garota deixava-se levar, em uma demonstração de confiança, correspondendo àquele jovem apaixonado Bangtan.
Mas, mal sabia Bea Ni que era o coração de Taehyung que estava sendo completamente conduzido por ela.
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