[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes escrita por Carol Stark


Capítulo 22
O tormento da condenação


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem chegouuu

Sem delongas,
amad@s, boa leitura!



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— Onde será que está o Taehyung? – Bea Ni perguntou à si mesma observando o relógio de pulso. Os Bangtan estavam atrasados três horas naquela manhã.

A garota caminhou até a grande janela da sala em que trabalhava, observando a rua lá fora. Nenhum sinal. Nenhuma mensagem ou ligação. Olhou na direção da sala à frente: vazia. Nenhum deles havia chegado.

— Gente, - Hua Le adentrou na sala de sua equipe abrindo as grandes portas de vidro com urgência na voz – os rapazes sofreram um acidente.

— Como?! – Bea Ni inquiriu incrédula virando-se para a amiga.

— O que você disse, Hua Le? – Julee Hu perguntou perplexa assim como os demais funcionários da equipe Kang.

— A empresa está um caos. Todos só falam nisto. – Hua Le começou com as explicações - Os funcionários estão dizendo que durante o caminho para chegarem até aqui o carro da empresa bateu. Uma garota está ferida e já foi levada ao hospital pelo motorista. O Sr. PD-nim está com o Jin resolvendo outras questões sobre o acidente...

— E os outros seis? – Bea Ni perguntou com ânsia na voz.

— Estão a caminho para cá. – Sua amiga, Hua Le, respondeu.

Omo, espero que estejam todos bem. – Um funcionário da equipe desejou pensativo, no que todos concordaram.

— Bom, vamos voltar ao trabalho... E aguardar. – Bea Ni comentou com a voz distante.

 

***

 

No hospital mais próximo...

 

— Como está a garota? – Jin inquiriu ao Ming, chegando ao hospital juntamente com o Bang PD, assim que avistou o motorista sentado na ala de espera.

— O médico ainda não veio. – Ming respondeu cabisbaixo após cumprimentar ambos que chegavam – Sr. Bang PD-nim, por favor, me perdoe. Não sei o que aconteceu comigo. Estava tudo indo bem, até que... – Olhou de relance para o Jin sem saber se deveria repetir ao CEO o que havia dito ao Bangtan mais velho no local do acidente – Até que ela se colocou à frente do carro.

Bang PD franziu o cenho confuso.

— O que você está dizendo, Ming?

— Me desculpe. – O motorista falou mais baixo.

— Ming, você está há anos na nossa empresa e sempre foi uma pessoa de confiança. Mas, o que aconteceu foi sério. Ela poderia ter morrido.

Jin ficava inquieto com o assunto. Só queria saber como estaria a desconhecida e pedia aos céus para que estivesse bem e tudo isto não passasse de um sonho ruim.

— Eu sei, senhor... – Ming admitiu envergonhado – Mas eu estava na via correta, o sinal estava livre para os carros... Não estou me isentado da culpa, mas foi tudo muito de repente. – Ele relutava, mesmo que também estivesse confuso.

— Melhor se acalmar um pouco, Ming, sei que está assustado, mas, você está me dizendo que ela se jogou na frente do carro? – Bang PD perguntou em um tom incrédulo, porém pensativo.

— Sr. Ming? – Um médico chegou na sala de espera com uma prancheta e alguns papéis e o motorista aproximou-se seguido de Bang PD e Jin – Fizemos todos os exames necessários para detectar algum problema mais grave, mas não há nada de errado com a paciente. Você teve um bom reflexo e parou o carro antes que algo pior pudesse ter acontecido. – O alto médico de fios escuros na altura dos ombros, falou naturalmente indicando seu profissionalismo e costume com este tipo de situação.

Os três homens que ouviam suspiraram aliviados e o médico continuou, observando o laudo:

— Ela precisou enfaixar o braço devido uma forte torção no mesmo assim como no tornozelo, mas logo estará recuperada. Os enfermeiros estão cuidando das escoriações e irei passar alguns medicamentos para aliviar as dores durante a recuperação.

Gomapseumnida, doutor. Muito obrigado. – Ming agradeceu formalmente.

O médico fez uma leve reverência e continuou:

— Em algumas horas darei alta e logo ela poderá ir para casa.  

Os três curvaram-se para o médico que entrou novamente a passadas largas. Em seguida, Bang PD dirigiu-se à recepção para acertar o pagamento ao atendimento realizado.

— Por favor, Sr. PD-nim, eu faço isto. – Ming pediu e Jin pôs uma mão no ombro do mais velho.

— Não se preocupe, Ming. Eu resolverei isto. Só quero que fique tranquilo e pense um pouco sobre o que me falou.

O motorista meneou a cabeça positivamente sem argumento de defesa, mesmo sentindo-se incomodado com tudo.

 

***

 

Na empresa...

 

— Vocês deveriam ter voltado para casa! – A voz de um staff pôde ser ouvida em meio aos demais que foram receber o grupo assim que chegaram na BigHit.

— Estamos bem. Podemos ficar. – Jimin respondeu agradecido.

— Não é o que parece, meninos. – Uma manager ralhou ao observar a palidez de Taehyung.

— Iremos cuidar dele. – Yoongi informou sabendo muito bem o motivo pelo amigo estar ainda fraco e assustado.

— Por favor, enviem nosso personal trainer para nossa sala com um kit de primeiros socorros. – Namjoon pediu – Será o suficiente. – Concluiu tranquilizando a todos.

— Qualquer coisa, sabem que estaremos aqui e, se precisarem, levaremos o Taehyung para o médico e vocês para casa. – Um dos motoristas se dispôs.

— Não sejam teimosos, por favor. – Uma das staffs mais velhas ralhou preocupada, no que agradeceram seguindo para a sala em que trabalhavam e realizavam suas reuniões particulares.

 - Vamos, Tae, sente-se aqui. – Hoseok ajudou o amigo a sentar-se no sofá ao canto da sala e largou-se ao seu lado – Está se sentindo melhor?

Taehyung apenas meneou a cabeça positivamente.

— Ele ainda está muito pálido. – Jungkook observou.

— Taehyung. – Jimin o chamou fazendo-o olhá-lo – Está tudo sob controle. O Jin e o PD-nim irão cuidar de tudo. Estamos todos bem. Aposto que nada de grave aconteceu. – O loiro tentava tranquilizar o amigo de fios acinzentados.

— Foram as lembranças, não foi? – Yoongi inquiriu em um tom cauteloso, aproximando-se.

— Hyung... – Namjoon tentou evitar o assunto.

— Ye. – Taehyung respondeu.

— Tae-ah – Yoongi abaixou-se de frente para o amigo apertando suas mãos – Seu passado não define quem você é. Você é a pessoa mais especial e corajosa que já conheci. Nós não te julgamos e ninguém o fará até o dia em que estivermos juntos, ouviu? – Yoongi procurou o contato com os olhos do amigo que encarava as próprias mãos – Ela não te julgaria.

Os outros quatro observavam aquela cena em silêncio sentindo a tristeza tomar-lhes o peito ao saber o peso que o amigo carregava e toda a aflição que voltava como gatilhos que disparam sem aviso prévio.

— Será mesmo, hyung? – Taehyung levantou a vista para o amigo buscando alguma confirmação e seus olhos marejavam por aquela última frase do Yoongi – Será mesmo que ela não me julgaria? Será mesmo que ela me perdoaria?

Yoongi segurou suas lágrimas puxando o ar dos pulmões enquanto os demais enxugavam as que haviam teimado em descer, silenciosamente.

— Sim, Taehyung. A HyumTae te apoiaria. Ela está em paz agora e não gostaria de te ver assim, triste, chorando por ela, não é mesmo?

Silêncio.

— Porque não conversa com ela? O que me diz de irmos até lá? – Yoongi sugeriu – Passaram-se anos e você ainda não foi visitá-la.

— Não sei se consigo, hyung. A culpa que sinto... Este estigma que carrego... – Taehyung tinha a voz grave, pesada como seus sentimentos naquele momento – O silêncio dela é como um grito de condenação em minha mente e esta é minha maior tortura.

Taehyung desabafou o que mais o perturbava ao longo destes anos e seu coração continha rachaduras que pareciam incuráveis. Suas lágrimas já pareciam ter secado. Ele não parecia ter forças para suportar este fardo.

— Você não está sozinho. – Foi a única coisa que Yoongi conseguiu proferir naquele momento e inclinou-se, em seguida, abraçando o amigo que aceitou e agradeceu, sem palavras, retribuindo o gesto demoradamente. Um nó formava-se em sua garganta, mas não era capaz de livrar-se daquilo. Seu grito e lágrimas pareciam sufocá-lo.

Os quatro que observavam silenciosamente aproximaram-se dando o apoio que Taehyung precisava.

Do outro lado do corredor, Bea Ni, Hua Le e a equipe da Kang’s Company observavam apreensivos a chegada dos rapazes, mas preferiram dar o tempo que precisavam e voltaram ao trabalho sem nada dizerem ou comentarem um com o outro. A melancolia da sala à frente parecia palpável aos funcionários da Kang’s que assistiam àqueles gestos dos Bangtan e conversa silenciosa aos ouvidos alheios.

Bea Ni suspirou oprimindo a vontade que tinha em correr até lá ouvir do próprio Taehyung e rapazes que estariam bem. Poucos segundos depois, Namgum, o treinador, entrou apressado na sala em que estava os Bangtan indo direto para o Taehyung despertando aos rapazes para o que havia acabado de acontecer.

— O que você sente, Taehyung? – Ele aproximou-se tocando o rapaz com as mãos, abrindo em seguida uma pequena maleta. Yoongi e os demais deram espaço.

— Me sinto indisposto, Namgom, mas estou bem agora. – Taehyung respondeu apático.

— Mas ele sentiu-se enjoado pouco tempo depois do que havia acontecido. – Jimin informou.

— E ainda está bastante pálido. – Jungkook complementou.

Namgum contornou o estofado massageando o pescoço, ombros e costas de Taehyung.

— Você ainda está muito tenso, Tae. Precisa relaxar. Deixe-me aferir sua pressão. – O treinador, que sempre acompanhava o estado de saúde dos rapazes durante os shows e ensaios pegou seus equipamentos verificando o que pretendia – Ainda está baixa. Vou preparar uma boa refeição para todos vocês e mais reforçada para o Taehyung. Depois que comerem, quero todos de repouso. Com minha equipe, irei avaliar cada um e se tiverem alguma região lesionada, irei imobilizar, se assim for preciso.

— Mas temos que-- - Jungkook começou, na tentativa de informar sobre os ensaios que teriam que repassar.

— Nada de “mas”, Kook. Vocês precisam estar saudáveis e eu quem acompanho vocês, eu sei o que podem e não podem fazer. E o que não podem é se esforçarem a ponto de sentirem-se mal ou agravarem alguma situação. Vocês acabaram de se safar de um grave acidente! – Namgum ralhou. O que tinha de músculos bem trabalhados, tinha de pulso firme e imponência. Estava em torno dos seus trinta e poucos anos e cuidava da alimentação e exercícios físicos dos sete jovens, para prepará-los à rotina puxada de Idols.

— Ye, tem razão. – O mais novo concordou baixando o olhar para um ponto qualquer.

— Provavelmente o Taehyung ficou em choque ou em pânico com a situação e por isto teve reações mais fortes. Por pouco não desmaiou, Tae. – Namgum falou preocupado dando leves batidas no ombro do rapaz – O que vocês precisam agora é de se alimentarem bem e descansar. Se sentirem alguma coisa, me avisem. Estarei enviando a refeição de vocês para o dormitório e nada de treinos ou ensaios por hoje. Estamos entendidos?

Os rapazes menearam a cabeça positivamente e Namjoon agradeceu seguindo o mais velho até porta.

— Com o rigor do Namgum, já estaremos preparados o suficiente para o serviço militar. – Jimin comentou fazendo-os rir.

Com o celular vibrando algumas vezes no bolso, Taehyung retirou-o, destravando a tela:

 

Bea Ni: Como estão?

Bea Ni: E você, está bem, Tae-ah?

Bea Ni: Os vi chegando.

Taehyung: Estamos todos bem, mas acabamos de receber umas broncas do nosso treinador.

Bea Ni: O que aconteceu? Vocês não parecem tão bem. Fiquei preocupada com você.

Taehyung: Por que não vem aqui? Podemos conversar.

Bea Ni: Não acha que precisam de um tempo sozinhos? Vocês precisam de descanso.

Taehyung: E eu preciso de você, Bea Ni. Se não vier, te trago para cá.

 

Falando com a Bea Ni, Tae? – Yoongi sentou-se ao lado do amigo, ficando Hoseok, Taehyung e Yoongi no mesmo sofá.

Ye. Ela está perguntando com estamos e não quer vir até aqui. – Falou com os lábios curvados para baixo.

Talvez ela ainda se sinta constrangida em conversar com você estando todos por perto. – Namjoon sugeriu observando o movimento da sala à frente, onde estava Bea Ni e os funcionários da equipe da Kang’s Company.

Ela quer nos dar espaço. Falou que precisamos de descanso. – Taehyung explicou soltando o ar pela boca deixando seus ombros caírem.

Gosto da Bea Ni. – Jungkook afirmou com um sorriso complacente no rosto – Ela parece ser legal, V hyung.

Taehyung deixou escapar um sorriso bobo e voltou os olhos para o celular.

 

Bea Ni: Não seja bobo. Podemos nos falar depois e se você insistir desta vez, não vai ser o treinador de vocês a dar uma bronca. Descansem.

 

Hoseok, ao lado, leu a frase da garota no celular do amigo com o canto dos olhos e acabou rindo da expressão de perdedor que esboçou o Taehyung.

— Ela tem razão. – Hoseok concordou indiscretamente levantando-se – Vamos para o andar dos dormitórios. O Namgom nos avisou que levaria nossa refeição para lá.

Assim seguiram vagarosamente rumo ao elevador com alguns pensamentos ainda pairando por entre eles.

 

Quando o Taehyung superaria a morte da HyumTae?

E como estaria a garota do acidente?

Quem seria ela?


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Notas finais do capítulo

Palpites?
Essa 'tá fácil. :3
Provavelmente, no próximo capítulo saberão.
Aguardo vocês!

Saranghae ♥



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