[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes escrita por Carol Stark


Capítulo 11
Vulto


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei. o/
Sem delongas,
ao capítulo!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756451/chapter/11

 

Após algumas conversas, os sete rapazes cuidaram em prepararem-se, sem demora, para o jantar informal de boas-vindas, organizado pelo CEO da Big Hit para as gerentes da nova empresa parceira. Estava resolvido que Taehyung ficaria em casa, recuperando-se enquanto os demais compareceriam ao jantar para que, assim, o mesmo não fosse adiado de última hora. Porém, alguém pareceu ter mudado de ideia.

 

— Mas o que você pensa que está fazendo, Tae ah?! – Jimin repreendeu o amigo chamando a atenção do líder do grupo que passava.

— Do que você está falando, Jimin ah? – Namjoon aproximou-se da porta do quarto de Taehyung, onde encontrava-se o loiro.

— Olha só para isto. – Jimin falou cruzando os braços encostando-se na porta.

Entortando levemente a boca, Namjoon repetiu as palavras do loiro, porém com paciência na voz:

— Tae ah, mas... O que você pensa que está fazendo? – Namjoon conseguia atrair a atenção para ele quando desejava, capturando a confiança das pessoas ao redor. Quiçá isto faça parte da sua aura de líder.

Taehyung respondeu à ele simplesmente:

— Me vestindo para ir ao jantar. – Falou ajustando a gola da sua camisa em frente ao espelho.

Namjoon, que mantinha até então, sua expressão mais serena, esbugalhou os olhos:

— O quê?! Anniii. Aish – Namjoon bufou imaginando que nada barraria a determinação de Kim Taehyung.

— Bom, tente convencê-lo, hyung. – Jimin meneou a cabeça negativamente encarando Taehyung e virou-se retornando ao próprio quarto.

— Tae, - Namjoon começou entrando no aposento e puxando o amigo para que sentasse na cama – escuta bem, você ainda está se recuperando. Você estava hospitalizado não fazem 3h ainda. Você tem certeza que quer sair? Você pode sair, Taehyung?

— Hyung, eu preciso.

— Não é por causa da Srta. Bea-ni, é?

— Bem... - Taehyung engoliu em seco coçando a cabeça – Também. A verdade é que se eu ficar aqui dentro me sentirei solitário e estando com vocês fico melhor. Se eu tentar dormir e tiver novamente aquele sonho... Desta vez não terá ninguém para me socorrer... – A voz do rapaz de fios acinzentados foi gradativamente diminuindo e a aflição parecia novamente aproximar-se de seu peito.

— Aigoo! – Namjoon sacudiu a cabeça afastando os pensamentos e recente lembrança do amigo desacordado.

— Ele tem razão. – A voz de Yoongi soou firme. O pálido Bangtan de fios escuros apoiou-se na porta observando a conversa dos outros dois amigos.

— Yoongi hyung, você sempre encobre as vontades desses dongsaengs!

Yoongi abaixou a cabeça coçando a nuca sem defesa.

— Não quero ter sustos enquanto desfruto de um jantar. – Yoongi falou, apenas, dando as costas e retomando seu caminho corredor afora – Vamos, estou pronto. Não queremos nos atrasar, hm?

Namjoon e Taehyung encararam-se neutros, após aquela aparição do moreno.

— Esta, definitivamente é a forma dele em dizer que nos ama. – Namjoon concluiu dando de ombros.

— Ye. Este é o nosso Suga. Tão doce como um açúcar tostado. – Taehyung falou entre risos.

— Está bem, você tem razão. – Namjoon concordou ainda relutante – Mas me prometa, Kim Taehyung, que se você sentir qualquer coisa que seja diferente, irá nos dizer. Voltaremos para casa no mesmo instante.

— Ye, prometo, hyung. – Um sorriso agradecido desenhou-se no jovem Tae.

— Todos prontos? – Hoseok gritou enquanto caminhava apressado pela casa.

Algumas afirmativas foram ouvidas de outros cômodos da casa.

— Oh! Mas o Tae-- – Começou Jin vendo que Taehyung também os acompanhava, mas foi interrompido.

— Ye, ele virá conosco, hyung. – Yoongi passou por Jin abrindo a porta da casa.

— Mas Yoongi hyung, ele precisa descansar. – Jungkook cruzou a porta enquanto procurava pelo celular nos bolsos da calça.

— Ele precisa estar conosco. – Yoongi respondeu simples, com seu tom baixo, porém grave.

Assim, todos concordaram compreendendo que o melhor seria manter o Taehyung por perto evitando que sofresse enquanto estivesse só com seus temores e aflições do passado.  Em silêncio, rumaram para o carro que já os aguardava a pedido do diretor-chefe e CEO Bang PD.  

Enquanto percorriam as movimentadas e iluminadas estradas de Seoul, os Bangtan conversavam animadamente olhando de esguelha, vez ou outra, com olhares mais cuidadosos, para Taehyung que parecia igualmente bem e satisfeito.

 - Hyungs – Jimin interrompeu alguma conversa qualquer entre eles – Após nosso jantar, irei para a empresa com nosso motorista para buscar a Nana e levá-la para casa, ok? Ela terá que sair de lá mais tarde hoje. – Ele falava enquanto parecia ler esta última informação no celular – Ming, posso usar este carro novamente? – Jimin dirigiu-se ao motorista aumentando o tom de voz.

— Nee, Sr. Park. Mas tome cuidado na estrada. – O atencioso motorista, já conhecido de todos há anos, respondeu.

— A Heuna noona também trabalhará até mais tarde hoje. – Jungkook iniciou – Estou pensando em passar na lanchonete também após o jantar. Por mais que ela diga que irá contratar novas funcionárias, não o faz... – O maknae pareceu preocupar-se.

— Minha prima está evitando novos gastos por enquanto, Jungkook ah. O restaurante da tia Kim, no Brasil, está passando por alguns melhoramentos e reformas. – Jin explicou tranquilo ao mais novo.

— Ye, eu sei...

— E então?... – Jin não compreendia o tom cabisbaixo do amigo mais novo.

— Ela não pode adoecer novamente, hyung. Da última vez, fiquei bastante preocupado. Ela incrivelmente esquece de se alimentar.

O riso de Jimin foi ouvido sonoramente:

— Kookie ahh, - O sorriso amplo do loiro afinava seus olhos em linhas igualmente sorridentes – porque não assume que sente falta da Heuna?

— Aish, está cedo para tirar sarro da minha cara, não acha, Jimin hyung?! – Jungkook bagunçou os fios loiros do amigo – Eu realmente me preocupo com a noona e ela sabe que sinto saudades de quando ficávamos mais tempos juntos. – O maknae concluiu mais baixo sentindo-se corar.

Os demais sorriram observando o maknae ainda como o garoto adolescente de anos atrás.

— Será que estou vendo Jungkook de 15 anos na minha frente? – Hoseok inclinou-se para o mais novo dando-lhe uma leve batida.

— Aish. – Jungkook proferiu apenas.

— Tão possessivo... – Taehyung fez cócegas no makane que sorriu afastando-o, sem sucesso.

— “O que é seu é meu e o que é meu é meu”. Vocês lembram quando ele dizia isto? – Namjoon recordou dos primeiros anos de Jungkook com o grupo.

— Aishhh!  Nem me lembrem isso! – O maknae resmungava (desejando cavar um buraco e cair dentro de tanta vergonha). Este era um Jungkook que os hyungs conheciam muito bem.

— Kookie ah, - Jimin iniciou – não se preocupe, está bem? Já se passou pouco mais de um ano desde que você e a Heuna começaram o relacionamento. É normal que as coisas fiquem um pouco mais sérias e corridas entre o casal. O que importa é que continuem se respeitando e amando.

— Temos um conselheiro amoroso no grupo! – Hoseok exclamou fazendo todos rirem.

— Aproveita o nosso mais novo guru, Taehyung! – Yoongi falou animadamente referindo-se à Bea-ni.

— Aigoo! – Taehyung riu abertamente, porém um tanto sem jeito por ser pego de surpresa – Acho que o alvo aqui era o Jungkook!

— Ah! Foi da última vez que estávamos na estrada com o Ming que fizemos uma aposta. – Namjoon relembrou da aposta do dia anterior, da reunião.

— Aposta? Que aposta? – Jin fingiu-se de desentendido.

— OMO, não fuja, hyung! Você apostou seu relógio Rolex. – Hoseok falou animado.

— Ok, meninos, chegamos! – Ming, o motorista, anunciou estacionando o automóvel.

Jin e Jungkook se entreolharam sorrindo por terem sido poupados de mais cobranças sobre a aposta.

— Para falar a verdade, Kookie, estou com pena de dar meu Rolex. – Jin sussurrou já descendo da van.

— E eu já estou certo de que comerei toda a carne que comprar para eles. – O maknae sorriu abertamente, porém sem emitir som algum, mantendo a confissão apenas entre ambos.

Os demais Bangtan desceram do veículo atravessando um amplo jardim frontal, abrindo a grande porta de vidro com contornos dourados daquele restaurante escolhido pelo próprio Bang PD. Com menus ainda mais refinados e a privacidade garantida, o CEO mirava o cardápio distraidamente sentado em uma das cadeiras à cabeça de uma das mesas em madeira maciça coberta com uma linda toalha em seda amarela em detalhes de puro linho branco. O ambiente era decorado de forma um tanto rústica, porém contrastante com pratos de alta gastronomia. Quadros em pinturas tradicionais e arranjos bem distribuídos preenchiam o ambiente complementando a luminosidade amena e aconchegante.

Ao avistarem o CEO, os sete rapazes logo dirigiram-se à ele passando pelo corredor central do restaurante atraindo olhares dos clientes que conversavam tranquilamente degustando de seus pedidos.

— Annyeonghaseyo, PD-nim. – Jin aproximou-se com um sorriso simpático, após curvar-se para sentar em seguida.

— Oh, annyeon, rapazes! Pontuais. Acomodem-se! – Bang levantou-se estendendo o braço em direção à mesa para que escolhessem seus lugares.

Ainda afastando cadeiras e organizando-se despojadamente, como costumavam ser, os rapazes foram surpreendidos com a chegada das duas amigas, Bea-ni e Hua-le que puderam ser avistadas primeiramente por Namjoon que anunciou:

— Shiu, chegaram as gerentes! – Ele sussurrou para todos que logo direcionaram seus olhares para as duas que coraram pela indiscrição dos oito homens logo à frente.

— Boa noite, rapazes. – Bea-ni cumprimentou com uma reverência chamando a atenção de todos. Vestia um vestido preto acinturado, um pouco acima dos joelhos, com delicados detalhes em renda que a deixavam com um estilo elegante e romântico. Um discreto colar balançava por sobre o tecido. Seus cabelos estavam cuidadosamente ondulados e uma leve maquiagem contrastava com um tom escuro de vermelho nos lábios.

Todos a cumprimentaram em resposta, levemente constrangidos com a presença das duas belas mulheres.

— Sua equipe não pôde vir? – Bang perguntou tranquilamente enquanto afastava uma cadeira para que Bea-ni sentasse ao lado, na primeira próxima à cabeça da mesa. Em seguida, afastou a outra lateral para Hua-le que respondeu:

— Infelizmente não puderam vir, Sr. Bang. Mandaram desculpas pela ausência (já que estavam infinitamente medrosos em fazer feio na frente do CEO Bang), mas estão bastante agradecidos e empolgados com tudo. Inclusive, estão fazendo os últimos ajustes das arrumações e transportes dos nossos materiais de trabalho para nossa nova sala na Big Hit. – Hua-le concluiu com um sorriso fazendo uma vênia ao CEO em agradecimento e logo sentou-se. Ela vestia um vestido verde musgo também acinturado com manga ¾ (três quartos) e detalhes em preto. Uma delicada corrente também podia ser vista próxima aos seus cabelos que caíam para frente a cada lado.

Os rapazes pareciam perdidos e apenas as observavam ainda sem saber onde cada um ficaria (nenhum parecia querer ficar ao lado das duas).

— V hyung, sente-se ali! – Jungkook sussurrou ao amigo apontando para o lugar ao lado de Bea-ni.

— Não, Kookie. – Respondeu de volta igualmente baixo. Olhou para os demais e viu que também estavam um tanto desconfortáveis, mas pareciam divertirem-se, entre eles, com a dúvida de Taehyung. Bang falava com as duas algo sobre o menu até que Bea-ni percebeu os cochichos à poucos passos dela. 

— Vocês irão ficar aí, parados? Pensei que teríamos um jantar informal. – Ela falou esboçando um sorriso polido convidando-os a sentar.

Então, como baratas tontas os sete foram sentando-se às pressas, esbarrando um no outro no intuito de conseguir as cadeiras que não fossem ao lado das garotas. E como esperado, Taehyung foi praticamente empurrado para o lado de Bea-ni que, ao perceber, ajustou-se na cadeira sentindo as bochechas arderem.

Taehyung, então, pigarreou tentando afastar a tensão da voz:

— V-você pretende voltar ainda para a América depois do nosso contrato, Srta. Bea-ni?

— Tae, acho que está cedo demais para perguntar isto... As duas mal chegaram na Coreia. – Bang tentou contornar qualquer mal-estar.

— Anyio, Taehyung. Pretendo ficar e implantar novas marcas no país. – Olhou-o de relance.

Inexplicavelmente um incômodo silêncio pairou por alguns segundos.

— Não sabíamos que os nossos garotos propaganda eram os donos das lindas vozes que estão sendo tocadas pelo mundo inteiro! – Hua-le quebrou o silêncio de forma animada chamando a atenção de todos à mesa.

Com os pratos servidos, lentamente comiam e bebericavam e Yoongi, na cadeira ao lado de Hua-le resolveu ajudar a garota com esta tentativa de quebrar a tensão repentina:

— Kamsahamnida, Srta. Hua-le. – Iniciou Yoongi com seu típico tom grave – Ficamos agradecidos e lisonjeados. – Concluiu olhando a garota ao seu lado e esboçou rapidamente um doce sorriso que foi retribuído com certa curiosidade.

— Hum, - Hua-le estava disposta a manter a conversa com aquele Bangtan – peço desculpas pela nossa falta de atenção sobre a carreira de vocês, mas quais as habilidades de cada um no grupo? – Ela logo olhou para Yoongi.

O pálido Bangtan de feições sérias e sorriso cativante apertou os lábios timidamente, mas respondeu:

— Componho e canto as linhas de rap das nossas músicas.

Aos poucos, todos foram se sentindo mais à vontade com as duas garotas e vice-versa. Passaram a trocar ideias e conversar sobre assuntos variados: desde o que faziam antes da carreira como Idols cantores e gerentes de vendas até o que gostavam de realizar em tempos vagos, para onde já haviam viajado, hobbies, leituras e referências de points importantes de comércios e festas, coisa que Bea-ni gostou bastante depois de um ano afastada de sua terra natal.

Algumas vezes, trocava olhares rápidos com Taehyung ao seu lado e aceitou algumas vezes as comidas que ele lhe oferecia discretamente. Aquela atenção que ele parecia dar à Bea-ni a fez pensar se seria algum tipo de pedido de desculpas pelo que havia acontecido no dia anterior. Aquele quase beijo ainda não saíra de sua cabeça e isto já estava ficando insuportável para ela ali, naquele jantar.

— Você poderia ser mais direto. – Bea-ni sussurrou disfarçadamente para Taehyung, com os cenhos franzidos demonstrando seu incômodo.

  Ele imediatamente virou-se para ela assustado:

— O quê?! – Respirou fundo acalmando-se para não chamar a atenção dos demais que pareciam alheios, conversando sobre as expectativas que tinham para com a seleção da Coreia do Sul nesta Copa. Hua-le, inclusive, não percebera a amiga, sentada à sua frente, e compartilhava do mesmo assunto com todos os rapazes e Bang PD.

Os sojus e sucos já haviam acabado na mesa e mais da metade dos pratos estavam vazios. Nestas horas em que se seguia com o jantar, o clima havia melhorado bastante.

Menos para aqueles dois.

Taehyung olhou para todos tranquilamente dando um sorriso aleatório fingindo participar da conversa e retomou a palavra:

— O que você quer dizer com “ser mais direto”? Olha, eu fui completamente sincero quando lhe falei meus sentiment--

— Anyio, Taehyung! – Bea-ni continuava sussurrando enquanto mexia nos próprios cabelos – Em vez de tentar ser atencioso comigo, porque não me pede desculpas de uma vez?

— Desculpas?!

— Não se finja de desentendido.

As vozes de ambos eram quase inaudíveis.

— ...Mas com a mudança do técnico acredito que temos mais chances de chegar até a final! – Hoseok exclamou esperançoso.

— E temos o melhor jogador da Coreia inteira no time! – Jungkook complementou servindo Hoseok com mais bebida.

Ambos brindaram e cantarolaram o grito de guerra dos torcedores coreanos:

— Daehan Minguk! Daehan Minguk! (NOTA: 대한민국- Coreia do Sul)

Bea-ni continuou ao perceber que ninguém notava aquela conversa entre ela e o Bangtan ao seu lado:

— Você deveria se desculpar pelo que tentou ontem, aigoo.

Taehyung ficou vermelho e umedeceu os lábios.

— Bom, eu-- Eu iria fazer isto, mas não aqui, na frente de todos. – O Bangtan constrangeu-se e seu olhar encontrou-se com o de Namjoon que pareceu finalmente notar os dois – Ou você quer chamar a atenção de todos novamente como no SPA e--

— Aish, você não pode jogar a culpa para mim! – Bea-ni o interrompeu.

— Não estou fazendo isto!

As vozes de ambos aumentavam gradativamente sem que percebessem.

— Está ameaçando me expor, então. – Bea-ni alinhou alguns pratos com certa força sobre a mesa. (Na verdade, um pouco forte demais).

As vozes dos outros rapazes, de Hua-le e Bang PD abaixaram um tom e olharam de esguelha para os dois que já não reparavam mais no ambiente ao redor.

— Bea-ni, como você pode ser assim, tão fria?! – Taehuyng franzia os cenhos agitadamente e sua voz aveludada ganhava força enquanto o rapaz afastava seus fios acinzentados para o lado. Arrependeu-se das palavras assim que fechou a boca e suspirou passando uma mão na própria nuca.

— Eu, fria?... – Por um motivo, ainda não tão claro para a garota, aquelas palavras a incomodaram profundamente – Nee, claro. Sou fria por não lhe corresponder? E o que você sabe sobre os meus sentimentos, Taehyung?!

A esta altura, todos já haviam silenciado e não sabiam o que fazer diante daquela discussão que começara sem motivos aparentes. Bang PD respirou pesadamente meneando a cabeça negativamente. Ele sinceramente não sabia mais onde poderia parar com os últimos acontecimentos dos rapazes desde que Jimin começou o namoro com Nana e tampouco como tentaria ajudá-los com seus desafios pessoais.

— Taehyung. – Jin o chamara, porém, sem sucesso.

— Bea-ni ah. – Hua-le também tentara, mas sua amiga colocara-se de pé sem ouvi-la.

Bea-ni arrastou a cadeira para trás ruidosamente, levantando-se enquanto respondia à Taehyung que a encarava sentado, sabendo que novamente não havia escolhido bem as palavras e atitude. Porque tudo parecia estar dando errado? Devia se retratar com a garota o mais rápido possível antes que isto virasse uma bola de neve.

Vendo o silêncio de Taehyung e olhando para todos ao se redor, Bea-ni falou com a voz entrecortada:

— Me desculpem. Nos veremos na empresa. Obrigada pelo jantar, Sr. Bang. – Em seguida, se retirou apressada, sem antes curvar-se em despedida.

— Bea-ni ah! – Hua-le fez menção em levantar-se, mas sentiu que alguém a impedira segurando seu braço sutilmente. Olhou rapidamente, com os olhos esbugalhados, da mão em seu braço para o dono da mesma: Yoongi não a encarava, mas mantinha-se firme pronunciando em seguida:

— Tae ah, vá atrás dela. – Falou calmo, afrouxando lentamente os dedos a medida que afastava sua mão de Hua-le. A garota continuou olhando-o confusa por aquela repentina, porém segura atitude do Bangtan.

Taehyung seguiu as palavras do seu hyung, confirmando também sua vontade e levantou-se sem pestanejar indo ao encontro de Bea-ni no jardim frontal do restaurante.

Passando pela imponente porta de vidro, Bea-ni respirava o ar fresco da noite naquele jardim, próxima ao portão de entrada, a um passo para a rua. Aguardava ansiosa e aflita pela amiga. Foi quando ouviu passos apressados aproximarem-se e girou em seus calcanhares.

— Você?! Onde está a Hua-le ah? Precisamos ir embora.

Levemente ofegante, Taehyung respondeu apreensivo:

— Está lá dentro... Preciso falar com você antes.

Bea-ni exclamou algo inaudível e virou-se de volta encarando a rua bem iluminada. Uma lágrima silenciosa escorreu sem que ela permitisse.

— Então, o que tem a dizer? – A voz da garota era calma e cansada.

— Me desculpa. Me desculpa, Bea-ni. Eu não deveria ter tentado lhe beijar e... – A voz de Taehyung era profunda. Ele não sabia por onde começar – Não deveria ter te machucado com aquelas palavras. – Ele suspirou buscando o mínimo vestígio daquele olhar castanho – Eu fiquei nervoso...

— Isto não lhe dá o direito de me constranger na frente de todos.

Taehyung apenas calou imensamente arrependido. Magoá-la era a última coisa que ele faria; estava fora de cogitação e apenas ele sabia o quanto gostaria de poder conviver com Bea-ni minimamente bem. Ele a queria por perto e desde a primeira vez que a viu, seu coração acelerou como nunca o fizera.

Bea-ni, por sua vez, tentava lutar contra seus medos e afastava de sua mente lembranças de um passado obscuro com o Junghuon, seu antigo relacionamento. Revestida com alguns ferimentos ainda não cicatrizados, Bea-ni não suportava imaginar ter suas fragilidades expostas, fosse em situações constrangedoras ou com atitudes agressivas física ou verbalmente.

— Bea-ni ah, - Taehyung uniu coragens chamando-a com afeto. Ela finalmente encarou-o parecendo levemente surpresa – porquê você me ignora?

A garota de cabelos castanhos segurou a respiração por breves segundos sem sequer perceber. Sabia que o Bangtan à sua frente estava confuso com ela, afinal, ele não conhecia seu passado. O rejeitava como autodefesa, por medo em machucar-se tanto quanto quando estava com Junghuon e tinha a consciência de que agindo de tal forma o pouparia dos perigos que seu ex namorado poderia provocar. Ela também gostara do Taehyung tanto quanto ele dela desde o primeiro momento. Mas aquilo parecia não estar dando certo, mesmo quando tentava protegê-lo.

Com tal pergunta do belo rapaz, Bea-ni viu que ela também o estava machucando.

— Também peço desculpas, Taehyung, mas você precisa se afastar de mim. – Foi o que conseguiu pronunciar sem formular direito os pensamentos.

Taehyung a encarava boquiaberto, sem reação. Não podia acreditar que ela insistiria naquilo.

— Bea-ni, - novamente Taehyung sentia agitar-se e aproximou-se da garota – por que você faz isso? O que há de errado?

Ela pensou alguns segundos no quê responder.

— Eu... – Começou baixo – Eu não quero que você corra perigo por minha causa. Há uma pessoa que-- - Parou repentinamente ao achar ter visto um vulto passar rapidamente de um ponto qualquer a outro a alguns metros de distância naquela rua. Por um breve momento o vento lhe pareceu mais frio tomando conta de seu peito – Melhor eu ir embora. – Concluiu franzindo os cenhos observando ao longe o ponto em que algo pareceu mover-se.

Taehyung acompanhou o olhar da garota, não enxergando nada além das sombras das árvores em alguns trechos sobre o céu noturno sem estrelas.

Sem saber ao certo como agir e ainda não compreendendo o que Bea-ni quis dizer com tais palavras, Taehyung hesitou, mas estendeu uma de suas mãos no intuito de segurar a da garota que logo voltou seu olhar para ele, encarando-o. Ela não quis afastar-se, tampouco o impediu em tocá-la. Com aquele simples gesto, sentiu o apoio do alto rapaz e aqueceu-se gradativamente. Taehyung gostaria de poder ajudá-la, mas as palavras pareciam entaladas em sua garganta. Então, apenas a olhava mergulhando naquela imensidão castanha dos olhos da garota. Ambos ficaram em silêncio por breves segundos, estáticos e agora mais calmos.

Neste silencioso instante, ambos pareceram encontrar, um no outro, o refúgio ao qual tanto necessitavam.

 - Bea-ni ah. – Hua-le chamou a amiga à medida que se aproximava assim que a avistou naquele belo jardim.

Com o silêncio quebrado e Taehyung ainda segurando a mão de Bea-ni, ambos viraram-se na direção de Hua-le. Foi então quando a garota de olhos cor de mel deu-se conta e antes de soltar-se, apertou levemente a confortável mão do Bangtan olhando-o mais uma vez. Logo sentiu a fria brisa novamente e respirou fundo.

— Vamos, Hua-le.  – Bea-ni sussurrou seguindo para o carro.

— Annyeon, Tae. – Hua-le despediu-se com um sorriso ameno.

Há alguns metros naquela rua, uma sombra espreitava o casal ao longe durante os minutos que se passaram e finalmente pôde ver quem era aquele rapaz que conversava com Bea-ni no jardim. Pronunciou em um misto de incredulidade e satisfação:

— Não posso acreditar no que estou vendo. Depois de tanto tempo... Kim Taehyung. – A figura esboçou um misterioso sorriso ameaçador e a passos largos seguiu seu caminho, sendo encoberto pela névoa da noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem é esta figura que observava Tae e Bea-ni?! Continuem acompanhando para descobrir!!

Sorry por tê-los feito esperar tanto, meus amores e amoras!!
Tenho as ideias futuras desta fanfic, mas ando um tanto desestimulada em escrever por não saber se estão gostando ou não, o que estão achando, o que esperam do nosso casal e dos seus passados... Enfim, como estão recebendo meu enredo.
Massssss pretendo continuar, ok?! o/ Afinal temos ainda algumas surpresas e revelações e claro, nosso casal tem que ficar junto sim ou claro?!
Obrigada à quem está acompanhando.
Espero vê-los/lê-los ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.