[3ª Temporada] - STIGMA: Please, dry my eyes escrita por Carol Stark


Capítulo 10
Entre sonhos e temores




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Estalidos e barulhos aleatórios podiam ser ouvidos, vindos da cozinha, naquele início de manhã na casa dos Bangtan.

O sol ainda ameno às 5h45min. da matina invadia a varanda frontal e as largas varandas laterais, que davam para um amplo jardim. A espaçosa sala podia ser iluminada com o reflexo dos raios pelas janelas e a cozinha recebia uma agradável brisa. Momento em que o mais velho dos sete apreciava. Tudo ainda despertava e ele podia sentir a quietude do mundo.  Calmaria: um artigo de luxo para os rapazes.

Jin, como de costume, acordara cedo indo organizar a primeira refeição do dia. Como combinado entre todos, Jin era o responsável pelo café da manhã e lanches improvisados, enquanto Hoseok e Yoongi preparavam almoço e janta, respectivamente. Os demais auxiliavam, lavavam e cuidavam do restante daquela imensa casa. Ainda preferiam manter tudo sob suas responsabilidades.

Todos ainda dormiam no aconchego de suas camas e cobertores e Taehyung ainda sonhava com certa garota que retornava para ele de um horizonte sem fim.

 Com um leve sorriso no rosto e cabelos desgrenhados, o jovem Tae via, em seu sonho, a bela figura aproximar-se com uma felicidade estampada no rosto, mas quando pôde sentir finalmente o corpo quente da jovem, em um aconchegante e demorado abraço de reencontro, uma inexplicável força a puxou para trás fazendo-a gritar, em resistência, e um revolto mar surgiu entre ambos, separando-os.

Sem pestanejar, o determinado Taehyung saltou na água a fim de trazer de volta aquela pessoa querida, agora triste e infeliz, encurralada em uma ilha.

Quanto mais Taehyung lutava contra a forte corrente da água, mais tinha certeza sobre continuar, mas seu corpo pesava cansado e respirar tornava-se gradativamente um difícil ato... E, sem fim, o sonho não passou de um borrão azul tão anil quanto o céu noturno.

Remexendo-se na cama, ainda em meio ao sono, Taehyung passou a mão pelo rosto afastando algumas gotículas de suor e abriu alguns botões de sua camisa, que o incomodavam, agora com a respiração ofegante. Seu corpo estava quente e ardia fazendo-o sentir-se tão pesado quanto um fardo. Aos poucos uma névoa cobriu os pensamentos do jovem Taehyung e tudo não passava de um túnel escuro e a inconsciência o tomou.

Alheios às aflições de Taehyung, nos demais quartos, era a tranquilidade que prevalecia. Mesmo ainda adormecidos, todos pareciam se agradar do aroma que preenchia o ar, mas logo o frescor de tal aroma fazia parte do mundo dos sonhos, não despertando-os. Certamente, há apenas alguns cômodos à frente, Seokjin teria que bater em cada quarto, como de costume, para chamar os amigos para a refeição matinal. Porém, uma única pessoa, dentre todos naquela casa, conhecia muito bem o agradável cheiro daquele tempero especial a ponto de acordar desejando correr até a cozinha ansiosamente como fazia quando tinha ainda os seus 5 anos de idade.

Heuna remexeu-se feliz por relembrar dos tempos de sua harmeoni na cozinha cantarolando uma linda canção enquanto preparava seu prato preferido e foi ao tentar levantar-se que pôde sentir fortes braços puxando-a sutilmente para mais perto.

— Jungkook ah?

O Bangtan apenas proferiu algo incompreensível à garota, apoiando o próprio queixo no ombro da sua noona.

Com um suspiro tranquilo, Heuna deixou-se voltar à sua infância e começou a cantar baixinho a música que sua harmeoni tanto gostava:

 

Arirang, arirang, arariyo

Arirang gogaero, neom-eoganda...

 

Sentiu um suave roçar em seu pescoço e deparou-se com um maknae de olhos serenos observando-a:

— Esta é uma linda canção. - Sua voz saiu rouca ainda pelo sono - Assim como a dona da voz. - Heuna não resistiu em unir seus lábios aos de Jungkook, logo separando-se. Fazendo menção em levantar-se, para ir ao encontro de seu primo, Heuna foi impedida sendo puxada novamente, desta vez, com certa urgência que logo deu lugar a um dos mais apaixonados e intensos beijos daquele Bangtan a sua frente.

— Kook ah. – Heuna proferiu com certa dificuldade sendo envolvida pelos braços do maknae.

— Hum? – Murmurou em meio aos afagos.

— Preciso... - Iniciou sendo interrompida por mais um beijo - Ajudar seu hyung na cozinha. - Heuna concluiu com um suspiro suave a medida que Jungkook percorria sua pele inclinando-se por sobre a garota.

— Anyio... - Ele sussurrou retirando a camisa que Heuna vestia deixando-a apenas com as roupas íntimas - Antes, precisa devolver minha camisa. - E desceu seus intensos beijos para o colo da bela garota de cumpridos fios escuros.

Heuna acariciou o pescoço do maknae com ambas as mãos, puxando-o de volta para si, fazendo-o arrepiar-se e, alheio, de olhos cerrados, não percebeu quando a sagaz garota inclinava-se roçando seus lábios aos dele fazendo-o ansiar por mais e quanto mais ele tentava aprofundar o beijo, mais Heuna o provocava impedindo-o, até que trocou as posições sentando-se por sobre Jungkook folgando o cordão da sua confortável calça de algodão.

Já sem camisa, era possível ver que o maknae transpirava e seu rosto era preenchido por tons avermelhados.

Heuna, sem retirar suas peças restantes, nem as do maknae, movimentou-se sobre ele que soltou instantaneamente um longo suspiro e logo Heuna sentiu-o excitar-se a medida que segurava a cintura da garota firmemente. Neste segundo, então, Heuna inclinou-se para um beijo suave e demorado, quando, faltando-lhes o ar, levantou-se, em seguida, sem mais delongas, para logo vestir-se deixando um confuso e ofegante Jungkook na cama vendo-a sair com um sorriso sapeca nos lábios, batendo a porta ao passar.

— Bom dia, Kiji oppa! – Heuna anunciou sua chegada ao tranquilo Jin na cozinha – Que saudades deste cheiro.

— Bom dia, minha querida. – Jin cumprimentou-a carinhosamente depositando um beijo fraternal na testa da prima, observando-a – Está tudo bem? – O mais velho inquiriu ao perceber Heuna com um ar afobado.

— Oh, ye, oppa. Está sim – A garota sorriu – Foi apenas o Jungkook que não me deixava levantar da cama...

— Hum, entendi. – Jin sorriu anasalado – Então está tudo bem entre vocês? Ontem o Tae ficou bastante indignado por ele não ter ido checar o quarto quando chegamos. – Jin picava algumas folhas no balcão e logo Heuna foi preparar o arroz – Também conversei com ele sobre isto. Não foi legal, principalmente para você.

— Ye, concordo. Fiquei bastante envergonhada e irritada, mas está tudo bem agora.

— Que ótimo. – Jin acrescentou as folhas picadas à uma panela com algum caldo bastante apetitoso – Lembra quando nossa harmeoni preparava este prato para nós quando tínhamos nossos encontros em família? – O mais velho sorriu para a prima ao seu lado no balcão.

— Claro que lembro, oppa! É simplesmente o meu preferido!

— Nós tínhamos entre 5 ou 7 anos quando você saía correndo do seu quarto para ficar com nossa harmeoni na cozinha. – Jin relembrava feliz com um sorriso no rosto – E pelo jeito continua com este mesmo hábito. Seria ótimo irmos fazer uma visita para nossa família em Gwacheon – Concluiu pensativo com a possibilidade da ideia.

Heuna esboçou um largo sorriso e seus olhos brilhavam com as boas lembranças que seu primo havia despertado na mesma.

— Já está aí, hyung? – Hoseok chegou na cozinha coçando os olhos em meio a um bocejo – O que temos aqui? – Abriu uma das panelas lentamente.

— Ya! Ainda não está pronto, Hobbi ah. – Heuna avisou.

— Aish, só podiam ser primos mesmo. Mas, só um pouquinho... – O Bangtan de fios cor de vinho tentava beliscar.

— Ya! – Jin o repreendeu.

— O que vocês estão fazendo às 6h20min da madrugada? – Yoongi arrastava os chinelos com os cabelos bagunçados. Os garotos já haviam se acostumado com a presença das garotas na casa e agiam naturalmente com ou sem elas por perto.

Hoseok e Heuna sorriram ao ouvir a frase do sonolento Yoongi que logo sentou-se na bancada olhando o mais velho e sua prima preparem a refeição.

— Aqui está esta noona fujona. – Jungkook proferiu ao chegar na cozinha avistando Heuna que ajudava o Jin.

Sorrindo descontraída, Heuna respondeu:

— Eu não fugi. – Retirou o arroz do fogo passando um molho que o mais velho pedia.

O maknae aproximou-se da garota abraçando-a pela cintura e inquiriu travesso aos ouvidos da sua noiva:

Jagiya, então terminaremos depois o que começamos? – Jungkook esboçou seu olhar mais ingênuo, propositalmente.

— Jungkookie ah! – Heuna ficou vermelha virando-se para o alto maknae e batendo em seu peitoral – Onde você aprendeu estas coisas?!

— O convívio com meus hyungs. – Jungkook sorria abertamente fazendo seus olhos apertarem-se formando duas finas linhas.

— Aigoo! – Hoseok levantou ambas as mãos em rendição enquanto Yoongi levantou-se silenciosamente acertando um tapa no ombro do mais novo para, em seguida, levar alguns pratos até a mesa.

— Nos deixe fora dessa, Kook! – Jin exclamou empurrando-o, enquanto o mais novo ainda sorria – Ajude o Yoongi a pôr a mesa que é bem melhor. – O mais velho concluiu sorrindo de lado e meneando a cabeça negativamente, enquanto olhava a prima. A garota encarou o mais velho retribuindo o gesto com um sorriso contido.

— Hyungs! – Jimin apareceu correndo em direção ao grupo. Sua aflição era visível o que alarmou os demais.

— O que está acontecendo, Jimin ah? – Hoseok inquiriu de imediato.

— O Tae. - Namjoon apareceu logo atrás com ar cansado e o olhar perdido – O Tae está com febre e não está acordando!     

 

***

 

Passados alguns minutos de tensão, todos estavam no quarto de Taehyung observando-o quieto, desacordado, aguardando ansiosos que ele acordasse o quanto antes. Já havendo acontecido uma vez em longos anos, os seis amigos, por orientação médica, sabiam como agir até que chegasse uma ajuda especializada.

Logo, na tentativa de que o jovem de cabelos acinzentados reagisse o mais rápido possível, tomaram as medidas necessárias para o caso: os rapazes colocaram várias almofadas abaixo das pernas do mesmo, deixando-as altas para facilitar o procedimento de socorro. Sentiram o pulso de Taehyung e o mesmo respirava levemente, o que acalmou a todos ali presentes. Com uma toalha molhada na testa do mesmo e com todas as roupas frouxas, ele foi retornando à sua temperatura normal. Os Bangtan e Heuna vendo-o inconsciente, com a feição cansada e pálida, sentiram seus corações apertar e cada um guardava em si a vontade imensa de pôr para fora as lágrimas de preocupação pelo amigo.

— Nana? – Jimin falava ao telefone enquanto os demais cuidavam de Taehyung. Sua voz estava entrecortada - Saran'ah, por favor, avise ao Bang PD-nim que Tae está mal e precisa de atendimento o mais rápido possível. Traga nossos médicos para cá.

Oppa, o que está acontecendo? – A voz de Nana do outro lado da linha era agitada e ela já corria pela Big Hit em busca da ajuda que precisavam.

— O Tae desmaiou, provavelmente enquanto dormia, e ainda está desacordado. Não sabemos há quanto tempo. – Jimin percebeu que uma lágrima escorreu pela sua face e logo a enxugou.

Saran’ah, fique calmo...— Nana sentiu a aflição também tomar conta de seu peito – Chegaremos aí em poucos minutos. – A garota desligou em seguida e Jimin virou-se para o grupo que trocava a toalha úmida e ajustava o corpo do amigo.

— Aigoo! – Hoseok e Jungkook exclamaram em uníssono ao ver Taehyung recobrando a consciência.

— Hyungs, ele está acordando! – O maknae anunciou com os olhos vermelhos marejados em lágrimas.

Yoongi logo aproximou-se tocando o rosto do amigo:

— Taehyung ah?... – Falou baixo enquanto o rapaz piscava estranhando a luz do ambiente – Você consegue falar alguma coisa?

Taehyung engoliu saliva respirando fundo. Tentou levantar-se, mas seu corpo ainda rejeitava qualquer movimento brusco.

— Hey, vá com calma. – Namjoon aproximou-se segurando o agora fragilizado rapaz, ajudando-o a sentar-se na cama.

Jin estendeu à Taehyung um copo com água que logo foi tomada.

— A campanhia! Deve ser a Nana com os médicos. – Heuna foi apressada abrir a porta levando os recém-chegados até os aposentos daquele Bangtan. Respirou aliviada após o susto, enxugando os olhos umedecidos.

Após um tempo sozinho com os médicos e apenas Namjoon no quarto, Taehyung apareceu na sala apoiado ao líder do grupo ainda fraco. Com um leve sorriso, falou:

— É, pelo jeito terei que provar aos médicos que estou bem... – Sua voz soou mais rouca que o normal. Todos levantaram-se assim que o viram com Namjoon seguidos dos médicos da Big Hit.

— Ele terá que ir para o hospital, doutor? – Jin inquiriu ainda preocupado.

— Nee. Será melhor. – Um deles respondeu dirigindo-se ao mais velho do grupo.

— Fará alguns exames e logo, logo estará bem melhor. – O outro complementou esboçando um sorriso simpático, o que acalmou os Bangtan e as garotas.

— Iremos com ele! – Todos afirmaram em diferentes segundos com as vozes sobrepostas.

No instante em que olhou para cada um dos seus amigos, o coração de Taehyung se acalmou.

 

No hospital com a equipe de médicos da Big Hit... 8h40min

Entrando pelos fundos com seus típicos capuzes e máscaras, os Bangtan seguiam os médicos naquele iluminado hospital ainda em seu horário não tão agitado. Realizando, então, os exames necessários, deixaram Taehyung em um confortável quarto, no soro, enquanto foram conversar com os amigos que o esperavam em uma sala reservada evitando alardes.

— E então, doutor, o que ele tem? – Jin levantou-se encarando um dos médicos, já conhecidos do grupo.

— Ele está bem, agora? – Jimin também levantou-se ficando mais atrás do mais velho.

Os demais encaravam os dois médicos com os olhos apreensivos e ainda avermelhados.

— Nee. Ele está bem melhor. Só precisa de repouso. – Um respondeu.

— Nos exames, todas as taxas do Kim Taehyung estão estáveis. Apenas uma leve queda na pressão arterial, porém nada demais. – O outro explicou dando uma pausa que logo foi usada pelo primeiro novamente:

— O deixamos no soro e a enfermeira está levando uma refeição para que ele não se sinta fraco. Porém,queixou-se ainda de algumas dores de cabeça, mas como falamos, tudo está em ordem com o Taehyung. Ele é um rapaz forte.

Os Bangtan suspiraram aliviados entreolhando-se.

— Tudo indica que a causa deste desmaio repentino é emocional. Mas não se preocupem. Estamos passando alguns remédios para ele e logo isto irá passar.

— Kamsahamnida, Dr. – Alguns dos meninos responderam.

— Podemos ver o V hyung? – Jungkook inquiriu.

— Podem sim, mas por favor, tentem não tocar no assunto, por enquanto. – O outro médico recomendou com um leve sorriso – Quarto 308.

— Nee. – Namjoon assentiu olhando para os demais.

— Bom, vamos, então? – Hoseok rumou corredor adentro e os Bangtan, juntamente com as duas garotas o seguiram.

— Pensei que iriam me deixar aqui por mais tempo com esta comida horrível! – Taehyung falou assim que avistou os amigos na porta aproximando-se. – E então, o que trouxeram para eu comer decentemente?

— Fico feliz que esteja melhor, Tae. – Yoongi olhou para o amigo com um olhar ainda preocupado.

— Tenho alguns biscoitos aqui... – Jungkook tirou do bolso um pequeno pacote com alguns poucos biscoitos e estendeu-os para Taehyung.

— Ya, Kookie! – Heuna exclamou – Não dê isso à ele. – Ela logo procurou algo em sua bolsa retirando uma pequena lata de alumínio. – Tome isto. São bolinhos de arroz. – Concluiu falando mais baixo fazendo os demais sorrirem.

— Tae, como se sente? – Nana perguntou cuidadosamente.

O Bangtan, deitado por sobre fofas almofadas, suspirou:

— Melhor agora que vocês todos estão comigo.

Yoongi bagunçou o cabelo do amigo que soltou um riso fraco.

— Quero voltar para casa, hyungs.

— Os médicos lhe darão alta assim que você se alimentar, Tae. – Jin o tranquilizou – Então voltaremos, ok?

— Ye... Mas e o jantar? – Taehyung lembrou algo que nenhum deles parecia estar tão interessado como antes.

— Aigoo – Hoseok começou – O jantar de boas vindas com a Srta. Bea-ni!

Aquele nome causou cala-frios no estômago do Bangtan de cabelos acinzentados.

— Tínhamos esquecido. – Namjoon completou levando uma das mãos à testa – Podemos desmarcar, Tae.

— Anyio!

— Como não?! – Jimin e Nana inquiram em uníssono. Todos pareciam curiosos.

— Não vai me dizer que pretende ir, Taehyung... – Jin começou com um tom um tanto repreensivo.

— Mas estou bem melhor, hyung! Foi apenas um mal estar. – Taehyung tentava convencer o mais velho.

— V hyung, você desmaiou. – Jungkook falou com a voz fraca. Não gostaria de usar tais palavras, mas conhecia os hyungs que tinha.

Taehyung abaixou a cabeça.

— Está bem, mas por favor, não desmarquem por minha causa.

Todos se entreolharam pensativos sobre o que deveriam fazer: Manter o jantar, porém sem o Taehyung ou desmarcarem para todos e caso resolvido.

— Acho que o Tae tem razão. – Começou Jimin a contragosto – Já é hoje e com certeza desmarcar assim tão em cima da hora não seria nada elegante para a Srta. Bea-ni.

— Verdade... Com certeza ela já está organizada para hoje à noite – Nana falou pensativa imaginando-se no lugar de Bea-ni tendo que preocupar-se com cabelo, maquiagem, escolhas de vestidos, sapatos e bolsas - e deve haver desmarcado outras coisas para estar livre mais tarde.

— Ye. Nós mulheres nos planejamos bem para qualquer evento que seja. – Heuna concordou com Nana.

— Aish, tudo bem, então. Falaremos para o Bang PD-nim como você está e manteremos o jantar. – Hoseok ponderou – Nos prometa que irá ligar se precisar de qualquer coisa!

— Ye, ye. Prometo. – Taehyung esboçou um leve sorriso agora mais tranquilo – Agora, por favor, me tirem daqui!

Com os ânimos mais apaziguados por verem a melhora do amigo, todos sorriram e aguardaram os últimos procedimentos dos médicos para liberarem aquele simpático Bangtan Boy.

 

Casa dos Bangtan – 15h46min

— Aish, finalmente! – Taehyung suspirou assim que puseram o pé dentro de casa.

— Hyung, nos prometa que não irá nos assustar assim, novamente, ok?! – Jungkook largou-se no sofá.

— Vamos, sente-se aqui, Tae. – Jin ajudou-o a acomodar-se sentando ao seu lado.

Yoongi encarou o amigo e cruzando os braços, não evitou em perguntar:

— Tae ah, foi novamente aquele sonho?

O silêncio fez-se palpável.

— Yoongi hyung! – Namjoon exclamou franzindo os cenhos.

— Hyung, porque não falamos disso depois, hum? – Jimin sugeriu mais como uma afirmativa.

Os demais aguardavam uma resposta, apreensivos.

— Ye... - A voz de Taehyung saiu fraca e todos se aproximaram – Tive aquele sonho depois de anos. – O jovem rapaz pareceu ter sido tomado por uma grande tristeza.

— Hyung, não poderia esperar para conversarmos sobre isto outra hora, não? – Jungkook estava aflito por tocarem em tal assunto.

Pondo uma mão no ombro do maknae, Hoseok acalmou-o:

— Está tudo bem, Kook ah. Tae, não precisamos falar nisto agora, está bem?

— Não sei por que depois de todo este tempo, ainda cheguei a sonhar com ela e... – Tae soltou o ar sonoramente olhando para o chão enquanto afastava os cabelos – E tive ainda esta reação tão forte. Lembro-me de ter sentido falta de ar para logo depois me sentir cansado. Não demorou muito e não tive tempo em chamar qualquer um de vocês. Tudo ficou escuro e estranhamente quieto... De repente não lembrava de mais nada. – Tae explicava enquanto os demais o observavam com pesar e preocupação – Acho que alguém terá que voltar à algumas sessões da terapia. – Ele tentou sorrir, mas falhou.

— Tae ah, - Hoseok levantou o queixo do amigo – Não precisa voltar agora se não quiser, ok? Mas prometa que qualquer coisa, nos contará e voltará apenas quando estiver pronto novamente, hm?

O jovem de fios acinzentados apenas assentiu.

— Tae, não se culpe pelo que aconteceu. – Jimin apoiou a cabeça no ombro de Taehyung sabendo que mesmo passados estes quase quatro anos, ele ainda precisava de apoio – Você agiu em defesa... – Jimin percebeu que seus olhos estavam novamente marejados.

Uma silenciosa lágrima escorreu pelo belo rosto de Kim Taehyung.

— Ela morreu, hyung. Por minha causa. Se eu não tivesse reagido... – Taehyung soluçou algumas vezes em meio às lágrimas, partindo o coração de todos.

— Shiu! Não diga isto, Tae. – Jin aproximou-se do amigo abraçando-o.

— Hyung, você foi corajoso. Você a protegeu. – Jungkook falou enxugando também as lágrimas que insistiam em escorrer.

Os demais não conseguiam proferir mais uma palavra sequer, apenas observando aquela pessoa tão especial que era o Taehyung ali, ferido, frágil de uma forma que apenas eles conheciam e sentiam-se igualmente quebrados por dentro e impotentes diante de uma história triste, injusta.

 Reunindo forças, Taehyung iniciou baixo:

 

Isso estava escondido
Eu te digo uma coisa
Apenas para deixar enterrado
Agora eu não consigo mais aguentar [...]

 

I'm sorry, I'm sorry
I'm sorry ma’ brother

Não pode ser escondido, mascarado ou apagado
So cry
Please dry my eyes

 

— Komawo, hyungs.


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Notas finais do capítulo

O que será que aconteceu no passado do Tae? E quem será esta garota? Façam suas apostas! Nos vemos nos comentários.
As peças irão começar a se encaixar... Aguardem por mais ♥



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