Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark
Notas iniciais do capítulo
Oi, oi, oi!
Vooooltei, não sei nem o que dizer, então espero que gostem do capítulo u.u
#ConnorÉMeuMozão ♥ (não pense que eu esqueci de você, Tony, te amoooo ♥♥) Kkkkkk
Ignorem metade do que eu escrevi e BOA LEITURA!!! :3
Connor
Quando vi a morena na cozinha com o escorredor na mão nunca imaginei que ela se tornaria minha colega de apartamento. Eu tinha saído de onde estava por causa dos meninos, queria ficar só e agora moraria com duas mulheres. Duas tagarelas na verdade. Izzie e Angie não pararam de falar desde que saímos de casa. Eu ainda não entendia muito bem por que a loirinha tinha resolvido falar, mas agora não parecia disposta a parar. E eu particularmente preferia assim, ela sorrindo, falando e se expressando. Sendo uma criança.
- Con, você ouviu? - Angie quis saber e eu a olhei sem ter ideia do que as duas falavam.
- Acho que não, vocês estavam falando do quê?
- Do almoço, Con. A gente pode comer macarrão? - ela pergunta animada. - E chocolate?
- Não sei se essa é a melhor combinação.
Izzie ri e revira os olhos.
- Bolo de chocolate de sobremesa - a morena explica e sorrio. Ela cora e desvia os olhos. Ela fica linda corada e eu tenho certeza de que se continuar reparando nisso, nós dois teremos problemas.
- É Con, sobremesa! A Iz disse que não podemos comer doce antes do almoço. É verdade? - Angie definitivamente não liga se estamos no meio de um momento ou não. Izzie está sorrindo pra ela e só posso fazer o mesmo.
- É verdade sim, nada de doces antes da comida se não você não come direito.
- Ah... - seu desapontamento é quase palpável e eu sorrio da situação. Me lembro claramente de ficar exatamente igual depois da minha mãe dizer o mesmo pra mim.
- Mas sempre podemos comer depois! - Izzie garante a ela. - Se quer saber, Angie. A sobremesa é a minha parte favorita também.
- Eu não sei se gosto de sobremesa. Nunca comi. Eles não deixavam - ela dá de ombros e a morena me olha surpresa e eu quero matar os monstros que machucaram Angie assim. Onde o hipócrita do meu pai estava quando ela precisava dele? Aparentemente longe, muito longe. Respiro fundo e me abaixo para encará-la.
- Aposto que vai amar a sobremesa e vai poder comer sempre que quiser, Ok? É só pedir. Peça o que quiser, Angie.
- Posso? - ela pergunta surpresa, mas seus olhos brilham de empolgação.
- Pode. Tudo o que quiser - garanto a ela e como resposta recebo um abraço apertado e carinhoso. Envolvo meus braços ao seu redor e fico de pé trazendo a pequena comigo. - Vamos? - chamo Izzie que está parada encarando nossa pequena cena com os olhos marejados. Sua reação me assusta um pouco. Assim como no apartamento, ela está chorando outra vez. - Tudo bem?
- Sim - ela sorri limpando as lágrimas. - Só pensei em umas coisas. Desculpa. Vamos comer?
- Vamos! - é Angie quem responde animada e nós terminamos de chegar ao restaurante simples no fim da rua.
Entramos e Angie que já desceu do meu colo está correndo por entre as mesas.
- Angie, volta aqui! - digo meio desesperado. E se eu conseguir a proeza de perdê-la aqui? Izzie só assiste a cena sorrindo. Traidora.
- Vem, vamos arrumar uma mesa - ela diz divertida seguindo atrás da pequena.
Eu me limito a suspirar e ir atrás delas. Olha onde eu vim me meter.
Nos sentamos e felizmente não perdi Angie entre as mesas. As duas estavam concentradas no cardápio e eu sorri as assistindo. Pareciam irmãs. Não, essa não era a definição, talvez lembrassem mãe e filha, mesmo que fossem completamente diferentes na aparência. E falando do quão bonita era Izzie, eu realmente achei que ela fosse do tipo patricinha mimada, não precisava muito pra isso. Os cabelos longos, o rosto delicado, era surpreende que fosse uma garota normal.
Mas no instante em que falou com a pequena tão delicadamente e com um sorriso tão genuíno eu me dei conta de que era uma garota diferente. Aposto que o jeito que tratou Angie foi com mais carinho do que ela recebeu em muito tempo, por isso a pequena se encantou tanto com ela e isso me magoava. Não por Izzie tê-la tratado tão bem a ponto de serem melhores amigas em menos de duas horas. O que me machucava mesmo era saber que durante todo esse tempo, esse anjinho não recebeu todo o carinho que tinha direito. E o pior de tudo é que ela achava que não podia ou talvez nunca fosse tê-lo.
- Con! - a loirinha me chamou e pisquei voltando a realidade. Ela e Izzie me encaravam curiosas. - Você não estava ouvindo outra vez! - ela acusou e eu ri.
- Desculpe. Agora estou escutando. O que foi?
- A Iz tá com fome. Quando a gente vai comer?
- Eu? - a morena pergunta divertida. - Achei que fosse a sua barriga que estava roncando - ela diz fazendo cócegas na pequena que ri se contorcendo.
- Tá bom, Iz! Eu também quero comer.
- Melhor assim. Mas você não respondeu, Connor. Quando a gente vai comer?
- Quando pedirem. Eu ainda estou escolhendo - apontei o cardápio que nem tinha olhado ainda.
- Se é assim - Izzie olhou em volta e sorriu. - Garçom!
Elas pediram macarrão e é claro, bolo de chocolate. Eu pedi um bife com batatas fritas, não era a refeição mais saudável do mundo, mas eu não ligava e elas aparentemente também não.
- Con, já posso comer o bolo? - Angie quer saber com a boca suja de molho, seu prato de macarrão ainda está na metade.
- Só depois que terminar de comer.
- Não pode ser antes?
- Não - digo por fim vendo seu sorriso morrer, eu me sinto mal por isso. - Come só mais um pouco e depois passamos para o bolo, por ser?
- Eba! - ela comemora e Izzie sorri.
- Até que você demorou muito para ceder, achei que não aguentaria tanto.
- Não sei do que você está falando - desconverso o que só a faz rir ainda mais. Definitivamente ela fica mais bonita sorrindo. Perde um pouco da tristeza no olhar que definitivamente não combina com ela.
- Agora já pode? - Angie pergunta depois de engolir uma garfada particularmente grande de macarrão e sorrio.
- Pode - digo por fim. - Pode sim.
Pedimos ao garçom para trazer o bendito bolo, uma fatia para cada uma delas. Eu não aguento mais comer, não depois de terminar o prato de macarrão da Angie, sou totalmente contra desperdícios.
- Obrigada! - a pequena agradece animada assim que o garçom coloca o prato com o bolo a sua frente, ele serve Izzie também e depois sorri.
- A filha de vocês é linda - diz olhando para Angie que já atacou o bolo e não está mais prestando atenção. Mas Izzie ouviu e eu também.
- Ela não é nossa filha - digo por fim e ele nos olha surpreso.
- Ah, desculpe. É que eu achei que... Enfim, desculpe - disse constrangido e saiu. Eu e Izzie nos entreolhamos por um momento ela sorri olhando para Angie e depois se concentra em seu bolo. Não tenho certeza do que isso significa, mas por hora acho que tudo bem.
A morena dá duas garfadas no bolo antes de arregalar os olhos e correr em direção aos fundos do restaurante. Eu e Angie nos olhamos se entender.
- O que aconteceu, Con? - a loirinha pergunta olhando para onde Izzie correu.
- Não sei. Mas vem, vamos descobrir.
Seguimos atrás dela e encontramos Izzie saindo do banheiro com o rosto abatido.
- Iz o que aconteceu? - Angie pergunta e a morena se abaixa para encará-la.
- Eu acho que comi de mais. Só isso.
- Tem certeza? - pergunto com a sensação de que essa não é toda a verdade. Ninguém sai passando mal assim por causa de bolo e macarrão.
- Tenho - ela tenta sorrir e fica de pé. Não vou insistir por que não é da minha conta. Mas não acredito nessa desculpa esfarrapada, não mesmo. - Vamos terminar o bolo e ir embora, o que acham? Pra mim já de deu de comida.
Angie sorri pra ela e as duas voltam para a mesa e eu as sigo me perguntando o que acabou de acontecer. A pequena termina de comer, Izzie toma um copo de água e eu as observo até terminarem e voltarmos. Nosso apartamento é no segundo andar, então é apenas dois lances de escadas até estarmos outra vez na casa vazia e cheia de caixas.
- Onde estão as coisas de vocês? - Izzie pergunta voltando para suas panelas.
- Estão aqui - aponto para as duas caixas ainda empilhadas na sala. - E tem mais três no carro e a cama.
- Só isso? E as coisas da Angie, cadê?
- Boa pergunta - suspiro e ela me olha curiosa.
- Como é?
- Longa história, depois te conto.
A morena pretendia me dizer alguma coisa, mas foi interrompida pelo toque do meu celular. Sorrio para ela, murmuro um “Licença” e me afasto para atender.
- Alô?
- Ingrato! — é como Stuart me atende. - Como você sai sem nem dizer nada?
- Sem coração, é isso que ele é — escuto a voz de Jace ao fundo e sorrio.
- Precisa desse drama todo? Tô vivo ainda e vocês estavam desmaiados em seus quartos, não quis acordar.
- Desculpas e mais desculpas. Como vai a mudança? E a pequena, como está?
- Bem e bem. Acabamos de comer - decido que contar sobre Izzie pelo telefone não é a melhor opção. - Vocês vão sair hoje também?
- Você sabe que não. Domingo a gente se recupera pra aguentar o resto da semana. Hoje podia ser sexta outra vez.
Eu rio e reviro os olhos, Stu é o drama em pessoa. É super gente boa, mas nunca leva nada a sério.
- Sinto muito pelo seu fim de semana.
- Eu não. A festa ontem foi de mais e o Peter Pan esteve ótimo, não que eu vá falar isso pra ele.
- Deixe o Jace em paz e vá trabalhar por que aposto que tem coisas pra fazer. Tenho que terminar a mudança, mais tarde vou aí buscar a cama.
- Tudo bem paizão, já tô indo. Boa sorte com a mudança — desejou e desligou logo em seguida. Sorri guardando o celular e vi as garotas empenhadas em colocar as panelas no armário.
- Como vamos fazer isso? - pergunto a Izzie que me encara um minuto depois sem entender.
- Isso o quê?
- Morar juntos. Como vai funcionar?
- Como qualquer outros amigos dividindo o apartamento. Nunca morou com ninguém, não?
- Morava com dois amigos.
- E eu com uma amiga - ela sorri entregando as colheres para Angie que as está colocando na gaveta. - Então vai ser fácil. Cada um limpa o que sujar. As faxinas damos uma vez por semana e cada semana um de nós faz. De resto, vemos depois. Assim está bom pra você?
- Ótimo - sorrio. - Vou levar minhas coisas para o quarto.
- O do fim do corredor é meu, por que cheguei primeiro! - Izzie grita da cozinha e sorrio achando graça.
O quarto que ela disse ser dela é um pouco maior que os outros dois. Não é grande coisa e nenhum deles é uma suíte então não vejo problema em colocar minhas coisas num dos outros quartos. Encaro as caixas no chão e suspiro. Mesmo que a morena não tenho falado nada de fato, ela tem razão, isso não pode ser tudo que eu e Angie temos. Somos dois e temos cinco caixas e uma cama. A morena é só uma e tem mais móveis espalhados pela casa que tudo. Só no quarto vi mais caixas do que tudo o que eu e Angie temos juntos.
Definitivamente precisamos de umas compras, a pequena merece um quarto, pelo menos enquanto estiver aqui. Se mamãe pudesse ouvir meus pensamentos aposto que já estaria fazendo planos para quando Angie estivesse terminando a escola. Mas não é assim, são só algumas semanas, nada mais.
Desisti de pensar nessas coisas e comecei a arrumação, mas assim que abri a primeira caixa me dei conta de que tinha esquecido uma coisa bem importante. Meu guarda-roupa. Eu e Angie precisávamos de um monte de coisas e eu nem sabia por onde começar. Voltei à cozinha e agora elas guardavam as panelas.
- Angie, temos que ir ao outro apartamento. Se lembra dele? Precisamos buscar a cama.
Ela me olha curiosa.
- A gente não ia morar aqui com a Iz?
- Ainda vamos, mas a gente tem que ir lá na casa do Stu buscar a cama e o guarda-roupa.
- Ah... - ela olha para Izzie e depois pra mim. - Con, eu tô ajudando a Iz. Você volta, né? Posso ficar?
Seu pedido me surpreende, mas logo em seguida sorrio, com minha mãe foi a mesma coisa. Primeiro ficou tímida e logo depois já era “Vovó isso e aquilo”. Com a nova melhor amiga não seria diferente.
- Angie, a Izzie está ocupada. Que tal outra dia?
Ela suspira e Izzie sorri.
- Que tal hoje mesmo? Eu vou ficar sozinha e você está roubando minha ajudante. Como vou terminar de arrumar a cozinha e fazer bolo sem meu anjinho?
Seu tom é tão carinhoso que faz os olhos da pequena brilharem. Eu também sorrio, seu jeito delicado e sorriso encantador vão acabar me enlouquecendo.
- Pode agora, Con? A Iz deixou.
- Pode, pode sim. Mas se comporte e pelo amor de Deus, não saiam de casa. Izzie você poderia me dar seu número de telefone?
- Meu telefone? - ela pergunta surpresa e eu me dou conta de como a pergunta saiu.
- Para o caso de acontecer alguma coisa com a Angie. Só isso.
- Ah... - ela me olha parecendo quase desapontada, eu sorrio. Não seria ruim pensar em sair com ela. Mas isso só complicaria nossa situação e ainda tinha Angie no meio, isso não daria certo. No fim, acho que é melhor assim. - Anota aí.
Ela me diz seu número, eu digo o meu a ela. Dou mais algumas recomendações a Angie antes de lhe dar um beijo na testa, Izzie sorri com a cena e eu finalmente saio. É muita loucura deixar a pequena com uma pessoa que eu acabei de conhecer, mas Angie pareceu tão a vontade, não quis negar isso a ela, uma companhia feminina. Lá no apartamento só haviam eu e os garotos. E com mamãe e Izzie foi amor a primeira vista, de ambos os lados.
Peguei o carro e não demorei muito para chegar ao meu antigo apartamento. Tinham só três dias que eu estava com Angie, mas o silêncio absoluto no carro chegou a ser irritante, meia dúzia de vezes eu me virei para ver se a pequena estava bem no banco de trás. Os garotos diriam que eu estava ficando louco, mamãe que estava apaixonado. Sorri com a ideia e subi até o apartamento que eu morava até semana passada.
Abri a porta com a chave que ainda era minha só para encontrar Jace jogado no sofá assistindo Harry Potter pela milésima vez, ele era tão viciado que eu acabei aprendendo a gostar dos filmes também. Stuart estava na mesa da cozinha comendo cereal, isso mesmo, ele estava comendo cereal as quase duas da tarde. Esses eram os meus amigos.
- Olha se não é o ingrato que nos abandonou, Jace.
O loiro levantou a cabeça do sofá e sorriu, levantou um braço também e trocamos um cumprimento meio torto.
- Eai paizão! Cadê sua filha?
Stu olhou em volta parecendo notar pela primeira vez que Angie não estava comigo.
- Cadê a pequena? Já foi embora? O juizado a levou? - se o moreno não era o desespero em pessoa eu não sabia quem era.
- Ficou com uma... Amiga - isso, essa palavra é boa. - Lá no apartamento novo.
- Amiga? Desde quando você tem amigas, Connor? - Jace perguntou se sentando surpreso, Stu também pareceu não acreditar.
- É tão irreal assim que eu tenha amigas?
- Sim - dizem os dois juntos e fecho a cara.
- Haha muito engraçados vocês dois. Eu tenho amigas, Ok? E uma delas ficou com a Angie.
- Aham tá, e eu sei cozinhar - Stuart diz irônico e Jace cai na gargalhada.
- Cala a boca, Stu!
- Vai fala. O que está acontecendo? - é o moreno quem pergunta depois de uma colherada de cereal.
- Nada - garanto. Quero adiar o papo sobre Izzie o máximo que puder.
- Ninguém acredita nisso. Só fala, com quem a pequena ficou? – eles não vão me deixar adiar. Maravilha.
- Com a minha nova colega de apartamento, Ok?
- Sua o que!? - perguntam os dois juntos e suspiro, vai ser um longo papo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então? Opiniões?
Sim, please!! ♥