Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 33
Bela Adormecida.


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!
Eu sei que vocês devem ter pensado que eu morri, mas estou bem viva aqui! O capítulo da semana passada não saiu por que eu não estava em casa no fim de semana e quando voltei tive que terminar um trabalho da faculdade! Me desculpem mesmo por ter sumido, espero que relevem esses meus deslizes e não desistam de mim ♥
BOA LEITURA!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756351/chapter/33

  Connor

  Olhei para Jace, meu acompanhante da vez e sorri, hoje ele não teria aula na faculdade e estava comigo. O pessoal vinha fazendo isso há uma semana, desde o dia em que Izzie sofreu o acidente, eu me recusava a sair daqui do hospital e eles haviam feito quase uma escala para não me deixarem sozinho. Meu chefe, depois que eu contei o que tinha acontecido, não se importou em me liberar. Nos últimos sete dias minha rotina era comer, cochilar no sofá que havia no quarto de Izzie, ouvir notícias dela e torcer para serem boas e garantir a Angie todos os dias que logo mais sua mãe iria acordar. E eu esperava fervorosamente que essas palavras logo se concretizassem.

  Eu não sabia o que era pior, ver Izzie naquela cama sem saber se ela iria acordar ou ver que Angie perdeu metade do brilho no olhar que ela adquiriu nesses últimos meses. Minha pequena vinha todos os dias ao hospital trazida por minha mãe e Gwen para visitar e bater papo com a mãe e a irmã. Apesar de passar todos os dias aqui, eu sempre ia para a casa da minha mãe com Angie e nós comíamos e conversávamos e eu só voltava para o hospital depois dela já ter pegado no sono enquanto perguntava se na manhã seguinte a mãe já estaria acordada também.

  - Eu sei que você não é muito de ler, mas pode te distrair – Jace disse me estendendo um livro e me tirando dos meus pensamentos ruins. Eu estava na sala de espera com ele aguardando Angie chegar, ela sempre vinha depois da escola.

  Peguei o livro e sorri divertido.

  - Harry Potter?

  Ele deu de ombros.

  - Os filmes são bons e os livros ainda melhores. Stu finalmente conseguiu pagar o conserto do carro e desamassou o porta-malas para resgatar os livros. Vai querer ou não?

  Aceitei a oferta e olhei para o primeiro volume dessa série de livros tão comentada. Ler nunca foi meu forte, mas como Jace disse, poderia me distrair.

  - A pequena vem hoje?

  - Ela sempre vem. Trás flores e desenhos e fala sobre seu dia na escola – respondo com um sorriso triste.

  Já haviam mais de vinte desenhos colados a parede perto da cama de Izzie. A enfermeira carrancuda da noite queria tirá-los, mas depois de uma quase discussão e de Angie piscar seus olhinhos doces ela finalmente cedeu e os deixou ali. A pequena sorria enquanto os fazia e diziam ser para Izzie ver quando acordasse. Nessas horas eu tinha que conter as lágrimas.

  - Fica assim não, cara. Izzie logo, logo vai acordar – Jace sorriu e eu assenti, sem forças para responder qualquer coisa que fosse.

  Alguém sempre dizia isso, eles deviam achar que me fazia sentir melhor, mas a verdade é que não fazia diferença uma vez que minha morena não devia nem mesmo estar assim para começo de conversa. Pensar nela imóvel naquela cama sempre acabava comigo, não ver seu sorriso ou não ouvir sua voz me fazia morrer aos poucos eu só não havia virado um zumbi rondando sua cama sem forças para mais nada por que tinha Angie e ela precisava de mim, que eu fosse forte e lhe dissesse que tudo ficaria bem, caso contrário eu não saberia dizer o que seria de mim.

  - Hei! Terra chamando, Connor! – Jace balançou a mão na frente do meu rosto e isso me fez sorrir. Essas pequenas brincadeiras idiotas davam um pouco mais de cor aos meus últimos dias cinzas.

  - Eu estou aqui, desesperado. O que foi?

  - Tem meia hora que perguntando da casa. Você vai comprar mesmo?

  - Não tenho tanto dinheiro. Nem mesmo se eu vendesse o carro. Mas eu queria. E queria mais ainda saber se a garota da casa de paredes vermelhas que quase me fez bater o carro da primeira vez em que sai com Angie era mesmo Izzie ou se eu estou aqui fazendo suposições estranhas.

  - Ela não falou algo como isso daquela vez em que saímos?

  - Sim, mas graças ao barraco de Stu eu nunca perguntei se era mesmo ela. Se fosse, eu adoraria poder dar aquela casa enorme a ela. Cada uma das garotas teria o próprio quarto e nós faríamos churrasco no jardim.

  - Podemos tentar ajudar vocês com alguma coisa – Jace se prontificou e eu neguei com a cabeça. Jamais pediria algo como isso a eles. Além do que, minha prioridade agora era Izzie e não uma casa.

  - Obrigado. Mas vamos adiar esse projeto por enquanto. Ainda cabemos os quarto no apartamento e eu gosto daquele lugar. Foi lá que conheci Izzie e meio que foi culpa dele termos nos tornado uma família. É estranho pensar em ir embora.

 - Desapega – Jace cantarolou e eu revirei os olhos.

  - Desapegar do que, Sr. Jace? – uma terceira voz perguntou e nos viramos para ver quem era. Candy e Angie estavam paradas mais adiante.

  - Papai! – minha pequena exclamou animada e soltou a mão da morena para correr até mim. Quando ela se jogou em minha direção, a peguei no colo.

  - Oi meu amor, cadê a tia Gwen? – pergunto e Angie da de ombros num gesto muito fofo.

  - Tava lá trabalhando na lanchonete. Foi a Candy que me trouxe. Ela veio ver o Jay pra eles se beijarem por que são namorados. Que nem você e a mamãe.

  - Candy? – olho para a morena que sorri.

  - Basicamente é isso mesmo. Eu sabia que o Jay tava aqui e o chefe da Gwen pediu pra ela ficar de última hora por causa de outra garçonete que não pôde ir. Vou deixar Angie aqui e mais tarde busco-a. Posso dar um “Oi” para Izzie?

  - Claro – indico o corredor com a cabeça. – Fique à vontade.

  - Vem comigo, amor? – ela chama Jace que se derrete todo e acho engraçado. Será que minha cara de bobo olhando para Izzie é assim tão vergonhosa?

  - Vou sim, Jujuba – ele entrelaça seus dedos aos dela e juntos eles seguem pelo corredor. Ainda não entendi qual a desse apelido, mas as meninas no geral o adoram.

  - Papai quando é que vai ser a minha vez de ver a mamãe? Eu tenho um monte de novidade pra contar pra ela! – Angie comunica e sorrio com sua animação. Às vezes ela parece se esquecer que Izzie não vai acordar quando ela chamar.

  - Que novidades, posso saber? – pergunto embarcando em seu momento de empolgação.

  - Agora minha sala tem um coelho chamado Bolota por que ele é gordo e tem um monte de pintinhas pretas. Hoje a Olivia levou ele pra casa, mas no outro dia vai ser outra pessoa. Ai quando for minha vez, ele vai dormir lá na minha cama, pode papai?

  Angie como sempre vai despejando as palavras sem parar pra ver se a estamos acompanhando.

  - Quando for a sua vez a gente pensa nisso, pode ser?

  - , mas ele vai dormir na minha cama, né?

  Sorrio e lhe dou um beijo na testa.

  - Te amo meu anjinho.

  - Também te amo papai, muitão, a gente já vai ver a mamãe agora?

  - Vai, vai sim – digo quando vejo Candy e Jace voltando.

  Eles se despedem e avisam que estarão na lanchonete do outro lado da rua conversando. A morena me garante ainda que levará Angie para a casa da minha mãe quando o horário de visita acabar e sorrio em agradecimento. Eu estaria completamente perdido em um momento como esse se não fosse por dona Vera e esses meus amigos incríveis.

  Eu e Angie seguimos pelo corredor e a pequena ainda está tagarelando sobre o Bolota dormir em sua cama quando chegamos ao quarto.

  Izzie está com o rosto calmo, os olhos fechados e ainda ligada aos vários aparelhos a sua volta que monitoram seus batimentos, sua respiração e tudo mais entre um e outro. Angie se próxima dela, escala a cama para se sentar ao seu lado, ela já fez isso tantas vezes que sabe exatamente como se acomodar. A pequena tira seus desenhos da mochila que tem nas costas e tira também, Nina, a boneca que ela leva para todo lado.

  - Oi, mamãe, oi, Grace. Vocês ainda não dormiram muito, não? – ela pergunta como das outras vezes e assim como nas outras vezes não há resposta. – Tudo bem. Eu e o papai vamos continuar vindo aqui pra cuidar de vocês até acordarem. Olha eu trouxe os desenhos que eu fiz. Tem você mamãe, o papai, eu e a Grace na sua barriga, por isso não dá pra ver ela. Olha esse outro, é o Bolota – ela troca o desenho e só continuo a observá-la apaixonado. – Ele é o coelho lá da sala, é branco, gordo e todo pintadinho. Ele tem uma manchinha preta bem envolta de um olho. Mas só de um, não é dos dois não, eu desenhei também. – Angie explicada cada um dos desenhos nos mínimos detalhes e tenho um sorriso triste ao observá-las. Essa cena só seria mais linda se estivéssemos na sala do apartamento com Izzie a olhando toda apaixonada como sei que faria. A pequena apóia a cabeça na barriga da mãe e sorri. – Fala “Oi” pra mim, Grace.

  - Sua irmã acordou, Angie?

  - Ainda não – ela suspira sem se mexer, a pequena descobriu que sentir a irmã com a bochecha aparentemente é mais divertido do que com as mãos.

  - Oi, meu amor, como está aí, quentinho? – pergunto tocando a barriga de Izzie bem perto de onde o rosto de Angie está. – Espero que sim. Enquanto a mamãe não acorda você vai cuidar dela, não é? Do mesmo jeito que ela está cuidando de você. – faço carinho na barriga com o polegar e sinto um movimento suave sob minha palma, os olhos de Angie se arregalam.

  - Grace acordou papai, agora só falta a mamãe! – ela exclama e faço que sim.

  - É, só falta a mamãe. Não demora, meu amor – me inclino beijando a testa de Izzie. – Adivinha o que eu fiz? Suas compras chegaram e eu e Angie transformamos meu quarto no quarto da Grace, agora não pode me expulsar do seu se não vou ter que dormir na sala.

  - Ficou tudo rosa e muito lindo, você tem que acordar logo pra ver mamãe.

  Nós continuamos a nossa conversa como sempre, incluindo Izzie de todos os jeitos possíveis, Angie já deitou com ela, levantou, desceu da cama, subiu outra vez, beijou sua barriga, conversou com Grace e agora está sentada ao meu lado desenhando outro Bolota para colocar um deles na parede para fazer companhia a Izzie.

  - Será que a mamãe vai gostar? – ela pergunta sem desviar os olhos do papel.

  - Aposto que sim.

  - Eu já devia saber que estariam aqui – alguém suspira da porta e me viro para ver a mãe de Izzie. Nosso relacionamento não evoluiu muito nos últimos dias, mas em parte isso era culpa da minha mãe que não parava de lançar a ela olhares reprovadores. Mas ao menos Clarisse pareceu perceber que culpar quem quer que fosse, principalmente as garotas pelo estado de Izzie, não faria ninguém gostar mais dela, então não tocou mais no assunto e tentou ser civilizada. Aceitei isso como uma oferta de paz. Ela finalmente pareceu ter entendido que brigar e culpar quem quer que seja não fará Izzie acordar mais depressa.

  - Vovó! – Angie a cumprimentou animada, largando os lápis e papéis para sorrir para ela em sua inocência. Desde que havia descoberto que Clarisse também era sua avó, não tinha chamado ela de outra forma.

  - Já disso que prefiro, que me chame pelo nome – a mulher disse e Angie sorriu um pouco mais.

  - bom então, vovó.

  Clarisse me olhou feio como se a culpa daquilo fosse minha.

  - Vovô, a vovó lá falando do nome delo de novo – a pequena reclama com Tom que a pega no colo com um sorriso. Ele não se incomoda nenhum pouco em ser o “vovô”.

  - Eu vi. Como está a sua mãe?

  - Isabelle não é... – Clarisse se interrompeu assim que percebeu os três pares de olhos em sua direção. Ela não teria coragem de dizer que Angie não era filha de Izzie, teria? – Ela ainda está em coma em uma cama, Tom, não está vendo? Sua filha ainda não abriu os olhos.

  - Mas ela vai abrir, vovó. Já, já a mamãe acorda é só esperar um pouquinho – Angie disse com um sorriso confiante e se contorceu até descer do colo do avô e ir até a mãe. Ela segurou a mão de Izzie e sorriu.

  - É Clarisse – a Sra. Adams tentou quando não pensou em nada mais para dizer. – Nada de vovó.

  - Você sabe por que a mamãe não acordou ainda, vovó? – Angie perguntou a ignorando totalmente. Ainda tínhamos eu e Tom no quarto, mas elas pareciam envoltas num mundo só delas. Depois do que pareceu uma eternidade Clarisse finalmente negou com a cabeça. Talvez tenha chegado à conclusão óbvia de que é muito mais fácil ceder a Angie que lutar com ela.

  - Por quê?

  - Por que ela está cuidando da Grace. É isso que as mamães fazem. Elas cuidam, fazem carinho, cozinham pra gente, elas também brigam quando nós fazemos coisas erradas. Foi isso que a mamãe falou quando não era minha mamãe ainda. E é por isso que ela dormindo, por que cuidando da minha irmãzinha e quando ela ficar boa vai acordar, o papai que disse e ele não mente.

  - Queria que você tivesse razão – Clarisse diz para minha surpresa e Angie sorri para a avó cujo o coração ela já está amolecendo.

  - Mas pode acreditar vovó. Quando ela terminar de cuidar da Grace ela volta, pra cuidar de mim e do papai. Por que ele não sabe arrumar o meu cabelo. Ficou torto quando ele amarrou.

  - Só espero que ela não tenha saído de casa assim – uma voz rouca comenta entrando na conversa e nos viramos todos ao mesmo tempo para vermos os olhos escuros de Izzie piscando perdidos. Vejo quando ela aperta a mão de Angie e é a pequena a primeira a reagir.

  - Mamãe! – ela exclama e sobe na cama com a velocidade de um raio para abraçá-la.

  Ela acordou, minha morena acordou e só essa constatação me traz um alívio tão grande que eu seria capaz de chorar se não estivesse sorrindo de felicidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? A Izzie acordou! Eu meio que não consigo deixar meus bebês sofrerem por muito tempo, quero saber o que estão achando!
Beijocas e até, Lelly ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Pequeno Anjo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.