Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 30
Compras e chuva.


Notas iniciais do capítulo

Heeeey my babys, vooltei!!
Pessoal, eu só queria dizer que a história já está na reta final, mais uns seis ou sete capítulos (talvez mais ou menos, nunca fui boa de estimativas #SouDeHumanas kkkkk) e acaba e nós vamos nos despedir dessa família incrivelmente fofa, espero que vocês estejam gostando...
Esse capítulo está fofo, mas tenho certeza que vocês vão me odiar pelo final, só quero que saibam que amo vocês ♥ #NãoMeMatem
BOA LEITURA :3



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  Izzie

  - Nós três estamos muito ferradas – comento enquanto corro com Angie em direção à entrada do shopping. As grossas gotas de chuva caem determinadas a nos molhar e eu seguro a mão da minha pequena enquanto corremos.

  A ideia era apenas darmos um passeio, não tomar um banho no meio da tarde e de roupa. Como o Sr. Braga gostava de me dar folga nos dias mais aleatórios de todos, eu estava indo ao shopping com Angie em plena quarta-feira. Busquei a pequena na escola e só fomos em casa almoçar antes de virmos, mas claramente essa não foi a melhor ideia que eu tive, por que tinha começado a chover e nem tínhamos chegado ao nosso destino ainda.

  - Conseguimos, mamãe! – Angie comemora assim que entramos e eu sorrio, a pequena está mais vermelha da corrida que molhada da chuva.

  - Conseguimos, sim. Que tal irmos ao banheiro nos secarmos?

  - Depois vamos comprar as coisas para a Grace?

  - Sim. Agora vem – a levo comigo enquanto partimos em direção a um banheiro.

  Consigo nos secar e arrumar nossos cabelos antes de finalmente seguirmos para as nossas compras. Entramos em lojas e não consigo não pensar em Elisa enquanto olho um vestidinho cor de rosa, eu e a loira maluca nos vimos mais vezes na entrada da escola e até saímos para comer juntas, Noah nasceu e é a coisa mais linda, uma cópia extremamente fofa do pai.

  Eu e Angie olhamos vestidos e enfeites para o quarto, compro perfumes, ursos, uma banheira, abajur e uma poltrona para amamentar e chego à conclusão de que Candy tem razão e talvez aquele apartamento fique pequeno para nós quatro, mas o que mais podemos fazer? Eu e Connor ainda não falamos sobre isso, mas não temos dinheiro para nos mudarmos e sinceramente nem sei se quero, aquele apartamento tem tanta história, está presente em vários momentos de nossas vidas que deixá-lo parece quase errado. Mas sou obrigada a admitir que o sonho com a casa de paredes vermelhas e o marido gato correndo atrás de Grace no jardim ainda está bem vivido em mim.

  - Mamãe, unicórnio! – Angie me chama me tirando de meus pensamentos. A pequena tem uma blusa com a estampa na mão e sorrio, ela está apaixonada por eles desde a noite do parque. – Vamos levar para a Grace?

  - Essa é grande para ela, que tal levarmos para você? – pergunto e ela sorri. Tenho certeza que era só isso que queria ouvir.

  - Pode?

  - Pode. Você quer?

  - Sim! – ela comemora e acho graça.

  Nós pegamos alguns macacõeszinhos, e uns sapatos de crochê lindos vermelhos com detalhes dourados. Se eu pudesse compraria a loja inteira, mas como não está chovendo dinheiro compro o que meu orçamento permite. Peço para entregarem lá em casa junto com a poltrona e a banheira então eu e Angie continuamos nossa peregrinação pelo shopping sem nenhuma sacola e agradeço por isso, não estou com nenhuma disposição para andar e carregar peso.

  Chegamos à praça de alimentação e só por hoje vamos comer hambúrguer de lanche. Angie é claro, ama a ideia.

  - Mamãe, depois do hambúrguer vai ter sorvete? – ela pergunta se lambuzando de molho e sorrio tentando amenizar a situação com um guardanapo. Minha pequena definitivamente não perde uma oportunidade de tentar fazer tudo terminar em sorvete.

  - Vou pensar no seu caso.

  - De morango?

  - Com cobertura – resolvo ceder por que também estou com vontade agora. Angie sorri. – Mas só depois que comer – aponto suas batatas e ala faz que sim.

  - Tá!

  Estou tão concentrada em minhas batatas que mal noto o movimento em minha barriga. Depois de novo e mais uma vez, no quarto cutucão eu faço careta apertando o calombo, minha gatinha dorminhoca acordou e parece extremamente animada.

  - Se mexeu, Angie! – aviso sorrindo e minha pequena me olha curiosa. – Grace, sua irmãzinha, se mexeu.

  - Aí na sua barriga, mamãe?

  - É – digo limpando sua mãozinha e colocando sobre o ponto onde Grace acabou de chutar. Os olhos de Angie se arregalam e acho graça de seu encantamento. Quando Grace faz mais uma vez ela se assusta, mas no segundo seguinte já tem as duas mãos sobre a minha barriga outra vez.

  - Você acordou, Grace! – ela diz bem pertinho do meu umbigo. – Mamãe disse que você estava dormindo e depois ia acordar. Isso é muito legal. Daqui a pouco você vai sair daí e a gente vai poder brincar e eu vou poder te levar lá na casa da vovó pra festa do pijama. E a mamãe e o papai vão levar a gente lá na roda-gigante e no carrossel e vamos comer churros, você vai gostar. Lembra quando eu disse pra gente dividir o papai e a mamãe? – ela pergunta como se fosse um grande segredo e eu só consigo sorrir a observando. – Então, a gente conseguiu. Agora eu e você temos um papai e uma mamãe muito lindos e que são muito legais. Não demora pra sair daí, Grece, aqui fora está muito divertido.

  - Conversaram muito? – pergunto e Angie me olha assentindo.

  - Mas ainda tem mais coisa pra falar.

  Sua conversa com a irmã dura mais um bom tempo, agora Grace parece realmente desperta. Ganho chutes e cotoveladas de Grace e olhos arregalados de Angie. Meu celular toca meia hora depois e ainda estamos na mesa da praça de alimentação com minhas pequenas num bate-bapo extremamente animado.

  - Oi, Gatinho – atendo sorrindo. – Aconteceu alguma coisa?

  - Só queria ouvir sua voz, estava com saudades.

  - Também estava – digo sentindo o coração acelerar. Será que seria assim toda vez? Com toda essa emoção? Borboletas no estômago e palpitações? Eu esperava fervorosamente que sim. – ocupado? Pode falar? Tenho novidades.

  - Posso falar sim. Que novidade é essa?

  - Connor, para de falar com a sua mulher e vai trabalhar! — escuto alguém gritar do outro lado da linha e gargalho imaginando que meu Gatinho provavelmente está com as bochechas vermelhas. Ele fica lindo corado.

  - Não podia falar? – provoco e ele também ri.

  - Me pegou. Eu estou matando o serviço por que não consigo terminar o cartão de visitas de um cliente. Só queria ouvir sua voz e ver esse isso me dava inspiração.

  - Você é o cara mais incrível que já conheci, sabia disso né?

  - Gosto quando diz. E você que é a mulher mais corajosa que já conheci e agradeço a Deus todos os dias por ser minha.

  - Te amo – digo simplesmente por que é verdade. Acaricio os cabelos de Angie que já está praticamente deitada em meu colo e sorrio.

  - Também te amo. E a novidade, amor, qual era? Já, já meu chefe volta— rio sem conseguir me conter.

  - Adivinha?

  - Não sei nem por onde começar. Meu tempo está acabando e te amo muito. Pode me contar o que é? — Meu loiro além de romântico é também uma figura.

  - Grace se mexeu! Nossa pequena está aqui a todo vapor. Angie e ela estão em uma conversa bem animada há mais de meia hora.

  - Não acredito que eu não estou aí para ver isso! — Connor reclama e sorrio.

  - Mas pode senti-la muito quando chegarmos em casa, por que pelo que eu entendi ela dormiu por seis meses e não parece querer dormir mais até nascer – ele ri e faço careta quando um chute acerta pouco abaixo da minha costela esquerda.

  - E Angie o que achou disso?

  - Está ainda mais apaixonada por Grace. Agora que a irmãzinha acordou o assunto parece ter dobrado – Connor ri e alguém o repreende outra vez.

  - Vai lá trabalhar, Gatinho. A gente se vê em casa, para Grace dar “Oi” pra você.

  - E se ela não quiser se mexer para mim?

  - Acredite em mim, ela está incrivelmente animada então com certeza irá se mexer para você. Quer falar com Angie?

  - Connor! — alguém chama e ele suspira.

  - Agora não vai dar. Em casa conversamos, quero sentir Grace se mexer mesmo, amo vocês. Manda um beijo para Angie.

  - Também te amamos, nós três. Vai lá, nos vemos em casa – me despeço e finalmente desligamos.

  - Quem era mamãe? – Angie desvia olhos de minha barriga e me encara.

  - O papai, ele mandou um beijo.

  - Você contou pra ele que a Grace acordou?

  - Contei, em casa ele vai sentir também. Agora que tal irmos lá na loja de brinquedos comprar uma boneca para Grace?

  - Vamos!

  Damos mais uma volta, tomamos o bendito sorvete e estou empenhada em decidir se gasto meus últimos trocados com chocolate ou um ursinho para Grace quando meu celular toca outra vez. Angie está ao meu lado segurando minha mão e olhando as vitrines enquanto caminhamos. Olho o identificador de chamadas e sorrio.

  - Oi Stu. Como vai?

  - De saco cheio do meu trabalho. E você?

  - Gastando o meu salário em roupinhas fofas para Grace. Por que ligou?

  - A escola onde eu trabalho recebeu doações de livros, mas alguns eles já tinham muitos e outros eles simplesmente recusaram não me pergunte por que. De qualquer forma vou levar os que sobraram para a biblioteca pública. Quer algum, Gatinha? Já guardei a coleção completa de Harry Potter para Jace, ele vive vendo os filmes, acho que vai gostar dos livros, Connor não é muito de ler e separei vários romances para Candy. Se quiser alguma coisa, guardo pra você.

  - Você é um amor, Stu. Tem algum livro infantil para Angie?

  - Infelizmente não.

  - Então eu aceito alguns romances que tiver. Gwen também lê às vezes, posso levar para ela.

  - Ok então — ele responde e pragueja quando escuto alguma coisa cair.

  - Tudo bem aí, Stu?

  - Está. É que eu estou colocando as caixas de livros no porta-malas enquanto falo com você e isso foi uma péssima ideia. Agora tenho que correr para pegar a biblioteca aberta.

  - Vai lá e não seja pego em nenhuma blitz – provoco. – Ou seja, dependendo de quem estiver lá.

  - Até você, Gatinha?

  - Eu não disse nada. Beijo, Stu.

  - Beijo, até mais tarde, passo lá na sua casa para jantar e levar os livros. Que bom que me chamou para comer — ele se convida na cara de pau e rio.

  - Vou ficar te esperando, tenho novidades!

  - Novidades, Gatinha? Quais?

  - Tchau, Stuart.

  - Gatinha má. Tchau, a gente se vê mais tarde por que quero descobrir o que é.

  Consigo me despedir sem contar a Stuart sobre Grace. Já que ele vai lá em casa posso dizer a ele pessoalmente.

  - Vamos para casa, Angie? – chamo minha pequena que sorri encantada com o manequim em forma de bebê de uma loja. Uma boneca incrivelmente linda.

  - Essa boneca pode comprar, mamãe?

  - Não, essa é só de enfeite. Pra gente olhar. Vamos pra casa? – torno a chamar e ela me olha curiosa enquanto nos afastamos do manequim.

  - Agora?

  - É, agora. Outro dia a gente volta. O tio Stu e o papai vão nos encontrar lá.

  - Sério? Oba! Vamos logo então – o amor por esse pai e esse tio é realmente muito grande. Acho graça de sua súbita animação.

  Eu e Angie seguimos para a saída do shopping e para nossa sorte a chuva cessou, mas o chão molhado e as enormes poças de água no asfalto são a prova que ela durou muito. Não temos nenhuma sacola já que pedi para entregarem tudo então cogito a ideia de ir de ônibus, mas estou cansada de mais para esperar para ser espremida naquela lata de sardinha. Por isso resolvo pedir um taxi. Há um ponto deles do outro lado da rua.

  Angie segura a minha mão e como não há ninguém na rua nós começamos a atravessar. Num minuto somos só nós duas e no outro um carro virou a esquina rápido de mais e está vindo em nossa direção a toda velocidade, a água no chão só atrapalha e não sei como reparo nisso, mas vejo o motorista arregalar os olhos enquanto buzina e faz gestos para que saiamos da frente, só que é inútil e inevitável, ele está rápido de mais e não consigo me mover rápido o suficiente para sair do meio e levar Angie comigo, a barriga pesa, os pés doem e minha pequena parece assustada de mais com a buzina e o carro para se mover.

  Não quero acreditar nisso, mas sei o que está prestes a acontecer, e é tudo de uma vez, só tenho tempo de tentar tirar Angie do meio antes de sentir o impacto do carro contra mim. Não sei onde, mas sei que dói, dói tudo. Ouço gritos, barulho de metal se chocando, mas não consigo ver, tudo está confuso e quero gritar e chorar, mas não posso, só consigo pensar em Grace e Angie.

  Minhas filhas... Elas estão bem?

  - Mamãe! – o grito desesperado de Angie é a última coisa que escuto, ele me faz sorrir mesmo que eu já esteja perdendo a consciência, pelo menos ela está bem.

  Meu pequeno anjo está bem, e é com esse pensamento que mergulho na escuridão sem fim.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço a morte? Gostaram? Quero opiniões!
Beijocas e até, Lelly ♥



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