Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 27
Pai, você?


Notas iniciais do capítulo

Oi amores...
Voooltei! Como estão? Só ignorem esse horário mais louco pra postar kkkk
Espero que gostem do capítulo ♥
BOA LEITURA!!



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    Izzie

  - Eu gosto de Olivia – comentei para ninguém em particular, mas lago descartei a ideia, não me via como a mãe de uma Olivia. Eu estava sentada em uma das mesas da lanchonete tirando dez minutos de intervalo, por que meus pés inchados e minhas costas doendo me garantiam mais pausas que o normal durante o dia nesse último mês. Na verdade eu estava falando sozinha, uma vez que não tinha ninguém comigo na mesa. Olhei para a minha barriga dentro do uniforme que tinha sido modificado para cabê-la, as meninas ficaram uma fera quando viram, eu tinha perdido o avental e agora usava um vestido azul com uma faixa branca acima da barriga, esse era muito melhor que o original. – Será que seu pai pensou em alguma coisa? – olhei para a barriga esperando minha pequena se mexer, mas nada aconteceu.

  Eu sorri pensando em quanto eu gostada do fato dela ser minha e de Connor. Eu teria feito isso sozinha, enfrentaria tudo e todos e seríamos nós duas, mas gosto de tê-lo, de ter Angie. Somos muito bons juntos. Uma família incrível que fico feliz em ter encontrado.

 Suspiro pela milésima vez vendo o movimento na lanchonete, é sábado e o lugar está lotado, de onde aparecem tantas pessoas? Tomo mais um gole da minha água e vejo Katie passar por mim com uma bandeja, não consigo mais vê-la e não lembrar de Stu, eles ficaram lá na festa de Candy, mas o “relacionamento” não foi para frente, além de não terem nada em comum nem mesmo pareciam gostar um do outro. Sinceramente, acho que foi melhor assim, Stuart precisa de alguém que o tire do sério e com Katie e seu jeito calado ele nunca conseguiria isso.

  E como meu namorado e seus amigos eram um bando de velhas fofoqueiras ele descobriu por que Stuart foi o primeiro a chegar à casa de dona Vera no dia do jantar para saber o sexo do bebê. Ele tinha sido parado por uma policial por que estava a impressionantes dois quilômetros acima do limite, isso não seria problema, é claro, se ele não tivesse discutido com ela pra ir embora logo, resultado: teve o carro levado por que o documento estava vencido e quase foi preso por desacato. Como a casa da mãe de Connor era mais perto ele foi pra lá. Faltou bem pouco para termos que ir buscar o moreno na cadeia. Ele xingou a policial todinha mais tarde no jantar, era engraçado de ver, ele ficou sem carro por quase uma semana até regularizar os documentos e ter dinheiro para retirá-lo do deposito da polícia.

  - Já tem mais de meia hora, até quando pretende ficar aí? Eu preciso de ajuda aqui – Gwen reclamou me tirando dos meus pensamentos, ela tinha duas bandejas nas mãos e fazia um malabarismo enorme para não deixar nada cair. Fui até ela e peguei uma das bandejas.

  - Isso é exploração de grávida.

  - Isso é chantagem de grávida, isso sim. O pedido é da mesa dois – ela sorriu se afastando e eu revirei os olhos seguindo até a mesa com meu melhor sorriso. Infelizmente eu ainda precisava trabalhar. Minha licença só começaria em dois meses e até lá era sorriso no rosto e ignorar os pés inchados.

  Servi as mesas, mas depois de um tempo fui atender o balcão, hoje Holly estava de folga então éramos só eu, Gwen e Katie. Ajeitei os saches de sal e limpei mais uma vez antes de servir o senhor que havia acabado de sentar.

  - Um expresso, por favor – ele sorriu e eu assenti.

  - É pra já.

  Fiz seu café e o servi, ajeitei os canudos e os guardanapos de cima do balcão, servi bolo e mais dois cafés antes de finalmente me sentar por um segundo.

  - Lívia? Jessica? Samantha? – pensei em voz alta frustrada. Eu não conseguia gostar de nome algum.

  - Como? - a mulher que já estava no seu segundo cupcake perguntou e eu neguei com a cabeça.

  - Só estava testando nomes pra ela – aponto para a barriga. – Nunca pensei que escolher um nome seria tão complicado.

  Ela sorri divertida e concorda.

  - Tenho um de dez anos, foi o pai quem escolheu o nome por que eu já não aguentava mais alguém pergunta qual seria.

  - Estou pensando seriamente em fazer isso também – sorri para a mulher e olhei para a minha barriga. – Será que o seu pai está melhor que eu nisso de escolher um nome?

  - Primeiro eu teria que saber o sexo, pra depois pensar num nome – uma voz responde e dou um pulo de susto. Brian está se sentando em uma das banquetas do balcão com um meio sorriso. A mulher ao seu lado com quem eu estava conversando acena com a cabeça e sai com seu bolinho na mão assim que percebe o clima estranho.

  - Brian? – pergunto surpresa. Ainda estou sentada sem conseguir me mexer.

  - Eu estava passando aqui perto e resolvi tomar um café. Pode preparar pra mim? Um expresso.

  - Claro – respondo meio entorpecida ficando de pé. Vou até a maquina de café e faço todos os movimentos com uma lentidão exagerada. Gwen passa por mim e faz um movimento com a cabeça em direção ao loiro sentado no balcão numa pergunta muda, “O que ele está fazendo aqui?”, dou de ombros como quem diz, “Não tenho nem ideia”.

  Minha amiga vai embora negando com a cabeça e eu enrolo o máximo que consigo com o café. Não sei o que Brian quer e nem sei se quero descobrir, ele não acreditou em minhas palavras daquela vez então o que raios ele veio fazer aqui? O que quer de mim? O que espera conseguir com essa aproximação? O liquido escuro e fumegante está quase transbordando da xícara quando decido que não posso mais adiar essa conversa. Respiro fundo e finalmente me viro, ando a passos lentos e quando finalmente alcanço Brian deposito a xícara a sua frente ele olha primeiro pra ela depois pra mim.

  - Obrigado.

  - É o meu trabalho – respondo sem emoção. Esse idiota nem se quer acreditou em mim, por que tenho que me preocupar com o que ele vai dizer?

  - Você já sabe o sexo do bebê? – ele pergunta depois de tomar um gole do café. Não há mais nenhum cliente no balcão por isso não tenho nem desculpa para não respondê-lo, suspiro e faço que sim com a cabeça. – E não é agora eu você diz qual que é? – ele pergunta com um meio sorriso que deve deixar muitas pernas bambas por aí, mas que comigo não surte mais nenhum efeito.

  - Não vejo por que fazer isso. O que você realmente quer comigo? Um café? Uma conversa? Saber sobre o bebê? Encher minha paciência?

  - Não me lembrava de você ter uma língua tão afiada, Izzie.

  - Até onde me disse você não se lembra de nada. É Isabelle. E você não me disse o que quer.

  - Certo, Izzie — ele sorri frisando o apelido e reviro os olhos. – Eu andei pensando em tudo o que me disse sobre o bebê e ele ser meu.

  - Bem, deve ter pensando bastante, afinal, isso já tem dois meses, você chegou a alguma conclusão?

  - Que talvez tenha alguma possibilidade dele realmente ser meu e se isso for verdade talvez eu...

  - Ah, você só pode estar brincando comigo – rosno. Eu não sou do tipo barraqueira, que começa discussões atoa, mas Brian estava me tirando do sério. – “Talvez tenha alguma possibilidade dele ser seu”? Depois de eu te garantir que a verdade é essa? E você o quê? O que pretende fazer? Se é que realmente vai fazer alguma coisa.

  - Izzie... Você sabe não é? Que estava muito bêbada na festa e...

  - E o quê? Posso ter ficado com a festa inteira? Esse filho pode ser de qualquer um? Pra nossa infelicidade é seu mesmo. Mas isso não significa realmente nada.

  - Se é meu eu quero...

  - Quer o que Brian!? Fala! – grito assustando alguns clientes. Eu tenho realmente que parar de arrumar confusão aqui na lanchonete, se continuar assim vou acabar desempregada. – Você não sabe o que quer! Não quer nada realmente!

  - É o nosso filho, quero participar – ele responde finalmente, mas não sinto nenhuma segurança em suas palavras, elas são vazias assim como seu olhar sobre mim. Brian não quer nada disso, tenho certeza que não, sinceramente não sei nem o que ele quer aqui, nem por que, pra início de conversa, ele veio.

  - Nosso? Claro, nosso filho – ironizo. – Você é o pai, o melhor. Você nem...

  - Izzie? – sua voz me faz sorrir e esquecer minha raiva antes mesmo de eu me virar para vê-lo. Connor me encara a alguns passos do balcão, mas sua expressão não combina com meu sorriso, na verdade ele parece surpreso.

  - Gatinho – sorrio e vejo ele e Brian se medirem de cima a baixo. Eu já havia falado sobre ele a Connor, mas nunca cheguei a apresentá-los, na verdade esperava nunca ter essa oportunidade. – Esse é o Brian. Brian aquele é o meu namorado, Connor.

  - Sou o pai do bebê da Izzie – o idiota a minha frente diz sorrindo e quero socar sua cara. – Estávamos aqui falando sobre ele.

  - Eu ouvi – Connor responde numa calma assustadora.

  - Connor, Gatinho...

  - Tudo bem – ele me interrompe. – Ele é o pai do seu bebê, certo?

  - O quê? – sinto meus olhos marejarem. Suas palavras são como uma lamina afiada em meu peito. – Como...?

  - Eu escutei suas últimas palavras. Melhor eu ir, vocês têm muito o que conversar, não é?

  - Muito, cara – Brian sorri e Connor se vira para a saída.

  - Connor! – o chamo, mas ele não se dá nem ao trabalho de virar. Idiota! Idiota! Idiota!

  - Izzie, nós estávamos...

  - Nós não estávamos nada! – explodo. – Você é só um babaca que de repente decidiu que queria brincar de ser pai! Você não quer nada! Não é nada meu nem do meu bebê!

  - Eu sou o pai! – ele retruca e rio dando a volta no balcão.

  - Pai!? Pelo amor de Deus, você nem se quer acreditava em mim até meia hora atrás! Connor, aquele idiota que acabou de sair daqui sem me ouvir é o pai do meu bebê!

  - Você não pode me impedir de vê-lo, de participar! – Brian parece uma criança que perdeu algum brinquedo importante, passo por ele ainda rindo.

  - Não estou te impedindo de nada, faça como quiser, venha vê-lo, conheça-o, mas se isso tudo for consciência pesada, não precisa se preocupar, meu bebê já tem pai – digo passando por ele em direção a saída sem parar para ouvir uma resposta. Não me importo com o que Brian acha, nunca me importei. Mas se Connor tiver ido embora eu o mato.

  Chego a calçada ignorando tudo e todos a minha volta. Meu namorado idiota está com a cabeça escorada na porta do carro enquanto pragueja.

  - Se você tivesse ido embora, juro que te matava – digo o assustando e ele se vira para me encarar. Não consigo identificar sua expressão.

  - O que quer aqui? Não devia estar conversão com o pai do seu bebê? – ele pergunta irônico e sua ironia me fere.

  - O que acha que eu estou fazendo? Você por acaso é burro, Connor? O que exatamente acha que eu tenho com Brian? Você é o meu namorado, é o homem que amo, é o pai do meu bebê. Não diga essas coisas que me magoa. Você acha que eu fugiria, que iria embora na primeira oportunidade? Se acha não me conhece. Você e Angie são meus, não abro mão de nenhum. Mas isso não quer dizer que você precise encontrar alguém para aparecer, quer dizer...

  - Amo você – Connor me interrompe agora sorrindo. Ele vem até mim e para a poucos centímetros. – Me doeu te ver ali com ele dizendo que ele era o pai dela, me senti um intruso – ele diz e nego com a cabeça, Connor não tem mesmo ideia do quão importante é pra mim? De como é tão pai da nossa pequena? Ai está a primeira diferença entre e ele e Brian. Connor é pai em todos os sentidos da palavra. Quero o interromper, lhe dizer isso, só que ele não deixa. – Mas vi que fui idiota eu só estava inseguro de perder duas das mulheres da minha vida, só que depois de suas palavras vi que lutei pouco. Desculpe-me por magoá-la e não ouvi-la. Amo vocês, foi só por isso que agi como um idiota.

  - Se me magoar de novo peço ao Ryan pra quebrar sua cara – ameaço sorrindo em meio as lágrimas, nem sei quando comecei a chorar, encosto a cabeça em seu peito e Connor me abraça. – Ele já se ofereceu para quebrar a do Brian.

  - Não me coloque no mesmo nível daquele cara.

  - Mesmo por que não estamos no mesmo nível – Brian responde atrás de mim e suspiro me separando de Connor. Abro a boca responder, mas meu namorado é mais rápido.

  - Não, não estamos. Estou muito acima de você.

  - Mas eu sou o pai – Brian diz em sua teimosia e dessa vez Connor apenas sorri, o que deixa o babaca a nossa frente ainda mais irritado.

  - É? E por que acha isso? Por que o bebê vai ter seu sangue? Aposto que o meu e o dele ainda vão ter a mesma cor. Você sabe alguma coisa sobre ele? Sobre Izzie? Sabe quando ela descobriu? Sabe quem a apoiou nisso? Sabe que ela quase o perdeu? Você sabe o sexo dele ou quais são os desejos estranhos que ela tem no meio da noite? Você sabe ao menos de quantos meses ela está? – Connor não altera o tom de voz, não sorri. Seu olhar é apenas inquisidor, ele está desafiando Brian a responder qualquer uma dessas perguntas, só que é perda de tempo, ele não tem nem ideia de nenhuma dessas respostas. Não sabe, nem quer saber, mas ainda insiste nisso.

  O silêncio chocado de Brian é uma resposta melhor que qualquer uma que ele pudesse dar.

  - Vai embora Brian – digo por fim. – Se você quiser voltar, conhecê-lo, participar, ótimo, é muito bem-vindo. Mas não tente se importar se nem é mesmo isso que quer. Eu não faço questão, meu bebê não tinha pai antes de Connor aparecer e se não fosse ele, contrariando o que muitos pudessem pensar, eu faria isso sozinha. Melhor ir, você nem mesmo quer estar aqui.

  - Eu... – ele começa e eu me lembro de que estava no meio do trabalho.

  - Caramba! Meu expediente, merda! Merda! Merda! – praguejo interrompendo Brian e assustando os dois loiros, viro-me e beijo Connor. – Amo você, nunca duvide disso, somos suas. Agora eu tenho que ir. Cacete! – murmuro passando direto por Brian e voltando para dentro da lanchonete.

  O Sr. Braga me olha curioso do caixa e Gwen está morrendo para saber o que aconteceu, tenho certeza, se Ryan estivesse aqui ele também seria o primeiro a perguntar, mas Luke está sozinho na cozinha. Passo direto por todos e peço desculpas ao meu chefe, volto para trás do balcão e cinco minutos Connor entra outra vez e se senta na banqueta em que Brian estava e esse último não parece mais. Evito os olhares da minha melhor amiga, sirvo clientes, ajudo no caixa e troco sorrisos com meu namorado.

  Connor espera até a lanchonete fechar, eu me desculpo mais uma vez com o Sr. Braga, mando uma mensagem para Gwen lhe garantindo que amanhã conto tudo que aconteceu e praticamente fujo com meu namorado para o seu carro.

  - Por que não foi embora? Angie provavelmente ficou te esperando – comento. Sei que a pequena está na casa da avó. Ela sempre fica lá nos sábados em que eu e Connor trabalhamos.

  - Queria te ver entes de buscá-la e depois de toda aquela confusão eu simplesmente não consegui ir embora. Queria ficar lá e garantir que estava tudo bem com vocês – ele diz dando partida no carro e sorrio.

  - Eu passei a tarde toda pensando em um nome pra ela e não consegui nada. Tem alguma sugestão?

  O loiro hesita por um instante e por fim sorri com os olhos fixos na estrada escura.

  - Eu gosto de Grace.

  - É lindo – sorrio imaginando uma bebezinha fofa. – Grace, nossa pequena graça.

  - Uma benção do céu – Connor diz e tenho lágrimas nos olhos. – O que acha? – ele pergunta me olhando quando para em um sinal vermelho e se assusta. – Izzie?

  - Gatinho bobo, não me faz chorar assim. Eu amei. Grace, nossa Grace. Será que Angie vai gostar?

  - Ela vai amar, aposto que amanhã já teremos desenhos das duas.

  - Espero que elas continuem assim, unidas.

  - Elas vão continuar – ele se inclina e me beija antes de arrancar outra vez. – Tenho certeza disso.


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Notas finais do capítulo

Brian é o maior embuste!!
Ok, agora depois de desabafar kkkkk quero saber a opinião de vocês!!
Beijocas e até ♥



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