Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 19
Você não vai a lugar nenhum.


Notas iniciais do capítulo

Nem devia, mas voooltei!!
Esse capítulo ficou muito fofo por que o Concon é um amorzinho, mas é isso, espero que gostem e BOA LEITURA!! :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756351/chapter/19

  Connor

  Como isso é possível? Num minuto estamos mais que bem e Izzie acabou de aceitar ser minha namorada e no outro algum de nós vai se mudar. É a morena quem me puxa pelo resto dos lances da escada, é ela quem sorri para Angie e garante que está tudo bem, eu só fico lá e me deixo ser levado.

  Não quero isso, não quero ir, nem quero que ela vá. Quando Izzie abre a porta, todos entramos, mas nenhum de nós sai da sala, nem mesmo Angie, ela não entende tudo, mas é esperta o suficiente para notar a súbita mudança de humor ao seu redor.

  - Eu não quero ir!

  - Eu não quero que você vá! - dizemos os dois juntos, não tenho nem certeza de quem falou qual frase, só consigo sorrir encarando seus olhos escuros que me hipnotizam, eles estão sorrindo assim como ela.

  - Achei que você fosse me achar louca por não querer ir, nem querer que você vá. Não quero perder o que acabamos de começar, nem quero me separar de vocês - Izzie tagarela e a beijo. Por que ela é linda, por que colocou em palavras tudo o que eu estava sentindo e por que provavelmente por que estou apaixonado por ela. Mas isso ainda é cedo para dizer.

  - Quem vai embora? A Iz e o bebê da barriga? - Angie pergunta com os olhos assustados, ela vem até nós e se enfia em nosso meio abraçando a morena. - Não vai embora, Iz. Eu e o Concon vamos cuidar de você e do bebê da barriga.

   - Hei, calma - Izzie se abaixa para ficar da altura dela, ambas tem os olhos marejados e só quero envolvê-las em meus braços para que não chorem nunca mais. - Ninguém vai embora. O Concon acabou de dizer que não deixa, então não posso ir.

  - Nós vamos ficar todos juntos? Ninguém vai embora? - Angie ainda pergunta e Izzie beija sua testa.

  - Ninguém vai embora.

  - Ouviu isso, Con? A Iz falou que ninguém vai embora. Não pode ir então - ela diz olhando para mim e acho graça. Já sabemos quem dá a última palavra nessa casa e não sou eu.

  - Eu ouvi, ninguém vai. Agora vamos comer? O bebê da barriga deve estar com fome.

  Ela sorri, faz que sim e corre para a cozinha, Izzie me beija e vai atrás dela, estou prestes a segui-las quando meu celular toca. Sorrio olhando o nome na tela, mamãe é adivinha por acaso?

  - Connor Scott, que história é essa que você vai deixar Izzie e meu netinho irem embora? — é o que ela diz assim que atendo, nada de “Oi” ou “Como você está?”.

  - Como você sabia, mãe? Charles acabou de nos contar.

  - Abby acabou de me ligar. Charlie não tinha nada que dar uma ideia tão sem cabimento pra vocês. O que ele está pensando, separando uma família assim? Você não vai deixá-los ir, não é Concon? Como vou dar a Izzie as roupas de bebê que estou bordando se ela estiver longe?

  Sorrio ao imaginar a expressão de mamãe, algo entre irritação e criança pidona.

  - Mamãe, a senhora encontraria Izzie no fim do mundo se assim quisesse, uma mudança não afetaria em nada seus planos e como assim seu netinho?

  - O que mais o bebê dela seria, Concon? Você já foi mais rápido meu filho — eu posso claramente vê-la revirando os olhos impaciente e rio incrédulo.

  - Eu te amo, mãe. Você é a melhor pessoa do mundo e por ser quem é, vai ser a primeira a saber. Eu e Izzie estamos namorando.

  - Vocês só perceberam isso agora?

  - Às vezes você me mata dona Vera.

  - Não tenho culpa se não enxergam a verdade. Mas e a mudança? Connor, por favor — seu tom agora é sério e respiro fundo.

  - Ninguém vai sair mamãe. Nem ela, nem eu. Não tenho certeza de quem sofreria mais, provavelmente Izzie e Angie. Eu sou seu responsável, por assim dizer, e a pequena sempre prefere ela. Não estou com ciúmes, só acho curioso.

  - Pra mim não é— mamãe diz e seu sorriso está em sua voz. - Uma criança assustada sempre vai procurar pela mãe. E depois as duas pelo pai. Isso é grande, Concon, não as magoe, você é meu filho, mas como não tem ninguém para defendê-las, eu vou.

  - Você é realmente especial, mamãe. Mas se a senhora acha que só por que os pais de Izzie não estão aqui ela está sozinha, é por que não conhece os amigos dela.

  - O que tem meus amigos? - Izzie aparece outra vez na sala sorrindo. - Você estava demorando então vim ver se aconteceu alguma coisa.

  - Estou falando com a minha mãe - aponto o telefone.

  - Izzie está aí? Deixe-me falar com ela — mamãe exige do outro lado da linha.

  - Vai me trocar assim?

  - Claro. Passe para a minha nora, por favor.

  - Aqui está, nora da minha mãe - digo divertido estendendo o telefone para Izzie que me olha confusa o pegando.

  - Que papo é esse? - ela pergunta ainda sem entender e a beijo.

  - Vai descobrir, minha mãe quer falar com você. Vou ver o que Angie está aprontando lá dentro.

  Sigo para a cozinha e deixo a morena ao telefone com a minha mãe. Eu não vou a lugar nenhum e nem ela, só esse pensamento já me faz sorrir. Está tudo bem, pelo menos por hora. Mas é melhor aproveitar o agora que perder tempo imaginando tudo que pode dar errado no futuro.

  Quando se está feliz parece que o tempo passa mais depressa, já tinha um mês que eu e Izzie havíamos começado a namorar e apesar da nossa paz e felicidade, as coisas estavam calmas, calmas até de mais, ninguém havia nos procurado. Nem Helen, nem os pais de Izzie, até Rachel havia sumido e pelo que a morena havia me contado, ela ainda não tinha falado com o pai de bebê.

  Por algum motivo sempre que ela dizia isso me incomodava, “pai do bebê”, que pai? Se foi eu quem a socorreu quando ela quase o perdeu, se foi eu quem escutou o coraçãozinho pela primeira vez com ela? Nós havíamos ido ao médico outra vez semana passada e não sei quem gostou mais de ouvir o coração do “bebê da barriga”, eu, Izzie ou Angie. A pequena estava encantada, Izzie emocionada e eu, como da primeira vez, não consegui pensar em nada, só conseguia imaginar um bebê gorducho com os mesmos olhos escuros da morena. Era muita loucura e ele nem era meu, mas eu estava apaixonado e os queria para mim. Só consegui ter essa certeza por causa de Izzie, ela não tinha nenhuma certeza e nem ninguém e mesmo assim não hesitou em acolher Angie com todo o coração, eu queria essa coragem também.

  Hoje o dia tinha sido enorme, tinha dois projetos para finalizar e estava exausto, as sextas-feiras eram as piores, com certeza, estava no meio de um sonho bom envolvendo Izzie, Angie e um bebezinho que eu não sabia dizer se era menino ou menina quando senti alguém cutucar meu ombro.

  - Connor, gatinho, eu vou sair - a voz de Izzie me despertou, suspirei pelo mais novo apelido e pelo sonho pedido. O apelido tinha começado por causa de uma cueca samba canção ridícula com estampa de gatinhos que Stu tinha me dado de presente apenas para curtir com a minha cara e eu usava às vezes para dormir, em uma dessas infames ocasiões Angie se assustou com um pesadelo e levantamos os dois para socorrê-la e Izzie a viu, desde então não me deixa mais em paz com esse papo de “gatinho”. Abri os olhos e minha linda namorada estava de pé ao lado da minha cama completamente vestida e com um sorriso divertido me encarando. - Gatinho, estou saindo.

  - Ok - murmurei tentado a puxá-la para deitar aqui comigo. Ainda dormíamos cada um na sua cama e não tínhamos avançado no quesito sexo, mas eu não me importava, não era um adolescente afoito, estava feliz só de ter sua companhia. Mas foi só quando ela começou a se afastar que eu entendi o real significado de suas palavras. - Sair? - perguntei me sentando e ela se virou. - Pra onde no meio da madrugada?

  Contrariando meus vários pensamentos onde tudo dava errado, ela sorriu.

  - Desejo de grávida - suas três palavras têm o poder de me fazer sorrir também. - Eu acordei sonhando com um pastel de queijo, você não tem noção de como só a menção a ele me faz salivar. Vou até o supermercado vinte e quatro horas comprar a massa e o queijo.

  - Por que não me chamou? - pergunto meio ofendido ficando de pé e começando a me vestir.

  - Mas eu chamei, ia te deixar um bilhete, só que pensei que talvez não fosse ver, então...

  - Não Izzie, por que não me acordou para eu ir lá por você – a interrompo e ela me olha surpresa, mesmo na pouca luz do quarto sinto as bochechas corarem, tenho que parar com isso, é meio ridículo um cara de vinte e cinco anos ficar corando como se tivesse quinze. - Eu só... Só acho muito perigoso você sair sozinha no meio da madrugada a essa hora.

  - Você não tem que se forçar a isso, mesmo que seja muito fofo e tudo mais - Izzie murmura com sigo mesma e nem chateado com ela eu consigo ficar, vou até ela depois de colocar o casaco e a beijo.

  - Não estou me forçando, eu quero fazer isso, me sinto quase importante. O que o bebê da barriga quer mesmo?

  Ela sorri e me abraça.

  - Pastel de queijo. Traz a massa que faço aqui. Está ouvindo bebê? O Concon vai trazer pra nós - ela olha para a barriga e sorrio, hesito por um instante antes de tocá-la, a sinto arrepiar, mas ela não se afasta, tomo isso como um incentivo e me abaixo para fazer o que vi Angie fazer tantas vezes antes.

  - Eu já volto - sussurro a centímetros do umbigo da morena. Quando fico de pé vejo seus olhos marejados. Ela faz que sim e lhe dou um último beijo antes de seguir em direção à porta de entrada.

  Quem diria eu saindo às três da manhã atrás de pastel para uma garota por causa de um desejo de grávida, se alguém me dissesse que eu estaria fazendo algo como isso há dois meses atrás eu diria a ele que tinha ficado louco, mas hoje, dando partida no carro rumo ao supermercado vinte e quatro horas, eu tenho certeza de que não há outra lugar onde eu quisesse estar.

  Não é difícil chegar ao supermercado, encontrar a massa e o queijo e voltar para o carro, não tem trânsito e nem ninguém na rua a essa hora. Eu estou dirigindo tão animado que é impossível não me sentir parte de algo maior, grande a ponto de me fazer sorrir o caminho todo. Quando chego em caso escuto vozes e sei que Angie acordou e elas estão batendo papo, abro a porta e a visão das duas debaixo das cobertas no sofá vendo Moana me faz sorrir como bobo.

  - Concon! Você trouxe o pastel do bebê da barriga? – Angie é a primeira a me ver e faço que sim. Ela desce do sofá e vem em minha direção, Izzie se vira para mim e sorri.

  - Trouxe, mas você não tinha que estar dormindo, em mocinha?

  - Eu tava, mas deu vontade de fazer xixi aí a Iz me ajudou, mas as luzes tavam todas ligadas e eu perguntei por que, e ela disse que estava esperando você, por que você tinha ido buscar pastel por que o bebê da barriga queria.

  - E deixa eu adivinhar, você também vai querer pastel? – pergunto e ela sorri.

  - Eu posso? O bebê da barriga divide comigo? – é para Izzie que ela olha ao perguntar, a morena vem até ela e beija sua bochecha.

  - Ele vai adorar dividir. Vamos comer?

  - Vamos! – a pequena responde animada.

  - Acho que isso não é muito saudável, não – comento e Izzie sorri pegando a sacola com as compras das minhas mãos.

  - Um diazinho lanchar pastel de madrugada não vai matar ninguém, tenho certeza.

  Ela segue para a cozinha atrás de Angie e eu rio indo atrás delas, esse nosso pequeno momento poderia durar para sempre, não poderia?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero comentários e opiniões, e agora acabou mesmo.
Nos vemos semana que vem!!
Beijocas, Lelly ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Pequeno Anjo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.