Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 15
Amor de mãe.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, voltei!!! Oficialmente já é domingo kkkk ♥
Espero que gostem do capítulo e BOA LEITURA!!
PS: Eu só queria dizer que não sou médica ou obstetra ou coisa parecida, então as consultas e receitas que eu coloco nas minhas histórias são meramente inventadas, Ok? Não precisam levar nada ao pé da letra, sou só uma curiosa que busca algumas respostas no Google, então peço que relevem algumas coisas. :*



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  Izzie

  Ele não foi embora, Connor não foi embora e isso me encanta, estou perto de chorar outra vez e nem me surpreendo mais com isso, chorar é a única coisa que eu tenho feito desde que acordei de madrugada banhada em sangue em minha cama. Minha dor, o desespero de quase ter perdido meu bebê é algo que nem consigo descrever e que não desejo a ninguém. Mãe nenhuma devia sentir algo assim.

  Chegamos ao consultório do obstetra e a enfermeira que empurrava minha cadeira de rodas se vai.

  - Isabelle Adams? – ele pergunta sorrindo e eu faço que sim com a cabeça. – Eu sou o Dr. Jones. Vou ser seu obstetra daqui em diante. Você já tinha feito alguma consulta para saber sobre o bebê antes? – nego com a cabeça me sentindo horrível, nem isso tive coragem de fazer pelo meu bebê. – Tudo bem, pelo que eu vi nos exames você está com pouco mais de três semanas de gestação, ainda estamos no inicio e poderemos acompanhar de perto você e o seu bebê para que nada como o que aconteceu hoje volte a se repetir.

  - Ela pode ter outros sangramentos como esse? – é Connor quem pergunta ao médico enquanto ainda estou registrando suas palavras.

  - O primeiro trimestre é o mais difícil, estamos no inicio da gravidez e é sim mais fácil de alguma coisa acontecer agora, o que não quer dizer que vá acontecer de fato. Fiquem tranquilos, Isabelle é jovem e saudável e ambos ela e o bebê estão muito bem.

  - Fico feliz em ouvir isso – o loiro sorri e sorrio também tocando minha barriga.

  - Mas quero repouso nesses primeiros dias, também vou te receitar algumas vitaminas.

  - Eu vou poder voltar à minha rotina? – pergunto preocupada. E se eu tivesse que ficar em casa pelo restante da gravidez?

  - Fique calma Srta. Adams – o médico sorri. – Só preciso que tire alguns dias para se recuperar e seu bebê não correr mais nenhum risco. Vai ter uma gravidez normal, eu te garanto. Você passou por algum estresse emocional nos últimos dias?

  Quase sorrio com sua pergunta, só tenho passado por isso nas últimas duas semanas.

  - Não tenho estado nos meus melhores dias – digo por fim e ele assente anotando alguma coisa em minha ficha.

  - Ok. Repouso, vitaminas e que tal conhecermos esse bebezinho? – ele sorri ficando de pé e eu sorrio com a ideia de ver meu bebê, nem que seja apenas num borrão em preto e branco.

  - Agente vai ver o bebê da barriga da Iz? – Angie pergunta e Connor faz que sim com a cabeça.

  - Vamos.

  - Iz, é um bebê menino ou um bebê menina? – a pequena pergunta animada e sorrio beijando sua bochecha.

  - Não sei, ainda vai demorar um pouco pra gente descobrir.

  - Você quer que seu irmãozinho seja um menino ou uma menina? – o doutor pergunta a Angie e ela faz uma careta engraçada enquanto pensa. O peso das palavras do Dr. Jones me atinge e fico sem reação, “seu irmãozinho” foi o que ele disse, mas não é isso realmente. Nós não podemos simplesmente fingir que somos uma família, podemos?

  - Uma menina! – a pequena responde animada e eu não consigo repreendê-la ou mesmo contar a verdade ao médico, Connor me olha e dou de ombros desistindo de complicar as coisas. Por que meu bebê não pode ser irmão de Angie? Se nós continuarmos juntos por mais tempo tenho certeza que vai ser isso mesmo que se tornarão.

  - Outra garotinha tagarela como você e estamos ferrados – o loiro responde e sorrio, Angie faz bico.

  - Eu quero uma irmã que nem a Hannah e a Agatha – ela cruza os braços e Connor vai até ela e a pega no colo lhe fazendo cócegas.

  - Ok, Srta. Exigente, mas que tal deixarmos o doutor examinar a Izzie primeiro?

  - bom – ela concorda descendo do colo do loiro e o doutor indica a maca ao lado do aparelho de ultrassom.

  - Deite-se ali, por favor, Srta. Adams.

  - Só Isabelle está bom – digo fazendo menção em me levantar, mas antes que eu realmente faça qualquer movimento sinto os braços de Connor a minha volta me içando da cadeira.

  - Repouso, lembra? – ele sorri para mim e sinto as bochechas corarem. Eu só queria poder me esconder em seus braços e fingir que estava tudo bem. Mas minha felicidade dura pouco, Connor me coloca na maca e suspiro.

  O Dr. Jones se junta a nós, ele liga o aparelho e Angie sorri se aproximando também. Aquele gel gelado é colocado em minha barriga e me encolho um pouco. O doutor começa a passar o parelhinho em minha barriga e o borrão na tela não faz sentido para mim, mas ele sorri e indica um pontinho branco na tela.

  - Aqui está o bebê de vocês – ele comenta e um alerta se acende em minha cabeça.

  - Ele não é o pai – disparo, não preciso envolver Connor nisso. Ele ficou, mas isso não quer dizer que aceitou ser pai do meu filho ou coisa parecida. – Connor é só meu... Amigo.

  - Ah desculpe, interpretei mal – o doutor parece meio surpreso. – Então a pequena?

  - Angie é minha irmã – o loiro responde meio ríspido e não entendo. Ele ficou chateado? Com o que exatamente? O fato de eu ter dito que somos amigos? E somos, não somos? Quer dizer... Ah, merda! O beijo. Esqueci-me completamente do que aconteceu em nossa cozinha antes de tudo isso começar. Connor havia me beijado e eu não sabia o que isso queria dizer. Ele gostava de mim? Talvez sim, mas isso era antes de saber do bebê, e agora, o que eu faço?

  - Isabelle? – o doutor me chama e percebo que estava longe.

  - Sim?

  - Quer escutar o coraçãozinho do seu bebê?

  - Já podemos? – pergunto surpresa e ele faz que sim.

  - O coração é o primeiro órgão a ser formado e começa a bater com dezesseis dias de gestão, você está com quase um mês então já podemos sim, ouvi-lo.

   - O que estamos esperando então? – pergunto ansiosa e o médico sorri ajeitando o aparelho de ultrassom.

  Quando o som preenche o ambiente um sentimento preenche o meu coração, o “Tum Tum” ritmado e bastante alto faz meus olhos marejarem, escutar o coraçãozinho do meu bebê o faz finalmente algo concreto em minha vida, algo pelo qual eu vou lutar com unhas e dentes e que ninguém vai conseguir separar de mim, ele é meu e vou protegê-lo e amá-lo acima de todas as coisas.

  - chorando de novo, Iz? O bebê da barriga bem? – Angie pergunta se aproximando e eu toco meu rosto me surpreendendo pelo fato de estar mesmo chorando outra vez.

  - Eu bem, meu amor. ouvindo esse barulho? – pergunto e ela faz que sim. – E o coração do bebê que está na minha barriga. Ele está muito feliz e eu também fiquei, por isso estava chorando.

  - Então o Con feliz ou triste? Por que ele parou ali e não falando nada – ela aponta para o loiro e tem razão. Connor está encarando a tela do aparelho de ultrassom sem nem piscar. Ele parou e não esboça nenhuma reação. Será que é agora que ele se dá conta de onde se meteu e vai embora?

  - Connor? – o chamo e ele pisca, seus olhos marejam por um instante antes dele piscar outra vez e eles estarem secos. O loiro sorri para mim e ele devia parar com isso, por que não custaria nada eu me apaixonar pelo seu sorriso e seus gestos carinhosos. – Você está bem?

  - Estou. E Você, está bem?

  - Ótima, nunca estive melhor – digo e é verdade. Pela primeira vez em quase um mês não estou fingindo um sorriso. O sorriso que esboço é verdadeiro. Tão verdadeiro quanto o sentimento que começou a nascer em meu peito. Não sei o que isso significa, mas não vou me preocupar com isso, pelo menos não agora.

  O celular do loiro toca e ele sai do consultório para atendê-lo, o Dr. Jones limpa o gel da minha barriga, me dá mais algumas recomendações e uma receita com os remédios e vitaminas que vou ter que tomar a partir de agora. Quando Connor volta já terminamos.

  - Lembre-se, Isabelle, repouso – o doutor repete pela milésima vez. – Pelo menos pelos próximos dois dias, depois disso pode voltar a sua rotina, mas nada de esforços físicos exagerados e nenhum estresse, Ok?

  - Sim doutor – disse determinada a cumprir suas exigências pelo bem do meu bebê.

  - Já podemos ir? – Connor pergunta e faço que sim. Nos despedimos do doutor e seguimos de volta para o quarto em que eu estava. – Era minha mãe no telefone – ele comenta empurrando minha cadeira de rodas, Angie se sentou em meu colo e está adorando o passeio.

  - O que ela queria?

  - Saber por que não fomos comer lá hoje também. Eu contei que você passou mal e ela surtou, gritou um monte e perguntou do bebê. Ela sabia?

  - Sabia – admito, gostando da desculpa de estar de costas para ele, para não olhá-lo. – Mas não foi por que eu contei. Ontem ela simplesmente percebeu.

  - Mães são realmente incríveis.

  - Elas são sim – digo sorrindo para a garotinha em meu colo que está me encarando e retribui o sorriso mesmo sem nem saber o motivo dele. A pequena conquistou meu coração e nem mesmo o fez por querer, só chegou, sorriu e ignorou toda a dor e entrou sem pedir permissão. Eu me apaixonei e sei que isso pode não terminar bem, mas não me importo. Vou protegê-la enquanto puder fazer isso, essa é a minha única certeza.

  Depois de voltarmos para o quarto Vera e Raul aparecem, tem beijos, abraços e muito carinho, e só depois da mãe de Connor ter certeza que eu e o bebê estamos bem é que ela para, para respirar. Ela se oferece para levar Angie para casa com ela já que só vou sair daqui no fim do dia, digo ao Connor para ir também por que sei que ele está acordado desde que o chamei aos berros de madrugada, mas ele não vai, Vera e Raul se despendem e levam Angie que só aceita ir depois que prometemos buscá-la na hora em que sairmos daqui.

  Os amigos de Connor aparecem também, Stuart e Jace trazem balões coloridos e um ursinho de pelúcia, o moreno é uma comédia e me faz rir, Connor contou a eles sobre o bebê e os dois parecem encantados de ter uma grávida por perto, quase como se eu fosse um tipo de animal raro, o pensamento me fez sorrir ainda mais. Depois de muito papo, comida ruim do hospital e a promessa de visitas periódicas os dois se despedem também, afinal têm que trabalhar amanhã. Já são quase oito da noite e eu e Connor estamos jogando baralho – um que Stu trouxe e esqueceu aqui - por falta de coisa melhor para fazer e apenas esperando o médico vir me dar alta. Só quero ir tomar um banho quente e dormir na minha própria cama.

  Estou perdendo minha terceira partida seguida quando o médico que me atendeu quando eu cheguei vem para me examinar e me dar alta, ele recomenda assim como o Dr. Jones que eu fique de repouso e descanse. Troco-me com as roupas que Gwen trouxe para mim mais cedo e vinte minutos depois estamos em frente à casa de Vera para buscar Angie. A pequena corre animada em nossa direção, não entramos, Vera não insiste, apenas sorri, nos beija e me deseja melhoras antes de partimos outra vez, agora para casa.

  Connor me carrega escada acima e posso sentir seus braços ao meu redor e seu coração batendo tão rápido quanto o meu. Quando ele me levou para o hospital eu estava tão assustada pelo meu bebê que não reparei em nada, mas agora, sem nenhuma preocupação meu único pensamento é que eu queria poderia ficar na segurança de seus braços para sempre. Nós entramos em casa e ele me coloca gentilmente sobre o sofá.

  - Vou fazer o jantar, vocês duas podem esperar ai – ele avisa indo em direção à cozinha e Angie sorri para mim.

  - O bebê da barriga acordado, Iz? – ela pergunta se aproximando da minha barriga.

  - Não sei, por quê?

  - É legal falar com ele, posso fazer de novo?

  - Pode – sorrio. - Pode, sim.

  - Oi bebê da barriga, sabia que você tem muita sorte da Iz ser a sua mamãe? Ela é linda e sorri um monte, faz comida gostosa, arruma o cabelo, mas ela também não deixa comer doce antes do jantar, mas eu não ligo, é muito divertido morar aqui. Você vai ver. Quando você sair daí vou te apresentar a Hannah e a Agatha, elas são minhas amigas e vão ser suas amigas também, tá? — ela tagarela e dessa vez não choro, apenas sorrio acariciando seus cabelos, Angie faz menção em se afastar, mas volta outra vez e quase cola sua boca à minha camiseta, quando continua outra vez está sussurrando tão baixo que mal a escuto. - Ah... Eu quase esqueci, se você não tiver um papai eu te empresto o Con, mas só se você dividir a Iz comigo, bom?

  Ela se afasta sorrindo com a desculpa de escolher um filme para vermos, mas eu não respondo, como poderia depois do que eu ouvi? Ela considera Connor como pai, isso não me surpreende, não quando os vejo juntos, talvez o loiro precise de um empurrãozinho para notar, mas fora isso estão bem, vão ficar. Mas o que ela disse depois me comoveu, ela está disposta a dividi-lo com meu bebê, a pequena mal encontrou alguém para cuidar dela e não se importa em dividi-lo, meu coração só consegue se encher mais de amor por ela e suas últimas palavras mexeram ainda mais comigo, ela também me quer por perto, se vai dividir o pai dela ela quer uma mãe em troca e eu quero simplesmente dizer a ela que sim, que eu não me importo, mas não o faço, por que ela não é nem mesmo de Connor e tão pouco minha, eu não sei o que acontecerá com a pequena quando “resolverem” sua situação e isso me dói. Por que Connor simplesmente não diz logo que ela vai ficar? Ficar pra sempre?

  - Moana, Iz! – ela me mostra o filme e sorrio essa já é a terceira vez só essa semana, eu não devia tê-la dado esse DVD.

  Nós vemos o filme, jantamos, assistimos outra vez e no meio da segunda sessão a pequena dorme, Connor a leva para o quarto e eu resolvo tomar um banho quente e depois seguir para a minha cama também. Quando entro no quarto para me trocar vejo a cama exatamente como a deixei quando o loiro me tirou apressado do meio dos lençóis, a mancha de sangue vermelho vivo ainda está ai e sei que não vai sair, nem dos lençóis e talvez nem do meu colchão. Troco-me, pego meu travesseiro e o encaro decidindo o que faço, será que Angie me aceita em sua cama?

  - Achei que estivesse com problemas – a voz do loiro me alcança e me viro para encará-lo, está parado no batente da porta de pijamas e sorri.

  - Será que Angie se importa se eu dormir com ela hoje? – pergunto e ele nega com a cabeça.

  - Pode ficar no meu quarto.

  - O que? – pergunto surpresa e ele arregala os incríveis olhos azuis.

  - Não foi isso que eu quis dizer! Eu só... Eu vou para o quarto da Angie, minha cama é maior e... – ele se interrompe e coça a nuca num gesto muito fofo e eu sorrio, queria ter coragem de beijá-lo outra vez. – Você entendeu, pode ficar lá. Eu e Angie nos viramos.

  - Nada disso, eu posso ir para o quarto dela, você é maior que eu, como pretende caber em uma cama de solteiro com uma garotinha? – pergunto e ele faz um careta de confusão e meu coração dá um salto. Se Connor não parar com isso não vou me responsabilizar por meus atos.

  - Então o que você sugere?

  - Vocês dois ficam na sua cama e eu na dela. Simples assim.

  - Ok, você ganhou – ele sorri. – Mas algum pedido senhorita?

  - Na verdade tenho sim. Pode deixar Angie aqui amanhã, não vou trabalhar então não tem por que incomodar sua mãe – ele faz menção em protestar, mas eu não deixo. – E eu não queria ficar sozinha. As irmãs de Gwen vão para a escola e ela vai para a lanchonete, não vou ter nenhuma companhia.

  Ele faz que sim com a cabeça com um sorriso tão encantador que tenho que resistir a ideia de tocar seu rosto, passo por ele com o coração a mil.

  - Boa noite, Izzie.

  - Boa noite, Connor – sussurro de volta e praticamente corro dali.

  Na manhã seguinte tudo volta a sua rotina, mais ou menos, eu ainda arrumo os cabelos de Angie, mas quando conto a ela que quero que fique comigo ela corre até Connor, lhe dá um abraço e pede para ele dizer “Oi” para Vera. Sorrio com sua animação contagiante. Nosso dia se passa em meio a filmes, guloseimas e desenhos. Ligo para o Sr. Braga e explico a situação, conto o que aconteceu e falo do bebê também. Ele se preocupa, me parabeniza e por fim fala que posso ficar em casa toda a semana para descansar que não vai descontar do meu salário. Fico grata de mais para recusar. Eu e Gwen trabalhamos no Joe’s há quase dois anos, conhecemos todos ali, somos quase uma família e é por isso que passo o fim do dia atendendo ligações do pessoal. Ryan é de longe o mais escandaloso e dramático dizendo que eu o privei de ser tio e que nunca mais vai me perdoar, pelo menos não até ele ligar meia hora depois dizendo que vem me visitar com Gwen depois do trabalho.

  Pouco depois das seis a campainha toca e eu sorrio vendo Angie deitada de bruços no tapete desenhando animada com os gizes de cera que Connor lhe deu. Vou até porta e a abro só para ser recebido por uma enxurrada de gente. Ryan está aqui, assim como Gwen, Hannah, Agatha e Candy. Candance, a mais velha das três irmãs de Gwen, a morena de dezessete anos cujo os olhos são tão verdes quanto os das outras três, veio também.

  Abraço todos eles e Angie logo percebe a comoção e vem receber as amigas, elas somem para o quarto da pequena levando os papéis do chão e os gizes antes mesmo de nos sentarmos no sofá.

  - Como está gatinha? – Ryan pergunta se sentando ao meu lado e me abraçando.

  - Bem, passei o dia comendo e vendo filme com a Angie.

  - Ainda não acredito que está grávida e que escondeu isso de todo mundo. Que escondeu de mim – ele começa o drama e suspiro.

  - Eu meio que não sabia o que fazer. Ainda não sei, mas agora pelo menos tenho que encarar isso de frente.

  - Tudo bem, você não era obrigada a falar. Agora chega desse papo triste e me conta, pra quando é o bebê? Eu posso ser tio? Aquele loiro gostoso já sabe? Vocês estão juntos?

  Eu sorrio beijando a bochecha do moreno ao meu lado.

  - Amo você seu maluco e é claro que pode ser tio. O Connor sabe e não, não estamos juntos.

  - Ok, se vocês não estão juntos, quem é o pai? A menos que vocês tenham tido uma noite louca antes de morarem juntos.

  - Eu até tive “uma noite louca” – faço aspas no ar, decidida a contar, não tem mais sentido esconder de qualquer forma. – Mas foi com o babaca do Brian, naquela festa com as meninas da universidade, se lembra?

  - Algumas semanas atrás? – ele pergunta surpreso e faço que sim me encolhendo ao seu lado. – Ai meu deus, gatinha. Você está muito encrencada. Contou a ele?

  - Não, nem sei se vou, se quero. Meu bebê não tem pai, Ryan.

  - Tem sim, e ele vai ter que fazer algo a respeito! – meu amigo diz firme e me encolho mais. – Você precisa dizer, nem que se seja para ele negar e eu poder socá-lo sem peso na consciência.

  - Primeiro, eu agradeço o apoio, mas você ia apanhar e segundo, eu vou contar, mas só não quero fazer isso agora.

  - Se ela não contar, eu conto – Gwen se intromete sorrindo para Ryan. – Mas aquele idiota vai ficar sabendo, disso pode ter certeza.

  - Vocês complicam as coisas de mais, por que a Izzie não conta de uma vez? Ela vai ter um bebê e esse Brian quem quer que seja é o pai. Então ele vai ter que fazer alguma coisa a respeito – Candy comenta tirando os fones de ouvido e revirando os olhos. Não sei se era a idade, mas tudo o que ela falava ultimamente tinha um tom de ironia.

  - Infelizmente não é tão simples assim, mini gatinha – Ryan sorri para ela que faz careta diante do apelido. – Principalmente por que a gatinha aqui gosta de complicar as coisas. E por que essa cara feia? – meu amigo fofoqueiro quer saber enquanto Candy volta sua atenção para o celular e digita furiosamente, depois suspira e atira o aparelho no canto do sofá onde está.

  - Ela está assim desde ontem, foi a uma festa na casa de uma amiga e voltou desse jeito, acho que é por causa de algum garoto - Gwen sorri e a mais nova cobre o rosto com as mãos.

  - Ela apaixonada? – Ryan pergunta interessado na fofoca e se esquecendo do meu drama. Fico feliz com a mudança de assunto, chega de falar da minha vida que está indo bem mal ultimamente.

  - Não estou apaixonada! – Candy reclama e três pares de olhos a encaram sorrindo.

  - Então o que é? – quero saber.

  - É só um idiota que me beijou e saiu sem nem se despedir – ela suspira ficando de pé. – Vou tomar água – avisa saindo da sala sem esperar por uma resposta.

  - Quando foi que eu fiquei tão velha a ponto de Candy já ter problema com garotos? – Gwen choraminga fazendo bico e eu sorrio.

  - Mais jovens é que não estamos ficando – Ryan responde e rimos.

  Pouco depois da chegada dos meus convidados Connor me liga dizendo que vai se atrasar por causa de uma pane no sistema da empresa que apagou uma logomarca importante, conto a ele das vistas e ele se tranquiliza mesmo que pareça irritado quando digo o nome de Ryan, que por sinal se tornou “tio Ryan” depois de cinco minutos de conversa com Angie, ela e Hannah eram as mais novas bonequinhas do moreno e que Deus as ajudasse, por que eu tinha certeza que ele já tinha planos para as roupas que elas usariam até a formatura.                       

     Nossa noite terminou regada a pizza e meus convidados foram embora e nem sinal de Connor, fui colocar a pequena para dormir na cama do loiro e devo ter apagado também. Não vi quando ele chegou, só acordei no dia seguinte com Angie me cutucando para irmos tomar café. Eu tinha dormido na cama de Connor e seu cheiro estava por toda parte, isso era algum tipo de teste de resistência, não é? Pra ver o quanto eu aguentava? Por que eu já estava bem perto de ceder.

  Não sei como sobrevivi uma semana, nem como não pulei no pescoço do loiro na primeira oportunidade, mas quando dei por mim já era sábado outra vez. Connor tinha ido à casa da mãe para ajudar Raul com um problema na garagem enquanto eu me dedicava a fazer o almoço, nós até íamos comer lá, mas no fim Raul e Vera teriam um passeio romântico e o loiro voltaria para casa para podermos comer.

  Eu estava na cozinha com Angie decidindo se fazia frango ou peixe quando batidas desesperadas na porta me assustaram.

  - Izzie! Izzie! Isabelle abre essa porta! – era Gwen e ela parecia perto de um ataque, fui até a porta seguida pela pequena e a abri só para me assustar com o rosto vermelho da minha amiga, ela estava descabelada e de uniforme. Uniforme! Aquele horrível sobre o qual tínhamos um pacto de nunca usar fora do Joe’s.

  - O que foi Gwen? Por que está vestida assim?

  - Seu pai... Meu pai... Telefonema... Eu... Desculpa... – ela dizia entre uma respiração e outra.

  - Você veio correndo até aqui? – pergunto surpresa e ela faz que sim desabando no sofá. – Vou buscar um copo de água.

  - Você bem, tia Gwen? – ouço Angie perguntar enquanto sigo de volta para a cozinha, minha amiga não resistiu a fofura da pequena vendo-a chamar Ryan de tio e quis ser “tia” também.

  Volto com a água, ela a toma, respira fundo e depois me encara séria.

  - Por que raios você não atente a droga do telefone? – ela pergunta zangada e olho em volta como se meu celular fosse magicamente brotar em minhas mãos, a verdade é que não tenho ideia de onde ele está. 

  - Acho que descarregou.

  - Acha? Você acha? O mundo está desabando e você acha que descarregou, eu juro que estou me controlando muito pra não te bater agora, Izzie – ela rosna pra mim e tenho certeza que é verdade.

  - Ok, já entendi que você está zangada, mas o que está fazendo aqui? Não estava trabalhando hoje?

  - E estou, é o meu horário de almoço, peguei o ônibus errado por que estava tentando te ligar, por isso corri duas quadras até aqui.

  - Mas, por...

  - Seus pais estão vindo pra cá – ela me interrompe e sinto meu chão se abrir como se estivesse prestes a me engolir. – Meu pai falou com eles ontem e acabou falando do hospital, ele ainda não sabe do bebê, mas conseguiu assustar seus pais, meu pai me disse hoje de manhã, eles já devem estar chegando e você não atendia ao telefone, tive que vir pessoalmente te avisar.    

  - Eles estão mesmo vindo? – pergunto apavorada com a ideia, como encará-los? Como dizer a eles?

  - Estão, eles... – a campainha toca e sinto minhas pernas virarem geléia, se fosse Connor ele simplesmente abriria. Não é o loiro e eu simplesmente sei que eles chegaram. – Eu atendo – Gwen se oferece indo até a porta e a abrindo.

  E lá estão eles parados diante de mim, mamãe com seus olhos e cabelos escuros tão parecidos com os meus e papai com o olhar carinhoso e cabelos castanhos. Mas seus olhos não são carinhosos agora e mamãe parece prestes a explodir, abro a boca para dizer-lhes um “Oi” que seja, mas ela não me deixa continuar.

  - Você está mesmo grávida, Isabelle? Isso realmente é verdade? – minha mãe pergunta direta e não sei o que dizer ou fazer, não sei nem como encará-la de volta.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que estão achando? Quero opiniões!!
Beijocas e até!! ♥



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