Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 12
Compras em família?


Notas iniciais do capítulo

Heeey amores, como estão?
Capítulo novo na área e só sei dizer que o drama vai começar a ficar bom a partir do próximo, tenham paciência kkkkk
BOA LEITURA!! ♥



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  Connor

  O que devia ser só uma troca de mensagens rápida sobre o endereço da lanchonete onde Izzie trabalhava, se tornou uma conversa animada em pleno expediente. Eu e a morena não tínhamos um assunto específico, apenas continuamos falando como se fôssemos velhos amigos. Hoje, como não acontecia há muito tempo eu não vi as horas passarem. Quando dei por mim já eram 18h00m da tarde e eu estava pronto para ir buscar Angie na casa da minha mãe.

  - Nós vamos sair com a Iz agora? - foi a primeira coisa que a pequena perguntou quando abriu a porta, nada de “Oi” ou “Fiquei com saudades”, mas apesar disso não pude deixar de sorrir com sua animação depois de abraçá-la e colocá-la outra vez no chão.

  - Vamos, só vamos buscá-la primeiro - garanto a pequena e mamãe nos olha sorrindo do batente da porta.

  - Ela não falou de outra coisa o dia todo - ela comenta sorrindo. - Já vão? - faço que sim com a cabeça. - Ótimo. Divirtam-se.

  - Mãe - a chamo sem saber como começar o assunto. Tenho medo de depois de dizer, ela começar a planejar meu casamento. - Posso trazer Izzie aqui, sábado?

  - A garota com quem está dividido o apartamento? - ela pergunta surpresa e me limito a assentir. - Mas não foi você quem disse que trazê-la aqui seria estranho?

  - Foi Angie quem convidou, não tenho nada a ver com isso.

  - Claro que não - ela reclama e depois se vira para a pequena. - Essa é a minha garota. Vou adorar recebê-la e Angie vai ter uma sobremesa especial amanhã por ter conseguido um milagre desses.

  - Sobremesa, oba! - a pequena comemora e reviro os olhos.

  - Vamos Angie, Izzie está nos esperando.

  - Tchau, vovó! Vou ver a Iz - Angie acena animada e faço o mesmo.

  Nossa pequena viajem até a lanchonete dura uns dez minutos e durante esse tempo a garotinha no banco de trás fala sem parar sobre o seu dia com a avó. Quando chegamos percebo que tudo parece a pleno vapor.

  - Angie, vamos ter que esperar a Izzie sair, Ok? - pergunto descendo a pequena do banco.

  - , a gente pode comer bolo enquanto espera?

  - Pode, mas só hoje.

  - Vem logo então, Con! - ela chama e sorrio a seguindo para dentro. Fico surpreso ao notar que essa é a mesma lanchonete onde eu e Angie almoçamos juntos pela primeira vez. A garçonete loira que nos atendeu está ando pra lá e pra cá com uma bandeja na mão.

  - Olha Con, a Iz! - Angie aponta para a morena que está de costas para nós atendendo uma família. Seu sorriso era simpático, mesmo que sempre pareça triste. Vê-la assim me dá vontade de cuidar dela também, de levar a sério a oferta de Angie de quando a conhecemos. Izzie se vira, nos vê e sorri. E antes que eu possa falar alguma coisa Angie já está correndo em sua direção.

  - Iz! A gente veio - ela abre os braços para que a morena a pegue e Izzie o faz sem hesitar, abraçando a pequena. Sorrio vendo a interação das duas. Angie se entrega de todo o coração e vejo que Izzie faz isso também, mesmo sem perceber. Elas estão na maior conversa no meio da lanchonete onde a morena trabalha. Suas colegas olham a cena curiosas e tem até dois homens atrás do balcão fazendo o mesmo.

  - Você não mudou o penteado, não? - Izzie pergunta tocando as tranças bagunçadas da pequena, ela esconde o rosto no pescoço da morena que me olha com uma pergunta muda. Dou de ombros.

  - Ela não deixou minha mãe desfazer as tranças por que disse que foi você quem fez - comento e Izzie ri.

  - Depois eu arrumo seu cabelo de novo, Ok? Mas agora tenho que terminar o trabalho.

  Angie a olha e faz que sim com a cabeça.

  - Iz eu quero bolo - comunica e Izzie beija sua bochecha antes de colocá-la no chão.

  - Só hoje.

  - bom. O Con já tinha dito que era só hoje - ela avisa e Izzie assente fingindo seriedade.

  - Vou buscar bolo pra vocês, podem sentar.

  A morena se afasta e nós dois vamos atrás de uma mesa vazia ainda sob os olhares curiosos dos funcionários e clientes da lanchonete. Não demora para a morena voltar com o bolo. Como não tenho muito mais o que fazer resolvo comer também enquanto a observo. Ela distribui sorrisos e é simpática de um jeito natural, Izzie é linda e parece captar toda a luz do lugar, pelo menos para mim é assim. Seus colegas de trabalho parecem ser os mais curiosos sobre mim e Angie. Sobretudo a garçonete loira e o moreno mais alto que não para de olhar em minha direção através da janelinha por onde saem os pedidos.

  Vinte minutos e duas fatias de bolo depois a lanchonete começa a fechar. Izzie pede que a esperemos na calçada, a noite está clara e Angie está cantarolando a musica de um filme da Barbie que viu outro dia quando a morena parece outra vez, mas agora usando a mesma roupa de hoje cedo, jeans e camiseta, ela está acompanhada do moreno curioso lá da cozinha, eles estão rindo e se tocando, aquilo me incomoda um pouco, ele precisa ficar tão perto para conversarem?

  - Cheguei! – Izzie anuncia e Angie sorri.

  - A gente vai agora? – a pequena pergunta ansiosa.

  - Vamos, vamos sim.

  - Então essa é a famosa Angie? – o moreno com ela pergunta e Izzie faz que sim.

  - Ryan, essa é Angelina e esse é o... – ela olha de mim para o moreno e está corando. Ryan sorri parecendo entender a situação, odeio não saber o que está acontecendo.

  - Eu sou Connor, irmão da Angie – me apresento e Ryan aperta minha mão.

  - É um prazer – diz e se vira para Izzie que ainda nos encara calada. - Você tem razão. Eu não teria resistido tanto tempo.

  - Como? – pergunto e Ryan ri, Izzie está corando outra vez.

  - Ryan, cala a boca! – ela o repreende e ele revira os olhos lhe dando um beijo na bochecha.

  - Só estou comentando, tchau, gatinha. Divirtam-se. Tchau, Angie – ele acena para a loirinha e se afasta ainda sorrindo.

  - Só o ignore, por favor – Izzie pede e ainda estou tentando entender, o que aconteceu aqui? Ele a beijou mesmo? Tudo bem, foi na bochecha, mas ainda assim. Que tipo de relação eles têm?

  - A gente não vai sair mais não? – Angie quer saber e acho graça.

  - Já estamos indo – garanto a ela que sorri.

  - Oba!

  - Vamos? – chamo as garotas e nós seguimos para o carro.

  Ofereço o banco da frente para Izzie, mas ela prefere se sentar atrás com Angie para poder arrumar o cabelo da pequena. As duas tagarelam a viajem inteira e eu as observo pelo espelho do carro vez ou outra. Como é possível a vida de uma pessoa mudar tanto em tão pouco tempo? Duas semanas atrás eu estaria sozinho no carro indo para o apartamento que dividia com os meninos para me afundar em algum projeto no computador e agora cá estava eu, com duas mulheres barulhentas no banco de trás indo ao shopping numa terça-feira à noite para comprar móveis para o quarto da garotinha mais encantadora que eu já conheci.

  Quando chegamos ao shopping, as tranças de Angie já estão impecáveis outra vez, ela segura na mão de Izzie e sorrio as vendo caminhar a minha frente.

  - Acho que devíamos começar pela cama – Izzie comenta divertida.

  - Minha mãe me indicou uma loja de moveis, é logo ali em frente.

  - Pode ter sorvete depois? – Angie quer saber.

  - Você já comeu bolo. Nada de sorvete – comunico e ela faz careta.

  - Iz? – ela olha para a morena que nega com a cabeça.

  - Nada de sorvete para você hoje mocinha, ainda tem que jantar.

  - Ah – ela suspira. – Amanhã então?

  - Vou pensar no seu caso – Izzie garante e acho graça.

  - Vamos – chamo as duas indo em direção a loja de móveis.

  A loja está bem movimentada para uma terça à noite, uma vendedora logo nos alcança e eu explico o que quero, basicamente um quarto para uma garotinha de cinco anos.

  - Por que tem isso aqui? – Angie pergunta tocando a cortina do dossel da cama. Izzie dá de ombros.

  - Pra ficar bonito, eu acho. Você gosta?

  - Gosto. É lindo, que nem a cama das princesas – a pequena comunica com os olhos brilhando para a cama branca com dossel e detalhes em rosa.

  - A gente quer essa – anuncio olhando para a cama e as duas mulheres comigo me olham. – O que?

  - Você vai levar? – é Izzie quem pergunta e faço que sim.

  - É muito exagerando? – pergunto assustado com seus olhos marejados, ela nega com a cabeça.

  - É lindo. Você ouviu, Angie? O Concon vai levar a cama para você dormir que nem uma princesa – ela conta e Angie sorri. Não sei se é o tom carinhoso de Izzie ou seus olhos marejados, ou o sorriso de Angie, mas não ligo da morena me chamar assim, o apelido ridículo de infância não parece uma provocação vindo da morena. Izzie seca as lágrimas que não caíram e Angie me oferece os braços para que eu a pegue no colo, assim o faço.

  - Obrigada, Con! – a pequena agradece me abraçando e retribuo o carinho. Ela desce do meu colo e sorri. Estou apaixonado, é oficial. Eu amo Angie, não tenho certeza do isso significa, mas quero proteger seu sorriso com todas as minhas forças.

   A pequena se afasta com Izzie concentradas de mais em encontrar roupas de cama que combinem com o dossel e a cortina, para notar meu pequeno momento.

  - Sua família é linda - a vendedora me sorri e levo um minuto para notar que é isso mesmo que parecemos, uma família. Apesar de não terem nada da aparência uma da outra, ninguém poderia dizer que Izzie e Angie não eram mãe e filha.

  - Obrigado - decido por agradecer ao invés de explicar que na verdade não éramos realmente uma família. Por que parecia até errado dizer algo como isso diante das garotas sorridentes e lindas a minha frente. - Vocês têm algum guarda-roupa que combine com a cama?

  - Claro, você vai querer escolher agora, ou vai esperar sua esposa? Ela e sua filha parecem realmente empolgadas com as roupas de cama - a vendedora sorri e eu me assusto a encarando, esposa? Filha? Ok, talvez eu realmente deva lhe contar a verdade.

  - Connor, você vai ficar parado aí até quando? Temos que terminar as compras e Angie já está ficando com fome, e eu também para falar a verdade - Izzie tagarela e sorrio, ela cora e a vendedora sorri.

  - Pode vir por aqui - ela chama Izzie e a morena por sua vez chama Angie e eu me limito a segui-las. Nossa noite vai ser longa.

  Descobri que trazer Izzie conosco foi a melhor ideia que eu poderia ter tido, por que depois de encarar vários criados mudos que para mim pareciam exatamente iguais e ver que as garotas comigo encontraram diferenças, descobri que não sirvo para decorador de interiores. Principalmente em se tratando do quarto de uma garotinha.

  Angie estava se divertindo e só isso já teria feito nosso passeio valer a pena, nós nos sentamos para comer e eu como se costume estava concentrado de mais em observá-las para ouvir o que estavam dizendo. Izzie sorria limpando o canto da boca de Angie que estava sujo. Verdadeira, era com a morena parecia pra mim. Sem truques, sem maquiagem, sem fingimentos, só uma garota com um coração enorme e um sorriso triste que eu gostaria que fosse tão verdadeiro quanto ela. Sem programar, ou pensar o que estava fazendo, eu simplesmente peguei uma mecha de seu cabelo escuro e coloquei atrás de sua orelha. Izzie me olhou surpresa e eu afastei a mão com o coração aos pulos.

  - Desculpe – disse sem saber o que fazer. Afinal o que tinha sido isso? A morena me olhou parecendo desconcertada e vi seus olhos marejarem outra vez e me amaldiçoei, eu a tinha feito chorar. Mesmo que não entendesse sua reação exagerada entendi que não devia ter feito isso. – Me desculpe mesmo, não sei o que deu em mim, eu...

  - Tudo bem – ela me interrompeu tocando a barriga e piscando para afastar as lágrimas. – Está tudo bem. Não se desculpe, por favor.

  - Iz, Con, vocês estão me ouvindo? – Angie nos chamou antes que eu pudesse se quer começar a entender o que tinha acontecido aqui.

  O resto de nossas compras foi feita em meio a um silêncio estranho entre mim e Izzie, Angie continuou a tagarelar, mas a morena não falou mais comigo. Parabéns idiota, você a assustou agindo tão evasivamente. Na verdade, eu queria mesmo era saber o que deu em mim para que eu fizesse algo como aquilo.

  Nos dias que se seguiram eu e a morena voltamos a nos falar e ela parecia ter esquecido nosso pequeno momento, então resolvi fazer o mesmo, ou ao menos tentar. Nós três acabamos desenvolvendo uma rotina que eu estava feliz em seguir, Izzie arrumava Angie todas as manhãs para que pudéssemos sair, eu dava carona para a morena todos os dias na hora de voltar para casa simplesmente por que Angie me fazia ir até a lanchonete para buscá-la todos os dias.

  Mesmo que Rachel tivesse aparecido outra vez e tivesse dado a entender que se eu quisesse, ela estava disposta a tentar outra vez, não vi sentido em sua proposta. Quando contei isso a Stu ele faltou me ameaçar de morte se eu tivesse ao menos cogitado a ideia de trocar Izzie por ela. Por que na cabeça maluca do meu melhor amigo, eu e a morena já éramos um casal apaixonado.

  Quando dei por mim já era sábado e eu estava a quase meia hora sentado no sofá esperando as garotas com que eu morava ficarem prontas para irmos até a casa da minha mãe. Elas pretendem ir para alguma festa depois e eu não estou sabendo? O toque do meu celular me tirou de meus pensamentos e eu sorri olhando o nome na tela.

  - Oi, mãe – foi como a atendi.

  - Cadê vocês, Concon?

  - Eu no sofá, as garotas trancadas no quarto, não tenho certeza se chegamos hoje – resmungo e a ouço rir.

  - Achei que não viriam mais, se já estão saindo tudo bem, vou continuar a arrumar a casa.

  - Mamãe não precisa disso tudo, só vamos almoçar aí.

  - Você vai trazer sua namorada, Concon. Tem que estar tudo lindo.

  - Ela não é minha namorada – digo e sei que minha mãe nem está mais ouvindo. Aposto que ela só não chamou um padre para o almoço para nos casar por que ainda não conheceu Izzie pessoalmente, mas depois disso eu não duvido de nada.

  - Diga o que quiser. Te amo, não demorem — ela diz e desliga na minha cara. Suspiro e olho para o corredor, nem sinal delas.

  - Meninas?

  - Já vamos, mais cinco minutinhos, a Angie desarrumou o cabelo! – Izzie grita lá de dentro e eu sorrio achando graça da situação. Resolvo ligar para alguém que vai rir disso comigo.

  - Espero que você esteja morrendo para me ligar às nove da manhã de um sábado, se não eu mato você — é como Stu me atende.

  - Bom dia para você também, Stuart – ironizo e o escuto grunhir.

  - Sério que você me ligou sábado de madrugada para ficar de ironia?

  - Também te amo.

  - Ah, vá à merda, Connor! — ele deseja gentilmente e desliga na minha cara, olho para o celular rindo. Stuart deve estar muito puto agora. Será que eu ligo pra ele outra vez?

  - Qual a graça? – Izzie pergunta surgindo na sala usando um vestido florido e com os cabelos escuros presos em uma trança, ela está linda. Angie ao seu lado está com uma blusa branca, uma saia cor de rosa e uma tiara de flores no cabelo, ela está parecendo uma pequena fada. – Connor? – Izzie me chama e sinto as bochechas esquentarem depois de perceber que a encarei mais que o necessário. Nunca fui do tipo conquistador, essas pequenas coisas ainda me deixavam desconfortáveis. Rachel foi minha única grande namorada e mesmo assim não durou. Acho que romance não é mesmo pra mim.

  - Concon, você bem? – Angie pergunta se aproximando e sorrio.

  - sim, desculpa. Vocês estão lindas, as duas – digo sem olhar Izzie e ofereço a mão para Angie. – Vamos?

  - Vamos! – ela comemora e seguimos porta a fora.


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Notas finais do capítulo

Então? Opiniões, por favor!!
Beijocas e até!! ♥



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