Meu Pequeno Anjo escrita por Lelly Everllark


Capítulo 10
Presentes e visitas inesperadas.


Notas iniciais do capítulo

Heeeey peoples!!
Voooltei, como estão? Eu estou muito feliz, consegui terminar o capítulo e isso é um milagre kkkkk
Espero que gostem do início do drama do nosso casal e BOA LEITURA!! :3



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  Connor

  Me concentrar é impossível. Não pensar nela também.

  Eu passei o dia hoje dando meias respostas e dizendo uma porção de “O que disse?”, simplesmente por que a visão da morena corada e de toalha não saia da minha cabeça. Ela era linda e nem tinha consciência disso. Agora, como eu iria encará-la se nem tinha conseguido dizer nada naquela ocasião? O problema mesmo nem era o constrangimento, era o fato de que eu não sabia o que fazer agora. O que eu queria, afinal?

  Interrompi minha linha de raciocínio assim que estacionei o carro em frente à casa da minha mãe. As luzes quase todas estavam ligadas e assim que eu me aproximei da porta pude ouvir as gargalhadas, de quem eram eu não sabia, mas elas com certeza estavam se divertindo muito.

  - Mãe! - chamei batendo na porta e segundos depois ela foi aberta por um furacão loiro que se atirou sobre mim sem me dar outra alternativa se não pegá-la.

  - Con! - Angie disse animada depois de me apertar em um abraço. - Você demorou. A vovó disse que você voltava quando tivesse de noite, mas passou um tempão.

  - Aposto que sim - digo sorrindo enquanto observo suas marias-chiquinhas perfeitas presas com laços rosa para combinar com o vestido que ela não tinha antes de vir pra cá. Angie tagarela sobre seu dia enquanto entramos em casa e só consigo continuar ouvindo.

  Minha mãe surge da cozinha com um prato de biscoitos e um sorriso quase cúmplice para a pequena. Aí tem.

  - Já contou tudo a ele Angie? - ela pergunta nos estendendo o prato e cada um de nós pega um biscoito.

  - contando vovó - ela responde depois de engolir e então se vira para mim. - Con a vovó quer ver a Iz, ela ficou perguntando um monte. Já disse pra ela que a Iz é bonita e faz sopa e tem cabelo azul. O que mais têm pra dizer?

  E é assim, sem nem me preparar para o interrogatório que Angie começa o assunto. Mamãe sorri satisfeita e aposto que foi ela quem pediu a Angie para perguntar isso quando eu chegasse.

  - É Concon, o que mais têm pra dizer? - minha mãe pergunta divertida faço careta.

  - Nada, não têm nada pra dizer mãe.

  - Acabou? - Angie pergunta decepcionada, acabo sorrindo. - Ah! - ela exclama de repente e se vira para minha mãe. - Vovó, a Iz disse que vai me ajudar a achar uma mamãe nova. Ela prometeu.

  - Aposto que sim - mamãe sorri divertida e sei que está fantasiando alguma coisa.

  - A Iz é legal, mas hoje ela não quis falar comigo - Angie comenta e levo uns segundos para entender aonde essa conversa vai dar, mas quando entendo já é tarde de mais. - Ela tava lá enrolada na toalha encarando o Con e não falou comigo e o Concon não falou com ninguém, só ficou lá parado até a Iz ir embora. Você sabe por que ela não falou comigo, vovó? Só deu tchau depois e foi embora?

  - Toalha, Connor? Que história é essa? - minha mãe me olha surpresa e suspiro. Discrição definitivamente não é o forte de Angie.

  - Foi só um mal entendido, mãe. E nós temos que ir Angie - digo para a pequena em meu colo. - Vamos às compras, o que acha?

  - Connor não mude de assunto, ainda quero saber que história é essa de toalha. Por que não trás a moça aqui? E pra quê compras?

  - Um assunto de cada vez mãe, por favor. A história da toalha não é importante, não vou trazê-la aqui por que isso seria estranho e Angie precisa de um monte de coisas que não têm tipo uma cama, roupas, brinquedos. Eu liguei para Helen e ela disse que a boneca e a mochila de roupas foi tudo que encontraram dela na casa do meu pai. Não quero falar disso - encerro o assunto desejando poder socar a cara do homem que foi meu progenitor.

  Mamãe me olha surpresa se esquecendo da história sobre Izzie e sorri para Angie que está concentrada de mais em seu biscoito pra prestar atenção em nós.

  - Que bom então que nós duas fomos às compras hoje, né?

  - Compras, mamãe? Você não precisava.

  - Eu sei que não precisava, mas eu quis. Angie é minha primeira netinha quero mimá-la muito. Agora ela tem brinquedos para uma vida toda. Comprei algumas roupas também. Mas achei que você ia querer comprar o resto, até peguei um panfleto de uma loja de móveis infantis.

  - Amo você, mãe - digo simplesmente por que é verdade. Por que eu estaria perdido sem ela e por que imaginar Angie sem uma figura assim me dói à alma.

  - Também te amo, Concon - ela diz sorrindo e faço careta. Angie nos olha com curiosidade diante das declarações e mamãe se vira para ela. - Também te amo, Angie. Você é a garotinha da vovó. Não se esqueça disso.

  - Da vovó! - ela repete animada e sai do meu colo para abraçar minha mãe. - Vovó, cadê o vovô?

  - É mãe, cadê o Raul?

  - Foi ao banco resolver alguma coisa referente a um empréstimo que ele fez há muito tempo e até agora não voltou. Se ele não chegar em meia hora chamo a polícia.

  - Que mulher desesperada essa minha, só me atrasei por que fui comprar um presente para minha netinha - Raul diz surgindo na porta com um sorriso no rosto e um pacote enorme nas mãos.

  Angie desce do colo da minha mãe e vai com cuidado até Raul, meu padrasto sorri colocando o pacote no chão, pelo formato só pode ser uma bicicleta, mas não digo nada, gosto de ver a curiosidade dos olhos da pequena.

  - O que é isso vovô? – ela pergunta a Raul e meu padrasto sorri.

  - Por que não abre e descobre?

  - Posso?

  - Pode.

  - Con, eu vou abrir, o vovô deixou – ela me avisa e começa a trabalhar no papel que embrulha a bicicleta. Acho divertida essa preocupação de Angie em me contar tudo, ou pedir tudo pra mim e sei que mamãe já está fantasiando um monte de coisas com a pequena. Sua declaração de agora a pouco é a prova. Aposto que hoje quando saíram ela apresentou Angie como sua neta a todos que encontrou, não estou dizendo que isso é errado, só não sei aonde isso vai nos levar. Ela não foi a primeira a dizer que criar uma criança era difícil? Agora está ali toda derretida com a pequena. – É uma bicicleta, Con! – ela exclama animada e seu primeiro sorriso de felicidade é pra mim. Como posso não querer proteger esse sorriso?

  - Como se diz? – pergunto e ela sorri para Raul.

  - Obrigada vovô! – ela exclama pulando em seu pescoço para lhe dar um abraço. – É tão linda, é rosa!

  - Fico feliz que tenha gostado, você gostou não é? – ele pergunta e ela ri balançando a cabeça.

  - Muitão! Mas eu não sei andar – ela suspira e mamãe sorri para ela.

  - É só pedir ao Concon para te ensinar. O que acha? Você deixa a bicicleta aqui para andar no jardim e ele te ensina.

  O sorriso de felicidade da pequena foi tão grande que não pude deixar de sorrir também. Ela desce do colo do avô e vem até mim, me abaixo para ficar da mesma altura que ela.

  - Você vai me ensinar, Con? – Angie pergunta com expectativa e faço que sim com a cabeça.

  - Vou, eu te ensinar.

  - Isso é tão legal! A Iz disse que ia me ensinar a fazer bolo e a vovó disso que vai me ensinar a passar maquiagem.

  - Mãe! – olho para ela que dá que ombros.

  - Uma garota tem que saber se arrumar.

  - Angie tem cinco anos – digo sem acreditar e olho para a pequena. – E nada de maquiagem para você pelos próximos dez anos.

  - Mas isso vai demorar, Con – ela faz bico e beijo sua testa ficando de pé.

  - É por isso mesmo. Agora vamos que precisamos passar no supermercado.

  Nós nos despedíamos de mamãe e Raul, a bicicleta vai ficar uma vez que não tem como Angie usá-la lá no apartamento, mas a pequena não se importa por que sabe que vai vir ficar com a vovó amanhã também. Depois de muitos beijos e “Tchaus” finalmente entramos no carro com as várias sacolas de roupas e brinquedos que minha mãe comprou para Angie. Mamãe deixou alguns em sua casa para que eu não precise trazer bolsa quando vir deixá-la aqui. Ela bem que está adorando ter uma neta, não duvido nada que daqui para o fim de semana que vem, Angie tenha um quarto decorado exclusivamente para ela na casa da dona Vera. Sorrio com a ideia enquanto descemos do carro enfrente ao nosso prédio.

  - Con, a Iz vai falar com a gente agora? – Angie pergunta enquanto subimos as escadas e de repente me lembro da imagem que rondou minha cabeça durante o dia todo. Sorrio só de pensar na morena. – Con, me escutando? Você nunca me escuta!

  - Eu ouvindo – digo achando graça da indignação da pequena. - E não sei se a Izzie vai falar com a gente, que tal fazermos macarrão e convidarmos ela para comer? Você pode contar da bicicleta nova, o que acha?

  - Eba! Vamos fazer macarrão e comer com a Iz – ela sorri enquanto entramos em casa. Os cômodos escuros são a prova que a morena ainda não chegou, não sei se isso é bom ou ruim, mas não podemos ficar nesse clima estranho para sempre. Só tem dois dias que moramos juntos e já estamos assim, se quisermos sobreviver pelas próximas semanas temos que tentar fazer essa nossa convivência dar certo.

  Depois de tomarmos banho, eu e Angie nos concentramos em fazer o jantar, peço a pequena para mexer o suco e prová-lo enquanto eu mexo com a água quanto para cozinhar o macarrão. Estou terminando de escorrer a massa quando a campainha toca, não tenho ideia de quem pode ser, mas é bem capaz de ser algum dos meus amigos folgados atrás de saber a quantas anda minha relação com Izze que Stu carinhosamente nomeou de “relacionamento”, eles parecem duas velhas fofoqueiras isso sim.

  - Angie vá abrir a porta, por favor. Deve ser o Stu e o Jace – peço e a pequena larga a colher com a qual mexia o suco e corre animada até a porta.

  - Stu! – a ouço dizer, mas não tem resposta. Meio minuto depois quando não escuto nada vou até a sala e vejo a pequena ainda segurando a maçaneta da porta com os olhos arregalados, parece perto de chorar, exatamente como no dia em que conheceu Stuart, não entendo sua reação, não até levantar os olhos para a figura parada em minha porta. A última pessoa que imagino está bem ali olhando com desdém para Angie.

  A morena de roupa de grife e cabelo perfeito que nunca mais pensei que veria levanta os olhos e sua expressão muda completamente, Rachel sorri para mim como se nós tivéssemos nos visto ontem e não há mais de um ano.

  - Connor! Que saudades – ela faz menção em entrar, mas Angie não se mexe, ela olha feio para a pequena que se encolhe, mas continua parada no mesmo lugar. Vou até elas e pego Angie no colo, a pequena se agarra ao meu pescoço de um jeito quase desesperado.

  - Eu não quero ir embora, Con – ela murmura com a voz embargada e não entendo. Será que ela conhece Rachel?

  - Não vai me convidar para entrar, Concon? – ela brinca e eu a olho feio.

  - Não me chame assim – digo seco. Nunca gostei que ninguém me chamasse assim, mamãe é a única que pode. O sorriso da morena vacila, mas ela continua a sorrir.

  - Desculpe. Mas posso entrar ou não?

  - Claro, vem – dou espaço e Angie gruda um pouco mais em mim. Rachel vai até o sofá e se senta como se estivesse em casa. Nunca achei seu comportamento estranho, mas agora parece um pouco evasivo de mais. Durante os quase seis meses que namoramos isso nunca me incomodou, mas Stuart e Jace nunca gostaram dela. Na época eu estava concentrado de mais no meu curso de designer gráfico para ligar, mas agora, a vendo sentada na sala que Izzie decorou quase que por completo sozinha, começo a entender meus amigos. Me sento no sofá em frente a ela com Angie ainda agarrada a mim. – Sem parecer grosso, mas como me encontrou, Rachel?

  - Estava aqui perto e resolvi dar uma passadinha no seu apartamento, Stuart me atendeu com o seu bom humor de sempre – ela diz irônica e sorrio. O moreno realmente a detesta. – E me disse que você tinha se mudado e agora estava casado e tinha uma filha.

  - Ele disse o que!? – exclamo sem acreditar.

  - Minha reação foi mais ou menos essa, ele não fez questão de me explicar nada, me deu seu novo endereço e bateu a porta na minha cara. Eu só quis vir aqui para ver se ele falava a verdade. Fico feliz que pelo menos a parte da filha não seja.

  - Como sabe? – pergunto realmente surpreso, como Rachel conhece Angie?

  - Eu sou publicitária, você sabe. E a empresa para a qual eu trabalho já fez alguns trabalhos para o seu pai. Eu era amiga da Danna, soube do acidente e quis saber como estava. Meu chefe perdeu não só um cliente, mas um amigo também. Eu realmente sinto muito.

  - Eu também – comento começando a perder a paciência. Eu nunca fui muito esquentado, Stuart sempre teve o pavio mais curto, mas aqui, agora, vendo Rachel agir como se, se importasse me faz querer expulsá-la da minha casa. Ela sabe da minha relação, ou falta dela, com meu pai e ainda quer bancar a sentimental? Agora a reação da pequena em meus braços faz sentido, ela deve achar que a “amiga” da mãe vai levá-la embora. – Hei, Angie – a chamo acariciando seus cabelos. – Pode me olhar? – ela nega sem tirar o rosto do meu pescoço.

  - Você realmente a adotou, Connor? – Rachel pergunta e paro um instante de mexer nos cabelos de Angie e a encaro sem saber o que responder. A resposta óbvia e verdadeira é não, mas não consigo simplesmente dizer. Encaro os olhos bem maquiados da morena a minha frente e percebo que seu perfume doce e o ar de desdém estão começando realmente a me incomodar.

  - Ainda não é oficial, mas está se encaminhando pra isso – respondo sem saber por que a ideia de Rachel saber a situação de Angie me incomoda tanto.

  - Entendo. Quando disse que queria uma família grande nunca achei que a conseguiria assim tão rápido, mas e a sua namorada, ela não se importa com essa ideia maluca? – ela pergunta com um sorriso divertido e eu estou começando a me perguntar por que, em primeiro, lugar aceitei sair com Rachel.

  - Izzie é apaixonada por Angie – digo sem me dar ao trabalho de explicar que a morena de sorriso encantador não é minha namorada. – Não é Angie? O amor é correspondido.

  - Eu gosto da Iz – a pequena sussurra ainda sem levantar a cabeça.

  - Ela está bem? – Rachel pergunta olhando para Angie e suspiro, queria ter coragem de responder simplesmente, não, não está e a culpa é sua. Mas não o faço.

  - Ela só está incomodada com a sua presença, isso tudo é novo pra ela e aposto que Angie já tinha visto você com a mãe dela. Hei, Angie – a chamo mais uma vez, mas agora faço a pequena me encarar, ela pisca assustada olhando para Rachel. – Não se preocupe, Ok? Ninguém vai levá-la embora. Lembra o que eu te disse ontem no banho? – pergunto e ela faz que sim, mesmo que ainda não pareça convencida, lhe dou um beijo na testa e sorrio. – Ninguém vai levá-la. O que acha de ir brincar no quarto com as bonecas novas que a vovó te deu? – Angie finalmente sorri e faz que sim.

  - Posso?

  - Pode – sorrio e ela pula do meu colo e sai correndo para o quarto sem nem olhar para trás.

  - Acho que ela faz parte do time de Stuart. Também não gosta de mim – Rachel comenta e tento conter o sorriso, Stu e Angie não são mesmo um exemplo de descrição.

  - Quer alguma coisa, uma água? Um suco? – ofereço um pouco tarde de mais, pelo simples fato de que não sei o que dizer, Rachel percebe minha concorda muda com o que disse e suspira.

  - Uma água está ótimo, já comi muita gordura hoje mais cedo em uma lanchonete com um péssimo atendimento – ela revira os olhos e é minha vez de suspirar.

  - Certo, já volto – sigo para a cozinha, e instantes depois de pegar o copo ouço a porta abrir. Estou me preparando para voltar à sala sem saber se continuo com a farsa de namorar Izzie ou se digo a verdade quando escuto as duas.

  - Você? – Izzie pergunta e já estou voltando para a sala quando o tom debochado de Rachel me chega aos ouvidos.

  - Olha se não é a garçonete sem classe de mais cedo – quase posso ver minha ex sorrindo, termino de voltar para a sala só para encontrá-las se encarando surpresas e sinceramente não sei mais o que está acontecendo aqui.


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Notas finais do capítulo

E foi isso, a nojenta da lanchonete é ex do Concon e o drama tá só começando kkkkk espero que estejam gostando e quero opiniões!!
Beijocas, Lelly ♥



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