Noivado escrita por Amanda Clarke


Capítulo 1
O Baile


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Bem, eu não voltei oficialmente, é que eu estava lendo um livro com romance de época, e me bateu uma grande saudade de escrever DI, mas como eu não tenho tempo para desenvolver um capítulo lá, eu escrevi essa one pequena e singela, que é de época, apenas para matar a saudades.
Escrevi correndo agora e não tô com tempo pra revisar, desculpem qualquer erro.

Até!



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Londres, 1803.

 

Isabella Swan olhava para todo canto do salão dos Brandon, o baile já havia começado há pouco mais de duas horas, ela já havia tido quatro danças, com quatro possíveis pretendentes, mas o que realmente a interessava ainda não estava por ali. Bem, pelo menos ela não o tinha visto, mesmo vasculhando o ambiente a cada oportunidade.

A Srta. Swan, ou Bella como era chamada pelos amigos íntimos, debutara no fim do último verão, não era a dama mais formosa da temporada, mas considerando que as outras duas moças mais disputadas, Srta. Rosalie Hale e Mary Alice Brandon, haviam finalmente escolhido seus noivos entre os pretendentes, a Swan era a próxima na lista de cobiça dos rapazes, ou das mães dos rapazes que tinham idades para o matrimônio. Ainda havia meia dúzia de moças no jogo, as trigêmeas Denali, a Stanley, a Weber e a Black, porém o fato de Bella não ser tão atirada como as outras, ou de sua mãe não ter a preocupação de lhe apresentar a todos os rapazes possíveis a cada evento, tornavam-na mais interessante, como se fosse um desafio para os cortejadores do momento.

— Tente disfarçar, Bella. ‒ Alice falou chegando sorrateiramente ao seu lado.

— Disfarçar o quê? ‒ a moça respondeu, fingindo-se de desentendida.

— Que está procurando o duque.

— Que duque?

— Não se faça de sonsa! ‒ Alice lhe deu um pequeno tapa no braço.

— Eu realmente não sei do que está falando, Alice. Porque não vai dançar com seu noivo? Irina Denali parece que vai pular sobre ele a qualquer momento.

Alice olhou em volta, Irina estava realmente encarando Jasper, que estava alheio aos olhares da moça, mas essa estava perigosamente perto. A moça Brandon achou melhor agir.

— Tudo bem, você conseguiu se livrar de mim, na verdade só vim informar que ele acaba de chegar.

— Onde? ‒ Bella olhou em volta rapidamente, fazendo com que a amiga risse, e fosse em direção ao noivo resmungando algo sobre ninguém conseguir enganá-la.

Bella ainda procurava pelo duque quando o conde Black se aproximou, ele era o pretendente com quem ela mais simpatizava, e o problema era justamente esse, ela passou a nutrir um carinho quase fraterno por ele, mas ao que parece Jacob não sabia diferenciar os afetos e estava planejando um pedido de casamento em breve.

— Me daria a honra de mais uma dança? ‒ perguntou galante.

— Não sei se ficaria bem, nós já valsamos essa noite. ‒ Bella tentou recusar, parte porque não queria dar esperanças a Jacob, e parte porque não queria que as pessoas pensassem que eles estavam firmando um compromisso.

— Uma segunda valsa não fará mal a sua reputação, tenho certeza. ‒ ele disse já pegando em sua mão, uma liberdade que um par de olhos específicos no salão achara extremamente inapropriada. Porém não por uma questão de costumes, e sim por uma questão totalmente pessoal, o ciúme.

O duque de Masen, Edward Cullen, olhava de esguelha para o casal que valsava praticamente no centro do salão. Ele praguejava internamente por não ter sido mais rápido que o conde, que teve a audácia de tocá-la. Apenas ele poderia fazê-lo.

Edward não estava certo sobre querer se casar, havia voltado para Londres há apenas alguns meses, quando o seu tio falecera. O velho Masen não tinha filhos, possuindo como parente apenas uma irmã mais nova, Elizabeth Cullen, mãe de Edward, este havia herdado seu título. Edward havia nascido em Londres, porém se mudou para a América ainda um menino, e lá viveu desde então. Ele era um espírito livre, não era totalmente um rebelde, mas para ele certas regras pareciam desnecessárias e atrasadas, o tipo de coisa feita só para impedir que as pessoas conseguissem usufruir a felicidade plena.

Ainda se considerava novo para constituir família, com apenas vinte e quatro anos considerava ter muito ainda o que viver, no entanto quando viu Isabella Swan pela primeira vez suas concepções caíram por terra, e aos poucos ele estava descobrindo que poderia aguentar qualquer regra chata da sociedade para ser digno de estar perto dela. Ela valia a pena.

Encontraram-se pela primeira vez no Hyde Park, a moça havia perdido o controle de seu cavalo que devia ter se assustado com alguma coisa, Edward a resgatou, antes que qualquer mal pudesse alcança-la. Desde então a família da moça tinha muito apreço por ele, como quase todas as famílias, mesmo ele não tendo salvado mais nenhuma donzela em apuros, Edward descobriu na prática o peso do título, e confirmou sua teoria de que as pessoas agiam sempre por interesse. Mas para ele o único apreço que importava era o dela, a moça séria e resguardada, mas que sorria com ele contando suas histórias de infância. Conversar com Bella era fácil e prazeroso no início, ela era inteligente, estudava secretamente as estrelas e sabia nomear quase todas as constelações, ele poderia passar horas a ouvindo, mas com o tempo conversar com a moça se tornou apenas prazeroso, porém nada fácil.  Ele a queria tanto. Mas tinha medo que fosse algo momentâneo, a verdade é que ele preferia ter mais tempo, contudo, naquela noite, percebeu que tempo era uma coisa da qual ele não dispunha.

— Rápido, me tire para dançar! ‒ ele ouvir alguém sussurrar atrás dele.

Por reflexo ele virou-se deparando com Tanya Denali, que praticamente o arrastou para o local de dança.

— Algum problema? ‒ ele perguntou a prima por parte de pai.

— Sim, o velho Newton estava atrás de mim novamente. ‒ ela revirou os olhos.

— Sinto muito, se ao menos fosse o filho dele. ‒ Edward comentou. O Newton tinha quase o quádruplo da idade de Tanya, ele sabia que o homem ser mais velho que a mulher era algo comum na sociedade, mais ainda assim quando eles pareciam um avô era totalmente repulsivo.

— A filha talvez... ‒ Tanya sussurrou.

— Eu deveria imaginar. ‒ Edward riu.

— Do que está falando? ‒ Tanya fingiu-se de desentendida.

— Sabe, querida prima, eu te entendo totalmente, as mulheres são mil vezes mais encantadoras. ‒ Edward piscou para prima, continuando a dança em silêncio.

Ele estava distraído pensando na infelicidade da prima, em ter nascido num mundo onde nunca poderia ser ela mesma, quando notou que Bella não estava mais ali, e o conde agora dançava com a Stanley.

— Ela foi para o terraço. ‒ Tanya informou. — Acho que o Black falou algo que a chateou.

O duque lançou um olhar mortífero ao homem que valsava próximo a ele.

— Não perca tempo tendo raiva dele, Edward, seja mais esperto que ele.

Edward pareceu confuso.

— Vá atrás dela, homem!

Bella havia ido buscar ar fresco no terraço, porém não pareceu suficiente, Jacob a havia deixado tensa com a insinuação que pediria sua mão na tarde seguinte. Ela não queria magoá-lo sendo obrigada por seu coração a recusá-lo, também não queria ser precipitada o aceitando por pena, só porque quem ela realmente queria não havia demonstrado que a queria como esposa.

Talvez fosse apenas ilusão, talvez ele não gostasse dela como ela pensava que gostava. Talvez ela devesse aceitar o conde como segundo opção.

Bella deu um grande suspiro antes de descer para os jardins, a primavera estava começando e mesmo sendo noite e estando bem escuro ela podia ter um vislumbre de pequenas flores desabrochando no jardim, que ela sabia que fora plantado pela senhora Brandon, junto a Alice quando a família adquiriu a propriedade três anos antes. Bella adorava aquele lugar, preferencialmente durante o dia, mas ela também via beleza na noite, e nas raras estrelas que podiam ser vistas naquela noite específica.

— Sempre com a cabeça nas estrelas, não é mesmo?

O coração da Swan acelerou ao ouvir a voz que tanto ansiava ouvir naquela noite, na verdade em todas as outras noites, e dias, e tardes...

— Elas são livres e bonitas. ‒ a garota comentou.

— Como você. ‒ Edward deu mais um passo, parando bem perto de Bella, entre os arbustos do jardim.

— Certamente que não sou a mais bonita, e principalmente não sou livre, eu não serei muito em breve.

— Sinto que é meu dever discordar da primeira afirmação, e minha curiosidade não me permite deixar passar a segunda.

— Eu fui praticamente pedida em casamento agora a pouco. ‒ Bella revelou. O sorriso de Edward, o qual ele nem havia percebido que mantinha, morreu no mesmo instante.

— Imagino que tenha aceitado, se diz que não será livre em breve. ‒ Edward comentou com amargura.

— Na verdade eu não dei uma resposta, até porque não foi algo oficial. ‒ Bella tratou de esclarecer.

— Mas...

— Mas talvez eu devesse aceitar. Não sei se ficar escolhendo muito é a melhor opção para mim. ‒ ela disse parecendo pessimista.

— Você pode ter quem você quiser, Bella. ‒ Edward deu um passo para mais perto. Ela era tão linda.

— Eu estou esperando por um pedido há algum tempo, mas acho que são apenas ilusões minhas. ‒ Bella olhou nos olhos do duque ao falar, talvez ele pudesse lê-la e dar-lhe uma pista sobre seus sentimentos.

Edward estava dividido entre a raiva de tê-la considerando outra pessoa para dividir a vida, e a esperança de que ela esperava um pedido dele. Sabia que deveria ajoelhar-se e fazê-lo naquele momento, mas seu corpo não se movia.

— E... eu...

— Você... ‒ Bella o incentivou notando que ele estava com dificuldade para dizer algo.

— Eu espero que me perdoe por essa audácia, Bella. ‒ Edward disse por fim.

Num impulso comandado pelo seu coração acelerado e por seu corpo quente, mesmo numa noite fria, Edward a tomou nos braços e permitiu-se cometer o pecado que ansiava desde que mirara pela primeira vez aqueles lábios róseos. Ele a beijou, não delicadamente, mas com folego, com desejo. Sua língua pediu passagem à boca inexperiente, e foi recebida com quase adoração.

Bella simplesmente não sabia o que estava fazendo, sabia que era errado, mas nada em sua vida pareceu tão certo até aquele momento, Edward também estava apaixonado por ela, ela podia sentir, e ele podia mostrar o que não conseguiu fazer com palavras.

Quando o ar os faltou, os lábios se separam, mas os olhos permaneciam ligados, ardendo, brilhando, concretizando aquele pedido mudo, aceitando aquele compromisso de amor eterno.

Edward e Bella estavam noivos.

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Quero saber!
Tô sumida, mas todas as informações necessárias estão no meu perfil e no grupo do facebook.

Beijinhos! Até breve!

01/03/18