How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 20
Capítulo 20 - Declaração de Amor


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, mais um capítulo.
Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Vinte - Declaração de Amor



Sasuke Uchiha

 

As ruas estavam todas enfeitadas, reparei quando saí do esquadrão dois da Anbu, e a música já podia ser ouvida de longe.

Lembrei-me de Sakura na hora.

Será que ela foi ao festival? Será que foi acompanhada por alguém? A segunda pergunta deixou-me incomodado.

Decidi afastar esses pensamentos e ir nesse festival mesmo não gostando dessas coisas, mas Sakura gostava, e eu não iria deixá-la lá sozinha, ainda mais com o tanto de homens que olham para ela por onde passa — ciúmes? Claro que não.

Coloquei um quimono preto e tampei meu Rinnegan com o cabelo. Fui andando pelas ruas devagar e já entediado pelo barulho e pela quantidade de pessoas que via, até que avistei Naruto e Hinata dançando, mas nada da Sakura por perto.

Andei mais um pouco e localizei Ino e Sai, também dançando, e também nenhum sinal da Haruno. Continuei procurando por ela, até que reconheci o cabelo rosa mais à frente.

Sakura estava linda como sempre, usando um quimono branco com flores de cerejeira, roupa que combinava demais com ela.

Mas o que me intrigou ao vê-la foi o fato da Haruno estar conversando com um homem, o qual eu não fazia ideia de quem era.

Aproximei-me um pouco mais e escutei um pouco da conversa.

Impressão minha, ou ele estava dando em cima dela?

— Por favor, só uma música. — pediu.

Mas que cara insistente!

Sakura hesitou em responder, o que estava deixando-me nervoso quanto à sua resposta. Ela aceitaria ou não?

Eu, realmente, esperava que não.

Sakura parecia indecisa, pois não respondia nada e, então, resolvi entrar no assunto, pois, conhecendo-a, ela estava sem saber como dizer “não”.

— Ela já tem um par.

Encarei o ninja à minha frente, que olhou para mim surpreso.

Eu não pensei bem no que ia parecer a minha reação naquele momento, só queria ficar ao lado da Sakura.

Eu não conseguia controlar o que sentia, era forte e bom demais, então, pouco me importava o que as pessoas concluiriam com a minha atitude.

Sakura virou-se para me olhar, seu semblante estava levemente surpreso.

— Sasuke?

Alternou os olhos verdes entre mim e o ninja.

— Desculpe, eu não sabia. — o homem falou, um pouco sem graça e sorrindo forçado. — Eu... Já estou indo.

Não demorou, e a figura sumiu em meio ao monte de pessoas, fazendo os olhos de Sakura voltarem a me fitar.

— O que faz aqui? — Sakura olhava-me confusa.

Aquela irritante sempre cheia de perguntas.

— Pensei que não gostasse de festivais.

— E não gosto, só não tinha nada melhor para fazer. — dei de ombros.

— Hm. — seu rosto parecia um pouco tristonho.

O que eu estava fazendo, afinal? Por que não disse que fui por causa dela?

O silêncio se estabeleceu entre nós e isso seria muito incômodo se não fosse a música que tocava. Olhei ao redor, onde todos dançavam devagar, no ritmo da música. Eles pareciam se divertir.

Sakura correu os olhos pelo lugar, parecendo notar a mesma coisa, e, nesse instante, eu percebi que ela queria dançar.

Talvez, se eu não tivesse chegado, ela estaria dançando e aproveitando o festival com aquele ninja. Talvez, ela quisesse isso.

Afastei esses pensamentos. Eu não conseguiria suportar ver essa cena.

Eu não faria nada contra o homem ou separá-los, obviamente, não tinha esse direito, mas não ficaria lá para ver isso.

Afastei esses pensamentos. Não, ela não iria aceitar, sua hesitação em responder dizia isso.

Respirei fundo e voltei a olhá-la.

Meus olhos encontraram-se com os olhos verdes brilhantes dela, o que foi o suficiente para me fazer criar coragem.

Sakura era uma mulher legal e bondosa, e merecia a melhor pessoa do mundo.

Eu não era o melhor homem para ela, estava longe de ser, mas, para vê-la plenamente feliz, eu tentaria ser o melhor que pudesse.

Peguei em sua mão esquerda e a entrelacei com a minha. Sakura olhou-me surpresa.

— O que está fazendo?

Sorri de canto, trazendo-a para mais perto.

— Dá para parar de ser irritante um minuto? — perguntei lentamente e sorri de novo. Sakura ainda permanecia meio confusa.

Observando como os outros casais fizeram, coloquei minha mão esquerda em suas costas, e, então, ela pareceu entender. Sorrindo, Sakura colocou a mão livre em meu ombro.

Começamos a dançar lentamente, como os outros casais — um pouco mais desajeitado obviamente, já que não sei dançar, mas o que importa é a intensão. Ativei meu Sharingan para observar melhor os movimentos das pessoas discretamente e comecei a imitá-los.

Sakura deu uma curta e baixa risada.

— Você está copiando os passos dos outros com seu Sharingan? — ela perguntou, rindo mais um pouco, e fiquei um pouco sem graça.

Parecia uma boa ideia no início, mas, agora, dei-me conta de que era bem idiota.

— Não sei dançar. — desviei os olhos para um canto qualquer, mascarando a vergonha com uma expressão séria no rosto e a voz fria de sempre.

— Isso eu já imaginava. — voltei a olhá-la, vendo-a sorrindo. Desativei meu Sharingan, deixando que o ônix voltasse ao meu olho. — Eu te ensino. É fácil.

Sakura sorriu novamente, e eu assenti, deixando que ela guiasse aquela dança. Começamos a dançar um pouco mais rápido, eu seguia seus passos com atenção e até que estava me saindo bem.

Ela sorriu para mim e, sem perceber, sorri de volta.

Pela primeira vez, ir a um festival valeu a pena. Estava me divertindo com a Sakura e eu me sentia tão bem ao tê-la assim tão perto de mim, que não queria que esse momento acabasse de jeito nenhum. Mas tudo que é bom dura pouco.

A música parou, e nós dois tivemos que nos separar.

— Ainda não gosta de festivais? — ela perguntou divertida, e não pude deixar de sorrir de leve.

— Talvez.

Sakura deu uma pequena risada, e começamos a caminhar entre a multidão, um ao lado do outro, sorrindo vez ou outra. Ela falava animadamente sobre como a decoração estava linda, e eu concordava com um aceno, até Ino a interromper:

— Sakura, que bom que te encontrei. — e, então, ela me percebeu. — Sasuke-kun! Eu não sabia que estava com ela. — olhou maliciosamente para a Sakura. — Eu atrapalhei alguma coisa?

Na verdade, atrapalhou sim.

Fechei a cara.

— Não, Ino. O que foi? — Sakura perguntou.

— Nada de mais, é só que o pessoal está todo reunido na churrascaria. Só falta você e o Sasuke-kun. Vocês vêm? 

— Sim, e você, Sasuke? — Sakura perguntou.

— Hm. — foi só o que eu disse, com meu jeito frio e indiferente de sempre, e Sakura entendeu isso como um “sim”.

— Então, vamos logo. — Ino disse, saindo correndo na frente, os longos cabelos loiros voando.

Sakura e eu nos entreolhamos e resolvemos segui-la até a tal churrascaria. A loira escandalosa não estava exagerando, todos estavam lá, inclusive o Kakashi. Só faltava Sakura e eu.

— Sakura-chan, Sasuke! Que bom que vieram. — Naruto gritou.

Por que ele tinha que fazer tanto escândalo sempre? 

— Sentem-se, a carne já está quase pronta. — Kakashi falou.

Sakura sorriu e sentou-se ao lado de Naruto, e eu, ao lado dela.

Todos conversavam sobre coisas aleatórias, às vezes, Naruto falava coisas idiotas, causando risadas em todos, menos eu, claro. Sakura sorria o tempo todo, um sorriso lindo, que, de um tempo para cá, passou a ser minha razão de sorrir.

Comemos e ficamos lá até tarde. Eu não falei muitas coisas e, às vezes, apenas resmungava indiferente. Eu não demonstrava, mas estava feliz. Eles eram minha nova família.

Já estava ficando tarde, os sons das pessoas nas ruas estavam diminuindo conforme a noite ficava mais escura.

— Eu preciso ir. — Kakashi disse, e Ino, imediatamente, pôs-se a falar:

— Kakashi-sama, espere um minuto, preciso dar um recado. Bom, pessoal, como sabem, agora que a Sakura acordou, Sai e eu iremos marcar nosso casamento. E será no final de semana.

— Mas já? — Sakura perguntou, surpresa.

— Sim, já esperamos tempo demais, e já está tudo arrumado mesmo. — Ino respondeu ao entrelaçar suas mãos na do Sai.

— E vê se não se machuca de novo feiosa. — Sai disse com um sorriso esquisito no rosto.

Sakura direcionou um olhar penetrante e intimidador para ele, como se o ameaçasse apenas com aquele ato, então, o cara calou a boca.

— Deixem tudo pronto para sábado. — Ino completou, e todos concordaram. 

— Bom, agora preciso ir. — Kakashi disse ao levantar-se da mesa. — Tenho que trabalhar amanhã bem cedo.

— Nós também já vamos. — Ino disse, levantando-se também, seguida por Sai. 

— É, está na hora. — Shikamaru e Chouji falaram.

Todos foram levantando-se aos poucos, deixando apenas Naruto, Hinata, Sakura e eu na churrascaria.

— Vamos então, ou vocês vão ficar mais? — Naruto perguntou.

— Eu vou também, Naruto. — Sakura disse, e eu assenti em concordância também.

Já estava tarde.

Saímos churrascaria, andando todos lado a lado pelas ruas já quase vazias, até chegarmos em um encontro entre ruas.

— Sakura-chan, Sasuke, vou levar a Hinata em casa, nos vemos depois. 

— Tchau, Sakura-san, Sasuke-kun. — Hinata despediu-se antes de Naruto guiá-la para a outra rua, deixando Sakura e eu sozinhos.

Nossos olhares se encontraram, e um silêncio repentino se instalara.

— Vamos.

Comecei a caminhar, e Sakura me acompanhou. Já estava frio naquela hora, mas eu não me importava. Só queria que o trajeto demorasse um pouco mais, mesmo que estivéssemos apenas caminhando em silêncio.

Mas, antes que me desse conta, já estávamos na porta da casa dela.

— Chegamos… — ela disse baixo, as mãos estavam enlaçadas atrás do corpo, e ela, hora ou outra, alternava o peso dele entre um pé e outro.

— É. — concordei, sem saber o que falar.

Sakura olhou para mim nesse instante, sorriu fraco e, depois, deixou que seu sorriso sumisse de seus lábios.

— Desculpe pelo que fiz enquanto estava com amnésia. Eu ainda não lembro do que houve, mas eu sei que não tive intenção.

Sorri de canto para ela e levantei a mão, tocando sua testa com dois dedos.

Ela olhou-me surpresa no primeiro instante, porém, em seguida, sorriu e colocou as mãos no local.

— Eu sei. — falei baixo e sorri de novo. — Te vejo depois.

Com um último aceno, afastei-me dela, caminhando em direção a minha casa.

 

. . .

 

Sexta-feira chegou, e eu trabalhei durante a manhã inteira com os membros da Anbu e, à tarde, fui para o distrito Uchiha ver como andava a reforma, que estava bem adiantada, as casas já estavam quase prontas.

Nesses últimos dias, não vi Naruto e nem Sakura, eu estava ocupado no trabalho, trabalhei desde cedo ao início da madrugada.

Sábado de manhã, fui na sede da Anbu de novo, resolvi algumas coisas que faltavam e passei a tarde no distrito, conferindo todos os detalhes.

E, segundo minhas contas, em pouco tempo, já estaria finalizado.

Quando voltava pela rua, seguindo para minha casa — cujo trajeto exigia que eu passasse em frente ao hospital —, vi Sakura saindo do prédio.

Sorri pela coincidência, mas estranhei vê-la largando o trabalho tão cedo.

Aproximei-me, e ela virou-se para trás, sorrindo ao me ver.

— Saindo mais cedo hoje?

Ela assentiu com a cabeça.

— Hoje é o casamento da Ino, e eu sou uma das madrinhas, não posso me atrasar.

Tinha até me esquecido do casamento daquela escandalosa com aquele esquisito.

— Você vai? — perguntou.

— Não. — respondi sem nem pensar, e vi que seus lábios se curvaram em um sorriso triste.

— Ah, que pena.

Ela desviou o olhar, fitando um ponto qualquer no chão, depois ergueu-o novamente, tentando disfarçar a decepção com minha resposta.

— Então… Eu já vou. — sorriu sem graça. — Tenho que ir me arrumar.

— Hm. — resmunguei, e ela acenou em despedida, começando a caminhar em um ritmo mais rápido.

Será que eu fiz bem? Será que ela esperava que eu fosse com ela a esse casamento?

Eu odiava casamentos e não queria ir no daquela loira escandalosa, mas eu devia fazer esse sacrifício pela Sakura?




. . .




Sakura Haruno

 

 Sasuke e eu dançando era algo que eu nunca imaginei que aconteceria.

Primeiro: Sasuke não gostava dessas coisas e nem de contato físico;

Segundo: ele sempre me achou irritante.

Mas, depois que ele voltou da sua viagem de redenção, tudo mudou, ele mudou, eu mudei.

Tudo estava muito diferente, porém eu precisava admitir que estava gostando muito dessas mudanças.

 Nos dias que se passaram, não vi Sasuke em hora nenhuma, apenas trabalhei bastante e resolvi as coisas para o casamento da Ino, além de ter sido convidada pela Hinata para ser madrinha de casamento dela e Naruto, junto com Sasuke.

No dia do casamento, saí mais cedo do trabalho para arrumar-me e acabei encontrando-me com Sasuke — e foi inevitável não ficar triste ao saber que ele não iria. Mas, eu não podia obrigá-lo, ele detestava essas coisas.

Não podendo perder tempo com conversa, fui logo para casa, pois precisava ficar pronta o mais rápido possível.

Demorei quase duas horas para ficar devidamente pronta, tempo demais por sinal, mas o resultado valeu a pena.

Meus cabelos rosados curtos estavam jogados de lado e com algumas ondas, e, no rosto, uma maquiagem simples — base, lápis preto nos olhos, blush bem de leve e um batom rosa bem discreto — se destacava.

Eu vestia um quimono vermelho, cuja faixa amarrada na cintura e a barra possuíam detalhes em dourado. A roupa ia até quase no joelho, deixando que minhas pernas aparecessem.

Por fim, passei um perfume com aroma de cerejas e calcei um par de sandálias pretas com um salto nem tão alto e nem tão baixo antes de sair de casa.

Cheguei ao local todo enfeitado com orquídeas no tom lilás e fiquei maravilhada. Tudo estava maravilhoso. O altar também encontrava-se enfeitado com as mesmas flores, e um tapete vermelho seguia até lá, onde Sai estava.

Nos bancos espalhados pelo salão, várias pessoas já encontravam-se sentados, e, no canto, Naruto, Hinata e Kakashi conversavam sobre algo.

Caminhei até Sai, notando o nervosismo por baixo do sorriso forçado e esquisito dele.

Aquele idiota não me engana.

— Oi, Sai. — sorri para ele, que olhou-me sorrindo também. Ele usava um quimono preto, assim como a maioria dos homens ali. — Nervoso? 

— Muito, feiosa. — admitiu.

Mas quem não ficaria nervoso no dia do próprio casamento?

— Se acalme, a Ino já deve estar chegando.

Só enquanto eu falei isso, a mãe de Ino surgiu na porta do salão, indicando que a noiva já estava lá. — Não disse?

Sorri para ele e toquei seu ombro, dando-lhe apoio antes de seguir para o meu lugar, próximo ao altar.

Não demorou para Naruto e Hinata colocarem-se do lado contrário ao meu com sorrisos nos rostos.

Naruto usava um quimono preto com uma faixa laranja na cintura, já Hinata usava um quimono todo roxo.

Do meu lado, Chouji surgiu, colocando-se em sua posição para esperar a noiva, também de preto.

Quando uma música suave começou a tocar, Shikamaru surgiu na porta ao lado de Ino, a qual usava um lindo quimono de seda branco, com detalhes prateados nas mangas e na faixa lilás na cintura.

Seu rosto estava com uma maquiagem leve, apenas as bochechas destacavam-se mais por causa do blush rosado, e os longos cabelos loiros estavam jogados de lado, soltos em inúmeros cachos perfeitos, e uma coroa de flores lilás destacava-se nos fios loiros.

Estava linda, de fato.

Eles caminharam até o altar, onde Shikamaru a deixou com Sai e se colocou ao lado de Chouji.

Imediatamente, o senhor de idade à frente deles deu início à cerimônia de casamento.




. . .




Sasuke Uchiha

 

 Fiquei caminhando pelas ruas até anoitecer. Eu não queria ir naquele casamento, mas também não queria ficar longe da Sakura.

Eu estava indeciso. O que eu deveria fazer? Ir ou não ir àquele casamento?

Estava perdido em meus pensamentos quando ouvi uma voz me chamar, fazendo-me voltar à realidade.

— O que foi, Naruto? — perguntei indiferente.

— Você não vai no casamento da Ino e do Sai?

Observei-o e notei que já estava arrumado, usando um quimono preto com uma faixa laranja na cintura para variar.

— Não.

— Por quê? 

Olhei para ele com os olhos semicerrados.

— Porque eu não quero. 

Naruto fitou-me com evidente reprovação.

— Tem certeza? A Sakura-chan vai sentir sua falta.

Nesse instante, eu olhei-o fingindo indiferença, mas a verdade era que eu havia pensado nisso. Ela queria que eu fosse, pude ver pela sua reação mais cedo.

— Sasuke, posso te perguntar uma coisa?

— Hm. — resmunguei em concordância.

— O que você sente pela Sakura-chan? 

Fui pego de surpresa pela pergunta, mas tentei disfarçar com indiferença.

— Por que essa pergunta agora?

— É só porque não quero que a Sakura-chan se magoe de novo. Ela gosta de você, e tenho certeza que ela está criando esperanças de ficar ao seu lado agora, já que estão se dando bem. — Naruto disse, e acho que nunca o vi falando tão sério. Definitivamente, ele havia criado um grande laço com Sakura e fazia de tudo para protegê-la. — Então, não a magoe, a Sakura-chan não merece sofrer mais.

Fitei Naruto por alguns instantes. Era bom saber que ele sempre estaria ali pela Sakura.

Suspirei longamente. Talvez, fosse a hora de ser sincero.

— Eu gosto dela. — admiti, olhando para o chão.

E o silêncio estabeleceu-se entre nós naquela rua vazia e escura.

— Eu acho que eu não ouvi direito. O que você disse? — Naruto perguntou, atraindo meus olhos para ele.

Seu semblante encontrava-se confuso.

— O que ouviu. — desviei o olhar para o lado. — Eu gosto da Sakura, Naruto.

Agora, minha voz saiu mais convincente, e eu vi os olhos dele quase saltarem do rosto de surpresa.

— Ela já sabe disso?

Essa pergunta deixou-me um pouco confuso.

— Não exatamente. — respondi pensativo.

— Como assim "não exatamente"? — as sobrancelhas de Naruto encontravam-se arqueadas.

— Eu não falei isso para ela, mas nós já nos beijamos duas vezes. 

Naruto arregalou os olhos.

— E por que não me contou isso antes? Eu sou seu amigo, Sasuke! E da Sakura-chan também. 

— Eu não queria falar, só isso. — falei, cruzando os braços.

— Você não tem jeito… — revirou os olhos ao cruzar os braços, porém logo voltou ao normal, encarando-me. — Mas, agora, vá para casa e se arruma.

— Am? — olhei-o confuso.

— É o que ouviu. Vá se arrumar.

— Arrumar para quê? — estava ainda mais confuso.

— Para que mais seria? O casamento, Sasuke. Você não pretende deixar a Sakura-chan sozinha no casamento da melhor amiga dela, não é?

Fiquei em silêncio.

Será que Naruto estava certo? Será que eu deveria ir nesse casamento?

As palavras dele só serviram para deixar-me mais confuso e pensativo a respeito disso.

Droga, Naruto!

 

. . .

 

Fui para o salão onde estava acontecendo o casamento no fim das contas. Não sabia ao certo o que fazia, mas, agora, não tinha mais volta.

Assim que cheguei à porta, localizei Naruto e Hinata do lado esquerdo de Ino e Sai, depois, olhei para a direita e vi Chouji e Shikamaru, até meus olhos localizarem a pessoa mais linda da celebração — e não era a noiva.

Sakura estava maravilhosa com aquele quimono vermelho com detalhes em dourado e com o cabelo rosa de lado.

Eu fiquei olhando para ela a cerimônia inteira, encostado na parede e esperando o casamento terminar — o que demorou uma eternidade.

Antes da cerimônia acabar, Naruto deu uma olhada para trás e me viu. Ele sorriu e, depois, piscou, mas eu apenas o encarei com uma expressão séria no rosto.

Quando o casamento chegou ao fim, todos seguiram para o salão ao lado, onde ocorreria a festa, e eu não precisei sair do lugar, pois, imediatamente, Sakura notou minha presença.

Sorrindo contidamente, ela caminhou até mim.

— Pensei que não viria. Está aqui há muito tempo?

— Um pouco. — limitei-me a responder apenas isso, com as mãos apoiadas no quimono de tom preto, como se a roupa tivesse bolsos.

Minhas costas ainda estavam apoiadas na parede.

— Ah, sim… — desviou o olhar. — Todo mundo está indo para a festa, venha também.

Fitei-a por alguns instantes, pensativo.

— Não sei se é uma boa ideia.

— E por que não seria? — Sakura retrucou com um sorriso no rosto. — Venha.

Dando-me por vencido, a segui até o salão, que estava cheio de pessoas.

Odeio lugares lotados.

Ino estava cumprimentando alguns convidados junto com aquele esquisito. Naruto e Hinata conversavam em um canto com o Kakashi e o sensei estranho do Rock Lee, o Gai Maito.

No fundo, uma música calma tocava.

Sakura foi até a Ino e lhe deu um abraço. Eu fiquei parado em um canto, esperando-a, não estava afim de cumprimentar os noivos ou socializar-me mais que o necessário.

Naruto me notou sozinho e veio até mim em passos lentos.

Ao chegar ao meu lado, o loiro encostou as costas na mesma parede que eu.

— Por que não chama a Sakura-chan para dançar? — sugeriu. — Eu já vou chamar a Hinata.

Os casais começaram a se levantar para dançar. A pista de dança já estava quase cheia, e até os noivos já estavam indo para lá.

Neguei com a cabeça.

— Não.

Naruto olhou-me, indignado.

— Ah, Sasuke! Para de ser assim. Você deve tentar ser mais legal, porque, desse jeito, ninguém vai querer ficar perto de você.

Ele falava de um jeito... Será que eu era tão ruim assim?

— Vai logo, vai até a Sakura! — ele me deu um empurrão de leve.

Droga, Naruto!

Decidi que seria melhor ir até ela. Mesmo a Haruno estando acompanhada de Tenten e Lee, fui andando devagar e parei ao lado dela, acenando para os três ninjas. 

Eles me cumprimentaram e continuaram a conversar sobre algumas coisas aleatórias, que não me interessavam nenhum pouco. Depois, chegou Kakashi e Gai para me atrapalhar mais. Eles conversaram mais um pouco e indicaram uma mesa para todos sentarmos, no canto do salão.

Olhei para o lado e vi que Naruto dançava feliz com a Hinata.

Sakura acompanhou os amigos em direção à mesa que Kakashi e Gai indicaram. Sentei-me ao lado dela, e a conversa continuou. Às vezes, eu acenava com a cabeça e resmungava, só para que não percebessem que eu queria que nos deixássemos sozinhos e que aquela conversa estava muito chata.

 Naruto e Hinata se sentaram também e entraram na conversa. Achei que não iria conseguir falar com a Sakura em nenhum momento, até que Ino chamou todos os padrinhos para tirar foto, então, Sakura, Naruto e Hinata se levantaram.

A Haruno estava ao lado de Chouji, à direita de Ino e Sai, e Naruto e Hinata estavam à esquerda. Todos sorriam felizes para a câmera e, depois, deram abraços nos noivos.

Em seguida, Sakura caminhou de volta à mesa.

— Pessoal, venham tirar fotos também. — Todos se levantaram imediatamente e seguiram para o local onde estavam tirando fotos, menos eu. — Você também, Sasuke. — completou, olhando no fundo dos meus olhos.

— Não gosto de tirar fotos.

— E do que você gosta? — ela sorriu. — Venha logo. — segurou minha mão e puxou-me.

Não tinha escolha, tive que ir.

Nos juntamos no canto cujo fundo era coberto por uma cortina branca, e o fotógrafo tirou várias fotos, até que o pessoal começou a se espalhar.

Alguns conversavam com os noivos ou com o Hokage, e eu fiquei parado, o que Sakura não deixou de notar.

— O que foi, Sasuke? 

Olhei no fundo dos olhos verdes dela, que funcionavam como imãs para os meus.

Essa deveria ser a hora de convidá-la para dançar?

Bom, poderia ser.

Deveria se eu não tivesse sentido uma vontade enorme de provar o sabor daqueles lábios novamente.

Acariciei seu rosto com as pontas dos dedos devagar, e ela fechou os olhos, aproveitando da sensação. Senti o arrepio que se espalhou pela pele dela por causa do meu toque e sorri de canto. Adorava o efeito que eu causava sobre ela, e Sakura não fazia ideia do efeito que possuía sobre mim.

Aproximei-me mais dela, pouco me importando se havia pessoas por perto, eu só queria sentir a sensação dos lábios dela sobre os meus de novo.

Segurei sua nuca com carinho, mantendo-a perto o bastante.

E, então, eu a beijei.

Foi como o nosso primeiro beijo: leve, suave e cheio de significado.

 Sakura colocou os braços nos meus ombros, e suas mãos foram diretamente para o meu cabelo enquanto eu descia minhas mãos para sua cintura, trazendo-a para mais perto de mim.

Mesmo com os olhos fechados, eu conseguia sentir os olhares dos outros sobre nós, mas eu não ligava mais para eles, só quem tinha importância era a minha irritante, e, como ela já estava nos meus braços, o resto não me importava nenhum pouco.




. . .




Sakura Haruno

 

Afastamos nossos lábios e nossos olhares se encontraram. Eu ainda estava um pouco confusa, afinal, não esperava que Sasuke me beijasse ali, mas era inevitável não sorrir com o acontecimento.

— Sasuke... — sussurrei, e ele retribuiu com um sorriso de canto.

Minhas mãos ainda estavam em seus cabelos e as dele, em minha cintura, e eu podia sentir os olhares dos outros em nós.

— Finalmente! — ouvi Naruto comentar com a Hinata e Kakashi, e minhas bochechas coraram na hora, dando-me conta do que acontecia.

Soltei o Sasuke e olhei para eles. Os três sorriam para mim — Naruto de forma mais exagerada, e Ino, do outro lado do salão, piscou um dos olhos e sorriu maliciosamente.

Ainda mais envergonhada, olhei de volta para Sasuke, que sorriu de canto para mim outra vez. Pensei em perguntar o que realmente sentia por mim para fazer isso na frente de todo mundo, mas achei melhor não fazê-lo, não queria ser irritante naquele momento, nem pressioná-lo — ou ouvir uma resposta indesejada.

— É hora de cortar o bolo. — a voz de Ino soou ao fundo, chamando minha atenção.

Todos estavam indo para perto dela. Dei uma última olhada em Sasuke, sorri e segui para junto das pessoas.

 Ino cortava o bolo com cuidado e entregava aos amigos. Quando foi entregar o meu pedaço, ela sorriu outra vez.

— Estão namorando? — sussurrou, referindo-se à Sasuke e eu.

— Não... Acho que não.

— Poxa, Sakura! Vocês devem se acertar logo, está na cara que os dois se gostam. — Ino continuou a cortar o bolo, deixando-me perdida em pensamentos.

Sasuke gostava, realmente, de mim ou só agiu por impulso?

 

. . .

 

No dia seguinte ao casamento, eu ainda estava com a mente confusa, e a sensação dos lábios de Sasuke sobre os meus ainda continuava bem viva.

Sentada no banco de frente para o lago, que refletia os raios de sol na superfície, fiquei pensando em tudo que acontecia.

Até que alguém sentou-se ao meu lado.

Primeiramente, estranhei e fiquei incomodada com a presença de Dai ao meu lado, porém, depois, respirei fundo e o encarei com a expressão um pouco mais calma.

— O que quer? — minha voz saiu seca ao lembrar-me de sua atitude naquele dia em que Sasuke chegou e me defendeu.

Ele ficou em silêncio por alguns instantes, pensando no que falar e, olhando para o lago, disse:

— Desculpe-me por aquele dia. Eu estava com raiva e ciúmes, mas isso não justifica o fato de eu ter sido um grande idiota com você.

A voz de Dai transmitia sinceridade. Olhei-o de soslaio, seu semblante parecia triste.

— Eu não devia ter feito o que fiz. Eu te amo e, por isso, devia respeitar sua decisão.

— Hm. — resmunguei, sem saber o que responder.

Nós dois fitávamos o lago.

— Fiquei preocupado com você. — ele continuou depois de alguns segundos de silêncio. — Quando eu soube que você perdeu a memória, eu fiquei preocupado, mas achei melhor não me aproximar. Eu não queria confusão com o Uchiha. E, depois que você caiu do monte Hokage e entrou em coma, eu não conseguia ficar calmo. Mesmo que você não goste de mim e esteja com raiva da minha atitude e com razão, eu ainda te amo, e te ver mal é meu pior pesadelo.

— Você foi um idiota, Dai, mas eu fico feliz em saber que você se preocupa comigo.

Sorri fraco ao olhá-lo e voltei a fitar a paisagem.

— Perdoe-me. Eu agi sem pensar. — ele pediu e parecia muito sincero.

Talvez, apenas talvez, fosse melhor esquecer o passado e seguir em frente.

— Tudo bem, Dai. Vamos apenas… Esquecer. — sorri fraco, e ele assentiu com a cabeça.

— Eu sei que não tenho chances com você, porém seria pedir demais sermos, pelo menos, amigos? — ele perguntou, seus olhos denunciavam o nervosismo.

Respirei fundo, hesitando por alguns instantes enquanto pensava a respeito. Dai não foi a melhor pessoa do mundo, mas ele não era mau e parecia bem sincero ao fazer tal pedido.

Sorri fraco de novo. Por que não, não é?

— Pode ser. — concordei, recebendo um sorriso sincero e feliz em resposta.

       



. . .



       

Sasuke Uchiha

                          

 As lembranças daquela noite não saíam da minha mente. Eu não conseguia esquecer, não queria esquecer.

 Eu queria tê-la sempre em meus braços, beijá-la e olhar naqueles olhos esmeraldas que tanto me encantavam.

Criei a coragem que faltava e me levantei da cama. Estava decidido. Eu ia falar para a Sakura o que eu sentia.

 Já era um pouco tarde quando saí de casa, o sol estava forte, e eu encontrava-me determinado a falar com Sakura sobre meus sentimentos, até, claro, vê-la acompanhada no parque.

Sakura conversava com Dai, o que eu não entendia, afinal, ele era um idiota. No mesmo instante, senti algo estranho no peito.

O tal Dai era seu ex-namorado, e se Sakura decidisse voltar com ele? Ela faria isso depois do nosso beijo? Ela sentia algo por ele?

Uma confusão de sentimentos instalou-se em meu peito. Uma mistura de ciúmes e raiva, que deixou-me extremamente confuso.

E se ela não sentisse mais o mesmo sentimento de antes por mim?

Imediatamente, a coragem que eu tive mais cedo sumiu por completo, e eu dei meia volta, seguindo pelas ruas de Konoha sem rumo. 

Meus pensamentos estavam uma bagunça. Eu não conseguia pensar e nem prestar atenção em para onde estava indo. Poderia ser só exagero, um mal entendido da minha parte, mas e se não fosse? E se ela não quisesse nada comigo? O que eu faria?

— Sasuke! — a voz de Naruto soou alta, mas eu não respondi, apenas continuei andando. Não estava afim de conversar com ninguém agora. — O que houve, Sasuke?

Mas ele insistiu.

— Nada.

Naruto me acompanhou na caminhada.

— Não parece nada... Você parece um pouco bravo. 

— Não estou. — retruquei friamente.

— Tem a ver com a Sakura-chan? — o meu silêncio me entregou. — O que aconteceu?

Permaneci em silêncio por mais alguns instantes enquanto caminhamos pela rua tranquila.

Respirei fundo antes de decidir falar.

— Você acha que a Sakura sente algo pelo tal Dai? — perguntei, mas com um pouco de indiferença.

Não queria deixar transparecer que estava chateado e com ciúmes.

— O ex-namorado dela? Não! — Naruto respondeu e parecia certo disso.

— Como tem tanta certeza? Eu acabei de vê-los conversando no parque tranquilamente.

— Eu tenho certeza porque conheço a Sakura-chan, sei que ela gosta de você. E o namoro dela com o Dai durou muito pouco, e justamente por sua causa!

As palavras de Naruto possuíam uma firmeza inacreditável, porém eu ainda possuía minhas dúvidas.

Tudo estava tão confuso em minha mente que eu só conseguia pensar negativamente.

— Isso não deve ser nada, Sasuke, a Sakura-chan é louca por você. Sempre foi. Mas você está enrolando demais para falar para ela o que sente. Daqui a pouco, vai ser tarde demais.

— Eu pretendia fazer isso até vê-la com aquele cara…

— Você ia se declarar para ela? — Naruto perguntou, boquiaberto de surpresa.

— Mais ou menos... Eu só queria resolver logo as coisas, mas, quando a vi com aquele cara, a raiva subiu à cabeça...

— Milagre você não ter quebrado a cara do Dai. — Naruto comentou, rindo, porém logo sua face assumiu uma expressão preocupada. — Você não fez isso, né?

— Não.

Ele suspirou, aliviado.

— Ainda bem, isso te deixaria com problemas com a Sakura-chan.

— Eu sei.

Continuamos a caminhar lado a lado e, logo, Naruto deu uma risada.

— O que foi? — perguntei, minhas sobrancelhas estavam arqueadas.

— Você com ciúmes. — riu mais um pouco. — Nunca pensei que veria isso.

— Não estou com ciúmes. — bufei, irritado e frio.

— Até parece... Admita, Sasuke. Você está com ciúmes da Sakura-chan! — ele falou um pouco mais alto, e algumas pessoas se viraram, curiosos pela gritaria do loiro.

— Dá para parar de gritar, Naruto?

— Sasuke, admita! — gritou novamente.

Era só o que me faltava.

— Tá, tá bom, eu admito. Eu estou com ciúmes da Sakura, está satisfeito? Agora, pare de gritar, idiota! Todos estão te ouvindo.

Mas isso só serviu para fazê-lo começar a rir debochado.

— Sasuke Uchiha admitindo que está com ciúmes... 

— Para de encher, Naruto! — bufei irritado e continuei a andar para sei lá onde. 

— Vou parar. — ele disse, colocando as mãos atrás da cabeça e continuando a andar ao meu lado pelas ruas. — Mas, sério, abra o jogo com a Sakura, fale o que você sente e se resolvam logo.

— Vou pensar. — disse secamente e desviei meus olhos para o chão, pensativo.

 

. . .

 

Já era quase fim da tarde quando resolvi criar coragem novamente para procurá-la e tirar essa história à limpo.

Eu não aguentava mais ficar em dúvida sobre os sentimentos da Sakura e, muito menos, esconder os meus. Já estava cansado.

— Sasuke?! — ela exclamou, surpresa ao ver-me ao lado dela.

Nós estávamos em uma das ruas da vila, próximos ao parque em que ela estava mais cedo. O local estava tranquilo, não havia quase ninguém por lá.

— Oi. — disse, indiferente, e começamos a caminhar lado a lado.

— Oi. — sorriu, permanecendo em silêncio, e eu também.

Já não sabia mais como continuar, mas eu precisava.

— Eu… Posso te fazer uma pergunta? — perguntei e, quando ela assentiu com a cabeça, continuei. — Você tem algo com aquele cara?

Fui direto ao ponto.

— De quem você está falando?

Desviei o olhar para o lado.

— Não se faça de desentendida, você sabe de quem eu estou falando.

Ouvi-a bufar, ficando irritada.

— Não, Sasuke, eu não faço a menor ideia de quem você está falando.

— Tsc... Eu te vi com ele no parque. — meu tom de voz possuía um pouco de ciúmes e raiva.

— Está falando do Dai?

Ela parou, olhando-me incrédula, e eu parei também.

Um de frente para o outro.

— É. — respondi secamente. — Você está com ele?

— Por que isso agora, Sasuke? — colocou as mãos na cintura.

— Só me responda. — pedi.

— Claro que não, Sasuke! 

— Certeza? Não pareceu.

Ela respirou fundo.

— Somos amigos, Sasuke, nos resolvemos.

— Amigos? Você sabe que ele não quer ser só um amigo. — retruquei. — E você não devia estar conversando com ele, esqueceu do quão idiota ele foi?

— Você também já foi um idiota, sabia? Pessoas mudam, Sasuke, você, melhor do que ninguém, sabe disso. — ela disse e já parecia irritada. — Você não devia estar me espionando e, muito menos, tirar conclusões precipitadas.

— Eu não estava te espionando. — respondi, desviando o olhar para o chão.

E eu sabia que havia sido um completo idiota, ela não precisava jogar isso na minha cara.

Eu já estava ficando irritado com essa conversa.

— Sei, até parece... — ela revirou os olhos.

— Já disse que não. — retruquei.

Ela parecia bem brava com minha atitude, e eu, com a confusão de sentimentos em meu peito.

— Sasuke, você está sendo um completo idiota agora também.

Olhei-a, indignado.

— Eu?

— Sim, você!

— Eu só estou querendo te proteger daquele idiota. — menti.

— Proteger? — revirou os olhos. — Dai não é uma pessoa ruim, eu o conheço há bastante tempo, e somos amigos.

— Amigos. — ri, ironicamente, o que só serviu para deixá-la mais irritada.

— Por que essa atitude agora, Sasuke? Você não é assim!

— Porque eu te amo, Sakura! Eu te amo e não consigo controlar o que sinto aqui dentro quando te vejo ao lado de outro cara!

Gritei, alto e claro sem nem mesmo perceber e sei que ela ouviu perfeitamente, pois, no mesmo instante, seus olhos se arregalaram.

Respirei fundo, sentindo um alívio — por mais que estivesse irritado antes — assim que lhe revelei o que estava entalado há muito tempo em minha garganta.

Assim que lhe falei o que sentia no fundo do coração.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Beijinhos e até o próximo.



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