How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 12
Capítulo 12 - Surpresas da Prova Jounin


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Doze - Surpresas da Prova Jounin



Sakura Haruno

 

Eu ainda não conseguia acreditar. Nesse instante, eu estava caminhando ao lado de Sasuke, Hinata e Naruto, indo em direção à Konoha, mas meus pensamentos ainda estavam naquela ilha — onde, agora, a paisagem se encontrava modificada pela batalha contra os renegados —, no momento em que Sasuke e eu nos beijamos.

A noite estava começando a ficar cada vez mais escura conforme caminhávamos pelos galhos da floresta, tão escura que eu não estava conseguindo enxergar quase nada a minha frente, então íamos parar onde estávamos para descansar e esperar o nascer do sol, mas Hinata localizou uma pousada à alguns quilômetros de onde estávamos e decidimos ir até lá para dormirmos mais calmamente.

A pousada era um grande casarão bege todo iluminado, com as janelas em tom marrom claro e o telhado, marrom escuro. Batemos na porta, e uma velha senhora, com os cabelos grisalhos e olhos azuis, a abriu.

— Olá, entrem, por favor.

Nos deu passagem para entrar.

Lá dentro, era tudo muito lindo. Os móveis antigos deixavam o lugar mais aconchegante e bonito, os quadros com pinturas cheias de cores davam vida às paredes brancas, e as flores nos mais diversos jarros deixavam o ambiente perfumado.

— Queremos nos hospedar por essa noite. — falei, indo à frente.

— Ah, claro, mas só temos um quarto disponível, só que é bem grande e tem quatro camas nele. Geralmente, eu o reservo para famílias que passam por aqui, porém, como não passou nenhuma, podem ficar com ele. Tudo bem para vocês?

— Sim. — assenti sorrindo.

— Também temos fontes termais se quiserem relaxar um pouco.

A senhora caminhou até o balcão, pegou uma chave e entregou-me.

— Quarto oito.

— Obrigada.

Fomos em direção às escadas, mas paramos ao ouvirmos a voz da senhora de idade.

— Vocês são ninjas de Konoha, não são?

Naruto sorriu.

— Sim. Sou Naruto Uzumaki, esses são Sasuke Uchiha, Hinata Hyuuga e Sakura Haruno.

Os olhos dela brilharam em seguida.

— Então, são vocês mesmo… Sou muito grata à vocês, principalmente, à você — apontou para Naruto. — que lutou bravamente para salvar todo o mundo, e à você — apontou para mim. — que salvou a vida de meu neto na guerra, Raiden Toshiaki.

Sorri sem graça ao ouvir esse nome e lembrar-me do episódio na rua da aldeia da Nuvem.

— Ah... Eu não sei quem é. — mexi nos cabelos, sem graça. — Agora, precisamos descansar. — mudei de assunto.

A mulher sorriu.

— Claro, podem subir e fiquem à vontade. — falou ainda sorrindo. — Vocês vão querer algo para comerem hoje à noite? Por conta da casa, claro.

— Não precisa. — falei por educação, mas estava morrendo de fome.

— Não fique com vergonha, eu faço questão de lhes oferecer algo para comer, ainda mais por terem salvado o mundo. — insistiu.

— Então, tudo bem.

Sorri em concordância.




. . .




Sasuke Uchiha

 

Eu já me encontrava deitado em uma das camas, olhando para o teto e pensando nos últimos acontecimentos.

Na verdade, em um acontecimento em específico.

Aquele beijo…

— O que está acontecendo entre você e a Sakura-chan? — Naruto perguntou. Nem Sakura e nem Hinata estavam no quarto, pois ambas haviam ido nas fontes termais da pousada apesar de estar de noite.

— Do que está falando? — perguntei, fazendo-me de desentendido.

— Vocês estão estranhos. Às vezes, trocam olhares, depois, disfarçam, mas não falaram nada um com outro desde a hora em que saímos da aldeia da Nuvem. O que aconteceu? 

— Nada. — tentei fugir do assunto, o que só serviu para fazer Naruto respirar fundo e caminhar para a sacada do quarto, cuja porta de vidro que dava acesso a ela encontrava-se aberta, deixando esse assunto para lá.

Continuei fitando o teto, ainda não conseguindo acreditar que nosso beijo realmente aconteceu. Foi tão diferente e uma sensação tão boa.  

Sakura tinha um grande efeito sobre mim, algo que nenhuma mulher nunca teve, e, depois de muitos anos, percebi que ela era muito importante para mim e eu nunca mais queria ficar longe dela.

Respirei fundo, pegando minha mochila.

— Vou até as fontes termais.

Naruto surgiu na porta da sacada.

— Eu também vou, me espere.

Esperei que ele pegasse suas coisas e, juntos, caminhamos para o lado de fora do quarto. Não demoramos para chegarmos ao primeiro andar da pousada, onde a senhora Toshiaki encontrava-se sentada na poltrona da sala de entrada.

— Vovó, onde fica as fontes termais? — Naruto perguntou ao se aproximar.

A mulher sorriu.

— Ah, claro, a termal para os homens! Bom, é só entrar por essa porta e seguir reto no corredor.

Apontou para uma porta marrom com um adesivo de lua colado nela, e Naruto agradeceu.

Fomos até a porta e entramos, deparando-nos com um longo corredor. Ao longo do caminho, notei que havia mais corredores, porém não procurei saber onde davam, apenas segui reto, como a senhora Toshiaki disse.

Não havia ninguém na fonte termal, o que era bom, então, tiramos nossas roupas e entramos na água. Enquanto relaxava na água quente, fiquei pensando na Sakura e em como iria falar com ela o que eu sentia.

Eu estava evitando-a durante todo o trajeto, e ela a mim. Não sabíamos o que falar um com o outro depois do nosso beijo. Mas eu precisava falar com ela, só ainda não sabia como, ou o que, ou quando, ou se deveria me declarar.

Não tinha certeza de nada, a única coisa que sabia era que a amava e que precisava conversar com ela.

E, nesse dilema de falar ou não falar agora e confusão de sentimentos, alguns minutos se passaram, até que eu cansei de ficar ali.

Só queria dormir e colocar os pensamentos em ordem — ou tentar.

— Naruto, já vou indo para o quarto.  

Saí da fonte termal e peguei a toalha para me secar.

— Mas já?

Dei de ombros.

— Não gosto de ficar muito tempo em fontes termais.

Vesti uma camisa preta colada, com o símbolo do clã Uchiha atrás e uma calça preta. Depois que terminei de vestir minhas roupas, fui em direção ao longo corredor.

Eu estava andando devagar e pensando no quanto aquela irritante era importante para mim e estava bagunçando minha mente, que nem percebi que alguém vinha por um dos corredores à esquerda, só notei quando nos esbarramos e deixamos as coisas que estavam em nossas mãos caírem no chão. 

— Desculpe.

Sakura abaixou-se para pegar suas roupas e nem pareceu dar-se conta de que era eu ao seu lado, até erguer o olhar e fitar-me surpresa.

— Sasuke?!




*  * *




Nori adentrou o quarto de Takeshi em passos lentos, caminhando até perto da cama que seu amigo dormia.

O cômodo estava bem escuro, mas, ainda assim, era possível ver parte dos móveis antigos e chiques e alguns quadros espalhados pelas paredes claras.

— Takeshi-sama! Desculpe te acordar, mas tenho más notícias.

— O que foi, Nori? — Takeshi sentou-se na cama e não parecia de bom humor. — É bom ser importante.

Nori respirou fundo.

— Acabei de descobrir que Naruto Uzumaki, Sasuke Uchiha, Hinata Hyuuga e Sakura Haruno invadiram os dois últimos esconderijos dos nossos subordinados no país do Raio.

Os olhos de Takeshi se arregalaram.

— O quê?!

Ele cogitou a possibilidade de ter ouvido errado, porém, ao ver o semblante sério de Nori, teve a confirmação de que era verdade e, logo, deixou transparecer o ódio nos olhos verdes.

— Agora, o que faremos? — Nori perguntou, preocupado e viu Takeshi respirar fundo, fechando os punhos hora ou outra.

— Droga! Eles estragaram nossos planos de destruir primeiro a Nuvem, e isso não vou deixar barato.

Takeshi estava com ainda mais ódio, tanto que seus olhos mudaram do tom verde para um dourado bem vivo.

— Se já não bastasse a quantidade de renegados que eles derrotaram antes, tiveram que derrotar mais ninjas. — bufou, irritado. — E nem aqueles três, com a ajuda de alguns renegados, conseguiram vencê-los.

Takeshi estava com muito ódio e fechava as mãos com força para controlar a vontade de ir acabar com eles pessoalmente.

— Esse time sete e a garota Hyuuga estão causando muitos problemas. Agora, terei que mudar minhas estratégias, mas eles ainda irão se arrepender de terem entrado no meu caminho. Porém, até chegar o dia de fazê-los se arrependerem de terem nascido, terei muitas coisas para fazer.

Sorriu maquiavélico, deixando o dourado dos olhos ainda mais vivo.




*  * *




Sakura Haruno

 

— O que está acontecendo entre o Sasuke-kun e você? — Hinata perguntou após minutos de silêncio na fonte termal, e essa pergunta pegou-me de surpresa.

— C-como assim? Não está acontecendo nada.

Ela olhou desconfiada.

— Eu sei que está mentindo, Sakura-san, eu te conheço e notei que havia um clima diferente entre vocês. 

— Não é nada. — insisti, sorrindo sem graça, e ela deu-se por vencida.

— Se não quer falar, tudo bem, eu entendo, mas quero que saiba que pode contar comigo sempre.

Ela sorriu do seu jeito doce de sempre, transmitindo-me confiança. Respirei fundo.

Eu precisava falar com alguém, minha mente estava muito confusa, e eu já não estava sabendo lidar com a situação.

O Sasuke me beijou, poxa! Nem em um milhão de anos, eu pensaria que ele faria isso.

— Tudo bem, vou te contar. — desviei o olhar para a água exalando vapor. — Sasuke e eu... Nos beijamos.

Voltei a fitar a Hyuuga, que me olhava com os olhos arregalados de surpresa.

— Vocês se beijaram?

Senti minhas bochechas corarem sob os olhares de Hinata.

— Sim.

— Como foi? — ela perguntou, visivelmente curiosa.

— Perfeito. — sorri enquanto observava a água que me cobria até os ombros.

— E quando foi isso?

— Quando nós fomos para aquela ilha. Tínhamos caído em uma armadilha, e o teto do esconderijo subterrâneo começou a desabar, então, o Sasuke me pegou no colo, e saímos de lá com o Susano'o. Pousamos bem em cima de uma pedra, no meio de um rio e aconteceu. — sorri abertamente. — Foi lindo!

Ela sorriu também, os olhos perolados até brilhavam.

— Que bom, Sakura-san, fico feliz por você. Mas, agora, estão namorando?

Abaixei, novamente, a cabeça, assumindo uma feição mais séria.

— Na verdade, eu não sei, não falamos sobre o beijo, nem sobre nada.

Minha voz saiu um pouco tristonha.

— Você devia falar com ele. — Hinata aconselhou, mas não era tão simples.

Era o Sasuke. Eu não sabia como falar com ele. E se me achasse irritante de novo, ou dissesse que não fazia ideia do que deu na cabeça dele para me beijar, ou que se arrependia?

Eu não queria atrapalhar tudo, então, talvez, fosse melhor esperar que o tempo resolvesse essa situação.

— Não sei. — sorri fraco.

Levantei-me e segui para fora da fonte termal, onde sequei meu corpo com a toalha que havia trago e vesti um vestido mais fresco, de alcinhas e no tom verde, o qual ia até o meio das coxas, algo mais confortável para dormir que minhas roupas de missão.

— Vou voltar para o quarto. Tchau, Hinata.

— Tchau, Sakura-san. 

Juntei minhas roupas de missão e fui em direção ao corredor. Estava distraída pensando no Sasuke e em como poderia perguntar o que ele sentia por mim sem ser irritante, quando esbarrei em alguém que vinha por outro corredor, derrubando as peças de roupa da minha mão.

E minha surpresa foi enorme ao, agachada, deparar-me com Sasuke, olhando-me.

Ele pegou sua toalha e mochila no chão enquanto eu juntava minhas roupas de missão — eu, sem graça.

— Desculpe, estava um pouco distraída. — sorri mais sem graça ainda ao levantar-me.

— Não se preocupe.

Nossos olhares se encontraram por alguns segundos, o que foi suficiente para fazer a confusão em minha mente aumentar, assim como a vontade de saber o que estava acontecendo.

Portanto, aproveitando a coragem repentina e a curiosidade enorme, falei:

— Sasuke, posso te perguntar uma coisa?

Ele olhou-me, confuso.

— Pode.

Mas eu não sabia como começar, ainda mais, olhando em seus olhos. Desviei o olhar para o chão, pensando por alguns instantes, porém, quando encontrei as palavras para perguntar sobre o beijo, percebi a aproximação de alguém.

— Oi, vocês são os ninjas de Konoha, não são?

Olhei para o lado, deparando-me com uma garota da nossa idade aproximadamente e muito bonita. Ela vestia um lindo vestido branco larguinho e de alcinhas, cujo decote era pequeno e discreto e o comprimento ia até o meio da coxa. Calçava sandálias beges sem salto e tinha os cabelos longos e loiros presos em uma trança para o lado direito. Seus olhos eram cinzentos, e suas bochechas levemente rosadas destacavam no seu rosto pálido.

— E você deve ser Sasuke Uchiha, não é?

— Sim. — Sasuke respondeu, indiferente.

Um sorriso brotou nos lábios da mulher.

— Nossa, nem acredito que você está mesmo na minha frente. — sorriu ainda mais, empolgada. — Você não sabe o quanto estou feliz por isso.

Ela sorria abertamente e ignorava minha presença ao lado deles, já Sasuke apenas olhava para ela em silêncio e com o semblante sério.

Típico do Uchiha.

— Sou Miyuki Toshiaki, e nossa! É realmente um grande prazer conhecê-lo.

Então, ela era neta da dona da pousada...

E, impressão minha, ou ela estava dando em cima do Sasuke?

— Hm. — ele resmungou sem muito interesse.

Completamente diferente de segundos antes, quando ainda estávamos só nós dois.

— E então... Sasuke... Eu queria saber se não queria... Sei lá… Fazer alguma coisa comigo hoje? — ela sorriu ao finalizar.

Miyuki estava chamando o Sasuke para sair? E na minha frente?

Eu encarei-a com um misto de surpresa e indignação no rosto, depois, olhei para Sasuke, que estava como eu.

O silêncio estabeleceu-se no local enquanto ela o fitava, esperando por uma resposta.

— E então?

Acordei do transe em que me encontrava, sentindo, até mesmo, um pouco de raiva e ciúmes agora.

— Ele não pode, combinamos de comer todos juntos no quarto e dormir cedo para acordar antes do sol nascer amanhã. Não é mesmo, Sasuke? — o cutuquei com o cotovelo esquerdo.

E aquele cretino sorriu debochado de canto para mim antes de olhar para a garota.

— É.

Miyuki sorriu sem graça e, até mesmo, um pouco triste.

— Tudo bem então, deixa para a próxima.

Próxima nada!

— Vamos, Sasuke. — falei, e nós contornamos a garota e caminhamos pelo corredor em silêncio.

A coragem para falar com ele sobre o beijo já havia ido embora.

Obrigada, Miyuki! — para não dizer o contrário.

 

. . .

 

Senti alguém mexer em meus cabelos e abri os olhos lentamente. O quarto estava escuro, apenas a luz da lua iluminava o local através dos vidros da porta que dava acesso à sacada, permitindo que eu visse, não tão claramente, a face dele.

— Sasuke. — sussurrei ao vê-lo em minha frente, ajoelhado no chão ao lado da cama. — O que foi?

Ele apenas sorriu de leve de canto.

— Vem comigo. — sussurrou.

Estreitei os olhos, confusa.

— Ir com você? Para onde?

Não estava entendendo nada, afinal, era de madrugada ainda.

— Ali fora. 

— Por quê?

Ele suspirou, encarando-me.

— Dá para parar de fazer perguntas? Mas que irritante! — disse em um sussurro, e não pude deixar de sorrir.

Levantei-me com cuidado para não acordar Naruto e Hinata ao nosso lado, e andamos até a sacada, de onde víamos toda a extensão da floresta e as montanhas ao longe, tudo iluminado pela lua cheia daquela noite.

Sasuke fechou a porta de vidro e encostou os cotovelos no parapeito, olhando a mesma paisagem outra vez. Aproximei-me, apoiando os cotovelos no local também.

Ao seu lado.

E assim permanecemos por alguns minutos, apenas aproveitando a sensação de estar um ao lado do outro enquanto observamos o céu noturno e a lua cheia, que me lembrava o nosso beijo.

Sorri fraco, sentindo o vento gelado na pele como naquele dia.

— Está tudo bem? — perguntou sem olhar para mim, quebrando o silêncio que instalara-se por minutos.

— Está sim. — sorri sem olhar para ele.

O silêncio estabeleceu-se outra vez, porém, agora, desconfortável.

Era notável que nenhum dos dois sabia o que dizer.

— Ainda não conversamos, não é? — ele disse, olhando para mim.

E jurava que seu rosto estava um pouco corado.

— Sobre o beijo… — completou, voltando a olhar para o horizonte.

— Não. — senti minhas bochechas corarem também.

Passamos mais alguns segundos em silêncio, até ele voltar a falar:

— Foi bom? — perguntou, fitando um lugar qualquer ao longe, menos os meus olhos.

— Foi, e para você? — retruquei antes que desistisse de falar.

Ele sorriu de leve, desviando os olhos para as mãos sobre o parapeito.

— Foi.

Sorri ao ouvir isso, aproveitando que ele não me olhava nos olhos, e essa resposta deu-me a coragem que eu precisava para perguntar o que tanto perturbou minha mente.

— Por que me beijou?

Os olhos dele não desviaram-se para mim um segundo sequer, ele apenas fitava a paisagem enquanto os segundos se arrastavam.

Em completo silêncio.

— Eu… Não aguentava mais. Já queria isso há mais tempo.

Arregalei os olhos ao ouvir isso. Ele disse que queria me beijar há mais tempo?

Certo, agora, fazia sentido todas as outras vezes que quase rolou beijo. Eu não estava imaginando coisas.

Sorri, desviando os olhos para o chão lá embaixo.

— Ah, aí estão vocês. — a voz de Naruto chamou nossa atenção ao abrir a porta de vidro e aproximar-se de nós. — O que estão fazendo aqui sozinhos?

— Nada. — sorri fraco. — Eu vou voltar a dormir, e vocês deviam fazer isso também, vamos partir em poucas horas.

E entrei no quarto, deixando-os lá.

Mas com um sorriso estampado no meu rosto.




. . .




Sasuke Uchiha

                      

Acordei de madrugada após alguns sonhos estranhos. No primeiro, Sakura se sacrificava por mim, já, no outro, ela estava ao lado de outro homem e nem sabia quem eu era.

Foi muito estranho e isso me fez perder o sono, mas foi melhor assim, pois usei esse tempo para pensar no que fazer e acabou que Sakura e eu conversamos um pouco sobre o que houve entre nós antes que Naruto nos interrompesse novamente — e admito que foi bom saber que ela gostou do beijo mesmo apesar da minha inexperiência.

Partimos assim que amanheceu — mas não sem antes que Miyuki dissesse que nosso passeio ficaria para depois, Sakura fechar a cara, e eu ignorar as investidas da garota —, e demorou alguns dias para que o portão de Konoha surgisse em nosso campo de visão.

Ambos, mesmo exaustos pela viagem de volta, seguimos para a torre do Hokage, o qual encontrava-se do mesmo jeito. Sentado atrás de uma mesa com uma pilha de papéis.

Kakashi sorriu por baixo da máscara ao nos ver, nos parabenizou pela missão após pedir os detalhes e, em seguida, mudou de assunto.

— Eu tenho um aviso para dar à vocês, menos para a Sakura, porque ela já é jounin. — o Rokudaime começou. — A prova jounin será daqui dois dias, então, é melhor treinarem, pois o tempo é curto.

Assentimos.

— Como é feita essa prova? — Hinata perguntou e parecia um pouco nervosa.

— Bom, é uma luta individual contra um jounin da aldeia, que será sorteado na hora. Tudo bem?

— Sim. — assentimos.

— Alguma dúvida? — negamos em uníssono. — Então, estão dispensados.

Nós quatro saímos da sala do Hokage e andamos pelas ruas de Konoha, os três conversando sobre a prova jounin enquanto eu mantinha-me calado, até Naruto e Hinata despedirem-se de nós e seguirem por outra rua, deixando Sakura e eu sozinhos na escuridão das ruas da aldeia.

Sozinho com ela pela primeira vez após o episódio na sacada da pousada, eu estava nervoso. A coragem que eu tive de madrugada havia sumido totalmente.

Eu enfrentava qualquer tipo de inimigo e estava com medo de falar para ela que eu a amava? O que estava acontecendo comigo? Por que eu estava tão nervoso assim? 

— Já vou indo. — Sakura disse, fazendo-me voltar para a realidade.

— Eu te levo até em casa.

Depois de ela assentir, fomos caminhando em silêncio até seu apartamento. Às vezes, olhava para ela e percebia que ela também olhava-me de vez em quando.

Sakura estava tão nervosa quanto eu, além de confusa e sem saber o que fazer.

Chegamos em frente à sua porta em poucos minutos.

— Pronto. — falei, ambos parando em frente aos degraus da entrada.

— Obrigada, Sasuke. — sorriu agradecida enquanto fitava meus olhos.

Eu estava hipnotizado por seu olhar, tanto que não conseguia desviar. Sorri de volta.

— Eu vou indo, já está tarde.

Ela assentiu com a cabeça.

— Nos vemos amanhã? — perguntou, sorrindo e com as bochechas avermelhadas.

— É. — dei meia volta, começando a caminhar para longe dela, mas algo implorava para eu não ir embora assim.

Algo em meu peito dizia que eu precisava fazer alguma coisa quanto ao que eu sentia no peito.

Respirando fundo e aproveitando a coragem repentina, virei-me para ela novamente, acabando com a distância entre nós. Meus braços foram para sua cintura, puxando-a para perto de mim.

Sakura olhou-me surpresa, no primeiro instante, pela aproximação rápida, porém logo sorriu, enlaçando meu pescoço com os braços quando meus lábios tocaram os seus.

Dessa vez, o beijo já começou um pouco mais rápido, e eu já conseguia acompanhá-la melhor nos movimentos. Senti seus dedos puxarem meus fios de cabelo com cuidado enquanto minha língua tocava a sua e provocava diversas sensações boas.

Era um beijo suave e doce ao mesmo tempo que um pouco desesperado e desejoso, diferente do nosso primeiro.

Separamos os lábios pela falta de ar, e eu a observei. Corada, lábios inchados, ofegante e surpresa.

Soltei sua cintura assim que senti os braços dela deixarem meu pescoço e olhei em seus olhos verdes brilhantes.

— Preciso ir. — dei um passo para trás, observando-a ainda um pouco surpresa e sem fala.

Seus lábios entreabriram diversas vezes, talvez, sem saber o que falar depois do que fiz.

Sorri ao ver o efeito que eu tinha sobre ela — que era tão forte quanto o que ela tinha sobre mim.

— Até amanhã. — acenei em despedida.

 

. . .

 

Dois dias se passaram, e eu mal vi Sakura, pois tanto eu quanto ela estávamos ocupados. Ela, no hospital da Folha, e eu, com o treinamento para a prova jounin, que era nesse dia.

Respirei fundo, dizendo para mim mesmo que, independente de quem eu enfrentasse, eu iria vencer e receber meu título de jounin.

Com esse pensamento, saí de casa naquele dia, trajando minhas típicas roupas de missão, cuja capa preta tampava quase que por completo.

A arena em que as lutas aconteceriam era a mesma que da prova chuunin e, assim que entrei nela, percebi o quão cheia estava. Mas não me importei com isso, eu estava concentrado no que devia fazer.

Fui para o centro do local junto com os outros chuunins que iriam competir — inclusive Naruto e Hinata — para conseguir a promoção à jounin.

Kakashi, após alguns poucos minutos, foi ao centro do local para fazer a abertura típica dos eventos da Folha e explicar como funcionaria essa prova, composta por apenas essa etapa.

— Bom, acho que todos entenderam, não é? — perguntou, e todos responderam rapidamente que “sim”. — Então, vamos começar logo o sorteio dos candidatos à promoção e dos jounins da aldeia.

Assim como no exame chuunin, um telão grande e verde apareceu no alto, do lado direito da arena, onde todos poderiam ver perfeitamente o que estava escrito — tanto quem estava no centro do local quanto nas arquibancadas.

— Vamos ver quem serão os primeiros a lutarem bem aqui. — Kakashi disse, querendo fazer um pequeno suspense.

Ao seu sinal, vários nomes começaram a passar rapidamente pela tela verde, como no primeiro exame chunnin que participei, realizando o sorteio dos participantes.

E, então, dois nomes permaneceram na tela. Os dois primeiros ninjas que lutariam naquela arena.

— Não acredito… — sussurrei, incrédulo.

— E para a primeira luta...

Kakashi sorriu por baixo da máscara e parecia curioso e ansioso quanto ao que veria naquela arena.

— Sasuke Uchiha e Sakura Haruno.


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