Confissões de uma Odiadora Compulsiva escrita por Lybruma


Capítulo 5
Eu não odeio ler


Notas iniciais do capítulo

Heeey!
Desculpem a minha demora.
Maaas eu espero que gostem desse capítulo =3



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Entrei em casa com o rosto levemente queimando de raiva.

Tipo, legal e tal o pai do Tobias me dar uma carona mas, caramba, onde estava a educação daquele menino?

As pessoas simplesmente não se auto convidam para a casa dos outros desse jeito!

Respirei fundo algumas vezes e fui almoçar. Estava morrendo de fome. E minha cara estava doendo levemente, então achei que um banho ajudaria um pouco.

Depois que eu terminei o banho e o almoço, eu fui conferir o meu celular. E, surpresa, uma mensagem de Tobias piscava alegremente no visor do meu celular.

 

Hey, Clara, você está melhor?

A mensagem havia sido enviada 30 minutos depois que o pai dele havia me deixado em casa.

Já estou começando O Diário de Anne Frank!

Essa havia sido um pouco mais recente e acompanhava uma foto dele segurando o livro bem ao lado da cara dele, onde exibia um sorriso de orelha a orelha.

 

Respondi um simples “estou bem, obrigada” e fui dar uma olhada nos deveres que eu tinha. Não eram muitos (fazer dever na escola ajudava muito nesse quesito) por isso, os que tinha eu fiz bem rápido e comecei a ler o mesmo livro que Tobias.

A versão que ele me mandara a foto era uma daquelas especiais, de colecionador, edição limitada e que custavam o olho da cara.

A minha era uma mais simples, comprada em um sebo de um amigo da família, que ficava na Liberdade (relativamente perto de casa).

 

Tobias

Ouvi meu celular apitando. E, quando eu conferi, era uma mensagem da Maria.

 

Estou bem, obrigada.

 

E só.

Aquela menina podia ganhar o prêmio de pessoa mais fria de São Paulo. E se eu pudesse chutar, diria que a música preferida dela é “Não existe amor em São Paulo”.

Suspirei fundo e voltei para meu livro. Já tinha lido umas 50 páginas, então decidi parar um pouco para comer alguma coisa.

Saí do meu quarto e desci as escadas que levavam para a cozinha, onde encontrei Gertrudes, a diarista da casa.

Ela vinha do nordeste do país, então tinha um sotaque bem interessante.

— Tobias, finalmente! Menino, quase que tu me mata do coração! Achei que tinha morrido lá naquele quarto! Onde já se viu… Esses jovi de hoje em dia… Se tranca no quarto e não sai mais de lá!

Achei um pouco de graça da reação dela.

— Desculpa, Gertrudes, eu estou tendo que ler um livro para a escola. Por isso essa semana eu vou ficar ainda mais trancado no meu quarto.

— Hm… Tudo bem. Mas não se esqueça de almoçar, viu? Vou te chamar uma vez e pronto!

— De acordo com suas exigências! — respondi, enquanto pegava uma maça e rapidamente subia para meu quarto e retornava à minha leitura.

Sexta-feira

Na hora do almoço, fui atrás de Maria Clara, para dizer que já havia terminado o livro.

Encontrei ela na biblioteca, no mesmo local da última vez.

 

Maria Clara

Eu estava fazendo o dever de sociologia quando ouço passos se aproximando. Quando levanto os olhos para ver quem é, me deparo com Tobias.

— Oi, Clara. E aí, tudo bem?

Estava melhor antes.

— Uhum, claro. — respondo, não perguntando sobre ele de propósito.

— Hã… você não respondeu minhas mensagens, maas… Eu terminei de ler O Diário. E você, em que parte está?

Fiquei um pouco espantada. Eu realmente duvidava que ele poderia ler um livro em tão pouco tempo.

— Estou terminando. Faltam umas 10 páginas, eu acho.

— Ah, legal. Ahn, sabe, você não quer ir lá em casa amanhã para assistir ao filme? Seria legal ter uma outra base, né?

Semicerrei os olhos. Ou, pelo menos, tentei. Ser japonesa era difícil quando se tratava em expressar-se com os olhos.

— Eu posso assistir em casa, mas obrigada pelo convite.

Tobias definitivamente era estranho. Eu não sabia direito como funcionavam as coisas no Rio de Janeiro mas, pelo menos, em São Paulo as pessoas podiam fazer as coisas diretamente da casa delas.

— Ah, tudo bem… Eu vou começar a ler o outro hoje. Boa sorte com sua leitura.

Claro que o menino tinha ficado triste. Devia ser muito difícil alguém dizer não para ele.

Infelizmente, eu não poderia me importar menos.

 

Tobias

Maria Clara era uma garota extremamente difícil.

Ou extremamente lerda.

Ou extremamente uma mistura das duas opções.

Não estava muito claro que eu queria convidar ela para sair?

Poxa. Ela me achava tão irritante assim? Ou será que ela já gostava de alguém? Ou pior: será que ela já tinha algum namorado?

Ou, pior ainda, os pais dela não aprovavam relacionamentos com garotos que não tivessem descendência japonesa? Era uma opção. Eles nasceram no Japão, fazia sentido, até, não quererem “contaminar” a herança familiar.

E, bem, eu era descendente de russos. Definitivamente não era japonês. Eu nem conhecia muito bem a cultura japonesa.

Será que ela era lésbica?

Eu não conseguia parar de pensar nesses fatores e estava começando a ficar louco.

Suspirei. Eu parecia não ter chances.

Mas eu não desistiria tão facilmente.

Cheguei em casa, almocei e, antes de começar o próximo livro, decidi mandar uma mensagem para Maria.

 

Oi, Clara, eu vou começar a preparar alguns slides sobre O Diário. Você pode fazer os de A Menina Que Roubava Livros, quando acabar de ler?

A resposta veio onze minutos depois.

Por mim tudo bem. Obrigada.

 

E pronto.

Abri o editor de slides, escolhi um tema bacaninha e comecei a montar as coisas. Coloquei tópicos, imagens… Achei algumas entrevistas curtinhas no YouTube e achei que seria uma boa ideia baixar eles e colocar, para a classe assistir.

De pesquisa em pesquisa eu conferia o celular, na esperança de ter alguma mensagem de Maria.

Eu estava me iludindo ou era só impressão?

 

Maria Clara

Por um momento, eu me senti um pouco mal por ser tão grossa com Tobias.

Mas passou rapidinho.

Cheguei em casa e terminei o livro.

Li a mensagem do carioca e achei uma boa ideia, então rapidamente comecei A Menina Que Roubava Livros.

Quando já havia lido um bom pedaço do livro, achei que seria já tinha dado tempo do Tobias ter terminado os slides, então mandei uma mensagem perguntando se ele tinha terminado e, se sim, se ele poderia me mandar os slides para eu dar uma olhada.

A resposta dele veio incrivelmente rápido.

 

Hey, claro, segue os slides.

Você já começou AMQRL? Como está sendo?

 

Franzi a testa. O que raios era AMQRL?

Pensei um pouco. A Menina Que Roubava Livros, claro. Ri um pouco com a minha lerdeza.

Abri os slides e dei uma olhada neles, antes de responder.

E, eu tive que admitir: Tobias havia feito um ótimo trabalho.

 

Estou em Uma Preleção para Liesel. Max acabou de chegar na casa dos Hubermann.

 

Tobias me respondeu alguns segundos depois.

 

Uau. Esse capítulo é muito bom!

 

Era realmente um ótimo capítulo. Mas não vi necessidade de responder isso para ele, então apenas visualizei, voltando para a minha leitura.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Acho que deu para perceber que vai ser uma estória bem rapidinha, né? Não tenho muito tempo para ficar enrolando =')
Não se esqueçam de comentar dizendo o que acharam!
Até a próxima! sz



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