Coração Rebelde escrita por Aurora Boreal, Maiah Oliveira


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey Zombies!
Eu sei, eu demorei. Depois de um loooooongo processo eis-me aqui postando mais uma vez uma história baseada em A Seleção e Jogos Vorazes, agora disposta a finalizá-la. Não estamos falando de Illéa, nem de Meri, nem Katniss nem nada disso, por isso classificá-la como original, mas me baseei nesta ideia e Kiera Cass e Suzane Collins merecem o mérito por isso. Mas não nos limitemos ao diálogo, vamos ao capítulo. Aproveitem!
Nos vemos lá embaixo...

Aqui é a Lilly, com o capítulo editado - 09/04/18



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 PRÓLOGO

"A queda de um império"

 

Uma vez, alguém lhe contara sobre o peso que a coroa exercia sobre os ombros de seu soberano. E naquele momento, afundado em um trono, buscava incansavelmente relembrar quem proferira palavras tão sábias e verdadeiras. Uma das coisas que mais apreciava era esses poucos momentos que possuía na solidão daquele imenso salão, ao qual reservava inteiramente para avaliar todas as circunstâncias que os levaram até aquele momento.

Lentamente, palavras aleatórias surgiam em sua mente, e se organizadas, se tornariam a base da linha do tempo que tentava criar. Infelizmente, os poucos minutos nunca eram suficientes para a conclusão de seus pensamentos, e a cada noite, experimentava um tipo de frustração diferente, mas que lhe causavam o mesmo nível de desconforto que lhe impedia de um bom sono.

Quando o conselheiro, seu fiel amigo, entrou no salão com um sorriso desafiador e provocativo, o homem sentado no trono já podia ter uma noção da expressão que exibia. Aquela era sempre a reação de Sullivan, e para o seu desconforto, acontecia com cada vez mais frequência.

— Eu poderia falar da sua cara, mas isso me transformaria em alguém tão amargurado quanto você, garoto. — Quando o senhor se aproximou da poltrona imponente, inclinando a cabeça para o lado, avaliando a expressão do mais jovem com curiosidade. — O conselho está pegando no meu pé. Não que eu me importe, gosto de colocar aqueles idiotas nos seus lugares, mas a proposta que eles lançaram noite passada realmente faz sentido. O problema é que tratam isso com a frieza de estarem lidando com uma parede.

— Era o que eles queriam. Estavam acostumados a terem seus desejos atendidos, com a figura da coroa apenas como a representatividade do que faziam, escondendo os verdadeiros autores daquilo que nos trouxe até esse estado. Quando recuperei a autoridade de um rei, afetou diretamente no jogo que tinham ali dentro. — O moreno então levantou, caminhando em direção à janela, deixando suas mãos atrás das costas. — É uma pena que o povo esteja do lado do conselho nessa decisão. O que é um rei sem seu povo? Apenas um homem com noções deturpadas de poder. Eles não vão parar.

— Eu nunca disse que parariam. — Sullivan se aproximou, fixando os olhos na paisagem magnífica que os grandes vitrais exibiam. — Aqueles velhos só querem um bom show. Querem algo para se distrair. Parece um ótimo espetáculo para acalmar o povo.

— Mas você sabe que isso não servirá para sempre, não sabe? — Desviando os olhos da paisagem, o rei fixou seus olhos azuis atrás de si, sem realmente virar o corpo, apenas para enfatizar suas palavras para o senhor que se encontrava em outra parede, o encarando como se esperasse uma explicação digna para seu questionamento. — Sully, quando eles perceberem que não passam de uma peça de um tabuleiro manchado de sangue, buscarão vingança. E quando isso acontecer, minha autoridade não irá impedir a chacina que criarão, e então, eu verei o reino ruir.

Sullivan acenou em compreensão. Suas mentes trabalhavam em uma sincronia que só os anos de amizade e ensinamentos poderiam criar, mas um sempre gostava de questionar o outro sobre determinados comportamentos. Era uma batalha de conhecimento, um nível superior de pensamentos. A salvação, ou talvez a perdição do reino.

***

Quando entrou no seu quarto, já tirando seu blazer de forma cansada, percebeu a presença de seu irmão sentado em uma poltrona na parte mais escura do quarto. Um sorriso de deboche surgiu em seu rosto, acompanhado por um olhar inquisitivo que transbordava sarcasmo.

— A que devo a honra de sua presença, vossa majestade? — Se inclinou, voltando a sua postura normal na mesma elegância que fez o gesto. — Devo ressaltar o quão dramático parece preferindo o escuro? Ou quer esconder sua expressão causada pela provável conversa que teremos. Bom, pelo menos é o que justifica você no meu quarto a essa hora da noite. Como andam as atividades com a coroa, Desmond?

— Vamos pular a parte da tentativa forçada de uma conversa amigável, já que nenhum de nós dois parece disposto a reservar tempo para isso. — A voz de Desmond não parecia nada amigável, o que já não era nenhuma surpresa para ninguém. — Andei tendo algumas reuniões com o conselho. A proposta ainda está sendo debatida, e o povo está apoiando a decisão. É apenas uma questão de tempo até que seja anunciado oficialmente. Quer opinar sobre isso?

— E de que vale o que irei falar? — indagou sentando na cama.

— Vincent, você sabe o quanto vale sua palavra. A escolha é sua. Foi algo que prometi a nossos pais. Fiz de tudo o que pude para não envolvê-lo nisso, abri mão de muita coisa. Então é isso que me trouxe aqui. — O tom de Desmond permanecia imparcial, desprovida de sentimentos, como passou a ser nos últimos meses. —  Então, eu preciso de uma resposta definitiva. Pelo menos até que eu consiga acalmar a situação.

— Não. Pode deixar, eu faço. Só não transforme o nosso sobrenome, a marca de um reino tirânico. Não precisamos de um ditador, e sim de um rei. — Dito isso, Vincent caminhou em direção a porta, a abrindo para que seu irmão saísse de seu quarto. Vendo o caminhar elegante de seu irmão, não podia deixar de notar a semelhança entre ambos, exasperado não conseguia deixar de imaginar o que tinha transformado seu irmão no homem que agora via sair de seu quarto.

***

Na manhã seguinte, a notícia estava em todos os jornais, revistas, estações de rádio ou qualquer meio possível de comunicação. Para muitos, realização. Para outros, desconfiança. Para a família real, um pesadelo que envolveria a vida de pessoas que precisariam proteger. Seria um jogo de sangue nas mãos de um coração rebelde.

***

Eu precisei fazer isso. Não que fosse completamente a favor, mas isso levaria o meu país a ruína. Nem todos estavam dispostos a aceitar facilmente nosso sobrenome no trono, e isso fizeram eles matarem nossos pais. Não busco justificar meus atos, sei a grande possibilidade de todo esse esforço dar errado, mas a Seleção é minha única saída. Algo me diz que todo o futuro do reino em paz se encontra em minhas mãos.

27 de setembro de 2056.

 


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Notas finais do capítulo

E não esqueça de comentar, essa não só pela questão "interativa", mas isso realmente deixa um autor feliz. Então não se acanhe, pode comentar um texto que irei responder.

Xoxo,
~Zombie Geek