Depois de sua briga com Jacob Leah saiu em disparada par sua patrulha, ela já estava acostumada aos furos de Jake e ainda mais acostumada a fazer as patrulhas sozinhas mas, ela sentia falta de Jake, eles eram amigos antes de se apaixonar por ele, e agora ela tinha de esconder seus sentimentos de todos e principalmente do objeto de sua afeição. Não era fácil ver o homem que amava todos os dias com outra, saber de seus pensamentos, de seus sonhos e saber que nunca terá a menor chance, a maioria das pessoas achava que ela tinha sofrido pelo Sam, mal sabiam que aquilo não era nada comparado com agora.

Ninguém nunca entendeu a relação dela com Samuel Uley, eles eram amigos, sempre foram os melhores, do tipo que não tinham segredos, ela sabia dos problemas com o pai dele, ele sabia dos problemas com a mãe dela, coisas que ninguém sabia, que não podiam contar para ninguém eles confiavam um o outro, quando ele sumiu por um tempo ela ficou louca achando que ele estava envolvido com algo ilícito mas, se outra pessoa sugerisse, nossa era melhor se preparar para apanhar, Leah Clearwater não aceitaria que ninguém falasse algo de seu Sam, era assim que se referiam um ao outro ‘meu Sam’ e ‘minha Leah’.

Todos achavam que os dois eram namorados e quando Sam apareceu do nada dizendo que estava tudo bem ela não acreditou, ele tinha mudado e muito, ela exigiu saber a verdade e ele apenas disse que era algo que não podia contar, foi a primeira briga feia deles.

Passado algum tempo os dois voltaram a se falar e tudo foi como antes, ate Leah pedir por respostas, ela queria saber porque ele sumia e em uma noite Samuel Uley a pediu em casamento, no começo ela riu e o chamou de louco, disse para ele parar de usar o que quer que estivesse usando que não faria bem, Sam apenas se ajoelhou e mostrou o anel, disse que a amava e pediu novamente “case comigo Leah, vem ser feliz ao meu lado, esquece sobre sua mãe, se quiser podemos ter um quarto para o Seth, sei que me casando com você vou ganhar o moleque como filho” tinha dito Sam fazendo piada pela forma protetora de Leah com o irmão caçula.

Leah ainda esperou uns dias para responder e quando finalmente aceitou os dois começaram a montar a casa, ele tinha comprado uma casa quase dentro da floresta, a casa estava abandonada a anos e Leah sempre disse que aquela era a casa dos seus sonhos, por isso ela trabalhou dia e noite para reformar tudo e deixar perfeito, Sam apenas ria e a chamava de paranoica. Faltando uma semana para o casamento sua prima chegaria, ela comemorou quando viu a prima na porta de sua futura casa, e com apenas uma troca de olhar tudo foi jogado ao vento, Sam chegara com as compras e naquele instante ela soube que não haveria casamento nenhum.

Sam tentou explicar várias vezes mas, Leah não queria ouvir ela ainda se lembrava da ultima conversa de verdade que tinha tido com seu melhor amigo.

“Leah por favor me escuta, eu sinto muito mas, não posso ... é algo que ...argh”

“só vou perguntar uma coisa Sam, e por favor me fala a verdade, é por causa do grande segredo?! Tem a ver com o fato de você ter sumido por dias e viver desaparecendo? “ perguntou Leah temendo a resposta, ela sabia que se esse fosse o caso teria perdido seu melhor amigo para sempre.

“Sim Lee tem, só que isso não muda o que sinto por você, eu te amo Lee você sabe é só que...” Sam estava desesperado para fazer com que Leah entendesse, ele sabia que o que os dois tinham era algo forte de mais pra ser chamado de amizade, mas também não era amor romântico, e Leah sabia disso também ele tinha certeza, mas como explicar isso para a maior cabeça dura que ele já conhecera, seria impossível Leah demoraria uns 20 anos só para querer olhar pra cara dele de novo.

“Só que nada Uley, só mais uma coisinha a Emily sabe?”

“Sim”

“Que ótimo! M A R A V I L H O S O!  é muito bom ter alguém para se confiar os maiores segredos de sua vida, é excelente, eu costumava ter alguém assim também sabe mas, no fim acabou que era só mais um mentiroso, e nem vem tentar justificar, você confiou nela, alguém que acabou de conhecer e não confiou em mim. Por que Sam? Ela é melhor do que eu em algum aspecto? Ou melhor dizendo eu sou realmente uma boa pra nada como dona Sue sempre diz? Porque se for me fala agora”

“LeeLee espera, olha eu não posso contar pra você porque é algo que envolve muita coisa, só...”

Leah cortou as palavras de Sam com um soco bem dado, o que apenas provocou dores em si mesma, depois disso eles nunca mais se falaram, e quando o faziam não era mais que duas palavras e normalmente insultos, ela nunca o perdoou por confiar o maior segredo de sua vida à Emily e ele nunca entendeu porque ela não podia esquecer isso, para ele não era grande coisa, e para todos de La Push e para Emily os dois não se falavam por ela ter sido abandonada as vésperas do casamento.

Depois ela perdeu o pai e não tinha ninguém para desabafar, não podia chorar na frente do irmão, não confiava na mãe, e á não tinha o Sam, ela podia falar com Emily mas, para isso ela teria que ir até a casa do Uley e não faria isso, então Leah sofreu a perda de seu pai sozinha, logo depois se transformou em loba e então entendeu o que Sam nunca contou a ela, e por causa da raiva que sentia por perder o pai e se transformar em um monstro acabou ferindo o único amigo que tinha, agora ela se arrependia de ter chamado Sam de covarde tantas vezes, contudo a raiva e a dor na época a segaram e isso os afastou ainda mais.

Leah pensava em tudo isso enquanto patrulhava os arredores de Forks, agora que os Cullens tinham ido para o Alasca os lobos faziam a patrulha de todo o território e não só de La Push, esse era mais um dos motivos de ninguém mais fazer as rondas sozinho, era um grande terreno para uma pessoa só defender, sem falar nos riscos de morte em caso de um ataque.

A Clearwater estava agora na parte mais afastada do território, nesse trecho se ela uivasse ninguém em La Push a ouviria, outro motivo para ninguém ir sozinho, esse trecho em questão era quase um ponto cego na defesa dos Quileutes, e exatamente neste trecho Leah pegou um cheiro, era novo e não era um Cullen, Leah não sabia se uivava para tentar avisar a matilha sabendo que não seria ouvida mas, talvez, só talvez alguém do Sam estaria por ai e a ouvisse, por outro lado entregaria sua posição e o efeito surpresa, Leah decidiu seguir e ver se o rastro levava de alguma forma para a aldeia.

Quando se aproximou de uma clareira Leah viu três homens, todos estavam com a roupa suja e cabelo curto de longe era possível sentir o cheiro de sangue, ela se aproximou deles para atacar o que estava mais afastado e próximo às arvores. Com uma velocidade e força que lhe era desconhecida Leah conseguiu arrancar a cabeça de um deles, com isso os outros dois levantaram para lutar.

O maior deles tentou lhe agarrar a cintura, mas Lee foi mais rápida e desviou, ela esquivou, pulou e mordeu até conseguir derrubar o segundo deles, Leah já estava machucada, duas costelas quebradas, uma pata também quebrada e vários cortes pelo corpo.

Apareceu mais três deles, “de onde estavam saindo” pensava a jovem Clearwater, ela continuou se defendendo como podia, e gritava em pensamentos “TEM ALGUEM AÍ? EU PRECISO DE AJUDA!” que ironia, a garota mais durona pedindo ajuda, Leah já não tinha forças

Foi aí que ela sentiu alguém vindo por traz em alta velocidade mas, ela estava cansada de mais, machucada de mais para reagir a tempo, Leah apenas sentiu a coluna se partindo e as patas traseiras ficarem mole ao se chocar em uma arvore, tão forte foi o impacto e a força com que a jogaram, “eu não posso morrer agora, eles vão chegar a La Push, eu tenho que avisar alguém” era o que Leah pensava a todo momento, ela tentou ficar de pé, mas era impossível, quando o segundo grupo se aproximou ela viu que eles eram seis, já que dois estavam fora de combate.

Quando estava quase perdendo a consciência Leah viu dois lobos enormes chegando, ela não os conhecia, talvez fosse um dos novatos mas, seria impossível novatos desse tamanho, se bem que não importava, agora ela tinha alguém para ajuda-la, alguém para defender seu lar.