Reencontro escrita por Lucca


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Avery tem um pai suicida desaparecido que tinha fortes ligações com a organização de Crawford. Como isso pode afetar a relação dela com Jane? Preparem-se: fortes tensões à vista!



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Infelizmente acordar muito antes do sol raiar voltou a se tornar rotina para Jane. Ela não entendia porque seu sono não voltou ao normal agora que sua relação com Weller e Avery estava bem. Tentando ocupar o tempo até o amanhecer, ela percorria diversas opções como desenhar, correr e despertar Kurt. Essa última era com certeza sua preferida, mas havia dias em que ela precisava estar só, refletir e se preparar para o difícil momento de enfrentar Roman.

Naquela manhã, especificamente, ela optou por correr. O exercício físico sempre disparava uma carga positiva sobre seu corpo, exorcizando seus demônios e enchendo-a de otimismo. Com o clarear do dia, ela terminou a atividade indo até uma padaria comprar coisas especiais para o café da manhã. Dentro do estabelecimento, algumas iguarias preferidas por Avery direcionaram sua decisão de ir até a casa da filha.

Ela voltou para o apartamento, tomou um banho, deixou um bilhete para o marido e se dirigiu para a casa segura. No caminho, imaginou a cara de poucos amigos que Avery faria ao vê-la na porta tão cedo. Isso a divertiu. O contato com a filha já permitia a Jane compreender que, por trás daquela fachada hostil, havia uma garota disposta a se aproximar. Jane estacionou o carro, arrumou cuidadosamente os pacotes nos braços e se dirigiu à porta.

Antes que pudesse tocar a campanhia, ouviu o som da chave do lado de dentro. Avery estava mais que desperta, estava arrumada e deixando a casa segura. O espanto na cara da filha ao vê-la não foi algo divertido como Jane tinha imaginado:

— Olá. Bom dia! Pensei em vir tomar o café da manhã com você.

Avery bufou e tentou ser breve:

— Melhor outro dia, Jane. Eu tenho planos pra hoje.

— Nossa, você começa bem cedo! O que você pretende fazer? Talvez eu possa acompanhá-la..._ a tensão na voz de Avery disparou um estranho alerta em Jane

— Olha, Jane, são coisas pessoais. Nada que você vá gostar de acompanhar. Na verdade, eu prefiro que não me acompanhe. Desculpe-me estragar seus planos. Você já pode ir. Outro dia faremos isso.

Jane tentou controlar-se para não assumir sua tradicional postura intimidadora como Rich já a havia alertado, mediu palavras, tentou sorrir:

— Avery, está tudo bem? Ou tem algo que eu precise saber....

Percebendo os olhares dos seguranças e não querendo chamar a atenção de mais ninguém ao redor, Avery disse:

— Entre, vamos conversar aqui dentro.

Assim que fechou a porta atrás das duas, a garota continuou:

— Olha, eu estou feliz com a evolução do nosso relacionamento e não quero quebrar isso, então será que só por hoje você pode não estragar tudo? Não vai rolar café da manhã comigo. Vai pra casa e me deixa fazer o que eu quero.

— Avery eu sei que não faz parte da sua rotina acordar tão cedo e sair. Também percebi o quanto você está tensa, então me diga pra fechar os olhos a isso e dar as costas porque não vou sair daqui até você me dizer o que está acontecendo!

A gorota inspirou, se remexeu, olhou para os lados buscando uma saída. Por fim, se deu por vencida:

— Eu vou te contar, mas se você ousar se colocar entre mim e isso, pode esquecer de vez que eu existo, entendeu?

Por um instante Jane quis acreditar que sua filha falaria de um garoto, mas a mensagem na tela do celular lhe lembrou que nada na vida dela seguia o convencional.

“Amanhã, às 8 am no endereço abaixo. Venha sozinha. É sobre seu pai.” Um endereço do subúrbio nova-iorquino seguia a mensagem.

— Isso é loucura!

Avery apenas levantou o queixo desafiadoramente e manteve a feição firme olhando para a mãe. Jane respirou, tentou manter o controle e usar suas habilidades de diálogo:

— Avery, nós queremos o seu bem. Vou notificar o FBI e levaremos você até o ponto de encontro com segurança, ok.

— O tempo tá correndo, Jane, Até você fazer isso, minha chance já vai ter acabado.

Jane detestava isso, mas a garota tinha razão:

— Ok, você está certa. Então, eu vou no seu lugar.

— De jeito nenhum! A mensagem é pra mim. Eles não vão aceitar outra pessoa lá.

— Você consegue entender que é impossível pra mim deixar você exposta a uma situação tão arriscada assim?

Avery respirou. Ela já conhecia Jane bem o bastante para saber que sua mãe não aceitaria aquelas condições. Então, buscou uma saída:

— Dispensa os seguranças e vem comigo, então.

— Ok, eu vou com você. Só preciso avisar o Kurt...

— Não! Sem avisar o Weller. Seremos só nós duas.

— Eu não posso fazer isso com ele de novo, Avery. Ele precisa saber que não fugi novamente.

— Levar você comigo já é assumir um risco muito além do que eu desejava. Eu não vou aceitar que você piore tudo colocando Weller nisso!

Jane respirou.

— Ok. Eu não estou com minha arma. Você tem aquela que te dei para o caso de precisar se defender?

— Tenho, está na gaveta da mesa de cabeceira como você recomendou.

— Pegue a arma e também munição. É o mínimo que temos que fazer.

Enquanto Avery foi até o quarto, Jane rasgou um pedaço do saco de papel dos muffins que tinha trazido e, com a caneta que encontrou sobre o aparador, esboçou o desenho de cavalo com símbolos chineses. Ela sabia que aquilo bastaria para Kurt e Patterson localiza-las. Dobrou o papel diversas vezes e o prendeu a sua aliança. Tudo que ela precisava agora era que os seguranças soubessem ser discretos.

Avery retornou com a arma e as duas foram até os seguranças. Jane assumiu:

— Bom dia._ disse estendendo a mão para cumprimentar os seguranças_ Avery vai passar a manhã comigo hoje. Por isso, vocês estão dispensados. Por favor, se apresente ao SIOC para ver se o agente especial Weller tem alguma outra missão para os dois hoje._ sutilmente ela soltou o papel na mão de seu interlocutor olhando firmemente nos seus olhos.

Os dois seguranças compreenderam a orientação de Jane, subiram no seu veículo e saíram. Jane e Avery fizeram o mesmo no carro dela.

Chegando ao endereço marcado tudo estava estranhamente desértico. A casa parecia desocupada e  localizava-se afastada das demais da vizinhança. Após uma prospecção inicial, nada suspeito chamou a atenção, então as duas entraram. Uma nova sondagem, dessa vez no interior da casa, mostrou a mesma coisa: nada nem ninguém. Avery parecia frustrada. Jane tocou solidariamente seu braço:

— Pode ter sido um engano ou algum tipo de brincadeira. Menos mal. Venha, vamos voltar ao SIOC.

Mal ela terminou de falar e dardos tranquilizantes atingiram as duas, nocauteando-as rapidamente, mas não antes delas ouvirem vozes:

—Olha só, dessa vez Crawford ficará mais que satisfeito conosco. Nem será preciso levar adiante a história de sequestro. A filhinha já trouxe o que queríamos: mamãe Doe!

No SIOC

Weller chegou para o trabalho antes do horário, como sempre. Os seguranças de Avery chegaram pouco depois e lhe entregaram o estranho bilhete de Jane. A primeira tentativa de contato foi imediata através de uma ligação ao celular da esposa. Estava desligado. Logo em seguida, ele descobriu que o de Avery também estava na mesma situação. A terceira ligação foi para Patterson o atendeu já no elevador de acesso ao SIOC. Em uma hora, já tinham a localização e uma equipe pode partir para o local.

Foram horas vasculhando o local atrás de qualquer pista. Weller estava focado e se esforçando ao máximo para fazer aquilo de forma profissional. Mas, num momento em que ficou a sós com o team, demonstrou sua angústia, desabando sobre uma poltrona empoeirada no canto da sala:

— Quando ela vai entender que precisa parar com isso? Eu não posso fechar os olhos que ela assume todos os riscos sozinha de novo!

Patterson que tinha se dirigido ao local na esperança de ser capaz de encontrar alguma pista que todos haviam desprezado, se aproximou e colocou a mão no ombro do amigo:

— Você precisa manter a calma. Nós sabemos que não é fácil. Kurt, eu tenho certeza que ela só fez isso porque não teve outra escolha.

— Mas esse é exatamente o problema com Jane, Patterson, ela nunca parece ter escolha..._ Weller desabafa.

Zapata, então, se agacha ao seu lado e põe a mão sobre o joelho do amigo:

— Kurt, dessa vez ela te avisou. Deixou até uma pista porque queria que viessemos até aqui. Ela está tentando.

— E nós vamos encontrá-las logo. _ Reade completou olhando direto para a mão de Tasha no joelho de Kurt _ Tasha, por favor, tire sua mão. E, Kurt, afasta sua perna para dentro._ então ele se abaixou e retirou uma fita de papel que estava quase submergido na lateral da poltrona.

— É uma fita de código! _ Patterson exclamou.

Todos observaram a sequencia de números e letras minúsculas dispostas no papel e sentiram seus estômagos revirarem: esse tipo de comunicação só era utilizado pela máfia russa.

De volta ao SIOC, a equipe se lançou a busca de qualquer informação relevante através de seus informantes. Nada de útil foi encontrado.

— Tasha, por favor, tente através da CIA e de Nas, talvez eles possam nos ajudar._ Weller suplicou.

— Eu já tentei a CIA, Kurt. Estou em contato direto com eles o dia todo. Nas não está mais com eles. Ela voltou para a ASN.

— Eu já tentei Nas _ Reade falou _ mas ela disse que não tem nada a seu alcance que possa nos ajudar.

— Como não? Nas tem acesso a muita coisa. Ela deve estar relutante porque voltou recentemente para a ASN. Talvez se eu tentar falar com ela pessoalmente...

— Kurt _ Patterson o interrompeu_ ela não vai ajudar. Esqueça.

— Quando o assunto é Jane, Nas prefere ela desaparecida._ Tasha desabafou despertando olhares reprovadores de Reade e Patterson.

Nesse momento o telefone da latina notificou uma mensagem de um número desconhecido:

“Zapata, elas estão em Missouri. Seguem as coordenadas. Sejam rápidos. Esses russos odeiam a Jane.”


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Notas finais do capítulo

Bem, esse capítulo nasceu de um pedido de cinco linhas enviado por uma leitora. Acho que consegui dar conta da metade da primeira linha, por isso esse final atípico nas minhas histórias. Espero não ter decepcionado. Prometo que dar conta das outras quatro linhas e meia na próxima atualização.
Muito obrigada a todos que estão lendo essa história. Estou realmente muito feliz com os números.
Sugestões, críticas, desabafos ou qualquer outra coisa que queiram compartilhar, é só colocar nos comentários. Será maravilhoso conhecer mais sobre as expectativas de vocês.



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