Reencontro escrita por Lucca


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

As coisas parecem estar se encaminhando bem, mas faltou um detalhe crucial. Sentiram falta de algo? Tenho certeza que sim. Então, chegou o momento de resolver essa questão.
Boa leitura.



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Após a reaproximação de Avery, Jane passou alguns dias focada apenas na filha. Divagou sobre tudo que a garota disse, criou teorias, fez suposições, recriou cada gesto e cada frase inúmeras vezes nos momentos em que estava a sós com Kurt. Ele ouviu, ouviu e ouviu. Fez alguns comentários quando ela abriu espaço pra isso. Na verdade, ele descobriu um novo prazer para sua vida: ouvir Jane falar sobre coisas boas da vida dela. Aquela paz que o invadia ao observá-la falando ininterruptamente e gesticulando enquanto estava deitada no seu colo no sofá da sala era algo novo e ele já não sabia dizer como o relacionamento dos dois sobreviveria sem isso.

Em meio a mais um relato, Jane voltou seu corpo de frente para o dele e colocou a mão esquerda sobre seu peito quando, de repente, parou de falar. Então, ele disse:

— Tudo isso parece muito bom.

— Sim, sim. É bom. Acho que estamos no caminho certo._ ela respondeu com um sorriso.

—É muito bom pra mim ver que você está feliz.

Ela suspirou e seus olhos correram rapidamente para a mão ainda desprovida da aliança, mas voltou rapidamente para o rosto dele. Seu olhar não conseguiu esconder a leve sombra de tristeza que o recobriu. Ela chegou a abrir a boca pra dizer algo sem sucesso.

— O que foi, Jane? Você não está feliz?

— Estou! Eu só sinto falta de ... de algumas coisas que deixei pra trás.

Imediatamente ele colocou a mão sobre a dela no seu peito e a apertou.

— Jane, não quero que você se sinta pressionada a isso. Eu realmente não preciso que use nenhum anel.

— Kurt..._ ela buscou a melhor forma de abordar aquele assunto delicado já tantas vezes evitado_  a única coisa que tem me afastado de te pedir minha aliança de volta é porque eu sei o quanto já te machuquei nas duas vezes que a deixei para trás. _ e ela tentou sorrir _ Sem ela tenho a certeza que isso não vai se repetir.

Ele afagou seus cabelos e fixou os olhos nos dela:

— Nós estamos aqui, juntos e isso torna todo o resto pequeno. Eu só preciso que você nunca perca de vista que sua felicidade importa, Jane, e muito! Você tem direito ao tempo que for necessário, mas se qualquer coisa te afasta de ser feliz já, não aceite.

Ela não disse nada. Beijou a aliança na mão dele e depois buscou os lábios do marido buscando demonstrar seu amor sem ainda se permitir pedir sua própria aliança de volta.

No dia seguinte, no final da tarde, Kurt se aproximou da mesa de Jane. Ela sorriu assim que viu o marido.

— Oi!_ disse animada

— Oi. Será que você tem algum tempo para mim?

Ela levantou os olhos fingindo uma expressão de dúvida

— Minha agenda está cheia, mas acho que posso conseguir alguns minutinhos.

— Então temos um problema, porque vim pra te roubar pelo resto do dia._ e estendeu a mão para ela.

— Espero que você tenha informado nosso chefe, caso contrário vou ter que colocar meu emprego em risco diante dessa proposta irrecusável._ e aceitou a mão dele.

— Não se preocupe com mais nada. A noite é nossa!

Ele dirigiu o carro segurando a mão dela sempre que possível. Foram para casa. O elevador vazio foi o convite perfeito para os primeiros beijos. O constrangimento diante da velhinha carrancuda no andar inferior ao deles foi divertido.

— Estamos subindo..._ Kurt fez questão de informar tentando evitar que ganhassem companhia.

A senhora sacudiu a cabeça e gesticulou para que seguissem sem ela ainda com a carranca fechada.

Entraram no apartamento abraçados, mas Kurt se desvencilhou assim que chegaram à sala.

— O banheiro é meu.

Jane não se deu por vencida:

— O banheiro é seu e meu também, logo..._ disse indo atrás dele.

Kurt voltou e lhe deu um selinho e depois disse com uma piscadinha:

— Não no banheiro. Preciso que me espere.

Jane fez uma careta, mas retrocedeu para o sofá. Quando chegou sua vez de usar o banheiro do casal, questionou o marido de dentro do quarto:

— Kurt, o que eu devo vestir?

Ele se fingiu pensativo e disse:

— Suas tatuagens!

Jane voltou até a porta e brincou com a situação:

— Elas estarão lá, todas, você pode ter certeza disso. Mas preciso de algo além delas. Não sei quais os seus planos...

— Vista algo confortável para assistir um filme no sofá comigo.

Os planos de Kurt não pareciam com nada que Jane tinha imaginado. Mas qualquer programa valia a pena com ele. Então, ela tomou banho e foi vasculhar suas roupas. A escolha da lingerie foi rápida e certeira: um conjunto discreto na cor vinho, sem grandes detalhes. Não era novo. Kurt já o conhecia de outros momentos, mas era especial pra ela e deixava a tatuagem com o nome dele bem evidente. Jane sabia que isso faria muita diferença naquela noite.

Depois ela vestiu um vestido verde musgo que Tasha classificou como “uma peça discreta, mas sexy que toda mulher precisa ter no seu guarda roupas”. Então foi para a frente do espelho e se achou realmente bonita, mas parecia disfarçada para uma missão.

“Não!” _ disse pra si mesma e buscou algo mais comum entre as roupas: uma calça confortável e uma blusa vermelha. Essa cor trazia forte lembranças da primeira noite que passaram juntos.

Jane, antes de sair do quarto, perguntou a si mesma qual a origem de sua ansiedade e nervosismo. Ela estava na sua casa com o seu marido. Não precisou pensar muito para descobrir a razão: ali no próximo cômodo estava Kurt, a pessoa mais especial do mundo para ela. Tudo que vinha dele, tinha uma força incrível sobre seu ser. Uma respiração profunda foi o recurso ao seu alcance pra conter a adrenalina e sair ao encontro dele.

As luzes da sala estavam apagadas e a iluminação oscilava ao crepitar das velas que estavam sobre a mesa de centro que também tinha alguns petiscos, taças e vinhos.

“Eu devia ter usado o vestido...”

Mas antes que concluísse o pensamento, ele estava próximo, reivindicando sua mão. Ela o atendeu prontamente, se deixando guiar até o sofá.

Eles conversaram, comeram e beberam como um casal comum de namorados no início de um relacionamento, flertando com palavras e olhares. A idéia de Kurt trouxe resultados muito além do esperado para os dois. Foi importante e mágico desfrutarem de momentos tão comuns à maioria dos casais e tão raros para os dois. O templo fluiu com a conversa e o clima que preparou o beijo teve um estranho deja vu que nenhum estava disposto a questionar a origem. Após o beijo, Kurt encontrou o momento que esperava, retirou a caixa do bolso e começou a falar:

— Ontem você me disse que sentia falta da sua aliança e também disse que não a pediu porque não quer mais que ela sirva pra me magoar...

Jane baixou os olhos balançando a cabeça:

— Kurt, eu sei que parece estranho e ..._ ele a interrompeu calando seus lábio com um toque.

— Jane, eu entendo como se sente. Sei que você sabe o quanto me custou cada vez que essa aliança saiu do seu dedo. E é por isso que eu decidi te pedir pra usá-la de novo, por que eu acredito no seu amor e confio que a partir de agora ela não deixará mais seu lugar._ e abriu a caixinha pegando a aliança e buscando a mão dela.

Mas antes que ele pudesse completar o ato, Jane o interrompeu, chamando sua atenção, ela precisava de seus olhos nos dela:

— Kurt, _ e tomou fôlego_ eu prometo de todo o meu coração, de toda a minha alma e com todo o meu ser, que estarei sempre aqui pra você, por você ...

— por nós, Jane.

— Por nós, Kurt.

— E tudo isso te trouxe de novo pra mim.

— E me levou pra você.

Ele empurrou a aliança no dedo observando o leve tremor nas mãos dela e o sorriso que inundava seus olhos e lábios. Nem mesmo na cerimônia do casamento ele a tinha visto tão entregue à ele. Ao terminar o caminho, beijou sua mão com o anel. Ela fez o mesmo com a mão dele.

Depois disso, o mundo podia acabar lá fora que nada os impediria de passar o resto da noite em entrega total um ao outro.


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Notas finais do capítulo

Sobre o deja vú que citei, é porque enquanto escrevia o clima me lembrou o 2x19 quando Jeller quase se beija no bar. Então, passei isso para as personagens.
Espero que tenham gostado.
Se tiver algo que gostariam de ver na sequência dessa história, é só dizerem.
Obrigada pela leitura.



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