Utilidade para Máscaras escrita por Lady Black
Notas iniciais do capítulo
Gostaria de pedir desculpa pelo atraso e por ter somente esse capítulo aqui :
O rapaz somente olhou-me com seus olhos verdes e balançou a cabeça em negativa :
— Eu não acredito que ainda está aqui, mesmo com toda cidade sendo evacuada para que não hajam mais akumas…
Suas roupas negras contrastavam a escuridão. Se sentou sobre a mureta que a pouco estava em pé e me encarou como se pudesse ler minha alma :
— Poderíamos resolver essa questão de máscaras, agora mesmo, não sabe? — perguntei tentando ser calma.
— Não estou pronto para estragar isso.
Sorri fraco e me aproximei dele, de frente a seu rosto levei minha mão a sua bochecha levemente arranhada :
— Prometa que não irá sumir, não novamente.
— Prometo — respondeu e aproximou seu rosto do meu, seu hálito quente perto de meu queixo como há tempos não ficava.
— Você tem um mundo para salvar. — falei afastando meu rosto para direita — Vá, sua parceira deve estar indo para a Torre Eiffel neste momento.
Fechou os olhos e falou em tom baixo, como se tentasse se controlar :
— Antes você vai entrar no seu quarto, colocar a música mais alegre do mundo e vai evitar… — inclino minha cabeça e coloco meus lábios sobre os seus por breves segundos e logo tomo distância.
— Vá, — foco minha visão em seus olhos querendo passar segurança para minhas palavras — juro que não ficarei triste, brava ou qualquer coisa do tipo.
Piscava atônito com minha atitude de beijá-lo. Estávamos em uma espécie de briga a menos de um minuto e repentinamente parecíamos bem em uma despedida estranhamente fofa:
— E eu juro que se sair vivo desta, — colocou a mão em seu coração como uma prece — vou te mostrar toda a verdade.
E olhando para trás, em meio a noite o loiro saiu. Um sorriso abafado por uma espécie de careta saiu de mim e suspirei enquanto Tikki saia debaixo de minha blusa :
— Quer dizer que a gente conhece o cara por de trás da máscara? — a pergunta que saia de meus lábios e vinha ao mundo me deixava entristecida.
Haviam se passado quatro anos desde que tinha caído em amor por aquele espectro chamando Chat Noir. E por insegurança motivada por minhas próprias neuras, mesmo adorando o homem em todos os sentidos sugeri para que seguíssemos nossas vidas pois não existiam mais akumas. Burra.
— Tudo bem, Mari? — Tikki questiona.
— Tikki, transformar — e meio que sem responder a kwami tornei-me a super heroína de Paris.
Havia salvo tantas pessoas com ajuda do miraculous, mas não conseguia me salvar de questões conflituosas. Chat Noir, ele sim parecia seguro de si desde o dia qual posso jurar começar a me apaixonar pelo mesmo.
Jogo meu ioiô e empurro meu corpo para a noite parisiense lembrando de como em minha formatura meu parceiro de valsa — Adrien — havia dançando uma música comigo e repentinamente saiu do salão dizendo que tinha algo mais importante para fazer. Não tenho raiva deste momento, até porque uma vítima de Hawk Moth surgiu e se o mesmo estivesse ali ele que teria ficado plantado. A parte deprimente deste dia foi voltar ao salão e ver como todos já estavam agradecendo o ano letivo, e que não havia mais uma festa.
Com meus pés pouso acima de um restaurante e me coloco a olhar a Torre Eiffel. O destino sempre me levaria para lá?
O óbvio fracasso da minha formatura foi visto somente por uma pessoa mascarada, que me convidou a valsar em um lugar especial em homenagem a nós dois. Meu ioiô me leva até a proximidade do monumento e decido seguir a pé. Observo cada detalhe possível; as luzes, cada fragmento metálico e a coloração.
Silêncio. E logo a frente vejo o gato em forma de herói me encarando e sigo até ele :
— Perdão pelo atraso — minha voz sai fraca, mal sei como explicar a ele que Marinette e Ladybug são a mesma criatura de carne e ossos.
— Sem problema, ainda não se passaram dez minutos e… — ele congela me observando. Tenho o intuito de virar a cabeça olhar para trás procurando algo ou alguém.
— Algum problema, Chat?
Seus ombros se encolhem e para de me encarar para observar outro ponto :
— Jamais, minha Lady — meu coração dispara, a forma de dizer que sou sua não era proferida há tanto tempo que mal sei como reagir.
— Acho-cho — gaguejo e me repreendo mentalmente e respiro forte antes de continuar — Acho que deveríamos procurar por algo, Hawk Moth pode estar aqui apesar de tudo parecer uma armadilha…
— Sim, — sua resposta é nervosa — está certa Ladybug.
— Certo, então vamos nos separar eu ao leste e você ao…
— Não! — levanto minha sobrancelha espantada com sua exclamação — Quer dizer, se ele ou ela estiver aqui nos pegará sozinho e desprevenidos.
Puxa seu bastão e o gira com a mão esquerda passando para direita como se estivesse nervoso :
— Certo… — concordo sem entender muito bem o que está se passando — para que lado acha que devemos ir então?
— Subir na Torre. — ele para como o movimento de rotação com sua arma — Lá podemos ver Paris com uma vantagem enorme.
— Então vamos, my chaton — solto um sorriso confiante e começo a andar em direção da estrutura, estranhamente o mascarado continua parado e passo por ele como se esperando que me seguisse — Ei, não temos a noite toda.
— Claro — sai de seu devaneio e começa a correr junto de mim para a subida.
Movendo braços e pernas, jogando e usando nossas armas como apoio e finalmente nos encontramos a uma altura elevada :
— Acho que devemos ir ao topo? Ou aqui está bom? — grito pois o vento me deixa surda neste lugar e me apoio com certa habilidade.
— Está bom aqui! — se inclina para baixo e para com a escalada, sua voz é quase um suspiro.
Uma sirene alta toca.
Sinto como se meus ouvidos fossem explodir e com força em meio ao desnorteamento me apoio ao metal que estava encostada a pouco e milhares de borboletas brancas surgem formando uma espécie de redoma em torno de quase todo Champ de Mars¹. Então, o silêncio surge, ou nem tanto. Mariposas ou borboletas — não importava — pois a quantia era tão imensa que era possível escutar o som do bater de suas asas :
— Chat! — grito em desespero e ele que estava um pouco acima de mim desce e se coloca ao meu lado.
— Precisamos sair daqui — sua sentença sai rápida e eu afirmo com a cabeça enquanto prendo meu ioiô bem firme :
— Vamos, segura em mim — falo e sem vergonha ele passa o braço em torno de mim e pulamos em direção ao chão com a queda sendo reduzida drasticamente em velocidade. Quando encostamos os pés no chão é um tanto desconcertante para mim mas me coloco em postura de defesa com ele cobrindo minhas costas :
— Aparentemente Hawk Moth está aqui mesmo — sua voz se perde um pouco com o zumbido que meu ouvido está fazendo.
— Consegue ver algo?
— Não, estou confuso com esses bichinhos voando.
— Eu também, — admito — deveria usar o Lucky Charm?
— É tão belo ver suas estratégias falhas — a voz feminina volta, entretanto, uma risada masculina a acompanha após a frase.
— De onde está vindo a voz? — pergunto baixo, procurando com o olhar.
— Também não estou achando — sua resposta tão fraca que se compara ao silêncio.
— Luzes e ação por favor, meu Soleil² — a voz feminina pede e canhões de luz são jogados em direção a nós.
— Já podemos começar a apresentação, minha Lune³ — o homem afirma, estou confusa e principalmente ficando cega.
— Olá Paris! — a mulher retorna a falar — Devem estar assustados neste momento, refugiados em cidades vizinhas ou trancafiados em casa e estranhando a televisão que ligou sozinha.
Começo a respirar forte, estávamos tratando com uma vítima ou com o mandante? Sinto vontade de chorar em desespero, estávamos encurralados como um rato.
— Aguenta firme — Chat me diz baixinho, será que havia percebido minha perna trêmula?
— Enfim, hoje teremos como principal atração o encerramento de tudo. Se acomodem e vejam o grande final.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Champ de Mars¹ : Campo de marte, localização da Torre Eiffel
Soleil² : Sol em francês. "Meu sol".
Lune³ : Lua em francês. "Minha lua".
—___
OBRIGADA, por cada comentário, cada palavra de incentivo e opinião. Vocês são todos maravilhosos e fazem meus dias felizes