Utilidade para Máscaras escrita por Lady Black


Capítulo 5
Capítulo V - Crianças crescidas


Notas iniciais do capítulo

HEY, tudo bem com vocês?
Queria agradecer a cada comentário MARAVILHOSO no capítulo anterior, vocês são divinos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/755041/chapter/5

 

Queria dizer que tudo que se sucedeu após Chat Noir e eu combatermos os três chamados foi uma entrevista, uma salva de palmas e fogo de artifício. Mas não foi. 

Enquanto mal havíamos acabado com um akumatizado — um jovem que estava magoado por causa da sua opção da faculdade que os pais não apoiavam — mais dois pontos de ataque surgiram. O dia se transformou em uma completa montanha-russa, onde a cada ponto existia alguém que estava transformando. 

Quando o céu começava a escurecer, eu pedi licença a todos e me recolhi em um telhado. Detonada por todo o esforço Tikki estava quase inconsciente entre meus dedos :

Tikki… — choramingava, precisava da kwami em todos o sentidos e tinha a plena consciência que estava exigindo muito da mesma.  

— Vai ficar tudo bem, eu aguento só me deixe dormir um pouco — e fechou os olhos com delicadeza.  

A cidade estava sendo evacuada pela polícia. Após a filha do prefeito — e o próprio prefeito — serem vítimas das borboletas negras foi decretado que o local era uma área de risco. 

De cima do telhado, eu podia ver muita coisa e principalmente me mantinha em uma posição que ninguém poderia me ver. Quinze vítimas de Hawk Moth em um dia, somente dois heróis e nenhum reforço para os mocinhos. Mestre Fu administrava cada miraculous com cuidado, porém nos últimos sete meses embarcou em uma viagem de autoconhecimento pela Ásia. 

Com cuidado comecei a descer para o beco atrás do prédio, iria me misturar com os civis e dar um jeito de ir até minha casa conferir meus pais :

— Descanse Tikki, Hawk Moth está planejando algo sério usando os poderes de forma tão descontrolada. 

Enquanto descia pela escada para caso de incêndio rezava mentalmente para que tudo aquilo acabasse.

Na parte da manhã tinha saído com minhas calças marrom e camiseta branca,  e agora mal podia dizer que minha calça ainda podia ser denominada “calça” pelo tantos de rasgos que a mesma continha e o branco da camiseta já havia se ido embora. A transformação em Ladybug não estava em seu ápice, e começava a temer por minha vida. Se Chat Noir não fosse forte, e habilidoso com o bastão estaria morta desde o quarto indivíduo que nos atacou. 

Minhas botinas encostaram no chão sujo e eu sai cambaleando para a saída, descobri que evitar olhar a polícia ou Chat me fazia soar como uma pessoa que não era Ladybug, e assim segui por dois quarteirões; fingindo que nem a polícia, e nem meu parceiro super herói deviam estar procurando por mim em busca de auxílio. 

Entrar na padaria foi a coisa mais impensada que já fiz, era óbvio que meus pais achariam estranha minha aparência detonada e perguntariam. Mas quando eu abri a porta e vi os dois chorando abraçados só tive o movimento de me jogar em  um abraço com eles. Os Dupain-Cheng estavam assustados:

— O que aconteceu Marinette?! — minha mãe choramingava. 

— Eu estou bem — podia sentir um soluço no fundo da minha garganta. 

— A cidade está sendo evacuada, faça uma mochila rápido e vamos embora — meu pai me empurrou levemente com o ombro e eu parei. Eu não podia ir embora

— Quero que prestem atenção no que eu vou dizer agora, e espero que me entendam…. — escolhia com cuidado as palavras. 

— O que? — mamãe dizia com os olhos vermelhos. 

— Para que Paris sobreviva esses ataques, os vigilantes têm que ficar aqui.  Vocês  vão e eu fico. 

— Está louca? — recebi como pergunta imediata de minha mãe — Não é possível que tenha se oferecido para ficar, ouça Marinette você vai conosco…

— Mãe, pai… — meus olhos se encheram de água — não posso contar muito porém Paris precisa de mim. 

O silêncio se estabeleceu. E meu pai com graça perguntou :

— Você é ela, não é? 

— Não sei exatamente o que dizer com isso, pai — respondi desconfortável recolhendo os ombros. Ele sabia da minha outra identidade? 

— Ela? Ela quem? — Sabine perguntou alterada. 

— A investigadora da polícia, um cliente falou sobre isso conosco sobre isso. 

Minha mãe arregalou os olhos como se estivesse recordando tal fato, e me abraçou :

— Tome cuidado. 

Alguns momentos são somente estranhos; não sabia afirmar se meu pai sabia de Ladybug ou se aquela informação caiu como uma benção. Pouco demorou e eles saíram da padaria para se juntar a um grupo de civis que um guarda orientava em direção à um caminhão do corpo de bombeiros. Observei toda a cena da sacada do meu quarto :

— Tikki, será possível que ele saiba? 

Talvez Marinette, — a pequena começava a perder a aparência cansada — mas por hora devemos voltar para o ponto de vigilância e achar Chat Noir. 

— Ele também saiu de fininho quando me recolhi. Acho que o kwami dele deve estar cansado também, darei a ele mais um tempo — respondi. 

— Está com medo? — flutuou até se apoiar em meu ombro direito. 

— Assustada, mas não com medo. E você? 

— Estou — admitiu. 

— Por que? Temos a situação sob controle apesar de tudo… 

— A última portadora do miraculos também disse isso. 

O silêncio se instalou, o céu estava tomando os tons negros da noite e com minha pouca coragem perguntei :

— O que aconteceu com ela? 

— Ela… — a fada hesitou — ela teve um final triste. A acusaram de bruxaria depois que ela derrotou guardas e livrou inocentes da fogueira.

— E o portador do miraculos do gato? — indaguei com cuidado. 

— Havia sido perseguido por bruxaria e estava escondido. Eu disse para ela que era perigoso e estava com medo, que devíamos nos recolher com ele… no final quando o Chat Noir da época chegou para salvá-la… 

— Entendi. — cortei-lhe. Era difícil imaginar uma guerreira antes de mim morta por uma atrocidade. 

— Jamais vi um caso assim Marinette. Para ser sincera, em toda a minha eternidade nunca tive que lutar contra outro miraculos antes dessa geração. 

O vento gelado voltava a nós encontrar. 

— Não podemos ter medo Tikki, precisamos acreditar na nossa sorte. 

Sorri para a pequena, inconsciente eu derramei uma lágrima. 

— O que faz aqui? — de supetão a voz de Chat Noir invadiu meus ouvidos e com sorte Tikki se escondeu dentro de meu casaco rosa recém apanhado em meu quarto. 

— Decidi ficar. — respondi virando o rosto e secando o início de minha cachoeira. 

— Não tem essa opção Mari. — ele se aproximou — Vamos, se segure em mim e te levo para o abrigo mais próximo. 

Dei um passo para trás, eu não ia embora. 

— Eu disse que vou ficar — afirmei. 

— Mari, eu não quero ter que te arrastar até lá… — sua expressão era uma súplica. 

— Preciso encontrar respostas antes, não posso ir embora Chat — engoli o seco. 

Sua mão coberta por a luva negra se apertou e ele soltou um suspiro :

— Eu te amo muito, espero que me perdoe pelos erros que cometi com você esse tempo todo — trincou sua mandíbula e com velocidade avançou para me dar um soco. Sério? A estratégia dele era me nocautear? 

Puxei meu corpo para a esquerda, seus olhos se arregalaram e corri até a outra extremidade da varanda :

Que merda você pensa que está fazendo?! — gritei de maneira rude. Conseguia entender o motivo, e admitia que faria o mesmo se fosse o inverso, mas era horrendo estar naquela situação. 

— Como você? — sua reação era de espanto. 

— Não interessa como eu desviei, o que interessa é que eu tô cansada disso tudo! Agora se me dá licença — um soluço instalado em mim se fez presente na última frase, e meus pés começaram a ir para dentro de meu quarto. Entretanto fui parada por ele. 

— Não vou embora.

— Devia ir, é isso que você sempre faz quando nos aproximamos! — a fúria se abatia sobre mim, aquelas palavras eram ruins e não deviam ser ditas. 

— O que está dizendo? — seu tom de voz crescia — Eu não me transformo em Chat Noir há anos, mas mesmo assim sempre soube tudo de você. 

— Não Kitty, você não sabe — soltei cheia de ironia. 

— Prometo que vou acabar com toda essa confusão quando pegar Hawk Moth, mas primeiro você precisa estar a salvo para que eu… 

— Possa ficar bem? Como pode insinuar que vai ficar bem? Você mal conversa com Ladybug, ou acha que ninguém viu que vocês estavam em completa falta de sincronia? 

Calou-se. De todas as formas possíveis meu coração queria escolher o homem a minha frente para viver uma vida comigo, mas ele mal me dirigia a palavra quando estava em meu outro eu :

— Vou me resolver com ela. Prometo

Meus olhos se encheram d’água. E comecei a chorar :

— Você odeia ela, não é? 

— Não! — mexeu seus cabelos — eu amo ela e uma civil idiota que não quer ficar em segurança, e escolhi você Marinette! 

Calei-me. Ele realmente estava igual a mim dentre aquela situação? Jurando amar dois e escolhendo dentre eles? 

— Você não precisa escolher Chat — afirmei. 

— Claro que não, quem precisa é você — apontou com grosseria — Você vai gostar da pessoa por de baixo da máscara? Ou essa porcaria vai sempre ter a utilidade de separar nossos mundos? 

— Eu estou escolhendo você agora, mesmo que por baixo disso tudo você não seja um príncipe encantado que eu sonhei quando era criança — com mais força do que pretendia esfreguei meus olhos. 

— Este é o problema Mari — sua voz saiu baixa — estou há quatros anos tentando ser seu príncipe, mas você simplesmente parece que não se interessa por meu eu normal. 

— O que quer dizer? — falei assustada. Eu conhecia o herói por baixo da máscara? 

— Marinette, lhe contarei tudo de uma forma melhor… 

— Eu te conheço? — todos os homens de cabelos loiros me vinheram à mente : Robert era meu cliente no estágio e loiro mas não tinha charme; Leon sempre me dava jornais com um sorriso; Francesco sempre elogiava minhas roupas e Adrien era meu amigo à mais de quatro anos sendo assim não sentia encaixava. Sentia-me detonada. Seria meu Chaton alguém que  simplesmente ignorava no metrô? 

— Vou te tirar daqui, vamos — seu tom tomou uma firmeza descomunal. 

Chat

Um estrondo desafinado rugiu pela cidade. Como se alguém tentasse ajustar o áudio de um microfone e uma voz feminina surgiu :

Olá a todos meus telespectadores, estou me comunicando através de cada aparelho de som e espero que isso seja suficiente para me ouvirem! 

Tirei meu celular do bolso e pela saída de áudio senti a vibração da voz. Chat Noir tirou os olhos de mim e se colocou de pé na mureta da sacada. 

Pra quem se pergunta quem eu sou, saibam que sou quem voltou. Não pretendo enrolar, somente lanço uma proposta de encontrar Ladybug e Chat Noir na Torre Eiffel em dez minutos. 

Minhas mãos começavam a ficar suadas, estava nervosa com aquela voz estranhamente melodiosa : 

E isso não é um convite. Se não aparecerem; um novo akuma surgirá a cada hora, ou menos. Espero os heróis favoritos de Paris no nosso monumento. Com amor, Hawk Moth. 

 

 

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeiro quero dizer que o Chat só ia bater na Mari por questão de querer proteger ela. Por favor, não vejam isso de outra maneira, ok?

E agora, eu queria agradecer a cada pessoa que comentou. Sério, eu nunca vou deixar de falar em como vocês me motivam com esse projeto!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Utilidade para Máscaras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.