Schizophrenia escrita por CapitaMK


Capítulo 6
Seis horas e cinquenta e um minutos


Notas iniciais do capítulo

Heyy Yooo

Mais um capzito



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Depois do episodio com Camila, o dia foi arrastado, me desliguei completamente, estava completamente desconsertada, frustrada, e principalmente me sentindo humilhada. Mas o que eu queria também? Nunca que eu aceitaria um papo daqueles com alguém, diferente de Camila, provavelmente eu apelaria para a agressão, sem dúvidas! Mas mesmo assim me sinto mal, sinto que fracassei… Na real, eu fracassei! Caralho na minha primeira missão sobrenatural! 

O que?

Nego com a cabeça.

Olha o que eu estou falando, devo estar ficando louca mesmo, acho que meu pai tinha razão, eu sou doente! Minha cabeça é tão perturbada que cria essas loucuras! Camila com toda certeza não ira querer mais me ver, e com toda razão. 

Aaah! Camila!

Suspiro.

Me diz por qual motivo eu fui me envolver nisso, que loucura! Logo a Camila, eu realmente gostei dela, do pouco tempo que passamos juntas, senti uma conexão, uma… uma…

Nego com a cabeça novamente.

Céus, o que esta acontecendo comigo?

Me concentro em meu caminho, passei o restante do dia na biblioteca, lendo, ou melhor me iludindo de que lia algo. 

Após Camila sair e me deixar naquele estado, percebo que tinha algumas pessoas nos observando, e de longe pude ver Luis, vi que ele iria vir ao meu encontro, e apenas neguei com a cabeça, e sai dali o mais rápido possível, evitei de encontrar as meninas e fui direto para a biblioteca, peguei um livro qualquer, nem me dei o trabalho de ver o titulo, e me sentei na mesa mais afastada de todas, e me desliguei completamente, só voltei ao “normal” agora, olhando às horas vejo que passei mais tempo ali do que gostaria. 18:51.

Ao ver o horário me espanto um pouco, então me levanto, coloco o livro em uma pilha qualquer, sei que alguém cuidaria dele melhor que eu. Sigo em direção a saída, só então me dou conta de ver se tinha alguma mensagem em meu celular, e para minha surpresa tinha milhares de mensagens das meninas, nenhuma de minha família. Li todas, que eram praticamente iguais, então respondo dizendo que tinha ido a biblioteca e acabei me esquecendo de tudo. Elas não gostam muito disso. Enquanto respondia seguia em direção ao estacionamento, em busca do meu carro, ao entrar nele, vejo pelo retrovisor Luis. 

Mas que caralho, esse perseguidor de merda. 

Então dou a partida e saio com o carro, antes que ele pudesse chegar até mim, posso ouvir seus gritos, me chamando. Não dou a mínima.

O caminho até em casa é tranquilo, o trânsito corre tranquilamente, mas ao ouvir minha barriga roncar, lembro que não comi nada o dia todo praticamente, decido passar em alguma lanchonete e comprar algo pra comer. 

Paro em uma lanchonete, uma das minhas favoritas, ela é tranquila, e tem a decoração inspirada nos anos 70, sem falar da comida, que é uma delícia.

Entrando no estabelecimento já vou em busca de uma mesa, mas paraliso ao ouvir uma gargalhada conhecida, posso conhecer a pouco tempo, mas tem pessoas que te marcam com alguma característica delas, e essa gargalhada com certeza me marcou.

Viro lentamente, e busco discretamente a pessoa que pertencia aquele som. Não foi difícil acha-la, ela estava na última mesa, sentava na ponta, e estava acompanhada com mais três pessoas, um meninos, e duas meninas. 

Penso em sair dali rapidamente, antes que notasse minha presença, mas antes que eu pudesse me mexer seu olhar vai de encontro ao meu. 

Quando me vê seu sorriso diminui um pouco.

Sinto meu corpo ficar tenso.

Seus olhos que antes transmitia felicidade e uma tranquilidade, mudam instantaneamente, posso ver sua agitação. 

—Lauren! 

Ela diz, e vem em minha direção. Então ela vem caminhando eu diria que com um pouco de pressa. Seus olhos ainda transmitia a sua agitação, e em seus lábios um sorriso tímido.

—Olá Dinah - Falo. Ainda sinto a tensão em meus ombros, um sentimento de culpa, vergonha e talvez um pouco de medo, me invade.

Será que Camila disse algo para ela?

Será que vou levar uma surra?

Será que Camila espalhou por aí a louca “stalker” que eu sou? 

Minha Cabeça me lança mil pensamento de uma vez, minha tensão só aumenta, não consigo sorrir ou demonstrar qualquer tipo de emoção.

—Você está bem? - Ela pergunta levantando uma sobrancelha, parece preocupada. 

—Sim, claro! Só estou com um pouco de fome, sabe como é… - Dou um sorriso sem mostrar os dentes, e essa é a minha tentativa de parecer descontraída. 

—Ooh! Me desculpe, não quero te atrapalhar! 

—Ei! Que isso, sem problemas, posso aguenta mais um tempo, esta tudo bem! - O que são alguns minutos sendo julgada, humilhada, pra quem já passou horas sem comer, já passei por coisa pior. 

—Eu realmente não quero atrapalhar, eu só queria te fazer algumas perguntinhas rápidas, pode ser? 

Ela fala sendo muito educada e simpática de mais para o meu gosto, fico mais tensa e preocupada. 

O que pode vir daí, pode ser muito pior.

—Claro, sem problemas. - Falo tentando parecer o mais tranquila possível. 

—É sobre Camila. - Nessa hora travo, meus ombros já devem ter virado pedra de tanta tensão que sinto, posso sentir minhas pernas tremerem levemente.

Será que Camila realmente contou o que aconteceu? Espalhou para todos a doente que eu sou? 

Sinto meu sangue esfriar, e o suor descer sobre minha testa.

—O o que… tem ela? - Pergunto gaguejando levemente. Ela parece não ter notado nenhuma das minhas mudanças de comportamento, ou fingiu não ver ou realmente ela não se importar. 

—Eu só queria saber se quando você viu ela no estacionamento, sabe, quando você foi atrás daquela professora… 

—Como assim? 

—Olha... É que desde manhã não tenho notícias dela, eu não sei o que aconteceu, sei que parece esquisitices minha, mas é que Camila passou por muita coisa do ano passado até hoje, entende? E não ter noticias dela me deixa preocupada! Eu só queria saber se você não viu algo, ou alguém a importunando? Algo assim! 

Oh! Claro, Dinah! Na verdade quando eu fui atrás daquela “professora” eu estava indo atrás de Camila mesmo, fui lá fazer seu sofrimento aumentar, dizendo que o pai morto dela estava falando comigo, e a avisando que ela corre perigo de vida! Sabe como é esses pais mortos, sempre preocupados com a vida dos filhos vivos! Ahahahaha…

—Sinto muito Dinah, eu realmente não vi nada, nem ouvi nenhum tipo de comentário… 

Ela parece ficar um pouco aliviada? 

—Ah! Esta tudo bem, obrigada de qualquer forma, acho que exagerei um pouco na preocupação, ela só deve estar cansada, sabe ela é bem preguiçosa, não é acostumada com esse lance de acordar cedo, deve estar dormindo até agora. - Então ela ri, tento rir também, mas minha risada sai um pouco forçada. 

Provavelmente não sirvo para ser atriz. 

—Ok, não irei mais roubar seu tempo, se você quiser se sentar conosco, seria muito legal… - Ela diz e aponta para a mesa atrás de si. 

Sigo com o olhar e posso ver os três ocupantes da mesa nos encarando, dois deles acenam para mim, parecem estar sem graça, logo em seguida desviam o olhar, e finge estar conversando. 

—Seria muito bom mesmo, mas infelizmente eu tenho alguns compromissos, e não vou poder ficar, na verdade vim pedir algo para a viagem mesmo… 

—Oh! É uma pena. Bem, obrigada Lauren, por sua atenção, nos vemos amanhã? 

—Sim, claro, até amanhã Dinah! 

Ela apenas sorri de canto e sai em direção a mesa, e eu vou para o balcão fazer meu pedido.

Após fazer o pedido, fico pensando no que Dinah me falou,me sinto mais preocupada e culpada, não deveria ter feito o que fiz, deveria ter mandado Alejandro tomar no meio do olho do cu, e procurar a tal luz divina, ou no caso dele o calor infernal. Mas as palavras dele voltam em minha mente, ela corre perigo de vida! Se isso realmente for verdade e não uma ilusão paranormal dele, se Camila realmente corre perigo, eu tenho que ajudar, mesmo que ela me ache uma louca ou uma stalker nojenta… 

Neste momento a atendente avisa que meu pedido esta pronto, então eu o pago e o pego. 

Saindo da lanchonete, sinto um olhar sobre mim, então o procuro e o encontro na mesa que Dinah está, todos na mesa conversam distraidamente, menos uma garota que me encara. Me sinto julgada, não preciso de palavras para saber que ela não gosta de mim, e nem que acredita no que falei para Dinah. 

Saio da lanchonete e vou em direção do meu carro, sem demora já dou a partida, só saindo daquele recinto consigo respirar mais calmamente e a tensão dos meus ombros diminuem. 

Não espero chegar em casa para comer, a fome que sinto é de mais, quando chego em casa já estou devidamente alimentada e pronta para dormir. Estaciono o caro, pego o lixo para jogar fora, deixei meu material no carro, não iria usar nada aquela noite.

Entrando em casa posso ouvir vozes e risos. Estranho.

Será que estamos recebendo alguma visita? Sigo em direção que me leva até as vozes, que vem da sala de jantar, ao entrar no ambiente vejo minha família comendo e converso tranquilamente. Não parecem notar minha presença. 

—Boa noite! - Falo timidamente, vejo a expressão de susto em seus rostos, mas ao constatarem que sou eu, eles relaxam. 

—Boa noite Lauren! Não sabia que estava em casa. - Minha mãe fala. 

Como assim estava em casa? Será que eles não perceberam que eu tinha acabado de chegar? Não sentiram minha falta em nenhum momento? 

—Na verdade acabei de chegar. - Falo sem graça. 

—Oh! Espero que tenha comido algo fora, por que a comida acabou, fiz o suficiente apenas para três pessoas, me esqueci completamente de você… 

Olho para meus irmãos, Chris continua comendo sem se importar com a minha presença. E Taylor mexia no seu prato, parecia estar sem graça. E minha mãe me encarava com uma de suas sobrancelhas arqueada, esperando alguma resposta. 

—Tudo bem, na verdade já comi, estou indo me deitar, boa noite! 

Falo rapidamente e saio tão rápido quanto falei, não queria ouvir mais nada, e nem pensar no que tinha acabado de acontecer. 

Entrando no meu quarto eu fecho a porta e a tranco. Em seguida encosto na mesma, e lentamente vou deixando meu corpo relaxar. Respiro profundamente e vou em direção ao banheiro tomar um banho. Vou tirando a roupa pelo caminho, quando entro no banheiro já estou nua e vou direto ao box, ligo o chuveiro e deixo a água quente cair sobre meu corpo, deixando ela lavar meu corpo e alma. Passo apenas alguns minutos no chuveiro, evito pensar em qualquer coisa, só me concentro no banho. Terminando, desligo o chuveiro e me enrolo em uma toalha branca, que estava pendurada.

Saio do banheiro com o corpo e o cabelo pingando, não me importo, é apenas água. 

Quando piso no quarto sinto algo me puxar para a janela coberta pela cortina branca com detalhes cinza. Sei que tem algo estranho lá fora, posso sentir sua forte presença, sinto o mal e peso que carrega. Abro a cortina lentamente, o suficiente para que só meu rosto apareça para quem estiver lá fora. Não preciso procura muito, na calçada em frente a minha casa se encontra aquela senhora, a mesma do dia do enterro do meu pai. Fico um tempo a encarando, ela está apenas parada observando a minha casa, até seu olhar vir de encontro ao meu. 

Sinto meu corpo congelar.

E então ela sorri e acena para mim. 

Sinto o arrepio na espinha, foi o suficiente para me fazer fechar a cortina e correr para o banheiro. 

Hoje já deu, foi mais que suficiente.

Pego meus remédios e começo a toma-los. A ideia de não fazer isso, em nenhum momento se passou em minha cabeça. 

Narrador on 

Enquanto Lauren se entupia de remédios, longe dali existia uma mulher, que de certa forma a invejava, invejava ela por morar no mesmo estado e cidade da universidade que desejava estudar, por morar perto o suficiente do campus da faculdade, que não precise nem se mudar da casa de seus pais. 

Ally estava extremamente irritada naquele momento, imaginando como Lauren tinha sorte. Enquanto ela precisou se mudar.

Deixou para trás seus pais e amigos, para realizar seu sonho, saiu do Texas para estudar em Miami. 

Infelizmente sua família não poderia bancar seus estudos, mas graças aos seus esforços, fez com que ela garantisse uma bolsa de estudo isso mudou, ela poderia agora fazer o que sempre quis, mas teria que fazer alguns sacrifícios, além de deixar todos que gosta para trás, teve que se acostumar com um novo estilo de vida, o mais difícil de todos, e viver nos dormitórios da faculdade. Onde não tinha privacidade, e torcer para ter uma colega de quarto descente e normal, e Ally rezou muito por isso, e por sorte Deus atendeu suas orações, dando a Ally uma ótima colega de quarto. 

Emily era uma ótima garota, assim como Ally tinha ganhado uma bolsa de estudo, Emily é uma atleta, uma das melhores nadadoras da faculdade, e logo será a do estado, até mesmo das olimpíadas se quiser e ela quer. 

Ally não tem dúvidas que ela um dia irar atingir seus objetivos, mas além de uma ótima atleta também é uma excelente aluna e amiga, não é do tipo que gosta de festas, ou que sai para beber, não, Emily não é desse tipo, é uma garota centrada, e está disposta a conquistar seus sonhos. E o melhor de tudo, não faz barulho, ao contrário das suas colegas do quarto ao lado, que neste exato momento estão dando uma pequena festa. 

Fazendo com que Ally sinta muita inveja de Lauren, além de tudo citado ela tinha uma amizade incrível com Dani, elas são tão unidas, mesmo fazendo cursos diferentes, com horários diferentes, ela queria aquilo com a menina. 

Mas qual? 

Ally se levanta de sua cadeira, onde que inutilmente tentava estudar, a baixinha corre até a parede de onde vem o barulho infernal, e começa a bater com toda sua força. 

O som é tão alto que as meninas ao lado puderam ouvir o barulho.

E então o som para. 

E a pequena garota suspira e sorri com seu feito. Mas antes que pudesse se elogiar o som volta, ainda mais alto que antes. Fazendo a grunhir de raiva. 

Então ela desiste e se joga na cama de bruços, colocando o travesseiro sobre a cabeça. 

Que inveja de Lauren!

Lauren podia ter sua própria casa, sua própria cama, até mesmo a atenção da menina morena, que sempre rondava seus pensamentos, mas Lauren não tem um Troy, pensar no garoto faz ela sorrir instantaneamente. 

Troy… 

Um homem lindo, incrível, atencioso, dócil e amável, e as vezes explosivo? 

Então o sorriso da garota some. 

Em seus pensamento vem o ocorrido de hoje, ela rapidamente se levanta para sentar na cama e analisar seus braços marcados, ainda estão vermelhos por conta do aperto, sabia muito bem que o roxo era a cor que viria em seguida. 

Ela não conseguia compreender o que fez seu agressor agir daquela forma, ciumes? 

Mas de quem?

De Dani? 

Da forma que ela a olhava? 

E que forma ela a olhava? 

Sorriu ao pensar nisso, mas rapidamente ela nega com a cabeça, na tentativa de se livrar desses pensamentos. Passa a mão lentamente pelos próprios braços, em uma tentativa de se acalmar e dizer que estava tudo bem. 

Já conhecia Troy a bastante tempo, estava afim dele fazia muito tempo, e não se deixaria levar apenas por um momento de raiva, em que o fazia agir sem pensar. 

Em sua cabeça estava tudo bem, essas coisas acontecem, e não é por mal, quem nunca fez alguma besteira por perder a cabeça? 

E no fim das contas ele tinha se desculpado, quase chorou por se sentir culpado de mais, mas Ally o confortou, ela o abraçou, quando ela mais precisava de um abraço, ela o acalmou, quando ela precisava ser acalmada, ela o perdoou, quando na verdade ela precisava ser salva.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
Deixem eu saber o que acharam

Vlw, Flw



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