Schizophrenia escrita por CapitaMK


Capítulo 2
Lembrança


Notas iniciais do capítulo

Hey espero que gostem



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Lembrança

substantivo feminino

Recordação; aquilo que está guardado na memória; o que recorda uma experiência já vivida; o que expressa uma situação já passada.

Estamos sentados a mesa, Minha mãe, e meus irmãos, a cadeira do meu pai está vazia, ninguém ousaria sentar lá, nem mesmo em pensar em tirar a cadeira do lugar. 

Sentados a mesa, em silencio, um café da manhã bem estranho, não é como os outros, cheios de barulhos, risadas, até mesmo com discussões sem importância, era diferente, tinha algo a mais, era cheio de vida, e agora, apenas pessoas sentadas a mesa, em seus próprios casulos, vazios e ao mesmo tempo cheios, cheios de bagunça, que será muito difícil de arrumar, e quando arrumar, ainda sim ali ainda vai estar um buraco vazio, e nada irar poder preencher ele. 

Sentados aquela mesa silenciosa, aquela maldita mesa, que fez minhas memórias começarem a vir a tona, lembranças, que eu realmente não queria lembrar. 

Quatorze anos atrás 

Estava todos sentados a mesa, meu pai lendo jornal, enquanto meu irmão comia seu cereal, e minha mãe alimentava minha irmã caçula. Todos conversavam, apenas eu estava em silêncio, já fazia algum tempo que coisas esquisitas aconteciam comigo, mas este ano estava acontecendo com mais frequência, já não sabia o que fazer, nem entendia o que estava acontecendo, mas cada vez mais me deixava assustada. 

— O que houve Laur? - Meu pai perguntou 

—Nada! - Respondi assustada 

—Você anda muito em silencio ultimamente, sua professora ligou para sua mãe está manhã, dizendo que você anda quieta e afastada do restante da turma, aconteceu algo Laur? - Meu pai me perguntou calmamente, e me olhava com aquele doce olhar.

—Não papai, nada aconteceu - Menti 

—Minha filha - Segurou minha mão, que estava em cima da mesa.- Se tiver acontecido algo você pode dizer ao papai, esta bem? Eu estou aqui para te proteger, mas não posso te ajudar se você não me falar 

Fiquei em silencio, olhei para minha mãe que me encarava, desviei meu olhar por vergonha, e comecei a encarar o prato.

Sera que deveria contar a verdade? Sera que eles entenderiam? Sera que eles vão acreditar em mim? 

Olhei para meu pai que continuava me olhando, sem dizer nada, apenas fez um gesto com a cabeça me incentivando a falar.

É melhor contar, papai deve saber o que fazer, ele vai me proteger. 

Voltei a encarar meu prato, e voltei a falar 

—Sim, papai, esta acontecendo algo 

—O que Lauren? Alguém machucou você? Falou alguma coisa? - Ele parecia nervoso

—Ninguém falou nada,papai, nem fez, é que, é que 

—O que Laur? - Perguntou enquanto fez um leve carinho sobre a minha mão 

—É que, eu estou vendo algumas coisas estranhas - Falei baixo

—Que tipo de coisas? 

—Algumas pessoas estranhas 

—Pessoas? Como assim Lauren? Que pessoas?

—Eu não sei quem são papai, elas só andam por ai, parecem vagar sem rumo. -Falei ainda olhando para o prato 

—E a onde você vê essas pessoas? E por qual motivo você não avisa algum adulto?

—E que papai, parece que só eu as vejo - Olhei para ele. Sua expressão tinha mudado, parecia não entender. 

—Isso não tem graça Lauren! - Essa foi a primeira vez que minha mãe se pronuncio. 

—Mas mamãe, eu não estou brincando, eles até falam comigo, e dizem coisas estranhas!

—Que coisas estranhas, Lauren? - Meu pai perguntou 

—Estranha, eles me pedem favores, mas eu sempre respondo que não vou fazer, e falo para eles mesmo fazerem, mas ai eles falam que…

—Falam o que Lauren? - Meu pai falou, parecia estar ficando bravo

—Que não podem fazer, por já estarem mortos…

Ele tira sua mão da minha brutalmente 

—Isto não é engraçado Lauren! -Falou bravo 

—Mas não é piada papai, eles realmente falam isso, e 

—Chega Lauren! Eu não quero ouvir você falando essas besteiras!

—Mas…

—Lauren obedeça seu pai! - Minha mãe falou, parecia estar brava também, e eu não entendia o motivo deles estarem bravos, eu não estava mentindo, nem fazendo piada. 

—Você esta de castigo! - Meu pai falou  

—Mas eu não fiz nada 

—Isso é para você parar com essas mentiras, eu não estou criando uma menina mentirosa 

—Eu não estou mentindo!!!

—JÁ CHEGA, LAUREN!! -Gritou, me assustando. Não só a mim, como Chris, e Taylor que começou a chorar, até mesmo a mamãe, que levantou para ninar Tay -Eu não quero ouvir essas coisas de novo! Esta me entendendo?

—Sim, papai - Falei ainda assustada 

—E se você ficar com essa palhaçada seu castigo vai aumentar, se sua professora volta a ligar por esse tipo de comportamento seu, Lauren, isso não sera bom para você, e é melhor você não querer saber! Esta me entendendo?

—Sim, papai - Falei baixo 

—Muito bem, suba para seu quarto e só saia de lá quando eu mandar!

Assim eu fiz. 

Uma semana depois, papai já estava mais calmo em relação a isso, não voltei a repetir o que acontecia comigo, depois do castigo, decidi que era melhor ignorar tudo o que estava acontecendo. 

Minha vovó estava em casa aquela manhã de sábado, ela veio cuidar de mim e de Chris, já que mamãe teve que levar Tay ao médico, e o papai saiu para ver algo do seu trabalho. Passamos a manhã toda brincando, e no começo da tarde ajudei a vovó a prepara o almoço. Estávamos sentados a mesa, a mesma mesa que papai tinha brigado comigo. Chris já tinha terminado de comer, e já tinha ido brincar, enquanto vovó, e eu continuávamos sentadas. Eu não tinha comido muito, apesar de ignorar o que estava acontecendo, ainda via tudo.

—O que foi querida? 

—Nada

—Você anda quieta, aconteceu algo?

—Não - Falei de cabeça baixa 

—Sabe Laur, estive conversando com sua mãe, e ela me contou o  que aconteceu semana passada, quer falar sobre isso? 

—Não

—Esta tudo bem querida, eu não vou brigar com você 

Eu olhei para ela, e ela estava sorrindo para mim.

—É que, eu contei ao papai o que eu estava vendo 

—Estava? não vê mais?

—Eu ainda vejo, mas decidi fingir que não vejo mais 

—E por que faz isso querida?

—Papai não gosta disso

—Sabe Lauren, seu pai é muito cético

—Ético? - Então ela riu, não entendi o motivo 

—Não querida, é cético, quando alguém não acredita a determinados assuntos

—Mas por que ele não acredita? Eu não estou mentindo! - Falei fazendo bico 

—Eu sei que não 

— A senhora acredita em mim??

—Sim querida, você tem um dom 

—Dom?

—Sim querida, isso significa que você é especial, e eu vou te ajudar

—A senhora vai me ajuda? - Perguntei animada

—Claro que vou! - Fala sorrindo. 

E então eu corro para te dar um abraço

—Obrigada vovó - Falo rindo de felicidade, enquanto ela me acompanha nas risadas 

De repente sou tirada dos meus pensamentos por um som alto. 

Olho ao redor, e vejo que só Chris e eu estamos ainda sentados. Ele tinha batido nela.

—Onde está mamãe e Tay? - Perguntei

—Toma a porra dos seus remédios, ninguém quer ter que lidar com suas merdas agora! - Falou, seu tom de voz denunciava o quanto estava irritado.

Não deu tempo de dizer nada, ele rapidamente sai da mesa, sem dizer nenhuma palavra a mais, me deixando sozinha. 

Não espero mais nenhum minuto, e vou em direção ao banheiro do meu quarto. Chegando lá tomo meus remédios. Ele estava certo, ninguém, e nem eu queria lidar com as minhas merdas.

 


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Notas finais do capítulo

Hey

Espero que estejam gostando, me deixem saber o que estão pensando

Qualquer coisa só avisar!

Isso é tudo

Vlw, flw!



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