Amem escrita por Liz Setório


Capítulo 17
Hora da Verdade


Notas iniciais do capítulo

Depois de quase um mês estou de volta e só tenho uma coisa a avisar: preparem-se! Esse capítulo não foi feito pra quem tem problemas cardíacos. Muita emoção vai acontecer. Segura coração!

Boa leitura!



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— Está tudo bem? — questionou diante do meu silêncio.

— Sim, sim eu só tive uma leve tontura — menti para tentar justificar o silêncio súbito.

Antes que ele pudesse responder alguma coisa apareceu um rapaz, dizendo que precisava falar com o padre Flávio, os dois pediram licença e se afastaram.

O medo de ser descoberto era tanto que eu estava começando  pensar que talvez o melhor fosse me entregar ao bispo e receber a punição que ele acreditasse ser justa. O grande problema disso seria o fato de que o Miguel nunca concordaria com tamanha loucura. E me entregar daria no mesmo de entregar o meu amado, pois obviamente o Meirelles não descansaria até ter informações do Miguel.

Voltei para casa com um milhão de pensamentos. Chegando lá, encontrei Miguel tomando café.

— Já voltou da feira? Pensei que o seu namoradinho iria te ajudar com as sacolas— declarou com um visível deboche.

— Que namoradinho? O Flávio? — interroguei.

— Sim, ele mesmo.

— Não estou entendo nada. Por que você está dizendo isso?

— Eu vi vocês dois na feira, conversando como um casalzinho. Estavam cheios de intimidade e risinhos.

Era engraçado ver o Miguel com ciúmes, isso nunca tinha acontecido antes e por alguns instantes me permiti devaneiar, imaginando Miguel e Flávio brigando por mim. Ah, eu me sentiria como uma mocinha de novela com dois galãs se matando pelo meu amor.

— Você não vai dizer nada? Então, você tá flertando com aquele padreco mesmo — queixou-se num tom de voz que misturava raiva e ciúmes.

O Miguel já estava indo um pouco longe com todo aquele ciúme. Eu precisava de alguma forma frear aquilo. Não fazia sentido algum ele pensar que poderia existir algo entre mim e o padre Flávio.

— Deixe de ser ridículo. Você deveria era ter me ajudado com as sacolas.

— E atrapalhar o casalzinho?! Jamais!

— Pare com isso, Miguel. É mais fácil o Flávio ser um enviado do Meirelles do que ele estar afim de mim, não seja louco.

— E se ele for as duas coisas?

— An? — indaguei sem entender aonde ele queria chegar com aquela teoria maluca.

— Se ele é um enviado do Meirelles por que ainda não tomou nenhuma providência? Isso está muito estranho.

— Talvez porque ainda esteja investigando, possa ser que ele ainda não tenho 100% de certeza.

— Se o bispo está nos investigando, ele deve ter mandado fotos nossas para todos os padres de todo país e talvez até de todo o mundo.

— Verdade… Você tem certeza. Talvez o padre Flávio só esteja esperando o momento mais propício para nos entregar para o bispo.

Aquilo só aumentava o meu medo. Quanto tempo mais o Flávio nos faria sofrer com essa dúvida?

— Fique tranquilo, Paulo. Vamos tentar não pensar nisso.

— Mas não pensar nisso não faz com que o nosso problema desapareça. Começo a achar que chegou o momento de nos separarmos de vez — expus em tom triste.

— Não, pelo amor de Deus não... Não diga isso! Como viverei sem você?!

— Como vivia antes de me conhecer — rebati com os olhos lacrimejantes.

— Eu não vivia, apenas existia. Foi você quem trouxe cor a minha vida.

As palavras dele era tão bonitas que até me faziam esquecer o quão pecaminoso era o nosso relacionamento.

— Miguel…

— Não, não fale nada — pediu, colocando o dedo indicador sobre a minha boca.

Miguel olhou fixamente para mim e quando tentei desviar o olhar, voltando o meu rosto para o chão, ele suavemente puxou o meu queixo e fez com que eu olhasse em sua direção. Então nós dois nos encaramos, mas por algum motivo eu acabei me sentindo envergonhado e comecei a rir. Miguel, no entanto se mateve sério e continuou me olhando sem dizer uma palavra sequer. Passados alguns instantes o meu riso cessou e eu também comecei a olhar o meu amado de uma forma profunda. Quanto mais nos olhávamos era como se nos conectassemos mais. Era como se aos poucos nós dois fossemos nos transformando em um só.

Após essa longa troca de olhares, o meu olhar voltou-se para a boca de Miguel. Quando me dei conta já estava o beijando com toda a paixão existente no meu ser e esse beijo recheado de paixão e emoção foi devolvido com a mesma intensidade. Dentro de instantes começamos a dar amassos, amassos intensos e forte como há um bom tempo já não dávamos mais. Nos beijávamos e íamos andando em direção a uma parede até que Miguel me imprensou contra ela. Naquele instante senti um tesão imenso e tive a certeza de que toda aquela pegação acabaria em sexo.

Comecei a desabotoar a camisa de Miguel e após alguns segundos fiquei de cara com seu negro peitoral nu. Não resisti àquela visão e comecei a beijar Miguel do pescoço até a barriga e entre os beijos dei umas leves mordidas em seu corpo também.

A cada instante ficávamos ainda mais excitados e com mais vontade de nos entregarmos um ao outro, porém em meio a toda essa pegação, ouvimos a campainha tocar. Ignoramos o primeiro toque, estávamos ocupados de mais para dar atenção a quem quer que fosse, mas a pessoa continuou a insistir.

— Acho melhor vermos quem é — disse dando uma pausa nos beijos quentes que trocávamos.

— Não deve ser ninguém importante — rebateu Miguel enquanto mordiscava a minha orelha.

A pessoa voltou a tocar a campainha e tal insistência me deixou preocupado. O que de tão urgente poderiam querer comigo ou com Miguel?

— Eu vou ver quem é — falei enquanto me afastava dele.

Ao abrir a porta dei de cara com o mesmo rapaz que havia visto na feira conversando com o Flávio.

— Bom dia, o que deseja?

— Bom dia, o padre Flávio deseja ver o senhor e o senhor Miguel com urgência.

— Com urgência?!

— Sim.

— Tudo bem, muito obrigado. Daqui a pouco estaremos lá.

Fechei a porta e com medo questionei a Miguel:

— Será que ele sabe de nós?

— Se acalme, não podemos ficar em casa criando teorias, vamos até lá ver o que esse homem quer conosco.

Fomos até a igreja e encontramos o padre Flávio nos esperando. Ele estava sentado em um dos bancos próximos ao altar.

— Bom dia, fico feliz que tenham vindo logo.

— Do que se trata? — indagou Miguel, ignorando o bom dia e partindo diretamente para o assunto.

— Sentem por favor. A nossa conversa será longa.

Obedecemos ao pedido dele e quando já estávamos todos sentados, Flávio revelou:

— Eu já sei quem vocês são.


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Notas finais do capítulo

Eita e agora? O que será que vai acontecer com os nossos protagonistas? Alguém tem alguma teoria?

Muito obrigada por estarem acompanhando essa história. Fiquem a vontade para comentar. Aceito críticas construtivas, elogios e sugestões.

Beijinhos e até o próximo capítulo ♥



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