Conte-me uma história escrita por Chão


Capítulo 10
Capitulo 10 - Uma longa noite




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Vinicius

    Ele rastejou em meio ao chão lamacento. A dor em seu crânio dava-lhe a sensação de ter algo o partindo. Os relâmpagos eram a única fonte de luz em meio a escura noite. O que lançava sombras assustadoras sobre o
chão.
    O mascarado estava a apenas alguns passos atrás. A lâmina girando por entre os dedos. O olhar doentio por sobre os buracos da máscara.
     Vinicius queria virar o rosto. Encarar aquele que estava preste a tirar-lhe a vida, mas sua mente apenas pensava em uma maneira de se manter vivo. O sangue escorria através do corte em seu abdômen. Quente e visgoso, misturando-se a lama.
     A mão pesada de seu assassino pousou sobre seu cabelo, puxando sua cabeça para trás.
     - Garotos bons morrem de maneira trágica. - a lâmina deslizou por sobre a pele de seu pescoço. Fazendo o sangue jorrar.

       O trovão soou forte do lado de fora. O vento furioso invadia seu quarto, fazendo a janela abrir e fechar com violência.
      O grito desesperador ecoou noite a dentro.
      Vinicius sentou-se, levando a mão até o pescoço. O suor frio escorria por seu rosto e tronco nu.
      Ele tossiu. Uma tosse seca que fez seus pulmões doerem.
      O sangue escorreu para fora de seu nariz, caindo em gotas pesadas sobre o edredom.
      - Droga. - disse ele enquanto saltava da cama e corria em direção ao banheiro, deixando um rastro de gotas de sangue pelo caminho.
       - MÃE?! - Gritou.
     O som de passos do lado de fora do quarto se tornou mais alto e como um trovão a porta se abriu.
      Vinicius trocou um breve olhar com sua mãe. Então virou e encarou seu reflexo no espelho. Seus lábios haviam se tornado vermelhos, assim como seu queixo e pescoço.
      - Vai ficar tudo bem. - sua mãe desenrolou o papel higiênico e passou para o garoto. - Levante a cabeça até eu voltar com o gelo.
     Vinicius jogou a cabeça para trás e encarou o teto. A luz era o ponto mais atrativo da imensidão branca.
     Alguns longos minutos se passaram até sua mãe, agora acompanhada de seu pai, aparecer segurando uma bolsa de gelo.
     - Vai passar. - diz seus pais em unisoro.

          Matheus

E aqui estamos nós, só de cueca, deitados sobre a cama de Isa.
    Os lábios de André exploram meu corpo. Ele desliza a língua por meu abdômen e sobe lentamente em direção a meu pescoço.
     Aperto o lençol com as mãos. Meus gemidos, quase abafados pelo som alto da festa, se espalham pelo quarto.
     Os lábios de André encontram os meus. Sua mão desliza para dentro de minha cueca, segurando meu falo endurecido. Então ele puxa o tecido para baixo, junto com o seu. Sua pele quente toca a minha e ambos suspiramos de prazer. Seu membro desliza sobre o meu, enquanto seus lábios se fecham ao redor de meu pescoço.
    E foi ai que eu tive a brilhante ideia de fazer uma pergunta estupida.
     - Você trancou a porta?
     - Tranquei. - ele me encarou e então sorriu. - Relaxa.
      E então outra pergunta se formou em minha mente, mas essa eu preferi evitar.
       Lá embaixo tocava Secret do Austin Mahone e minha mente fez o favor de acompanhar a música, enquanto André começava a me chupar.
      Preciso admitir que ele era bom no que fazia. E em uma fração de segundos minha mente se perdeu entre a música e o prazer. A sensação de ardência e frescor desceu por meu pênis de forma lenta, acompanhando a boca de André.
     Ele deslizou a mão por meu tronco, deixando um rastro de marcas vermelhas. Nossos olhares se cruzaram e ele deu um sorriso safado. Então levou um dos dedos aos lábios e o introduziu em mim.

         

          Vinicius

Seu celular vibrou, então deslizou para o lado e caiu suavemente dentro da pia.
     "Olhe pela janela" - era o que dizia a mensagem. O número desconhecido causou-lhe certo desconforto.
     Ele caminhou de forma lenta em direção à janela. Seu coração passou a bater forte e rápido dentro do peito. Seus dedos tocaram a cortina beje, puxando-a para o lado.
     Ele estava parado embaixo do poste. A roupa presta se constratava com a luz alaranjada. Ele acena, então vira-se e caminha rua abaixo.
     - Mas que merda é essa?
     Vinicius ignora o sangramento em seu nariz. Ele corre escada abaixo, largando a bolsa de gelo pelo caminho.
      Seus dedos tremem enquanto ele tenta abrir a porta. E apesar dos gritos de seus pais, ele sai para fora.
       Os pingos pesados e frios o atingem de forma violenta. O vento lhe fustiga o rosto. Fazendo-o cobrir com a mão.
        Vinicius corre rua abaixo, seguindo na mesma direção que o encapuzado. Seus pés descalços afundam em meios as pequenas poças. A rua está vazia. O que o faz suspirar de forma irritada.
      - APAREÇA! - Grita girando. Olhando em todas as direções possíveis. - VEM ME PEGAR DESGRAÇADO.
       Braços fortes se fecham ao seu redor. Fazendo-o gritar e se debater.  
       - Esta tudo bem. - a voz de seu pai soa de forma tranquila. - Não tem ninguém aqui.
         O enorme guarda-chuva faz os pingos desaparecerem. O som da chuva batendo sobre o material soa de forma tranquilizadora.
         - Está tudo bem. - diz sua mãe. - Estamos aqui.

       Matheus

As pesadas mãos de André se fecham ao redor de minha cintura.
    Irei usar o temo popular para descrever minha posição.
     Cavalgo lentamente sobre seu membro endurecido, enquanto nossos lábios se tocam. Seus dentes se fecham ao redor de meu labio inferior, puxando-o para frente.
      A ardências e espalha por minhas nadegas quando suas mãos se chocam contra elas. E então, com uma voz rouca e grave ele avisa que está gozando.
      Preciso admitir que eu realmente não estava esperando por isso. E preciso admitir que até estava gostando, mas em certo momento, depois de já estamos quase acabando, todos os meus pensamentos se voltaram ao garoto do outro lado da cidade. Que deveria estar dormindo a essa hora. E por todos os motivos eu passei a me sentir mal. Porque? Bem, estamos tentando começar algo e aqui estou eu, transando com um garoto bem gostoso com quem troquei meia dúzias palavras.
    André arfa de cansaço, assim como eu. Estamos deitados, um do lado do outro, encarando o teto. Seus dedos estão tocando o meu e ele está falando como foi legal. E eu não estou ali. Pelo menos não até a parte em que ele diz que gostaria de sair comigo.
     - Que?
     - É, saiu um filme legal. Podíamos ver juntos ou sei lá o que. O que acha?
      - Sei lá. - viro a cabeça o encarando. - Eu acabei de sair de um relacionamento.
      - Ah. - ele vira o rosto e nos encaramos por algum tempo. - Entendi.
      Seu rosto se aproxima do meu e nos beijamos novamente.
       - Quer voltar para a festa? - Ele pergunta depois de um longo minuto de beijo.
      - Se você quiser. - sorrio.
     E assim, com essa simples resposta, nos levantamos e começamos a nos vestir.
      - Ei. - segurei a porta, impedindo que André a abrisse.
      Colo nossos corpos.
       - Eu não quero que você ache que eu não curti. Tipo, eu curti pra caralho. Mas tipo, eu realmente acabei de sair de um relacionamento.
     - Eu entendo. Sério mesmo. - André sorri. - Faz só uns meses que eu comecei a sair com caras. Antes disso eu era inseguro demais pra me assumir e esses lances.
       - Que? - O encarei.
       - Pois é. - um sorriso tímido se forma em seu rosto. - O álcool faz milagres.
      - Faz mesmo. Eu jurava que você era daqueles que não tinham medo de nada.
     - Quem me dera. - ele desliza a mão por meu rosto. - Você é bem bonito e legal, Theus.
      - Você também. - ele se coloca ereto, e só então percebo que ele é literalmente um palmo mais alto que eu.
      Karaio esse tempo todo ele dobrou o joelho para ficarmos na mesma altura?
      E então nos beijamos novamente. O que me faz ficar na ponta dos pés. Dessa vez um beijo lento e calmo.
     Descemos de mãos dadas. O que rendeu uns bons olhares e um sorriso de aprovação por parte de Isa. Que estava grudada no pescoço de um garoto chamado Carlos, que ela havia conhecido na faculdade.
     A festa ainda só estava começando e mal sabia eu que o pior só estava por vir. E ele viria com a encarnação do Diabo no corpo.


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Notas finais do capítulo

Olhaaa quem tá com um cap novinho pra vocês.
Eu mesmo, tio Chão Mello.
Espero que tenham gostado. Sério.
Deixa um coments aí pra eu saber.

Bjs



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