Breaking The Habit escrita por Lara AppleHead


Capítulo 1
Capítulo 1 - Bring Me To Life - Alive


Notas iniciais do capítulo

Oi! Oi! Oi!
Vamos direto ao ponto: O ship da minha fic é um trio: Bulma, Vegeta e Goku! Pretendo trabalhar cada casa separadamente, e só depois juntá-los.
Apesar desse início ter bastante coisa similar com a linha temporal do anime, vou ressaltar que vou escrever a história em uma realidade alternativa, mesclando sempre com algumas informações do anime.
PS. Na minha fic, eles serão bem mais jovens do que no anime.
Capítulo betado por Wun Wun. ✅
Então, é isso aí. Enjoy!
Confiram a playlist da fic: http://bit.ly/2ErakKD



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"Como você pode ver através de meus olhos, como se fossem portas abertas? Conduzindo você até meu interior, onde eu me tornei tão entorpecido. Sem uma alma. Meu espírito dorme em algum lugar frio até que você o encontre e o leve de volta pra casa.

Por todo esse tempo, eu não posso acreditar que eu não pude ver. Me mantive no escuro, mas você estava lá na minha frente. Eu tenho dormido há mil anos, parece.

Agora que sei o que me falta. Você não pode simplesmente me deixar.

Respire através de mim e torne-me real. (Acorde-me). Obrigue o meu sangue a fluir. (Salve-me). Salve-me desse nada que me tornei  [...]Traga-me para a vida"

Bring Me To Life - Evanescence

Vegeta estava caído engasgando-se no próprio sangue e no próprio orgulho. Freeza o havia derrotado sem nenhum esforço. Todos os seus planos haviam fracassado, todas as chances de ter o que sempre quis acabaram quando as esferas do dragão viraram pedras. Pra ele, aquela era a forma mais vergonhosa de morrer, depois de ter, enfim, tomado coragem para se rebelar contra o algoz do seu povo, depois de tudo o que tinha feito para chegar até ali. E diante de todo o seu declínio, o que o saiyajin mais odiava, no momento, eram aqueles olhares. Olhares de pena que os terráqueos mantinham sobre ele.  Freeza, mais uma vez, podava seus ganhos e retirava tudo o que lhe era importante.  

Sentiu-se em um beco sem saída quando viu seu malfeitor se aproximar para desferir contra ele o último golpe. Freeza o levantou pela armadura forçando Vegeta a olhá-lo nos olhos e, com sua voz melíflua, debochou do saiyajin novamente:

— Veja só você, nem forças para revidar tem. Que pena, perdeu a vontade de lutar. 

Os olhos de Vegeta ardiam com as lágrimas de um corpo que já não aguentava mais. A desesperança o assolava de um modo que o deixava inerte. Já havia aceitado morrer ali. Foi quando pôde sentir, ao longe, um ki gigantesco avançar rapidamente em sua direção.  Não lhe restava dúvidas, aquele ki só poderia ser de uma única pessoa. 

— É você, Kakarotto? Finalmente... — Vegeta pronunciou aquelas palavras com dificuldade. 

— Kakarotto? Mas esse não é um nome de um saiyajin? — Freeza, que estava ao seu lado, parecia surpreso ao avistar um homem alto e de aparência familiar se aproximar. 

— Freeza, é melhor se preparar para essa luta, pois esse, na sua frente, é o lendário super saiyajin. Ele vai eliminar... — Antes que Vegeta pudesse terminar de falar, teve seu peito atingido por um facho de poder que Freeza lançou sobre ele.

— Desgraçado! Por que fez isso?!! — Goku gritou — Ele mal podia se defender...

— Odeio pessoas impertinentes! Ele já estava me enchendo a cabeça com essas histórias de lendário super saiyajin. Isso são apenas bobagens! — Freeza reverberou sua impaciência lançando-se sobre Goku com todas as forças. Goku desviou de todos golpes sem precisar se esforçar. E, com um único golpe, arremessou Freeza para longe.

— Vegeta... — Goku falou com pesar ao se aproximar do seu semelhante de raça. 

— Kakarotto, você preci-cisa sa-saber... Você precisa saber de uma coisa... — Vegeta falou com a voz entrecortada, enquanto o gosto amargo de sangue invadia o seu paladar.

— Não fale, vai acabar morrendo — disse Goku — Poupe suas energias — ponderou.

— Es-cute, Kakarotto... — Vegeta tinha consciência que não lhe restava muito tempo. A dor o consumia e, mesmo com ar dos seus pulmões esvaindo-se, ele prosseguiu: — O lugar onde você e eu nascemos era o planeta Vegeta e a causa de sua destruição não foi uma chuva de meteoros. Foi Freeza que o explodiu em milhões de pedaços. Nós, os saiyajins, trabalhávamos duro seguindo as ordens dele, e mesmo assim, ele matou a todos. Matou também o seu pai e o meu. E tudo isso porque ele temia que o lendário super saiyajin nascesse e o eliminasse... 

— Não precisa me dizer mais nada — insistiu Goku.

— Não fra-queje, não tenha piedade! Mostre a ele do que é capaz... 

— Acho que não posso ser tão cruel quanto você, Vegeta. 

— Mas que droga, Kakarotto! Você é um guerreiro saiya-saiyajin aja como tal! — As lágrimas escorriam pelo o rosto de Vegeta sem que ele pudesse contê-las, ao passo em que arfava profundamente de dor. Em um último suspiro, pediu:

— Mate-o, mate-o com suas mãos de saiyajin por... por favor. Por mim... — Era triste saber que aquelas seriam suas últimas lembranças: pedir ao homem, que um dia jurou ser seu principal rival, para fazer o que teria o levado à glória. Matar aquele lagarto albino era a coisa que ele mais desejava ter feito. Vegeta, então, sentiu o seu corpo esfriar gradativamente, sua alma adormecer lentamente, e olhando para o céu esverdeado das manhãs eternas de Namekusei, ele, enfim, fechou os olhos e mergulhou em um silêncio profundo e vazio. 

— Vegeta?... — Goku o chamou em um fio de voz. 

— Finalmente morreu, esse macaco falava demais. Esse é o destino de quem se rebela contra mim e logo será o seu destino também. — Freeza surgiu novamente, desdenhoso. 

— Vai pagar por isso! — esbravejou Goku. Freeza apenas se limitou a sorrir perverso. 

Pegando o corpo gélido e mórbido de Vegeta nos braços, Goku abriu uma fenda no solo e, antes de enterrá-lo, desabafou:

— Eu o odiava tanto, mas você tinha orgulho de ser um saiyajin. Vi verdade em suas palavras e, para ter chorado assim, seu sofrimento deveria ser enorme... Eu o vingarei. Você, todos os saiyajins, todos os namekuseijins e todas as pessoas que Freeza destruiu. 

♦♦♦

O som de algumas vozes, talvez dezenas delas, ressoavam distantes. Todas pareciam conversar entre si em um idioma desconhecido. E isso obrigou a Vegeta abrir os olhos a contragosto, e uma nesga de sol ofuscou seu campo de visão, tudo que conseguiu vislumbrar foi o alto das copas das árvores e, ao fundo, um azul celeste de um dia sem nuvens. "Este era o outro mundo? Para onde são mandados os mortos?", se perguntou. Pouco a pouco foi percebendo que aquele lugar não era o inferno, mas sim a Terra. "Não pode ser, mas como eu vim parar aqui?". Juraria não ter passado alguns segundos desde que estava em Namekusei. Resolveu ficar por um momento deitado sobre a grama, tentando encontrar uma explicação racional para aquilo tudo. Sua mente girava em um turbilhão de pensamentos inquietantes. Até que uma voz alta e irritantemente alegre interrompeu seus mais confusos devaneios:

— Ei, você. Estou levando os namekuseijins lá pra minha casa. Você pode vir conosco se quiser. 

— O quê?... Eu? — Ele perguntou, atônito com o convite.  

— Não sei como funcionavam as coisas do lugar de onde você veio, mas aqui na terra você praticamente só consegue dar um passo se tiver dinheiro. — Ela sorriu esperando que ele a acompanhasse. 

— Humpft... — Foi tudo o que saiu da boca de Vegeta. Se manteve na mesma posição e fixou o olhar em uma árvore qualquer, não deu muita atenção para o que aquela garota tinha a dizer. Ele era o príncipe dos saiyajins, não daria o braço a torcer. Encontraria um jeito de se virar naquele planeta que julgava insuportável. Não precisaria de ajuda de ninguém, ainda mais daquela garota vulgar.

— Ok, vi que você não está afim de conversa. Mas se por acaso mudar de ideia minha residência fica naquela direção. — A garota gesticulava a localização de modo espalhafatoso, e antes que o saiyajin pudesse dizer qualquer coisa, ele a viu correr na direção dos demais. 

“Aquela terráquea só podia ser maluca, lembro-me de tê-la visto uma ou duas vezes em Namekusei e uma das vezes eu a ameacei. Por que agora ela me oferece hospedagem? Se acaso aceitasse, estaria em uma casa apinhada daqueles verdes e de mais terráqueos. E se todos os habitantes daquele mundo agem igual a humana de cabelo azul, então esse lugar será o mais próximo do inferno em que eu poderia estar.”

Vegeta viu quando um avião de grande porte levou todos que estavam ali embora. Se levantou e voou na direção oposta o mais rápido que pôde. 

♦♦♦

O céu tingido em um tom de rosa frio, pouco a pouco, dava espaço para noite que caia sobre a Capital do Oeste. Bulma já havia organizado quase todas as instalações dos namekuseijins, enquanto Kuririn ajudava eles a se acomodarem e os servia com água. O Sr. Briefs estava amando a casa cheia, além de que, poderia aprender coisas novas que o ajudassem em suas futuras invenções com os seus hóspedes de outro planeta. 

Algumas horas mais tarde. Bulma e Kuririn estavam na cozinha comendo alguns quitutes que a mãe de Bulma havia preparado. Eles conversavam sobre como o dia havia sido cheio e de como organizariam as coisas para o dia seguinte. 

— Bulminha, querida. Não me disse que havia arrumado um novo namorado bonitão. Acabei de vê-lo lá em baixo agora. — A mãe de Bulma gargalhava de maneira pomposa. 

— Mamãe, meu namorado é o Yamcha. Ele ainda está no outro mundo, lembra? — A garota respondeu, despreocupada, mordendo mais um pedaço da sua sobremesa. E quase que de imediato, ela tomou um susto ao perceber de quem sua mãe estava falando. Saiu correndo em direção à porta que dava acesso à sacada. O avistou lá em baixo parado, enquanto alguns namekuseijins corriam para dentro da Corporação apavorados — É o Vegeta! — Bulma exclamou. 

Kuririn, que estava sentado à mesa, quase cuspiu tudo o que estava comendo quando ouviu o nome do saiyajin. 

— Por Kami, Bulma! O que ele faz aqui? 

— Eu o convidei... — Bulma disse enquanto corria para pegar o elevador e Kuririn vinha em seu encalço. 

— Você enlouqueceu? É capaz dele explodir sua casa com você dentro. Ele é mega perigoso, depois não me diga que eu não avisei. 

— Olha aqui, Kuririn. Você queria que eu o deixasse perambulando por aí? Colocando todos os habitantes da Terra em risco? Tenho experiência com saiyajins. 

— Mas os saiyajins que você conhece são Goku e Gohan. E existe um abismo infinito entre eles! — Kuririn tentava, em vão, fazer Bulma repensar naquela decisão de chamar o maldoso saiyajin para ficar na residência dela. 

— Eu tenho tudo sob controle. Sei exatamente o que ele quer — respondeu Bulma, confiante. 

Bulma andou ao encontro de Vegeta que apenas a olhava compenetrado. 

— Acho melhor entrarmos. Os pobres namekuseijins estão até agora escondidos por causa de você. 

— Que seja. — Vegeta respondeu, seco. 

— Achei que não viria, mas mesmo assim deixei um quarto de hóspedes preparado caso resolvesse aparecer. — Bulma mostrava cada cômodo da casa. — Essa aqui é cozinha, poderá vir até aqui quando tiver fome. Mamãe adora cozinhar, ficará feliz em ter alguém com apetite enorme para experimentar suas comidas. 

O saiyajin escutava tudo calado enquanto acompanhava a terráquea pelos corredores da mansão. 

— Esse é o seu quarto. Tem roupas e toalhas limpas no closet. — Ela entrou na frente e indicou os locais aonde ele poderia encontrar os demais produtos de higiene. Preparava-se para deixá-lo sozinho quando Vegeta a impediu de prosseguir, colocando o braço direito no meio da porta, e aquilo a pegou surpresa. 

— Escutei um dos verdes comentar lá em baixo que Kakarotto estava morto. Me diga, terráquea, isso é verdade? — Ele perguntou, sério, com um olhar penetrante sobre ela. Um olhar tão escuro e sombrio quanto à noite. 

— Primeiramente, meu nome é Bulma! E sim, é verdade. Infelizmente. — Ela respondeu desconcertada com o saiyajin na sua frente — Mas vamos revivê-lo em breve. Goku se sacrificou para matar Freeza e devemos isso a ele. — A azulada passou por baixo do braço de Vegeta que continuava bloqueando a passagem. — Nos encontramos lá na cozinha em meia hora, ok? — Bulma sorriu, quebrando o gelo do rumo que a conversa estava tomando — Já que vai ficar, precisamos estabelecer algumas regras de convivência. 

Vegeta fechou a porta sem cerimônia na cara de Bulma, em resposta. 

"Será que é essa a maneira dele dizer sim? Bulminha, minha linda. Lidar com o saiyajin alienígena vai ser mais difícil do que você imaginava", ela pensou. 

♦♦♦

"Eu nasci em meio a uma tempestade e me tornei adulto da noite para o dia. Eu lutei sozinho, eu lutei por conta própria. Eu quis ter tudo o que eu nunca tive. Senti inveja e odiei isso, mas eu sobrevivi. 

Eu tinha uma passagem só de ida para o lugar onde os demônios vão. Onde o vento não muda e onde nada jamais crescerá no chão. Sem esperanças, só com mentiras, você aprende a chorar em silêncio, mas eu sobrevivi. 

Já cometi todos os erros que você possivelmente poderia prever. Eu engoli tudo, tudo o que você fez e você nunca notou o quanto eu estava sofrendo. Eu sabia o que queria e segui em frente. Fiz tudo aquilo que você disse que eu não faria. Eu te disse que não seria esquecido e mesmo contra sua vontade, eu ainda respiro. 

Você me tirou tudo, mas eu sobrevivi.

Você me tirou tudo, mas eu ainda estou respirando. 

Eu estou vivo!"

Alive - Sia 

 Vegeta se livrava rapidamente dos resquícios do que um dia foi um traje militar, revelando todas as suas cicatrizes e marcas de batalhas que carregava no corpo ao longo dos anos. Um lembrete de perdas e vitórias cravados na pele. Entrou na ducha e deixou que a água escorresse pelo seu corpo, expurgando parte do seu cansaço físico e mental. Pela primeira vez naquele dia ele baixava a guarda e respirava fundo, deixando o ar sair lentamente dos pulmões. Não lembrava de como era morrer, mas sabia que nesse exato momento, era para ele estar nas entranhas do inferno. Após o banho, pegou as duas primeiras peças de roupa que encontrou no closet, que basicamente consistia em uma regata cor pêssego e uma calça de moletom marrom-claro.

O barulho do trânsito movimentado da cidade invadia todo o ambiente do seu quarto através das portas que davam acesso à uma imensa varanda. Ainda com os pés descalços, Vegeta caminhou até o lado de fora. Patéticos! ele resmungou. Aquele dia parecia um sonho estranho, do qual você não consegue acordar. Talvez fosse um pesadelo. Era um pesadelo, concluiu. Sentia-se frustrado que mesmo depois de tanto esforço, ele havia ficado preso naquele planeta inferior. Olhando para o céu estrelado em infinitos pontos cintilantes, lembrou-se dos seus dias no espaço e de sua trajetória até ali. Por pouco não obteve aquilo que mais ansiava, torna-se imortal. Não seria menos que o imperador do universo. Contudo, Freeza sempre encontrava um jeito para acabar com seus planos e fazê-lo se curvar. 

Desde que foi retirado do seu planeta natal ainda na infância, até ver seu pai e os demais de sua raça serem escravizados e humilhados, aprendeu a sentir ódio e era isso que o movia para rebelar-se contra Freeza e seus vassalos. Vegeta segurou o guarda-corpo da varanda com tanta raiva que sentiu a estrutura rachar sob suas mãos, queria ele mesmo ter matado aquele maldito. 

Um sorriso maléfico formou-se no canto da boca de Vegeta. Freeza podia ter feito dele um mercenário qualquer, um soldado qualquer. Freeza podia ter tentado estragar seus objetivos, podia ter tentado o matar. Mas o que o maldito lagarto albino não sabia era que no fim, seria ele, o príncipe dos saiyajins, quem sairia vivo. E agora não havia mais Freeza e também não havia Kakarotto. Não havia mais nada que o impedisse de dar continuidade aos seus planos. Por fim, ficou aliviado como as coisas, de uma maneira torta, acabaram dando certo para ele. "Até que não será tão ruim sacrificar alguns dias neste lugar", ele pensou.


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Notas finais do capítulo

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