The Mask Of Shadows escrita por autorasantiis


Capítulo 1
Capítulo Único




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A porta se abriu e a garota sentada na sacada nem se importou em olhar quem acabara de entrar, era obvio demais para ela.

— Daphne – o homem chamou.

Ela não suportava olha-lo mais, não depois de tudo que lhe fizera. Aquele loiro em pé diante da porta da sacada era ninguém menos que Fred Jones, ex-marido de Daphne e ex-parceiro de mistério.

— Vá embora Frederick – murmurou a mesma mantendo seu tom de voz neutro.

Sua real vontade era gritar com ele, era agredi-lo e dizer tudo que estava entalado em sua garganta.

— Me deixa explicar – falou cabisbaixo.

— Explicar o que? Como traiu a Mistério S.A? Como traiu minha confiança, da Velma, do Salsicha e a do Scooby? Como você foi hipócrita o suficiente para armar tudo aquilo e fazer de todo mistério nosso um jogo para você? Ou você queria estar certo como sempre? – a mesma soltou já de pé em frente ao loiro.

Fred abaixou a cabeça e a mesma respirou fundo antes de dar meia volta e entrar no quarto, em que tempo atrás era o casal quem dormia.

— Eu só queria que fossemos unidos – Fred falou virando-se para observar a ruiva.

— Unidos? – Debochou a mesma rindo – me poupe Fred.

Ela pegou sua bolsa, seu salto e se retirou do quarto. Não pretendia ficar com a casa e muito menos com nada que ela pudesse lembrar-se de Fred.

Doía admitir que o homem a quem dedicou anos da sua vida, o qual ela amou com todos os desafios e todos os defeitos, a traíra de uma forma brutal.

Daphne entrou em seu porsche e dirigiu até a sede da Mistério S.A, na pequena cidade de Coolsville, em Ohio. Velma já estava na porta esperando pela amiga, enquanto Salsicha e Scooby esperavam ao lado de dentro.

— O que é tão importante? – Velma perguntou confusa para Daphne.

— Vamos entrar – a ruiva falou adentrando a casa com Velma logo atrás.

Ao se deparar com todas as lembranças ali, Daphne quase desistiu de dizer o que descobriu, mas por fim ela apenas sentou-se, tomou folego e encarou seus amigos.

— Espera – Salsicha olhou de um lado para o outro – cadê o Fred?

— Ele não vem mais Salsicha – Daphne respondeu deixando-os mais confuso ainda – Frederick Jones é um homem sem valor e sem dignidade.

— Daphne, do que está falando? – Scooby perguntou em total confusão.

Daphne respirou fundo e tomou sua dor como coragem.

— Ele mentiu para nós – fungou – todos os mistérios que resolvemos, tudo que aconteceu foi o Fred que armou, por anos ele nos enganou, por anos ele se fez alguém que não era.

Os três ainda permaneciam confusos, seria difícil explicar de uma forma que eles entendessem.

— Daphne, o Fred nunca faria isso – Salsicha pronunciou em negação.

— Eu também achei que não – ela limpou uma lagrima que caíra – achei que o homem ao qual casei era sincero, era alguém de confiança, mas pelo visto, ele enganou a todos nós.

— Então tudo foi armado por ele? – Velma perguntou finalmente – ele bolou todos os planos, e todas as mascaras que tiramos? Todas aquelas pessoas são inocentes?

Daphne negou com a cabeça.

— Não são inocentes, mas também não bolaram todos os planos... Digam-me, não era estranho ter um mistério para resolver a cada canto que íamos?

— Que era estranho era, mas...

Não havia palavras que pudessem justificar tudo que Fred fizera, não havia motivo que pudesse fazer a culpa diminuir.

— Então é isso? Esse é o fim da Mistério S.A? – Scooby perguntou.

Nenhum deles afirmou nada, era muito para digerir, mas de uma coisa todos tinha certeza, a Mistério S.A nunca fora uma sociedade de verdade e tudo que fizeram pela comunidade, não passava de uma farsa.

...

Daphne sentou-se na ponta da cama com um quadro em mãos, a maior dureza em deixar tudo para trás era deixar também toda a vida que construiu. O que faria agora sem a Mistério S.A, sem o amor da sua vida? Não havia tempo que lhe tirasse isso, não havia jeito de admitir que aquilo era como morrer e voltar em outra vida, acordar para a realidade doía mais que tudo.

— Não precisa ir embora – falou Fred adentrando o quarto.

— Desculpe, mas acho que não posso continuar vivendo nas sombras de uma mentira que você inventou – ela colocou o quadro no lugar e levantou.

— Daph, por favor...

Ela parou encarando-o.

Não suportava lembrar-se do que aconteceu, não suportava, mas precisava, precisava deixar claro quem era Fred Jones de verdade.

Flashback On.

A noite estava clara, Daphne estava sentada na sua cadeira frente a mesa no escritório, mesmo com todo relatório que tinha que fazer não conseguia esquecer da cena que vira, de Fred a dois meses atrás numa pequena cidade ao sul da França, estregando dinheiro para um desconhecido, e logo esse desconhecido se mostrou ser um monstro que assombrava a cidade que estava prestes a construir uma usina hidroelétrica no antigo parque de diversão que anos atrás era da família mais antiga da cidade.

A porta se abriu revelando uma loira com uma pasta na mão, Daphne saiu de seu devaneio e encarou a mulher, aquela era Cecili Bones, a detetive que contratara para investigar os casos da Mistério S.A e seguir os rastros de Fred.

— Não me faça arrepender-me de te mandar seguir o meu marido – Daphne falou séria.

— A verdade dói Daphne – a mulher caminhou até ela e jogou a pasta sobre a mesa – depois não diga que eu não avisei.

E assim Cecili saiu, deixando Daphne sozinha, com toda a verdade que queria e tudo que não esperaria do cara com quem se casou.

Flashback OFF.

— Me diz porque – Daphne implorou – porque Fred, nós tivemos chances e chances de trabalhar com o FBI, criamos uma companhia porque você decidiu apostar em nós, eu me sacrifiquei por você Fred, eu briguei com os meus pais pelo homem que amo.

— Daphne, tudo que eu fiz foi por você, por nós – ele falou se aproximando dela.

Ela riu incrédula.

— Por mim? Por nós – pareceu pensar e logo deu uma tapa no rosto dele – não ouse dizer isso nunca mais.

— Eu te amei Daphne, desde o primeiro dia que te vi, eu achei... – ele coçou a cabeça e começou a ficar agitado – eu só queria que me achasse um cara legal – ele riu para o nada – eu queria que fossemos parte de algo, eu queria mistério, eu criei momentos para nós, eu fiz tudo para nos aproximar....

— Você é doente – Daphne deu as costas, mas foi interrompida por Fred que a puxou e a prensou na parede.

— Eu criei todos os mistérios que sonhou, eu fiz seus sonhos se realizar...

— VOCÊ É DOENTE FRED – uma lágrima caiu no seu rosto – eu nunca quis que nada acontecesse desse jeito.

— Eu fiz por você Daphne, tudo por você, do jeito que sempre escreveu nas suas histórias, do jeito que sempre sonhou.

Lá fora as luzes em azul e vermelho piscavam, a mulher loira adentrou o quarto e tirou Daphne do aperto do loiro.

— Frederick Jones, você está preso – falou a mesma.

A cena toda passava em câmera lenta aos olhos de Daphne, e agora ela chorava com muito mais força, estava claro para ela que Fred era doente e que no final de tudo a única mascara que existia era a dele, uma mascara escondida nas sombras, aquela à qual ela mesma derrubara.

....


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