Mr. & Mrs. Black escrita por pnsyparkinson


Capítulo 1
Prólogo.




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— Okay, eu vou primeiro... uh... queria dizer que não precisávamos ter vindo aqui - disse Sirius, balançando a cabeça em negação — Já estamos casados há cinco anos.

— Seis - corrigiu Marlene, cruzando as mãos sobre o colo.

— Cinco, seis anos - retrucou o homem — Isso é como uma revisão pra nós, uma oportunidade de verificar o motor, trocar o óleo talvez ou quem sabe substituir uma peça ou outra.

— Isso mesmo - sorriu a morena, com uma expressão disciplinada.

— Muito bem Sr. Black, então vamos abrir o capô - brincou Robert, o terapeuta, arqueando as sobrancelhas grossas.

Ambos olharam para o terapeuta, esperando suas próximas perguntas. Estavam entediados em estar ali já que provavelmente seria uma perda de tempo.

— Qual nota vocês dariam para si mesmos como um casal? De um a dez - perguntou o profissional.

— Oito - respondeu a senhora Black, sem pestanejar.

—Espere, "dez" plenamente feliz e "um" totalmente infeliz? - questionou Sirius, gesticulando com as mãos.

Marlene revirou os olhos. O terapeuta suspirou e torceu um pouco o pescoço.

— Apenas responda instintivamente, Sr. Black - sorriu, esperando o homem decidir o que falar.

— Ok. Pronta? - virou-se para a esposa, que lhe deu um olhar entediado quando respondeu "pronta" - Oito - disseram juntos.

— Com que frequência vocês fazem sexo? - disse o terapeuta, anotando as reações de ambos em um seu bloco de notas.

— Eu não entendi a pergunta - falou Marlene, torcendo os dedos de maneira nervosa.

— É, nem eu - concordou Sirius, franzindo a testa — Ainda vale a escala de um a dez?

— O um significa muito pouco ou nada? Porque, tecnicamente falando, zero seria nada - explicou a morena, sorrindo e gesticulando.

— Hum, que tal essa semana? - disse Rob, o terapeuta.

Sirius e Marlene desviaram o olhar, ela admirando os botões de sua camisa verde escura e ele esfregando o material de sua calça social. Ficaram em silêncio por um tempo, até Sirius quebra-lo.

— Incluindo o final de semana? - perguntou, apertando os lábios em uma linha fina.

— Sim - respondeu Rob.

Novamente o silêncio caiu na sala, restando apenas o barulho de suas respirações agitadas e o batucar da caneta na madeira da mesa sólida do terapeuta.

— Contem como se conheceram - induziu o homem, notando o constrangimento súbito perante sua questão anterior.

— Ah, foi na Colômbia - explicou Marlene, um pequeno sorriso se abrindo em seus lábios.

— Bogotá - completou Sirius — Cinco anos atrás.

— Seis - corrigiu Marlene, com uma expressão cínica no rosto.

— Certo. Há cinco, seis anos atrás - falou Sirius, olhando de relance para sua esposa, que mantinha um sorriso irônico em sua direção.

[Bogotá, cinco ou seis anos atrás]

Sirius Black estava lendo um jornal enquanto bebia cerveja, no bar da recepção do hotel em que estava hospedado. Virou-se rapidamente ao ouvir um barulho de sirenes ecoando pela rua e um estrondo na porta de entrada do ambiente, por onde passaram vários policiais, claramente procurando por alguém.

— Você sabe o que está acontecendo? - perguntou em um espanhol perfeito para o atendente, que lhe deu um olhar preocupado.

— A polícia está procurando por turistas que viajaram sozinhos - respondeu rapidamente, voltando para seus afazeres quando um policial fixou seu olhar em Black, que tentou se esgueirar atrás do óculos escuro que tinha sob os olhos.

O homem se aproximou desconfiado, gritando algumas palavras a fim de ser ouvido, devido a confusão que o saguão do hotel se encontrava.

— Está sozinho senhor? - disse o policial, repetindo quando Sirius colocou uma das mãos sobre o ouvido, sinalizando que não havia escutado — O senhor está sozinho?

Antes mesmo que ele pudesse responder ou encontrar alguma maneira de fugir dali a porta se abriu novamente e por ela passou uma moça, claramente tentando se livrar da polícia que a seguia pedindo por seu passaporte. Seus olhares ficaram trancados por um momento, até que o policial perguntou se ela estava sozinha.

Marlene cuidadosamente tocou a faca que estava presa em sua coxa e arrumou a saia branca que vestia, lambendo os lábios ao responder que não estava sozinha. Sirius caminhou na direção dela, colocando a camisa branca por cima da arma que estava em sua cintura.

— Não não, tudo bem, ela está comigo - falou em espanhol, puxando a mulher até tê-la ao seu lado.

Ambos caminharam até o quarto, fechando a porta para então tentar captar os sons através da madeira, suspirando aliviados quando os passos pesados das botas militares passaram longe.

— Sou Marlene McKinnon - se apresentou a mulher, sorrindo.

— Sirius Black - respondeu, sorrindo ao que apertaram as mãos.

— É um prazer - murmurou ela, ainda segurando a mão dele.

— O prazer é meu - sorriu Black, segurando-a agora pelo pulso, de maneira desleixada.

Trocaram um sorriso e conversaram mais um pouco, optando por jantarem juntos logo a noite.

Estavam bebendo shots de tequila em um restaurante ao ar livre quando Marlene riu baixo, olhando ao redor.

— Um brinde as grandes fugas - brincou, batendo seu copo ao dele.

— As grandes fugas! - disse Sirius, bebendo em um gole só o conteúdo de seu copo.

Marlene levantou da cadeira, sorrindo de maneira provocativa ao chegar perto da orelha de Sirius, que observava atentamente cada um dos movimentos dela.

— Você fala, mas será que dança? - provocou a morena, arrastando o corpo até a pequena pista de dança improvisada, balançando os quadris de forma vagarosa ao som da música que circulava o local. Bebeu o restante de sua tequila e largou o copo em um tonel de ferro, atiçando as chamas do fogo que estava queimando ali dentro, limpando a boca com a mão.

Sirius se aproximou cautelosamente, observando-a com o olhar vidrado. Puxou o corpo de Marlene junto ao seu e começaram a dançar juntos até a madrugada.

E foi quando a chuva começou a cair e as outras pessoas foram embora por conta dos grossos pingos d'água. Restaram apenas Marlene e Sirius, que sentaram juntos para beber, dividindo uma garrafa. Que foi esquecida quando os lábios de ambos se juntaram pela primeira vez, em um beijo urgente.

Marlene acordou nua debaixo dos lençóis brancos do quarto de Sirius, olhando em volta ao perceber que estava sozinha. Ouviu a fechadura ranger e então o avistou, carregando uma bandeja com duas canecas de café quente e um exemplar do jornal matinal.

— Eu conheço você? - perguntou ela, sorrindo provocadora.

— Desde ontem - sorriu ele, se aproximando da cama — Acho que os empregados fugiram, fiz o melhor que pude - colocou a bandeja sobre a cama, pegando uma xícara para si quando ela fez o mesmo.

— Está ótimo - murmurou McKinnon, deixando seus olhos viajarem pelas costas de Black quando o mesmo se dirigiu até a janela, olhando para a rua.

— Fico feliz que fui bem, tirei o leite de uma cabra - brincou, ouvindo-a rir suavemente. Virou o corpo até encontrar o olhar da morena, que estava colocando a pequena flor que estava presa ao jornal em sua orelha, próxima aos cabelos escuros.

Ela enrolou o corpo no lençol e caminhou até estar perto dele, sentindo o tecido das cortinas esvoaçarem com o vento. Não demorou até que estavam se beijando outra vez.

[Ginásio de Esportes, NY | Cinco, seis anos atrás]

Sirius estava lutando boxe com Remus enquanto James tagarelava sem parar, apoiado nos elásticos do ringue.

— Tá, para, peraí.. você só conhece essa garota tem o que? Seis semanas? - disse James, fazendo uma careta quando Sirius desviou de um golpe certeiro.

— Estou apaixonado. Ela é inteligente, é sexy, é desinibida, ela é espontânea, é complicada, é a coisa mais meiga que eu já vi - exclamou Black, ainda lutando.

— Fiquei com a Lily dois anos e meio antes de pedi-la em casamento, você precisa ter a base de uma amizade meu camarada. A atração passa - retrucou James, desviando o olhar para o par de mulheres que estava conversando em suas roupas de ginástica apertadas logo ao lado.

[Algum lugar em uma montanha | Cinco ou seis anos atrás]

— Você não acha que isso tá rolando muito depressa? - perguntou Lily, escalando a montanha ao lado de Marlene, que parou para observa-la.

— Você me conhece, nunca faço nada sem pensar bastante - respondeu McKinnon.

— E o que ele faz? - questionou Lily outra vez, ao continuar sua escalada.

— Trabalha em construção, ele tem uma companhia importante - sorriu, derrapando na rocha antes de conseguir se estabilizar outra vez — Ele viaja tanto quanto eu, por isso é perfeito.

[Ginásio de Esportes, NY | Cinco ou seis anos atrás]

— Ela trabalha em algum lugar da Wall Street, eles chamam ela a qualquer hora do dia ou da noite - explicou, contorcendo o corpo sobre o aperto de Remus, que o mantinha preso — Ela é a Batman dos computadores.

— Dou no máximo seis meses pra esse lance - disse James, cruzando os braços enquanto olhava a luta que ocorria entre seus amigos.

— Jay, eu pedi ela em casamento - contou Sirius, passando o braço pelo pescoço de Remus para imobiliza-lo, o que não durou muito.

O corpo de Black bateu no chão estofado do ringue quando recebeu um golpe certeiro, seguido de um leque de socos, os quais ele defendia com maestria.

— Eu vou me casar - falou Sirius, ainda defendendo o rosto.

— O que? Não estou conseguindo ouvir - resmungou Potter, novamente fazendo uma careta ao ver a disputa de socos — Será que dá para parar de bater nele só um minuto? Acho que ele está surtando.

— A gente vai se casar - gritou Sirius, derrubando Remus no chão.


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