Faces e Fases - Unmöglich und Illegal escrita por Khuscatoff


Capítulo 3
Warun?


Notas iniciais do capítulo

Duas semanas
nenhuma desculpa
aproveitem



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Warun? - Por que?

Nicholas Forchhamer havia adormecido no caminho para a casa de Valentin, toda aquela descoberta absurda e repentina causara um extremo cansaço no alemão. Descansar o fez bem, deixou que as preocupações se afastassem e as dúvidas fosse esquecidas de sua mente.

Abriu os olhos e bocejou, estava sendo levemente sacudido por Norma. Ela também parecia cansada ansiando por um momento de relaxamento. Nicholas se perguntava como Norma estaria reagindo a tudo aquilo, se era muita coisa para a cabeça dela. Havia entrado na vida da garota fazia poucos meses e, no dia que se mudara pra casa dela, todo aquele caos havia se instalado acabando com as poucas horas de harmonia que tiveram.

Então um sentimento de tristeza o abalou, quase havia esquecido do sentimento que nutria por Norma. Mesmo antes de vê-la pessoalmente, já era apaixonado. Sentia necessidade de fazê-la sorria a cada vez que uma lágrima descia dos seu rosto. Sabia o que ela passava, tinha uma vida difícil. E no dia que ele chegou apenas para fazê-la mais feliz, havia estragado tudo.

Desceu do carro e abraçou seu próprio corpo, chovia fraco e fazia um frio tremendo, estavam chegando na época de inverno. O clima alemão não ajudava nada. Nicholas desejava estar dentro de um forno naquele momento, o frio era tão intenso que nem usando uma blusa de manga comprida e um casaco, Nicholas não conseguia se aquecer.

A casa que lhes foi apresentada era modesta, uma casa comum como aquelas de filmes americanos de comédia em família. Nicholas sorriu, estava familiarizado com aquele estilo de casa. Era grande de paredes cor de rosa, tinha uma cerca marrom que marcava um enorme e cuidado jardim. A porta era dupla, uma de madeira e a outra, que vinha na frente, de plástico. Nicholas Nunca entenderia por que as pessoas colocavam duas portas em um só local. Deu uma risada nasal com se pensamento e entrou no lar de Valentin junto â Norma e Arkadius.

— Bem vindos ao alojamento mágico de Valentin Mohler — sorriu o platinado dando uma giradinha engraçada, Nicholas sorriu — Onde tudo é possível e onde nas quartas nós usamos rosa.

Norma se desprendeu do amigo analisando o local. Arkadius se aproximou de Nicholas com um sorriso cativante. Arkadius era amedrontador e parecia perigoso, mas Nicholas viu naquele sorriso um garoto bom e disposto a ajudar com quer que fosse.

— Tente manter o bom humor como Valentin — aconselhou — Joachim não conseguiu...

O nome veio como um veneno no ar, Valentin imediatamente parou de fazer palhaçadas e encarou Arkadius com ar de repreensão.

— Quem é Joachim? — insistiu Norma curiosa. Todos se mantiveram em silêncio, Valentin e Arkadius trocaram olhares rápidos e duvidosos como se conversássemos. Valentin passou as mãos nos fios platinados em puto nervosismos e Arkadius suspirou. Norma, sem paciência nenhuma, revirou os olhos — Vamos! Digam!

Valentin suspirou cabisbaixo

— Joachim foi quem me apresentou toda essa merda — suspirou — E agora ele está morto.

A tensão foi espalhada no ar. Norma desviou o olhar para o chão constrangida, havia percebido que, quem quer que seja Joachim; era uma pessoa que mexia com eles emocionalmente. Provavelmente havia sido bem querido para os dois e agora ele havia ido embora, sem aviso prévio.

— Mas tudo bem — Valentin tentou amenizar a situação com um sorriso falso e uma entonação de alegria — Vem, tenho uma aula de biologia para dar à vocês. Sentem-se.

Nicholas trocou olhares com Norma, ele ergue as sobrancelhas divertido e a garota sorriu, ainda que triste, eles se puseram a sentar na imensa mesa de vidro furta-cor da sala. A casa de Valentin, apesar de muito bonita, era extremamente colorida. Tantas cores davam cor de cabeça à Nicholas que se sentia preso em La La Land. Valentin, apressado, puxou uma corda do teto de onde desceu um quadro transparente e, com um pincel cor de rosa, começou a anotar.

— Clonagem é tipo um método de reprodução que utiliza células somáticas, aquelas células que não são reprodutoras. A primeira clonagem aconteceu em 96, na Escócia, eu acho. Ele clonou uma ovelha. A Dolly, muito famosa, vocês devem conhecer. — Valentin anotava a maioria das coisas que falavam, Nicholas lembrou quando estudo aquilo na escola em seu primeiro ano do ensino médio, era difícil para o garoto entender. Nunca havia sido bom em Biologia — Dolly foi gerada de células somáticas de um animal adulto. A parte nuclear das células, onde encontramos genes, aí elas foram introduzidos dentro dos óvulos de outra ovelha. Aí se formam células artificiais. Através de um choque elétrico, as células foram estimuladas, após um estado em que ficaram dormindo. Então fez o embrião, blá blá blá - Norma, presta atenção – , colocaram no útero de uma ovelha, nasceu Dolly. Nossa, parabéns, grande conquista. Dúvidas?

Norma levantou a mão, risonha. Achava engraçado como Valentin podia levar uma situação tão complicada como uma imensa piada. Havia gostado dele. Este, por sua vez, sorriu como se fosse um sinal de permissão

— A ovelha Dolly não morreu alguns anos depois da experiência? Tipo, ela nasceu velha. — ela riu com certos pensamentos — O Curioso caso de Benjamin Dolly Burton.

Valentin assentiu

— Esse é com o que mais me preocupo. Se o nosso original tiver, por exemplo, 35 anos. Quer dizer que nossas celular já tem mais que isso agora, podemos ter uma idade celular de 75 anos e não fazemos ideia disso. Podemos morrer de velhice aos 40.

Nicholas passou as mãos no cabelo nervoso

— Verdammte hölle — murmurou Nicholas irritado

— É meu amigo, puta que pariu — debochou Arkadius — E não paramos por aqui. Venham, temos mais o que mostrar.

Puxou um notebook de uma gaveta o desbloqueando, não tinha nada nele, parecia novo, não continha uma pasta ou documento. Nenhum programa de anti vírus ou algo do tipo. O papel de parede era o original e nem o Chrome estava instalado. Havia a lixeira e uma única pasta na Área de Trabalho.

Hoffman. Era o nome da pasta.

Arkadius não tardou em Abrir o arquivo mostrando uma sequência de sete vídeos. O último continha uma data de 05 de Março, havia sido a três dias. Eles puseram o primeiro vídeo. A thumb do vídeo era um homem sorrindo, mais um clone para a coleção.

— Este é Joachim — explicou Arkadius — Ele descobriu muita coisa para nós.

Vídeo 1

— Arkadius e Fagner, isso pode parecer estranho, mas sim, somos clones — Joachim explicava enquanto dirigia, ele falou de todo o processo de clonagem que Valentin tinha explicado a pouco, mas de maneira mais profissional — Fomos feitos pela Weiss Biotechnology, uma das maiores empresas alemãs de Biotecnologia. Não consegui descobri o porque, minha fonte está tentando descobrir isso.

— Cuidem de Valentin, ele não está reagindo bem à isso — sorriu antes de desligar a câmera

Valentin sorriu envergonhado diante do vídeo

— Eu surtei — debochou de si, ainda que se defendendo 

Vídeo 2

— HK ainda procura o motivo de nossa criação — Joachim estava andando nas ruas olhando para a câmera, varias pessoas o encaravam como se ele fosse um Youtuber qualquer — Eva está surtando, ela acha que eu to traindo ela. Não, eu não contei, mas eu acho que a gente precisa discutir isso logo. Não posso esconder isso dela para sempre — o vídeo chiou e deu tela azul

— Isso sempre acontece — resmunga Arkadius clicando no sétimo vídeo com o botão direto e clicando em "Abrir com VLC Media Player" — enfim, os outros vídeos não importam, é apenas ele falando pra gente se proteger e compra telefones. Esse sim é o nosso maior mistério.

Vídeo 7

— Oi pessoal – Joachim dirigia à noite, parecia estar na estrada — Estou voltando pra Berlim, podemos nos encontrar no Alojamento Hétero de Valentin. — deu uma risada fofa — Tenho informações super importantes para dar sobre a Weiss Biotechnology. É arriscado demais para eu dar certas informações através dessa câmera. Imagina de HK achasse, ele com certeza arrancaria meu fígado fora — riu novamente — Nos vemos na ca...

Joachim deu um grito, os pneus chiaram, a câmera balançou. Joachim tentava manipular o volante inutilmente. O carro virou batendo contra o ferro que impedia que os carros entrassem na floresta, mesmo sendo inútil para o caso. O carro capotou, a câmera captou perfeitamente o corpo de Joachim Hoffman se debatendo e chacoalhando no banco.

Nicholas agradeceu por Joachim estar de cinto, mas em vão.

O carro adentrou um lago. Jatos de água entravam pelo Ar-Condicionado e pela janela. Joachim tentou tirar o cinto, sem sucesso. Batia contra a porta do carro tentando abri-la, impossível, a pressão e força da água impediria do alemão abrir a porta. Joachim soluçou com medo, se ergueu tentando respirar os últimos centímetros de ar que lhe restava. A câmera se tornou submersa assim como seu dono que, em segundos de agonia, tentava rasgar seu peito, batia contra o volante do carro esperando que algum milagre o acontece.

Infelizmente não aconteceu.

Joachim se debateu por alguns últimos segundos e colapsou, parou de se mexer, seus olhos fecharam lentamente, suas mãos flutuaram na água, seu cabelo balançando completamente imerso. Alguma bolhas saíram de sua boca. Seu último "suspiro".

Arkadius desligou o notebook suspirando triste. Valentin fez o sinal da Cruz em seu peito, e olhou o chão como se rezasse.

— Eu sinto muito — murmurou Nicholas sem nem perceber que estava consolando Norma que chorava em seu peito. Se virou pra ela e murmurou — Ei, está tudo bem. Já acabou.

Valentin suspirou se desencostando da bancada.

— Vocês precisam descansar – disse ele — Tenho uma cama pra vocês.

Norma se soltou do abraço aconchegante de Nicholas, desconfortável, interrompeu Valentin.

— Não é necessário, podemos voltar pra casa — explicou, odiava ser um incômodo. — Obrigada por tudo, Mohler.

Norma estava abrindo a porta quando Valentin a puxou impedindo sua saída. Se pôs na frente da porta como uma segurança

— Eu insisto — o sorriso de Valentin era carismático o bastante para fazer Norma ficar

A garota apenas assentiu com a cabeça deixando que Valentin os guiasse para um quarto com uma cama de casal. Antes que o dono da casa perguntasse, Nicholas já respondeu:

— Nein, sem problema nenhum — e entrou no quarto logo se sentando na cama. Era macia e convidativa à uma bela noite de sono — Obrigado.

Norma, mesmo que contra sua vontade, deitou na cama e bocejou. Valentin saiu do quarto deixando os amigos a sós. Norma suspirou frustrada.

— Isso é tão... confuso. Clones ...

Nicholas assentiu coçando os olhos

— Você sabe que nossa vida nunca mais vai ser a mesma depois disso, não sabe? — a loira questionou

Nicholas se deitou virando para a loira

— Ficaremos bem — sorriu para ela — Nada pode parar a gente de nada. Somos uma dupla, lembra?

— Deus nos fez amigos... — ela começou

— Por que nenhuma mãe nos aguentaria como irmãos — Nicholas completou a frase. Um sorriso sincero e apaixonado se abriu em seus lábios, sem mostrar nenhum dente. — Temos que dormir. 

E sem pestanejar, Norma virou pra um lado e Nicholas para o outro. Fechou os olhos esperando acordar e tudo ser um sonho. 


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Notas finais do capítulo

Muito Obrigado por terem lido!
Próximo Capítulo no Sábado (talvez)
Não se esqueçam de deixar aquele comentário show! (E aquela estrela massa) Me digam o que acham, pq né. Escrever às cegas é bem chato.
Um beijo, um cheiro
— Khuscatoff



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