Faces e Fases - Unmöglich und Illegal escrita por Khuscatoff


Capítulo 1
Falsche Zeit, Falsche Ort


Notas iniciais do capítulo

Já avisando que eu demoro pra postar tá?
Não me chamem de Autora, eu sou um garoto. Obrigado
Jack Falahee como Photoplayer da bagaça toda por que sim né...
Aproveitem



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Chapter I - Falsche Zeit, Falsche Ort

 

Desligou o telefone e desceu do ônibus, estava contente por ter se mudado para a famosa e bela Berlim. Havia conhecido uma amiga virtual e estava doido para se encontrar com ela, é claro que tinha suas incertezas, poderia ser um estuprador gordo e careca, mas ele gostava de arriscar. 

 

Arrisca mais quando se não arrisca, era o que dizia.

 

Pra falar a verdade, Nicolas Forchhammer nunca esteve em Berlim, era a capital de seu país, mas era a primeira vez, em seus vinte e três anos de vida, que estava na famosa cidade. Era tudo muito lindo, já se encontrava dentro de um táxi que o levaria para o local de encontro com sua amiga virtual, Norma Bergenthal.

 

Norma, na internet, parecia ser uma garota excepcional, de uma personalidade forte e que não perde uma pancadaria. Mas também se mostrava dócil e gentil, que cuidava daquilo que amava e protegia seus amigos a qualquer custo. Nicolas gostava de Norma, mais que o normal, mas a garota insistia em ver Nicolas apenas como um irmão que nunca teve.

 

“O mundo nos fez amigos, pois nenhuma mãe nos aguentaria como irmãos” ela sempre dizia, mas ele não a queria apenas como irmã. Às vezes Nicolas torcia para que Norma seja um cara gordo e careca, assim não teria que lidar com a Frindzone que vivia.

 

O táxi enfim estacionou em frente ao ponto de encontro, uma Starbucks. Nicolas desceu puxando sua mala e adentrou a loja olhando para todos os locais. Em uma cadeira, havia um homem gordo, barbudo e careca. Nicolas primeiro deu uma risada nasal rápida, e depois ouviu seu nomes ser chamado.

 

— Forchhammer? Nicolas Forchhammer — era uma voz de uma garota, e por incrível que pareça, não saia da boca do homem gordo, barbudo e careca

 

Olhou para o segundo andar da cafeteria e lá estava ela, uma garota de olhos azuis e cabelos loiros, a pele mais branca que ele já viu na minha vida e um lindo sorriso. Usava uma blusa preta do Avenged Sevenfold e uma calça preta rasgada. Ela se encontrava encostada no parapeito do segundo andar encarando o amigo enquanto tomava um descafeinado.

 

Nicolas sorriu em alivio e subiu as escadas rapidamente. Chegando ao segundo andar, ela já estava sentada na mesa com seu laptop e um copo de café escrito “@Nico”. Nicolas sorriu logo se sentando.

 

— Norma Bates — brincou com a garota

 

— Não me chame assim, Di Angelo — ela riu, Norma era uma grande fã de Percy Jackson —Céus, eu fiquei com medo de você não aparecer.

 

— Eu fiquei com medo de você ser aquele gordo lá embaixo — riu o garoto abaixando a alça da mala — Sério, eu to tão feliz de ter te encontrado, eu não conheço nada de Berlim.

 

— Não é uma cidade complicada, você se acostuma rápido — ela deu um gole no café e continuou — E aí, como foi a viagem?

 

  — Não sou muito fã de ônibus, são apertados — Nicolas bebeu seu café, o queimação na sua garganta não o incomodou — Mas foi tranquila.

 

— Ah, você é como Kupffer — sorriu ela — Ele não gosta muito de ônibus também.

 

— Kupffer?

 

— Petrus Kupffer, meu namorado

 

“Ela não me disse que tinha namorado” pensou Nicolas

 

— Você chama todo mundo pelo sobrenome? — riu — Nós, humanos, temos uma coisa chamada “Primeiro nome”, você devia usar.

 

— Cala a boca, Forchhammer — Norma lhe deu uma pequena empurrada — Eu tenho um quarto vazio lá no apartamento, topa?

 

— Eu agradeço

 

...

 

O apartamento não era grande coisa. Uma cozinha pequena, uma sala de estar sem sofá, dois quartos ambos com cama de casal e dois banheiros. Era pequeno e aconchegante. Nicolas havia se instalado no quarto sem suíte, não iria reclamar. Cavalo dado, não se olha os dentes. Norma havia saído deixando Nicolas a vontade em seu novo lar. Tomou um banho e fez um sanduíche para comer. Entediado, avisou a garota que estava saindo e deixaria a chave de baixo do tapete.

 

Caminhava pelas ruas de Berlim admirando toda a paisagem, era uma cidade bonita com prédios, pontes e ruas limpas e movimentadas. Estava tudo e seu perfeito lugar, calmo e pacífico. Foi quando tudo começou a se desmantelar.

 

Três tiros foram ouvidos e as pessoas começaram a correr pelas ruas, um garoto punk, de cabelos platinados e tingido de laranja nas extremidades da franja, o pegou pelo pulso logo correndo.

 

— Mais rápido Fagner! — gritou o punk o puxando, Nicolas estava assustado. — Fagner!

 

O Punk se virou para Nicolas que quase teve um infarto ao ver seu rosto. Ambos os garotos, Nicolas e o Punk, era idênticos. Mesmo rosto, mesmos olhos, mesmos dentes, mesmas orelhas. O Punk tinha alguns piercing e brincos, mas não deixavam de ser idênticos.

 

— Fagner! Anda! Estão atrás da gente! — gritou o punk irritado, mas ao ver o choque que Nicolas sentia, se assustou erguendo as sobrancelhas — Você não é o Fagner.

 

Mais tiros foram escutados, o Punk pegou Nicolas pelo braço e correu em direção à um beco. Nicolas tentou se soltar do garoto, mas não tinha tanta força e o medo que sentia o impedia de fazer qualquer movimento brusco. Foi empurrado para trás de um camburão de lixo verde. O Punk olhou para todos os lados, tirou do bolso um IPhone SE e entregou a Nicolas.

 

— Corra —mandou —Não deixe que vejam seu rosto. Não conte a ninguém o que houve aqui. Nós vamos te ligar.

 

O punk saiu correndo em uma direção. Nicolas permaneceu sentado ofegante e tremendo, não havia entendido o que aconteceu. Um carro parou em frente ao beco e um homem de terno armado saiu. Nicolas se escondeu quase chorando, segurava o telefone azul com força. O homem se aproximara do lixo, mas algo o distraiu e logo voltou para o carro sumindo da vista de Nicolas.

           

Após alguns minutos, tão tensos e frios, Nicolas se ergueu tremendo e caminhou vagarosamente pelas ruas. Sua visão estava escura e ele suava frio. Lembrou do conselho de sua sósia e correu escondendo o rosto com o casaco, correu como nunca tinha feito na vida.

            

Chegou no apartamento ofegante, suando e sem conseguir pensar em nada além do rosto do Punk. Norma estava no sofá junto à um garoto.

            

— Nicolas, esse é Petrus — sorriu a garota antes de perceber o ataque de nervos que Nicolas estava tendo — Nicolas?

            

Nicolas estava ofegante e mal conseguia andar ao entrar no apartamento. Cambaleou em direção a sala logo caindo de joelhos no chão. Norma e Petrus logo se aproximaram do garoto apavorado que tremia em nervosismo.

           

— Céus, Forchhammer, o que aconteceu? — Norma parecia mais desesperada que o próprio Nicolas — Petrus, trás água com açúcar!

            

Petrus correu para a cozinha saltando pelo balcão. Norma segurava forte a mão de Nicolas muito preocupado. O garoto tremia e balbuciava projeto de palavras, arranhava o chão e suava frio. Tudo estava confuso na sua mente, tentava processar tudo o que havia acontecido, tentava entender como era possível alguém ter seu rosto.

            

Petrus voltou à sala com o copo cheio de água gelada e com um excesso de açúcar no fundo, levou o copo aos lábios de Nicolas quase o forçando a beber.

            

— Você vai afogar ele! — gritou Norma pegando o copo — Tem que ser devagar.

            

Nicolas bebeu toda a água, mesmo que forcado, e se acalmou sentando direito no chão. Seu olhos estavam fixados em apenas um ponto no chão e tentava respirar com calma, ainda que ofegante. Aos poucos, seu coração voltou ao ritmo certo.

            

— Consegue nos contar o que aconteceu? — perguntou Norma calmamente

            

Nicolas respirou fundo e olhou nos fundos dos olhos da amiga

           

— Eu encontrei alguém exatamente igual a mim — disse baixo, porém audível.

            

— Como assim? — questionou Petrus

            

— Eu não sei como, mas ele era idêntico a mim, digo, fisicamente — seu nervosismo era tanto que tornou a gaguejar — Eu estava na rua, começou um tiroteio e ele me puxou me chamando de “Fagner”. Então ele viu que eu não era esse tal de Fagner e quando ele me olhou, ele era idêntico a mim — Nicolas parou para respirar — Ele me deu um celular e correu. Foi, foi loucura.

          

Nicolas tirou o celular do bolso e entregou para Norma.

            

— Tem senha— murmurou ela devolvendo o celular. — Como cargas d’água isso é possível?

            

— Você não é órfão? — questionou Petrus — Norma me contou.

            

— PETRUS!! — a namorada repreendeu logo corando — Era só pra ele não ficar comentando sobre família ou essas coisas, Nicolas. Não fiz por mal.

            

— Tudo bem... — Nicolas assentiu — O que isso tem a ver?

            

— Ele pode ser um irmão gêmeo perdido — concluiu — Sabe, você pode ter irmãos que você não conhece. É bem possível.

            

Nicolas negou.

            

— Eu tenho certeza que eu sou filho único — disse — E não se separam gêmeos, é quase desumano isso.

            

Um silencio se estabeleceu entre os três, mas logo foi cortado por um barulho do celular que havia ganhado. Era uma mensagem que aparecera na tela de bloqueio e dizia:“Se você é como nós, desbloqueie o celular com a digital do seu polegar direito”. Nicolas olhou para Norma e logo depois olhou para Petrus, ambos fizeram que sim com a cabeça. Nicolas pôs o polegar direito no botão iniciar do aparelho e o mesmo desbloqueou.

            

Nicolas parou, olhou para os amigos, e digitou no aplicativo de mensagens.

            

“Desbloqueei, o que eu faço agora?”

            

Esperou por pouco tempo e uma mensagem chegou em resposta.

            

“Nos encontre na catedral Franzosische Friedrichstadtkirche às 20:30. Vá sozinho”

            

— Mas você não vai mesmo! — gritou Norma desligando ocelular — E se eles forem uma gangue que querem roubar seus órgãos?

            

— Numa igreja? — questionou Petrus — Com o rosto dele?

            

— É uma gangue, gangues fazem de tudo! — explicou Norma — Eles podem estar usando uns daqueles bustos de silicone que faz você ficar idêntica à pessoa! A Sofia Vergara tem uma da Emma Watson, é bizarro.

            

— Tá, mas esse negócio não é caro? — interviu Petrus novamente

            

— Qual da parte “Gangues fazem de tudo” você não entendeu, as gangues hoje em dia...

            

— CHEGA!! —gritou Nicolas para os dois — Isso é comigo! Eu que decido se eu vou ou não!

            

Todos se mantiveram em silêncio.

            

— Eu vou tomar um banho e pensar no assunto — murmurou se erguendo e indo para o banheiro — Com licença.

 

            

Nicolas entrou no banheiro logo trancando a porta, se despiu vagarosamente e entrou na banheira com água morna. Ficou sentado lá sem se mexer, apenas pensando se iria ou não. Se fosse, poderia ser sequestrado ou até morrer, se não fosse, a dúvida ficaria se alastrando pela sua cabeça até que ele enlouquecesse e fosse levado à um manicômio.

            

Sentia medo.

            

Saiu do banho com uma toalha na cintura, estava decidido de sua escolha. Caminhou para a sala onde Norma descansava com a cabeça deitada no ombro de Petrus. Nicolas parou encarando o casal. Petrus cutucou Norma alertando que Nicolas estava ali. A garota abriu os olhos, mas não se moveu.

            

— Eu fiz minha decisão — começou Nicolas e, antes de ser interrompido por Norma, continuou — E nada do que vocês falarem vai fazer com que eu mude de ideia.

            

Ambos três ficaram se encarando até que Nicolas quebrasse o silêncio

            

— Eu vou —disse — Eu vou me encontrar com o moço idêntico a mim.


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Notas finais do capítulo

O que acharam ????
Comentem, por favor

Nicholas - Jack Falahee
Norma - Emma Roberts
Petrus - Alex Pettyfer



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