Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 6
O Jantar


Notas iniciais do capítulo

gente espero que gostem desse cap. comentem nos dois me deixaria feliz, caso receba comentário nos dois caps, segunda faço att dupla de novo...
Beijos e bom fds a todos!



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6. O jantar

Demorou semanas para que eu pudesse ficar completamente disposto a sair com Isabella para jantar, isso porque eu preferi esperar tirar o gesso do braço, eu não queria que nada atrapalhasse a noite que eu tanto planejei.

Sim, para mim essa noite seria importante, pois eu continuava convicto de que essa era a única forma de me aproximar de Isabella. Afinal, todos esses dias de espera a minha relação com ela continuou igual, Isabella continuou fugindo de mim, ignorando-me e agindo de forma estranha como sempre, e nada que eu tentasse fazer dentro da mansão conseguia reverter à situação, e então me sobrava apenas esse jantar para que as coisas pudessem começar a mudar, pelo menos eu estava apostando todas as minhas fichas nisso.

Eu não podia negar que Isabella é completamente intrigante, tanto, que todos esses dias eu passava horas observando-a de longe, eu ficava tentando analisar cada movimento dela, e também o que ela costumava fazer durante todo o dia, percebi que ela passava a maior parte do tempo no jardim com a irmã, se não ela ficava lendo na biblioteca, ou permanecia na sala de estar com aquele olhar distante, pensativo, preocupado. Sim, eu sabia que algo a preocupava, seu olhar já a entregava, pois ao mesmo tempo em que ele é vago, ele também é triste. Muito triste e também assustado.

Sua irmã diferente dela parecia deslumbrada com a mansão, passava uma grande parte do tempo na piscina, ou tomando sol, ou na sauna, dava para perceber claramente a diferença das duas, enquanto Isabella era mais reservada, humilde, quieta e ao mesmo tempo estranha, sua irmã era completamente seu oposto, era animada, simpática e conversava como ninguém, porém, todas as vezes que disfarçadamente eu tentei tirar algo de útil dela, ela parecia desconversar, conseguia de uma forma eficiente dar voltas na conversa e sair da situação como ninguém.

Tudo isso fazia com que a cada dia eu me sentisse mais intrigado com aquelas duas, eu não podia negar que me interessaria fácil por Isabella, sua aparência era um tanto tentadora e sua personalidade forte era para mim um tanto interessante, porém eu não imaginava como uma relação poderia ter nascido entre nós dois, ela não parecia interessada em mim. Pelo contrario, a única coisa que ela parecia sentir por mim era medo.

Continuando a vigiar Isabella de longe, eu notei que desde aquele dia em que Jacob interrompeu uma briga minha e de Isabella, os dois começaram a manter certa distancia, como deveria sempre ter sido, mas eu sabia que aquela distancia era para tentar disfarçar, com certeza eles queriam me enganar e me fazer acreditar que as minhas desconfianças é nada mais do que ilusão de uma cabeça perturbada. Porém, eu sabia que não era assim, Isabella e Jacob poderiam ficar afastados até mesmo por meses, mas eu continuaria a desconfiar, uma vez que eu tinha certeza de que tem vários motivos para desconfiar dos dois. Mas faltava pouco agora, eu ainda iria colocá-la na parede, eu ainda a faria falar.

Faltando dois dias para o jantar, eu pedi que o motorista levasse Isabella e a irmã ao shopping para comprar algumas roupas novas, afinal, durante todos aqueles dias elas tinham poucas roupas para vestir, e a maioria eram muito simples. Eu não queria que elas, principalmente Isabella ficasse saindo daquela forma, afinal, apesar de tudo para os paparazzi ela era minha esposa, e precisava vestir-se como tal.

Pedi para que Rosalie acompanhasse as duas para que assim ela pudesse dar opinião e ajudasse nas compras, ela então marcou com o motorista o local que encontraria com Isabella e a irmã no shopping, e então depois que tudo estava decidido, enquanto eu me arrumava para ir para empresa, eu escutei um barulho de bater de porta, achei que seria minha mãe para falar alguma coisa, suspirei, ajeitei a gravata agora com as duas mãos disponíveis, e depois fui até a porta, abrindo-a.

Deparei-me com Isabella, olhando-me seriamente, sinceramente ela não parecia nenhum pouco feliz, apesar de que pensando bem, eu nunca havia visto Isabella feliz desde que a conheci.

Entreabri meus lábios meio surpreso, afinal, Isabella nunca havia me procurado para nada, pelo contrario ela queria apenas fugir de mim quando eu a procurava, e era estranho ela estar ali, parada na minha frente, ela que me procurou no meu quarto e eu ainda não sabia o por que.

— Olha só, que bela surpresa, quer entrar? – eu perguntei, dando espaço para que isso acontecesse.

Isabella suspirou, olhou-me por mais alguns segundos, e só depois entrou no quarto, parecia analisar cada passo que dava em direção ao meu quarto e olhava para os lados de uma forma um tanto estranha, parecia receosa com alguma coisa.

— Eu só vim te falar uma coisa... – ela disse, numa voz firme, seus olhos pararam em mim. – Eu não quero que você compre nada para mim!

Eu dei uma risada irônica e então discordei com a cabeça. Parecia que o motorista já tinha informado a ela que estava a esperando para levar ela e a irmã ao shopping.

— Você é minha esposa, então, qual o problema de eu querer dividir pelo menos um pouco da minha fortuna com você? – eu perguntei, cruzando os braços e olhando-a com atenção.

Isabella encarou-me em silencio. Demorou um pouco para ela finalmente me responder.

— Estamos a ponto de se divorciar, eu não quero que você gaste um centavo comigo, afinal, não quero que depois você fique jogando algo na minha cara! – ela disse, e então eu suspirei e dei alguns passos na direção dela, para encará-la seriamente.

— Você está muito segura do divorcio... – eu disse e dei mais um passo. – Porém ainda eu não tenho tanta certeza assim de que isso irá acontecer!

— Continuará negando a me dar o divorcio? – ela perguntou, parecendo ficar um tanto nervosa com a minha resposta.

Umedeci os meus lábios e olhei-a dos pés a cabeça, dei um leve sorriso.

— Bom, ainda iremos discutir o assunto, mas, só depois do nosso jantar! – eu disse, enquanto passava a mão no cabelo dela, colocando uma mecha atrás de sua orelha.

— Jantar? – ela perguntou, franzindo as sobrancelhas.

— Sim... – respondi, e meu sorriso se alargou. – Você não se lembra que iríamos jantar uma noite dessas para falar sobre qualquer coisa que não seja você querer o divorcio, e eu querer respostas, etc. e etc... – suspirei, e então afastei-me. – Para isso você precisa de roupas, por isso pedi ao motorista que te levasse ao shopping e que você se encontrasse com Rosalie lá para ajudar na escolha das roupas...

— Mas... – ela tentou iniciar, porém eu logo a interrompi.

— Mas você prometeu! – eu disse sorrindo. – Então você e sua irmã podem comprar quantas roupas quiserem e você, por favor, além das roupas compre um vestido bem atraente para sair comigo nesse fim de semana, você ainda é minha esposa, então, por favor, pelo menos nisso tente agir como tal... – eu acrescentei.

Isabella suspirou, olhou-me por mais alguns segundos, e meio nervosa ela se virou e saiu em silencio do meu quarto.

Por alguns segundos eu fiquei pensando se Isabella iria mesmo ou não comprar as roupas, só após ir trabalhar e ligar em casa, meu fiel mordomo confirmou que ela havia ido sim com a irmã até o shopping. Pelo menos, ela me escutou.

Agora faltava pouco para a grande noite, do retorno do escritório eu decidi ir até uma joalheria comprar um belo colar de diamantes para Isabella, eu estava disposto a agir como um marido que está completamente apaixonado por sua esposa, embora eu soubesse que a nossa relação estava longe de ser dessa forma, e que estávamos longe de ser “marido e mulher”, eu ainda queria fingir que as coisas eram diferentes, já que tínhamos que começar de alguma forma.

Eu não sabia se Isabella iria aceitar o meu presente, porém eu estava curioso para ver qual seria sua reação. Guardei o colar para a grande noite, e esperei que o tempo passasse. Ainda nesses dois dias Isabella continuou agindo como sempre, tentando ficar bem longe de mim, tanto, que nem me informou como foi as suas compras, as informações que eu tive foi apenas pelo motorista, que me informou que elas retornaram com bastantes sacolas.

Quando finalmente a noite que iríamos jantar chegou, informei que sairíamos às sete horas da noite, vesti o melhor terno que tinha e arrumei meu cabelo com gel, o penteando para trás. Peguei a caixa com o colar e coloquei-o dentro do bolso da minha calça e sai do quarto, em direção á sala de estar.

Esperei ansiosamente mais dez minutos, e durante esse tempo fiquei sentado no sofá, conversando com minha mãe que estava ajeitando os óculos enquanto folheava mais uma página de um livro, de repente ela o fechou e colocou em cima da mesa de centro.

— Fico feliz que esteja saindo com sua esposa, eu não sei porque, mas parece que vocês estão tão distantes um do outro, o motivo seria a sua perda de memória? – ela perguntou meio curiosa.

— É... É estranho estar casado com alguém que não lembro, mas decidi tentar, por isso vamos jantar, vamos dizer que estou disposto conhecê-la pela segunda vez... – respondi. Afinal, eu praticamente não sabia nada de Isabella, e estava querendo conhecê-la nessa noite.

Ao escutar barulhos de passos, eu levantei do sofá e olhei diretamente para a escada, já imaginando que seria Isabella descendo. Meus olhos logo pararam nela, e meus lábios automaticamente se entreabriram e meus olhos desceram e subiram três vezes, analisando-a com atenção. Eu não podia negar, Isabella estava muito atraente.

Ela descia bem lentamente, enquanto segurava no corrimão, seus olhos estavam fixos no chão e ela parecia nem querer disfarçar o nervosismo. Rapidamente me aproximei da escada, para olhá-la com mais atenção.

Ela estava belíssima em um colado e decotado vestido vermelho, ele era comprido, ia um pouco abaixo do joelho, porém era tão colado que dava para visualizar perfeitamente todas as curvas do corpo dela, e ainda o decote deixava-a ainda mais sensual.

Os cabelos dela estavam presos em um belíssimo coque, e em seu rosto ela usava uma maquiagem bastante discreta, só dando mais destaque ao batom vermelho, que combinou bastante com sua pele extremamente branca.

— Você está muito bonita! – eu elogiei logo que ela parou a minha frente.

Ela sorriu para mim, porém logo desviou o olhar para o chão.

— Esse sapato é horrível! – ela reclamou, e então eu olhei para os pés dela e vi que ela estava usando um sapato de salto alto, também vermelho. Parecia que ela não estava muito acostumada com salto alto.

— Não tem costume de usar salto alto? – eu perguntei num tom zombador. Eu praticamente não conhecia nem uma mulher que não usava salto alto. Apesar de que também ela era primeira mulher humilde do interior que eu conhecia.

— Não, minha irmã gosta de salto, porém eu nunca gostei de nada que aperte o meu pé... – ela confessou, fazendo uma careta, eu ri, enquanto pegava a mão dela.

— Mãe, nós já vamos! – eu falei, olhando para minha mãe. Ela sorriu para mim, e então se aproximou, seus olhos desviaram para Isabella.

— Isabella, você está tão linda, está parecendo uma princesa... – minha mãe falou num tom gentil, Isabella ficou levemente vermelha com o elogio.

— Obrigada senhora! – ela agradeceu.

— Bom, espero que tenham um ótimo jantar! – minha mãe desejou, eu confirmei com a cabeça e então comecei a puxar Isabella lentamente em direção a porta, a abri e sai primeiro, ela saiu logo atrás, fechei a porta e então comecei a puxá-la em direção ao carro.

— Acredito que eu já tenha te levado a algum restaurante, não é? – eu perguntei enquanto parava em frente ao meu carro e abria a porta para ela entrar.

— Bom, sim, só que você me levava à restaurante simples, já que mentiu sobre sua condição financeira... – ela respondeu, e depois virou para entrar no carro, porém antes eu segurei-a pelo braço.

Ela desceu o olhar para minha mão e depois subiu até meu rosto, e encarou-me seriamente.

— Antes de você entrar, eu quero te dar uma coisa... – eu disse.

— Me dar o que? – ela perguntou.

Soltei o braço dela e então peguei a caixa de dentro do meu bolso, sorrindo eu a abri, mostrando a ela o colar.

Ela olhou para o colar com a boca entreaberta e depois me olhou, discordando com a cabeça.

— Quanto você pagou nisso? – ela perguntou, no mesmo momento eu dei risada, é não agüentei, é que para mim ela era imprevisível, nunca imaginei que isso seria a primeira coisa que ela iria me perguntar.

— Muito dinheiro, mas isso não importa! – eu respondi, ainda rindo.

— Lógico que importa! – ela disse, fechando a caixa. – Eu não quero!

Eu discordei com a cabeça, completamente inconformado com a reação dela.

— Como você não quer? Qualquer esposa ficaria feliz em ser convidada pelo marido para ir a um restaurante e ainda ganhar de presente um colar de diamantes...

— Diamantes? – ela disse bastante surpresa. – Você me comprou um colar de diamantes? Eu já disse que não quero que você fique gastando seu dinheiro comigo...

— Olha Isabella, não me leve a mal, mas você é muito estranha! – eu respondi.

— Não somos um casal normal... – ela iniciou.

— Aham, isso eu concordo plenamente! – eu concordei, voltando a abrir a caixa.

— Então, você não tem que ficar agindo como se fossemos um casal normal, se eu estou dizendo que não quero que você me compre nada, você tem que...

— Já disseram para você que negar presentes é falta de educação? – eu perguntei a interrompendo. Ela ficou encarando-me com as sobrancelhas franzidas. – Acho que sim, não é? Então pode ir virando de costas para eu colocar, pois agora eu já comprei e foi para você e você vai ter que aceitar!

Isabella suspirou e me encarou meio contrariada.  Eu sorri e então, apertei de leve o queixo dela com os meus dedos.

— Iai vai continuar teimando? – eu perguntei num tom brincalhão, ela ficou encarando-me em silencio por alguns segundos antes de ainda em silencio dar de ombros e virar as costas, é dessa vez eu tinha conseguido vencer a fera. Satisfeito eu coloquei o colar de diamantes.

***

— E então... – eu iniciei, enquanto sentava-me na mesa do restaurante junto de Isabella, meus olhos foram diretamente nela, ela estava sentada a minha frente e me encarava fixamente, com aquele semblante sério e ao mesmo tempo assustado de sempre.

— Esse restaurante é muito chique... – ela falou e realmente ele era, a trouxe no restaurante mais caro da região, ele era grande, e tinha varias mesas, todas cobertas por uma toalha branca, em cima das mesas já estava os copos e os pratos servidos, no meio de cada mesa havia um pequeno vaso com rosas vermelhas, havia um lindo lustre no meio do salão, e ainda o restaurante tocava uma musica clássica.

— Eu não iria te trazer em um restaurante diferente... – falei, e então ela parou o seu olhar em mim. – Então, qual é seu sobrenome de solteira?

— Swan! – ela falou. – As pessoas costumam me chamar de Bella, é estranho quando você ou todos na sua casa me chama de Isabella...

— Não tem problema, então começo a te chamar de Bella... – eu falei, notei que ela começou a olhar sua volta, parecendo incomodada.

— Você me parece meio incomodada, na verdade acho que não é o restaurante que está te incomodando, não é? – perguntei, ela me encarou com as sobrancelhas arqueadas.

— Bom... Na verdade eu estou com vergonha, eu não sei, não sinto que faço parte disso... – ela respondeu, enrolando um pouco nas palavras.

Eu sorri para ela.

— Você está linda, com certeza parece e muito fazer parte desse lugar... – eu respondi.

— A roupa e a maquiagem não quer dizer nada... – ela retrucou, fazendo-me suspirar.

— Tá legal, então você quer insistir que o grande problema é eu ser rico, é isso? Isso é o que faz você não querer ficar comigo... – eu disse.

Ela me encarou por alguns segundos, antes de me responder.

— Você pode achar isso um tanto ridículo...

— Sim, eu acho! – a interrompi, ela então suspirou.

— Só que eu nunca procurei me casar com homem rico, nunca liguei em ter uma vida humilde... – ela respondeu.

— Bom, certo, mas não é porque você não ficou atrás de um, quer dizer que isso não poderia acontecer, você já ouviu falar que as melhores coisas que acontece na vida não são planejadas?

 Ela sorriu para mim, e desviou o olhar rapidamente. Eu sorri de volta, finalmente havia conseguido fazê-la sorrir de verdade, isso era um avanço, pequeno, mais ainda era um avanço.

 - Você deveria fazer isso mais vezes... – eu disse, ela então voltou a me olhar.

— O que? – ela me perguntou, meio confusa.

— Sorrir... Você fica ainda mais bonita quando sorri... – eu respondi.

Ela sorriu novamente, e já ia falar alguma coisa, quando o garçom aproximou-se, interrompendo-a.

— Com licença, os senhores Já sabem o que vão querer para beber? – ele perguntou.

— Pode trazer vinho branco... – eu respondi.

— Para mim um suco de laranja... – ela disse.

— Não, ela vai também beber o vinho comigo! – a cortei, ela me encarou com as sobrancelhas franzidas, e o garçom então anotou o pedido.

— Certo, eu já trago! – ele disse, e então se afastou.

— Não gosto que você faça isso! – ela reclamou, fazendo com que eu a encarasse.

— O que? – perguntei.

— Escolher o que vou beber, se você não sabe, eu não bebo bebida alcoólica! – ela respondeu, parecia levemente irritada.

— Você não vai me deixar beber sozinho essa noite, não é? – eu perguntei.

Ela bufou.

— Mas eu já disse que eu não bebo!

— Faça uma exceção, pelo menos essa noite... – eu disse, sorrindo para ela e colocando minha mão em cima da dela. Ela umedeceu os lábios enquanto encarava-me, parecia confusa.

— Eu não sei, eu não sou acostumada com bebida... – ela disse, meio receosa.

— Ah, mas só um pouco não vai ser nada mal... – falei, ela soltou um longo suspiro.

***

— Então, você ainda não me falou sobre você, como eu não me lembro de você temos que nos conhecer novamente... – eu disse, enquanto virava um pouco a taça de vinho em minha boca. Isabella me encarava seriamente, ainda não tinha bebido nenhum pouco do seu vinho.

Eu já tinha pedido a comida e estávamos esperando, eu torcia para que demorasse um pouco, afinal, quanto mais a comida demorasse para chegar, mais demorávamos para irmos embora.

— Você ainda não me disse o que gostaria de saber... – ela respondeu.

— O que você fazia antes de me conhecer? – eu perguntei.

— Bom, eu trabalhava numa loja de artesanato... – ela respondeu.

— Estudava? – perguntei.

— Não, eu sempre quis fazer artes plásticas mais eu nunca tive condição de pagar, eu tinha que trabalhar para pelo menos ajudar a pagar a faculdade da minha irmã... – ela respondeu.

— E sua irmã já faz faculdade?

— Ainda não, vai começar agora, ela terminou há pouco tempo o ensino médio!

— Você ainda não bebeu nada! – eu reclamei, ela soltou um suspiro e então pegou a taça de vinho.

— Eu não acredito que você vai fazer mesmo eu beber... – ela reclamou, enquanto dava um pequeno gole, ela fez uma careta e colocou rapidamente a taça na mesa.

Eu dei risada.

— É parece que você não gosta muito de vinho... – eu comentei rindo, ela riu também, enquanto engolia o liquido.

Então o garçom chegou com a comida, paramos alguns minutos de conversar para começarmos a comer, só depois de algum tempo em silencio, Isabella deu inicio a uma nova conversa.

— Eu sei que você não quer falar sobre isso essa noite, mas eu não posso deixar de fazer uma pergunta... – ela iniciou, eu a olhei com as sobrancelhas franzidas.

— Que pergunta? – perguntei.

— Qual é a sua intenção? O que você quer com tudo isso?

— Bom... Tentarmos ser um casal normal? – sugeri.

Ela deu uma risada, que julguei ser um tanto irônica.

— Como você quer isso se você nem me conhece?   

— Eu não te conheço? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

Isabella abriu e fechou a boca algumas vezes, pareceu ficar um tanto nervosa, até finalmente reformular a resposta.

— Eu quero dizer, que você não se lembra de mim, assim sendo somos dois desconhecidos...

— Ah claro... – respondi. – Bom, mas eu me apaixonei por você a ponto de me casar, e acredite pelo que eu me conheço para eu ter me casado com você eu deveria estar completamente apaixonado, não é?

— Er... Sim... Pelo menos é o que eu acho... – ela respondeu, dando de ombros. Então, eu sorri.

— Bom, então, eu preciso recuperar a memória, pois você não acha que seria muita sacanagem de sua parte divorciar de mim nessa condição?

— Não, na verdade não entendi!

— Ué, eu não me recordo de você, acabei de voltar depois de sofrer um grave acidente, mas antes disso eu me casei com você completamente apaixonado, ai vai você pede o divorcio, me divorcio, e quando eu recuperar a minha memória e voltar a me lembrar de você, eu vou me lembrar de que você é a mulher da minha vida, então imagina como vou ficar desesperado, então agora você entende? – perguntei, ela me encarou com os lábios entreabertos.  – Eu não posso tomar nenhuma decisão nesse momento, eu não quero fazer nada nessa situação, pois não quero me arrepender mais tarde...

— Edward... – ela iniciou.

— Você quer dançar? – eu perguntei, interrompendo-a e acabando por vez aquele assunto.

— Eu não sei dançar... – ela disse.

— Nunca é tarde para aprender! – eu disse, levantando-me da mesa e indo até ao lado dela, ergui meu braço e continuei a olhando, até que ela sorrindo pegou minha mão, levantou-se e sorriu para mim.

Tocava uma musica romântica, fomos caminhando até a pista de dança de mãos dadas, viramos um para o outro, e então puxei Bella levemente pela cintura, Isabella meio receosa colocou o braço em volta do meu pescoço e então começamos a nos mover lentamente.

— Viu não é nenhum segredo, só precisa se movimentar... – eu disse, ela deu uma risada e desviou o olhar, parecia não querer me encarar naquele momento, talvez por nossos rostos estarem bastante próximos. Eu umedeci os lábios e apertei-a mais forte pela cintura, senti o corpo dela estremecer.

— Bom, se eu pisar no seu pé... – ela iniciou, eu dei risada.

— Acho que isso não vai acontecer... – eu disse, ela então voltou a me olhar. – Nunca tínhamos saído para dançar?

— Não... Até agora! – ela respondeu, ainda olhando-me fixamente. Ela estava tão próxima, e estava tão bonita, era um tanto tentador tê-la assim tão perto, comecei a aproximar o rosto um pouco mais, até que Isabella pareceu ficar nervosa com a aproximação, e rapidamente desviou o olhar para baixo.

— É melhor terminarmos de comer... – ela disse.

— Por que a pressa? – eu perguntei um pouco irritado com a atitude dela.

— É... Bem, a comida vai esfriar... – ela respondeu. E então, eu ri. Afinal, dava para perceber que ela estava apenas dando uma desculpa.

— Essa é a sua preocupação? – perguntei, ela voltou a me olhar. Sorrindo, aproximei meu rosto com o dela novamente, tanto que pude sentir até a sua respiração, então notei o quanto ela estava ofegante. – Então, podemos resolver isso, vamos terminar de comer e depois voltamos, o que você acha?

Ela me soltou e então voltou para a mesa sem me responder, logo fui atrás dela.

— Por que você não relaxa? – perguntei, enquanto voltávamos a nos sentar-se à mesa para comer. – Acho que se você beber mais um pouco, isso poderá acontecer...

Isabella respirou fundo, pegou a taça e novamente bebeu, agora deu goles mais longos, embora ainda fizesse uma careta a cada vez que engolia a bebida.

— Parece que está bem difícil para você... – eu disse, enquanto umedecia meus lábios.

Ela me olhou seriamente, enquanto passava o dedo indicador próximo aos lábios.

— O que você está querendo dizer com isso? – ela perguntou.

— Parece que é difícil para você ficar perto de mim... – respondi, enquanto pegava a taça e enchia com mais vinho, dei mais um gole, enquanto os meus olhos continuavam fixos em Isabella.

***

— Calma, eu vou ajudar você... – eu falei para Isabella assim que abri a porta do passageiro, Isabella deu risada, enquanto tentava levantar-se para sair do carro.

Ela após acostumar com o gosto do vinho acabou bebendo um pouco a mais, acredito que isso aconteceu devido ao nervosismo a cada vez que eu me aproximava dela, eu não posso negar que fui o maior incentivador para que isso acontecesse, talvez por acreditar que ela um pouco mais alegre poderia acabar dizendo coisas que não teria coragem de dizer em sã consciência. Porém desde que ela ficou nessa situação, ainda não tive a oportunidade de tentar nada. Bom, até agora.

Ela levantou-se com certa dificuldade e logo a segurei pela cintura, para impedir que ela caísse devido á tontura. Novamente ela deu risada.

— Sabe... Eu estou vendo tudo girando... girando... girando... – ela comentou e novamente voltou a rir.

— Eu imagino! – eu falei, enquanto começava a caminhar, ainda segurando ela.

— Nunca nada rodou assim antes, sinto como se tivesse num gira-gira... – ela falou e riu novamente.

Bom, eu vou te levar até o seu quarto e...

— Eu não quero ir para o quarto, eu não quero! – ela falou, me interrompendo, parando de andar, eu olhei para ela, soltando-a por pouco segundos, esse tempo foi o suficiente para ela quase cair, porém ela rapidamente segurou no corrimão da escada.

— Qual é o seu problema com o quarto? – eu perguntei.

— Ele não é o meu quarto, essa não é a minha casa... – ela respondeu agora séria, depois voltou a rir, agora sentando no degrau da escada.

Eu suspirei e então sentei ao lado dela, olhando-a fixamente.

— Bella, seja sincera, você tem algo a me dizer? – eu perguntei olhando para ela fixamente. Ela também me encarou, agora não sorria mais.

— Você é mal... – ela disse, fazendo-me franzir as sobrancelhas sem entender o comentário dela.

— É isso que você acha de mim? Que sou malvado? – perguntei, e comecei a rir.

—Sim, eu sei que você está querendo brincar comigo... – ela respondeu após alguns segundos em silencio. – Está me perseguindo, como um gato quando persegue rato, você quer me encurralar...

Eu dei um pouco mais de risada com o comentário dela, e então coloquei a mão no rosto de Isabella.

— Você é paranóica até mesmo bêbada... – eu respondi, dando uma risada de deboche. – Sabe Isabella, o que eu realmente quero? – perguntei, e ela então discordou com a cabeça. Umedeci meus lábios e desci o olhar até a boca dela. Estava linda até mesmo com o batom um pouco borrado. – Te beijar... – finalmente respondi, e então dei fim á conversa lhe dando um beijo. Isabella ficou imóvel por alguns segundos, parecia ter ficado um tanto surpresa com a minha atitude, até que então ela colocou as mãos em meus ombros, e para a minha surpresa ela correspondeu o meu beijo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Comentem, favoritem e recomendem! ;)



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