Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 29
Sequestro II


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!! Voltei... Nossa eu fui dar um prazo de 15 dias para terminar essa fic, mas tinha esquecido o fato dos trabalhos da faculdade e do AVA que tava perto de fechar, então misturou-se com as provas e já viu não pude att o que tinha prometido, mas, voltei essa semana já começando com III, até quinta-feira teremos mais atts não digo dessa, mais de outras fics, depois terei uma nova pausa, até na outra quinta que é porque vou viajar. Então depois dessa quinta, só para sexta-feira que vem que vou voltar com novas atts... Então provavelmente essa fic terá uma nova att lá para sexta-feira que vem e ai estaremos FINALMENTE um passo para dar adeus a III.
Espero que gostem desse capitulo e nos vemos agora nos proximos, eu dei uma respondida de comentários, mas acho que ainda dá atrasado, amanhã vou ver se consigo por em dia...
Obg a todos que tão comentando e peço que continuem comentando, recomendando e favoritando... bgs bgs e boa semana a todos!



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29. Sequestro II

Estava difícil de engolir a comida, ela parecia querer travar em minha garganta, eu sentia também as minhas pernas tremerem, enquanto um monte de pensamento se passava por minha mente. O que vai acontecer comigo? O que Jacob fará comigo? Iríamos fugir? Será que eu iria ver minha família de novo?

Só de pensar em meu pai, só de pensar em Jane... Edward. O meu coração apertava, eu não queria ficar ali, mas também não queria agir através do desespero, da emoção, do impulso. Pois eu sabia que qualquer passo em falso, tudo poderia desabar e eu poderia nem sair viva da onde quer que eu esteja.

Eu precisava agir apenas no momento certo.

— O que você está pensando? – Jacob falou, fazendo-me voltar á realidade, eu desviei o olhar do prato, na direção dele e o encarei com os lábios entreabertos e os olhos arregalados, no mesmo momento ele pareceu se incomodar com o meu olhar. – Não gosto que me olhe assim! – ele reclamou.

— Que te olhe como? – eu perguntei, e a voz quase que não saiu.

— Como se eu fosse um monstro... Por acaso, você acha que sou um monstro Bella? – Jacob perguntou, senti as minhas pernas tremerem ainda mais.

— Não... – menti, mas a voz quase não saiu.

— É, pois eu não sou um monstro, eu só quis defender o que é meu por direito, e eu não acho isso errado, você acha que isso é errado? – ele perguntou e naquele momento eu senti tudo girar.

Coloquei os talheres em cima da mesa, olhei para as minhas mãos, notei que as palmas delas soavam e soavam muito. Respirei fundo, antes de pensar numa resposta.

— Depende... – falei, novamente com dificuldade, pois a voz não queria sair.

— Depende? – ele repetiu num tom de pergunta, e então o encarei e vi que os olhos dele brilhavam muito, e tive a impressão de que ele me olhava como predador, e eu era a presa. Que ele já havia pegado, e estava perto de abatê-la.

— Depende do que você faz para conseguir o que você quer, eu não acho certo passar por cima dos outros... – falei, mas me arrependendo logo em seguida, pois eu sabia que confrontá-lo naquele momento não era uma boa ideia.

— E eu passei em cima de quem? De você? – ele perguntou se levantando da cadeira logo em seguida. Colocou as duas mãos em cima da mesa e continuou me encarando com o mesmo olhar. – Meu amor, se você continuar com essa magoa as coisas não vão dar certo, eu já te expliquei, eu pensei em nosso futuro, eu não usei você por mal, mas sim para que você me ajudasse a recuperar o que era meu, se deu tudo errado, foi o azar do destino, mas ainda eu acredito que tudo poderá se resolver...

— Se resolver? Como? – perguntei, sentindo os meus olhos marejarem. E no mesmo momento me segurei o máximo possível para segurar as lágrimas.

— Eu sempre arrumo um jeito, vou pensar, eu só preciso que você fique ao meu lado, que você entenda que o que eu fiz também foi por amor... – ele falou, me fazendo discordar com a cabeça, inconformada. Mas eu sabia que eu não podia contrariá-lo mais. - Eu te amo Bella... – ele falou, dando a volta na mesa e se aproximando de mim, virando a minha cadeira na direção dele, meu coração disparou assim que ele parou ao meu lado, eu não consegui encará-lo, então, logo desviei o olhar para baixo. Enquanto sentia meu estomago revirar e revirar de uma forma estranha. – Você não está acreditando em mim?

— Sim eu acredito! – novamente menti.

— Então por que não me olha? – escutei ele falar, ele estava tão perto que eu conseguia sentir seu cheiro, mesmo não o olhando, eu sabia que ele havia se agachado bem na minha frente, apoiei minha mão na mesa, bem em cima do garfo da qual eu estava comendo, e então segurei a respiração. – Você não está conseguindo me olhar? Desse jeito não vai funcionar, Bella... – o ouvi dizer, tão perto de mim que até mesmo eu senti o seu hálito.

Respirei fundo antes de subir o olhar, para encarar aqueles olhos gélidos e brilhosos como de um felino. Mesmo não querendo, uma lágrima acabou caindo dos meus olhos.

— Você me ama? – ele me perguntou, sem desgrudar um segundo os olhos de mim.

— S-Sim... – gaguejei.

— Então por que não me dá um beijo? – ele falou. – Aposto que você deu muitos beijos em Edward, não deu? – ele perguntou, eu não consegui responder. – Talvez tenha dado até algo a mais!

— Não! – falei rapidamente, o olhando com um olhar de pavor.

— Ah, vocês tiveram uma lua de mel, não tiveram? E fizeram o que lá dentro do quarto do hotel? Vai, me fale os detalhes... – ele falou, fiquei o olhando, meio desnorteada.

— Essas suas crises de ciúmes não vai ajudar, Jacob! – fora a única coisa que consegui dizer, na tentativa de me livrar do assunto.

Ele então bufou.

— É, eu acho que vou ter que me acostumar com o fato de que a minha garota, acabou algumas vezes transando com o meu irmão! Mas tudo bem, eu vou superar, quando nós chegarmos nessa fase, e você comprovar que comigo vai ser muito melhor, isso ficará para trás... – ele afirmou, fazendo o meu coração apenas disparar mais, nervosa eu acabei segurando o garfo, mas eu não consegui ainda nem mover minha mão.

— Como? – falei novamente sentindo tudo girar.

— Ué, você acha que não vamos transar? – ele perguntou, e eu o encarei, entreabrindo os meus lábios. – Que cara de espanto é essa? Você deu para o meu irmão e comigo vai regular? Ah qual é, não está parecendo á mulher apaixonada que está me dizendo ser...

— Jacob... – eu comecei, mas não sabia como continuar.

— Chega de papo meu amor, vamos se beijar, ainda temos uma noite inteira pela frente, não acha? – ele falou, colocando uma de suas mãos na mesa de jantar, e levando o corpo para perto do meu, fazendo menção de me beijar.

Eu me encolhi na cadeira, e mordi os lábios fortemente, naquele momento percebi que não iria conseguir atuar por muito tempo. Jacob estava maluco, e eu sabia o quanto era perigoso continuar com aquilo. Então, só me restou simplesmente respirar fundo e agir, mesmo estando morrendo de medo. Eu segurei com força o garfo, e enfiei com tudo na mão de Jacob que estava apoiada na mesa.

O ouvi gritar de dor, aproveitei o momento para empurrá-lo e me levantar da cadeira, quis correr, mas ainda senti ele me segurar pela cintura, consegui me debater com força e me soltar dos seus braços, para começar a correr para longe dele.

Eu o ouvi chamar o meu nome, mas não olhei para trás, abri a porta de entrada e sai correndo daquela casa, e vi que estava numa espécie de campo, havia muitas arvores e mato por toda parte, eu pelo menos nunca havia visto aquele lugar antes.

Sai correndo em direção ao local que havia mais mato e árvores, que pelo menos eu imaginei que seria mais difícil de ser encontrada numa provável perseguição. A essa altura, o meu coração já disparava tanto que até mesmo doía, estava difícil de soltar o ar que parecia querer ficar preso a todo custo em meus pulmões, e minhas pernas, como tremiam. Parecia que a qualquer minuto eu poderia cair no chão. Realmente era algo desesperador...

— ISABELLA! – escutei ele gritar, parecia que ele não estava muito longe de mim. Atrevi olhar para trás, mas não o vi, e não sei se isso me deixava menos preocupada, ou me desesperava mais.

Tentei aumentar os meus passos, mas senti tropeçar em alguma coisa, parecia uma pedra, e logo fez eu me desequilibrar e cair de frente no chão. Apertei o mato e senti minha mão se encher de terra, lágrimas escorreram pelos meus olhos, enquanto fazia força para me levantar novamente e voltar a correr, eu senti a adrenalina correr pelo meu sangue, que me deu mais força para correr mais rápido.

Porém, essa velocidade não fora suficiente para eu não ser encontrada, logo que pensei em olhar para trás de novo, Jacob surgiu de não sei onde e simplesmente se jogou por cima de mim, nos derrubando no chão, a gente rolou pela terra, e paramos ao lado de uma arvore. Jacob por cima de mim. E só então eu percebi que a mão que eu machuquei, estava agora enrolada por um pano manchado de sangue.

— Me solta! – pedi, tentando tirá-lo de cima de mim, mas era algo impossível.

— Eu tentei ser legal com você, mas você não está colaborando e eu já estou perdendo a paciência... – ele disse, apertando meu rosto, depois saiu de cima de mim, e me virou bruscamente, deixando-me de barriga para baixo, e puxando em seguida o meu braço para trás, no mesmo momento eu me debati.

— O que você está fazendo? – perguntei, começando a chorar, enquanto me debatia, mas não conseguia me soltar dele, por mais que eu quisesse.

— Infelizmente as coisas entre nós vão ter que ser pelo modo mais difícil! – ele falou, e logo em seguida eu senti ele amarrar meu braço com algo, que parecia um pedaço de pano, e com tanta força que até mesmo chegou a doer.

— Por favor, não faça isso! – eu pedi, enquanto sentia mais lágrimas caírem dos meus olhos. – Me deixa ir embora Jacob, prometo que eu não te denuncio, que não vou contar nada, eu juro!

— E acha que vou te deixar livre para voltar para os braços do meu irmão? – o ouvi dizer, e então senti sua boca sendo aproximada de meu ouvido, no mesmo momento senti um arrepio ruim. – Eu prefiro ver você morta a isso! – ele declarou.

***

— Jacob, por favor, me solta, me solta! – eu pedia em meio ao desespero, enquanto sentia o meu corpo ser arrastado pelo chão daquela casa desconhecida.

Jacob me arrastou novamente até a casa de campo, e assim que entramos nela ele me jogou no chão, sem delicadeza alguma. Agora ele estava me puxando pelos pés até me levar a sala de estar dele. Onde havia num canto dois sofás, uma lareira, um tapete, e no outro lado, um armário encostado na parede ao lado de uma escrivaninha e uma pequena mesa de dois lugares.

 Ele me deixou próximo ao sofá, e em seguida parou bem na minha frente. Meus braços doíam já que estavam fortemente amarrados para trás, e meus olhos ainda ardiam devido ás lágrimas que se acumularam dentro dos meus olhos.

— Você mentiu para mim, disse minutos antes que me amava e olha o que fez na minha mão... – ele falou, mostrando a mão dele para mim que estava ainda amarrada por um pano. – Não, você não merece ser solta, se não já bastasse ter se envolvido logo com meu irmão, quis me enganar, me fazer de palhaço!

Lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos enquanto eu ainda encarava Jacob, a essa altura eu não sabia mais o que falar. Tive que pensar por quase minuto para elaborar algo.

— Por favor, não vai ser dessa forma que iremos resolver alguma coisa, pensa, vão vir atrás de mim, você vai ser preso, se você não está preocupado comigo, pelo menos pense em você, você quer passar os próximos anos da sua vida na cadeia? – eu falei num tom de choro e desesperado, Jacob então riu, e em seguida se agachou bem na minha frente.

— Eu não vou ser preso, eu sei fazer as coisas muito bem feitas Isabella... – ele disse de uma forma fria, enquanto passava a mão em meu cabelo. – Tudo teria dado certo, eu tinha planejado tão bem, Mike Newton só precisava fazer Edward perder o controle do carro, ele já estava sem freios, eu já tinha dado um jeito nisso, ao mesmo tempo em que eu já tinha escolhido você, para ser a esposa de Edward...

 - Tudo foi planejado... Eu sabia! – falei num tom de choro, totalmente inconformada de ter sido tão idiota de ter caído na dele.

— Não, eu te escolhi porque eu me apaixonei por você, claro que de primeiro momento eu iria preferir uma mulher que não fosse do interior, certinha, cheia de valores, já que seria mais fácil de convencê-la, mas foi algo inesperado, eu queria você e pronto, isso já não fora planejado, é serio Bella, eu queria de verdade que você tivesse sido minha esposa e tudo teria dado mais certo se o imbecil do Edward não tivesse sobrevivo! – ele falou num tom irritado em seguida se levantou, eu me debati, pensei em me levantar, mas logo vi Jacob andando pela sala de estar e pegando algo de dentro do armário, arregalei os olhos ao ver que se tratava de uma corda.

— Não Jacob... – falei, assim que o vi voltando até mim. Até quis me levantar, mas só foi eu me mover, para ele novamente puxar minhas pernas sem nenhuma delicadeza, me fazendo cair novamente de frente ao chão. – Como você pode estar fazendo isso? Como você teve coragem de planejar o assassinato de seu próprio irmão? – eu falei num tom de choro, ainda inconformada com tudo, enquanto o sentia amarrar os meus tornozelos.

— Quer saber? Edward sempre foi uma pedra no meu sapato, ele foi um erro, nunca tinha que ter nascido ou existido, eu só quis resolver o erro, eliminar ele, para poder seguir a normalidade... – ele disse, enquanto terminava o que estava fazendo e em seguida se afastou e foi até o armário, o abriu, tirando uma garrafa de whisky lá de dentro, pegou também um copo, o encheu de whisky e em seguida se sentou em uma cadeira dando os primeiros goles da bebida alcoólica, enquanto ainda olhava para mim. – Se já não bastasse aquele imbecil voltar vivo, você vai e se apaixona pelo meu irmãozinho, você não sabe o problema que me causou tudo isso? O quanto foi difícil te tirar daquela mansão? – ele bufou e colocou o copo na mesa, agora vazio.

— Você... Você armou tudo junto com aquele Mike Newton, depois o matou, não foi? – perguntei.

— Eu não queria matá-lo, mas ele foi querer me ameaçar, o plano era simplesmente fazer Edward desconfiar de você e causar uma briga que te tirasse da mansão, depois eu só precisava ir atrás de você e te capturar, mas Mike foi querer ser ambicioso demais, abriu muitos os olhos, queria mais dinheiro e eu não podia gastar tanto, já que eu precisava de grana para nossa fuga!

— Nossa fuga? – falei num tom inconformado, novas lágrimas caíram dos meus olhos. – Eu nunca quis fugir com você! Jacob você não entende que isso não vai dar certo? Não tem como ficarmos juntos!

—Tem... Tem sim, basta você parar de ser tão orgulhosa e teimosa e entender que fomos feitos um para outro, esquece o meu irmão, uma hora a relação de vocês dois não ia dá certo, Edward é arrogante demais, você iria se dá conta disso, eu já fiz um favor te tirando daquele lugar, te tirando daquele idiota que só estava com você para me fazer raiva, será que você não tinha se dado conta disso? Que tudo aquilo era um joguinho dele!... – ele disse, e então encheu mais um copo de whisky, fiquei olhando ele beber o liquido mais uma e outra vez, eu suspirei, pensei em falar diversas coisas, mas naquele momento eu não consegui dizer nada.

***

As horas pareciam se arrastar, meu corpo já doía de ficar tanto tempo na mesma posição, e eu tremia devido a estar a horas, jogada naquele chão frio. Eu ainda observava Jacob, que se concentrava em beber, agora, ele não parecia com muita vontade de conversar. Somente virar e virar mais copos de whisky.

Com o tempo passando eu já sentia uma enorme vontade de urinar, minha bexiga até mesmo doía de tanto que eu já havia segurado. Jacob continuava sentado no mesmo lugar, a garrafa de whisky já estava até mesmo pela metade, seus olhos estavam vermelhos, parecia que o álcool já estava trazendo efeito.

— Jacob... Por favor, eu preciso ir ao banheiro! – eu implorei.

— Não! – respondeu ele rapidamente, terminando o quarto ou quinto copo de whisky, eu já havia perdido as contas.

— Por favor, eu estou com muita vontade... – eu comecei, e então escutei ele rir.

— Quer saber? Faz nas calças! – ele falou, e então novas lágrimas caíram dos meus olhos, mesmo que eu já estivesse cansada de tanto chorar.

Ele então terminou aquele copo, o colocou em cima da mesa e se levantou, e foi para outro cômodo da casa, vi que ele cambaleou um pouco, dando sinais de embriaguez. Imaginei que ele iria voltar logo, mas depois com o passar dos minutos, comecei a me dar conta de que estava enganada e o sentimento de estar sozinha e amarrada me desesperou.

— Jacob? Jacob? – eu o chamei, mas nada. Não tive respostas.

Até mesmo gritei, pedi ajuda, mas parecia que não havia ninguém por perto, tudo estava silencioso demais. Teve um momento em que realmente não aguentei e acabei urinando nas calças, e então novamente eu chorei.

Com os minutos de solidão, muitas coisas passaram pela minha cabeça, pensei novamente em meu pai, em minha irmã e o quanto eles deveriam estar preocupados comigo, me perguntei se Edward já deveria saber do meu sumiço, e o que mais me preocupava, era quando eu me perguntava se iria rever todos de novo. Ainda não conseguia compreender os planos de Jacob, não fazia ideia se ele iria tentar fugir comigo mesmo, ou no fim das contas ele iria acabar me matando.

***

Eu queria poder olhar as horas, mas mesmo não sendo possível eu tinha a impressão de já ter se passado tempo demais, era muito ruim ficar sem me mover, sem saber o que estava acontecendo, ainda mais porque já fazia horas que Jacob havia saído e eu não sabia para onde. Como ele estava bêbado, cheguei á conclusão de que ele deveria ter pegado num sono, e eu não fazia ideia de quando ele iria acordar de novo.

Até eu mesma acabei dormindo, e acordei somente quando senti a barriga roncar e também sede, eu estava começando a sentir muita sede. O meu corpo doía tanto que parecia que ás vezes que eu deixava de senti-lo, e quando, finalmente eu voltei a escutar barulhos na casa, me senti estranhamente aliviada. Embora fosse Jacob, ainda era melhor ele aparecer, do que continuar com aquele sentimento de que eu havia sido abandonada a própria sorte.

Vi ele entrando na sala de estar, agora vestido com outra roupa e parecia até mesmo já ter tomado banho, ele sem falar nada, apenas se aproximou, me virou e começou a me puxar, eu não entendi o que ele iria fazer comigo.

— Você está fedendo a urina... – ele reclamou.

— O que você queria? Não me deixou ir ao banheiro! – falei para ele, com raiva. Me sentindo até mesmo humilhada com o fato de que tive que ser obrigada a urinar na minha própria roupa.

— Quando a gente for embora e fomos para um hotel você vai poder tomar banho e usar o banheiro! – ele falou.

— Vamos embora? – perguntei, e então, ele me puxou bruscamente até me arrastar em direção de uma das cadeiras que pertencia á mesa de dois lugares, ele me obrigou a sentar, soltou a minha mão, para depois prendê-la nos braços da cadeira. Pegou outro pedaço de pano de dentro do bolso da calça, para amarrar meu outro braço.

— A gente não pode ficar aqui por muito tempo, eu acho difícil Edward se lembrar dessa casa de campo, já que herdei do meu padrasto e ela está abandonada há anos... – ele disse, suspirando, após terminar ele se levantou e me encarou. – Mas minha mãe, ela sim pode se lembrar e falar para ele, e antes de correr esse risco, eu prefiro estar bem longe daqui!

— E qual é o seu plano? Vivermos como um casal normal? Quer se casar comigo e constituir uma família? Esqueceu que para isso ambos têm que concordar e querer? – reclamei, enquanto tentava me mover, mas ele havia amarrado meus pulsos com muita força.

— Bom, vamos fazer um teste drive, se não der certo, ai vou ter que ir para o plano B! – ele disse, com indiferença em seguida deu de ombros. O encarei com os lábios entreabertos.

— Qual é seu plano B? – perguntei.

Jacob me encarou friamente, até que então riu.

— Acho que você não vai querer saber... – ele falou, e ao mesmo tempo meu coração começou a disparar, pois comecei a entender o que ele queria dizer.

— Espera um momento, que eu vou arrumar as coisas e colocar no carro para gente ir embora para bem longe daqui... – ele disse, se afastando e saindo da sala de estar logo em seguida.

— Jacob, por favor, não! – implorei, aos gritos. Mas ele não voltou e não falou nada também. Deixando eu ali, com os olhos marejando e com o coração disparando de tanta preocupação.

Naquele momento eu me desesperei, enquanto eu pensava que eu não podia aceitar isso, eu não podia ir embora sem ao menos tentar, eu tinha que lutar e fazer alguma coisa para sair daquela situação. Mas fora só tentar me mover que percebi que seria difícil sair dali. Olhei a minha volta de forma agitada, percebendo que estava presa próxima a escrivaninha, e ao armário onde Jacob pegou a garrafa de whisky para se embriagar horas atrás.

Fora então que meus olhos pararam em algo especifico, numa luminária que havia próximo a escrivaninha, mordi meus lábios com força, e então tentei mover minhas pernas, comecei a puxá-la para cima e empurrar para baixo, na tentativa de soltá-la das cordas. Pouco a pouco fui sentindo a corda se afrouxando, até conseguir de vez soltar as minhas pernas.

Meus olhos novamente pararam na luminária de chão, e então levantei minha perna, para agarrar a sua base e virá-la na direção do meu braço, consegui puxá-la o suficiente para derrubá-la, acertando a lâmpada, bem no meio do pano que amarrava meu pulso.

Logo começou a esquentar e a queimar. Mordi os lábios com força, quando fui sentindo a lâmpada começar a queimar o tecido junto de minha pele.

Abafei um gemido de dor, e assim que passou o tempo suficiente, tentei fazer força, com o braço e conseguir me soltar. Quando consegui, suspirei aliviada e levantei novamente a luminária e ainda com os olhos marejados devido a dor que havia sentido, soltei meu outro braço e me levantei rapidamente da cadeira.

No mesmo momento senti minhas pernas doendo e quase cai no chão, fazendo um barulho que até mesmo me assustou, eu segurei na parede e consegui ir cambaleando para cozinha, devido à tontura que estava sentindo.

Só foi eu entrar lá dentro, para eu ouvir barulhos de passos, abri rapidamente um dos armários e peguei uma faca de cozinha. Fui caminhando lentamente até a porta, e então olhei novamente para sala de estar, visualizando Jacob de costas, que olhava para a cadeira que antes eu estava sentada. Ele notou rápido minha ausência.

— Isabella? – ouvi ele me chamar.

Segurei a faca com mais força, e vi que ele olhou para os dois lados e saiu caminhando pela sala de estar, provavelmente decidiu me procurar em outro cômodo da casa, que por sorte não fora a cozinha, então aproveitei e sai de lá e fui para sala de estar, segui até a porta de saída, mas logo vi que ela estava trancada e sem a chave, novamente escutei os passos, olhei para os lados de forma agitada e segui as pressas para outro cômodo, entrei em um quarto, e logo me escondi atrás da porta.

Os barulhos de passos foram ficando mais alto, indicando que Jacob estava se aproximando. No mesmo momento meu coração disparou mais forte e mordi meus lábios com força para tentar não fazer nenhum ruído.

Assim que notei a presença dele ao lado da porta, eu a empurrei com força, acertando-a nele e o fazendo cair no chão com o impacto. Aproveitei a queda para sair correndo pelo corredor, quase escorregando e caindo pelo meio do caminho, voltei para sala de estar, fui até o armário, abri as gavetas procurando alguma chave, mas não encontrei nenhuma, então olhei para os lados, na tentativa de procurar uma janela da qual eu pudesse quebrar o vidro e pular, cheguei a parar os olhos em uma e logo caminhei até ela, mas antes de chegar perto, a voz de Jacob me fez estremecer.

— Não se mexe... – ele falou. E o instinto me fez parar, olhei para trás e arregalei os olhos ao ver que agora ele estava com uma arma apontada em minha direção.

— Você não vai atirar em mim! – falei, mas a voz saiu tremula.

— Duvida? Joga essa faca no chão agora! – ele mandou, numa voz firme e gélida.

Meu coração disparou mais forte, e fiquei alguns segundos apenas encarando aquela arma.

— Anda Isabella! – ele mandou, e então senti a faca escorregando-se de minha mão até cair de vez no chão.

Jacob então esboçou um sorriso e eu não consegui desgrudar os meus olhos dele, enquanto o via se aproximando de mim e para bem na minha frente.

— Boa menina! – fora o que ele disse antes de eu deixar o instinto falar por mim.

Decidi arriscar, no momento em que vi a arma sendo abaixada, fui para o tudo ou nada e parti para cima dele para tentar pegar a arma de sua mão, segurei o seu braço, que fora esticado para o lado, no mesmo momento que nós dois caímos no chão e começávamos a rolar, ao mesmo tempo em que ele tentava se manter com a arma e eu tentava pegá-la de sua mão.

Tudo fora rápido demais e parecia até mesmo que eu perdi o controle de mim mesma. Num primeiro momento lá estava eu, com uma força desproporcional, numa briga corpo a corpo com Jacob, para ver quem fica com a arma. Em segundo momento, um barulho de um motor de carro se aproximando fora chamando a atenção, causando um único momento de distração por parte dele, e claro que aproveitei e eu cheguei até mesmo a conseguir puxar a arma da mão de Jacob, mas que logo reagiu e tentou puxar de volta de minha mão, fora quando no meio daquela briga, um disparo. Um disparo chegou ao meu ouvido, como um barulho aterrorizador. Mas não tanto, como o sangue que logo em seguida surgiu em minhas mãos.

Continua...


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