27. Verdades

Ver Bella indo embora doeu de verdade. Senti-me até mesmo perdido, desnorteado e ainda com o sentimento de que estava fazendo algo de errado, porém ao mesmo tempo eu também senti que estava agindo da forma mais sensata, ao permitir que ela partisse.

Pois estava mais do que claro, que da forma em que estávamos vivendo não dava mais para continuar. E confesso que essa confusão de sentimentos, me deixava um tanto confuso.

Eu não consegui dormir direito, assim como também, eu perdi totalmente o apetite. Eu não queria ir para o meu quarto, pois aquele lugar me lembrava de Bella, na verdade, eu não sentia vontade nem mesmo de sair de dentro do meu escritório.

Já deveria ter se passado da uma da manhã, e eu continuava preso naquele escritório, eu já estava na terceira dose de whisky, e eu já sentia os meus olhos pesados, embora eu soubesse que isso não era ocasionado pelo sono. Eu estava parado em frente á janela do escritório, e fiquei ali por algum tempo apenas observando a noite. O céu estava bem estrelado, e por um momento cheguei a me perguntar se Bella nesse momento poderia estar também olhando as estrelas.

Pensar nela até mesmo fez eu sentir meu coração doer, dei mais alguns goles de whisky, já havia sido tantos que estava agora doendo para descer. Soltei um longo suspiro, ao mesmo tempo em que ouvi o barulho da porta do escritório se abrir, virei rapidamente para trás, para então avistar minha mãe, ela estava com um roupão e com os braços cruzados, parecia um pouco pálida e com os olhos meio inchados.

— Edward, meu filho, não já era para você está dormindo? – ela perguntou para mim.

— Eu posso te perguntar a mesma coisa, minha mãe... – falei para ela e então ela expirou o ar pesadamente.

— Ai meu filho, está difícil de esquecer eles... – ela disse, entrando no escritório ela caminhou lentamente, até que então se sentou na cadeira a minha frente. – Fico me perguntando, se está tudo bem com eles! Se eles estão em casa...

— Fico pensando a mesma coisa... – falei, e então também me sentei. – Você deve estar sentindo falta de conversar com Charlie, não é?

Ela ficou calada por alguns segundos, parecia pensar.

— Eu já estava acostumada com a presença dele, ás vezes me sinto muito sozinha, já faz muito tempo que perdi seu pai e ás vezes ele me faz tanta falta... - ela confessou.

— A senhora é jovem, bonita, ainda poderia refazer sua vida com outra pessoa! – eu falei, colocando minha mão em cima da dela, então ela imediatamente riu.

— Eu? Não... – ela discordou com a cabeça, ainda rindo, como se realmente o que eu tivesse falado fosse mesmo algo engraçado. – Não tenho mais idade para essas coisas!

— Pare com isso minha mãe, nunca é tarde para recomeçar a vida! – eu falei.

Ela suspirou, ficou calada por mais alguns segundos, até que então me encarou, com um olhar sério.

— A minha preocupação no momento são vocês, os meus filhos... – ela disse. – Jacob praticamente esqueceu que tem família, foi embora para o exterior e eu sequer sei o que ele está fazendo para lá, agora você com os seus problemas conjugais...

— Sempre teremos problemas, a vida não é um mar de rosas, mas o mais importante é acreditarmos que mais cedo ou mais tarde, tudo será resolvido! – eu falei, a interrompendo. – tente se preocupar menos com a gente, e comece a pensar mais em você, está na hora! – aconselhei.

— Eu sei que você quer apenas o meu bem, mas é impossível não me preocupar com vocês, afinal, são os meus filhos! – ela disse, apertando a minha mão. – Meu filho, você acha que ainda poderá resolver seus problemas com Jacob? – ela perguntou, e só de ouvir esse nome eu senti um revirar estranho no estomago.

Fiquei calado por alguns segundos, enquanto pensava na pergunta dela. Na verdade, não me agradava pensar em Jacob, não me agradava falar dele. Mas eu entendia minha mãe, ela nos amava e queria ver a gente bem, agindo um com outro como deveria agir dois irmãos, mas a cada dia que passava, eu sabia que isso se tornava cada vez mais impossível.

Depois de algum tempo em silencio, somente consegui soltar uma pequena frase:

— Sinceramente... Eu não sei!

***

Quando fui para o meu quarto já se passava das três da manhã, entrar ali era difícil, mas eu sabia que uma hora ou outra eu iria precisar encarar aquele quarto de novo. Devo admitir que sem Bella ali dentro, o quarto parecia extremamente vazio.

Andei lentamente por ele, e então sentei em minha cama, olhei a minha volta e pensei por alguns segundos o quanto Bella me fazia falta e por um momento eu me perguntei, se ela também deveria estar sentindo o mesmo, se ela também estaria sentindo falta de mim.

Tentei deitar um pouco, mas não consegui dormir, no máximo eu fiquei me virando para um lado e para o outro da cama, quando vi a noite começar a se tornar dia, eu senti certo alivio, pelo menos eu poderia parar com a tortura de tentar dormir.

Ainda estava sem fome, mas ainda assim vesti qualquer coisa e fui para a sala de jantar, assim que entrei ali, avistei minha mãe sentada, tomando uma xicara de café, mas parecia também não estar com muito apetite. Respirei fundo, e olhei em volta da mesa, senti-me estranho em vê-la tão vazia e triste. Já estava acostumado com a presença de Jane, Charlie e principalmente de Bella. A presença deles alegravam o lugar.

— Bom dia, meu filho! Você conseguiu dormir? – minha mãe perguntou, enquanto me olhava. – Bom, pela sua cara, não, não é?

— É... eu fiquei mais revirando na cama do que dormindo de verdade! – respondi.

— Eu também dormi muito pouco! – ela admitiu. – Bom, come alguma coisa, ontem você nem jantou... – ela falou.

Concordei com a cabeça, enquanto forçava um sorriso, tentei pegar algumas frutas e enchi o meu copo com suco de laranja, enfiei as frutas na boca, mas ela teve dificuldade para descer em minha garganta.

— Sabe minha mãe, eu queria falar com a Bella, saber se ela, o pai dela e a irmã estão bem! – eu confessei a minha mãe.

— Entendo, eu também estou preocupada com a mesma coisa, mas, é melhor dar um tempo, vocês precisam esfriar a cabeça! – minha mãe aconselhou, e eu sabia que ela tinha razão.

— É verdade! – concordei, parecia que agora os dias demoravam demais para passar,

***

Naquele dia eu estava sem condição de ir para o trabalho, liguei para Emmett e pedi para ele segurar as pontas sem mim, contei toda a situação para ele e expliquei como eu estava. Ele pareceu ter ficado preocupado e disse para eu não me preocupar com a empresa no momento. E realmente naquele momento a empresa não era minha maior preocupação.

Depois de ficar mais algumas horas dentro do escritório, eu tentei relaxar, embora parecesse algo impossível, decidi durante a tarde andar pelo jardim, para  tomar um ar fresco, mas todo canto que eu olhava, eu me lembrava de Bella e confesso que me lembrar dela nesse momento não era algo fácil. Sentei em um dos bancos do jardim da mansão, e fiquei olhando a minha volta, pensei por mais alguns minutos, o suficiente para me fazer até perder a noção do tempo. Só voltei em mim, quando Rodolf se aproximou, avisando que Emmett e Rosalie estavam na mansão querendo falar comigo.

Eu me levantei e fui em direção á mansão, entrei nela, passei pela sala de estar, mas não os avistei lá, só então Rodolf me falou que eles estavam no escritório, então segui até lá.

Assim que entrei no escritório, já fui me deparando com os dois.

— Emmett, eu pensei que você estava na empresa! – falei, assim que entrei ali dentro. Fechei a porta, então me virei na direção deles, os cumprimentei, mas notei que pela expressão no rosto de ambos, eles não pareciam estar muito bem, pareciam preocupados, provavelmente comigo.

— Sim, mas sai mais cedo, quis vir ver como você está! – Emmett falou se levantando da cadeira junto de Rosalie. – Depois do que aconteceu, precisei contar a história para Rosalie, por completo!

Olhei para Rosalie e então suspirei, eu já sabia que ela tinha conhecimento de uma parte da história, mas agora sabê-la por completo deveria ter a deixado muito espantada. Afinal, era muita confusão para se entender.

— Eu entendo! – fora a única coisa que consegui soltar.

— Eu sinto muito... Segundo Emmett você já estava apaixonado pela Isabella, deve estar sendo difícil se separar dela... – ela falou, e então suspirou. – Mas ela me parece ser uma boa pessoa, eu não acredito que seja uma golpista ou esteja mentindo, quer dizer se eu tiver enganada, devo admitir que ela é uma ótima atriz!

— Eu também acho isso, ela parece ser tão sincera! – confessei, enquanto me lembrava da nossa ultima conversa, eu conseguia ver sinceridade nos olhos de Bella, mas eu sabia que somente parecer ser sincera não são provas o suficiente, eu precisava da verdade, eu precisava de provas concretas, para assim saber de uma vez por todas o que de fato está acontecendo. – Mas eu não tenho a total certeza rose, e isso é um problema, eu queria muito, muito mesmo ter a certeza de que Bella é inocente! – falei, e Rosalie assentiu com a cabeça.

— Mas não perca as esperanças Edward, a verdade ainda vai aparecer, essa confusão toda não poderá ficar para sempre! – Emmett falou, parecendo querer passar um pouco de otimismo para mim.

Forcei um sorriso, querendo e muito acreditar nas palavras otimistas de Emmett.

— Eu espero meu amigo, eu espero! – falei, num tom já cansado.

***

Emmett e Rosalie ficaram por um tempo no escritório comigo, tomaram um café e conversamos um pouco, dei para eles o recado de Bella, e só de falar novamente dela eu senti o meu coração apertar, eu também me sentia mal com o fato de que Bella e eu não iriamos juntos ao casamento de Emmett e Rosalie. Mas os dois ainda estavam esperançosos de que ela e eu iriamos nos resolver, antes de chegar o dia do casamento.

Depois que nós nos despedimos, eu fui para o meu quarto, eu estava tão cansado que só fora eu deitar na cama para acabar caindo no sono. Não sei por quanto tempo dormi, só sei que fui acordado por Rodolf, que me avisou que Tanya e Alice estavam na sala de estar e queria falar comigo urgente.

Eu estranhei e não sei porquê mais senti um revirar esquisito no estomago, e muito intrigado eu sai do quarto, passei pelo corredor as pressas. Enquanto me lembrava do fato de que não era a primeira vez que Tanya vinha até a mansão me procurar, se ela retornou com certeza deve ter algo importante para falar. Logo pensei se poderia ser algo relacionado á Jacob, se ele por acaso chegou a falar com ela de novo e acabou soltando alguma coisa, alguma informação relevante, e ainda se ela ainda está acompanhada com Alice, com certeza não iria inventar histórias, pelo que conheço Alice sei que ela não compactua com esses tipos de coisas. Sim, deve ser algo importante.

Então, eu desci as escadas apressadamente, e cheio de expectativas cheguei á sala de estar e, enfim, me deparei com Tanya e Alice, ambas pareciam estar nervosas, e assim que elas me viram, levantaram-se rapidamente do sofá. Eu me aproximei, franzindo as sobrancelhas. Sem entender aquele “ar estranho” que as duas estavam exalando.

Logo o revirar do meu estomago começou a ficar mais intenso, comecei a desconfiar de que realmente elas estavam ali, por algo muito sério.

— Meninas, está tudo bem? Rodolf me falou que vocês queriam falar comigo... – perguntei, tentando não demonstrar a minha desconfiança, sentei no sofá e elas voltaram a se sentar no sofá da frente. Ambas ainda demonstrando estarem muito nervosas.

— Não, não está, a Tanya tem algo para te contar Edward, não é Tanya? – Alice falou olhando para ela, e então também a olhei, notando que a expressão dela a cada segundo que passava demonstrava mais nervosismo.

— O que foi Tanya? Você descobriu alguma coisa? Você voltou a falar com Jacob? – perguntei, enquanto ainda a olhava, notei que os olhos dela começaram a ficar vermelhos e cheios de lágrimas, e aquilo começou a me preocupar. – O que foi? – novamente eu perguntei.

— Eu não sei como te falar... – ela começou, meu coração no mesmo momento meu coração começou a bater rápido, rápido demais.

— O que é isso? O que ela está querendo dizer Alice? – perguntei, agora olhando para Alice.

— Fala você, eu não consigo! – Tanya falou, ainda olhando para baixo.

— O que ela quer me falar? – perguntei novamente. Alice então suspirou.

— Edward, a Tanya me contou tudo, eu já sei de toda a verdade... – ela falou.

No mesmo momento suspirei. Que maravilha, era mais uma pessoa sabendo de toda a história. Assim, mostrando que meu segredo já não era mais tão segredo assim. Agora além de Emmett, já tinha Rosalie, Tanya, e agora Alice, sabendo que meu casamento com Bella era uma mentira, e que ela entrou na minha vida fingindo ser a minha viúva.

— Você está falando sobre o meu casamento? – perguntei, só para ter a certeza.

— Sim, mas eu não vim aqui para discutir essa história, mas sim para te contar a verdade, Edward, o Jacob não foi para o exterior, ele está aqui na cidade, e na verdade tudo que aconteceu foi uma armação para fazer você e a Isabella se separarem foi planejado por ele... - Alice contou, e no mesmo momento meu coração disparou mais forte, me provando que minha intuição estava certa.

— Você e Jacob foram cumplices Tanya? Você se juntou com Jacob para me separar da Bella? É isso? – eu perguntei me levantando do sofá.

 - Não! – Tanya falou rapidamente, olhando para mim. – Quer dizer, não do jeito que você está pensando...

— calma Edward, por favor! – Alice disse, se levantando do sofá e indo até mim, ela colocou a mão no meu ombro e forçou para que eu voltasse a me sentar, e então ela se sentou ao meu lado e eu voltei a olhá-la. – Tanya foi enganada pelo Jacob, quando ela foi até a empresa para falar com você, ela estava com boas intenções, realmente Jacob apareceu e contou tudo para ela, inventando tudo aquilo de que Isabella é uma golpista e que ela o seduziu!

— Eu fiquei muito preocupada com você Edward, eu achei que ela venho para sua casa para te roubar, tirar todo o seu dinheiro, e que você estava realmente sendo seduzido por ela! – ela afirmou e novas lágrimas caíram dos seus olhos.

Naquele momento eu estava me sentindo tonto, pelo jeito que elas falavam, elas pareciam já terem certeza de que Bella não é uma golpista, mas sinceramente eu já estava com medo de perguntar como elas descobriram isso.

— E como vocês sabem que ela não é uma golpista? – eu perguntei, a minha voz quase não saiu.

Tanya e Alice se entreolharam antes de me responder.

— Jacob pediu para eu ajuda-lo, para tirar ela da sua casa, e se eu não fizesse isso ela iria te roubar e iria fugir com o amante, ele disse que sabia que o amante se chamava Mike Newton e conhecia alguém que podia fingir que era o amante dela e ligar para sua casa, e a única coisa que eu precisava fazer é falar com você e depois colocar uma chave no quarto da Isabella, que seria uma chave de um quarto de motel, e eu fui e fiz, me perdoe, mas eu estava com ciúmes dela e também era conveniente para mim acreditar no que Jacob dizia, eu queria acreditar que ela não prestava, e também, toda a historia dele ligava, o jeito estranho dela tratar você, a forma em que ela apareceu, o casamento as escondidas, tudo fazia sentido... – Tanya confessou, enquanto chorava.

Eu suspirei e passei a mão em meu cabelo, enquanto discordava com a cabeça.

— E como você descobriu que era mentira dele? – perguntei a ela.

— Depois que eu coloquei a chave, eu fui até o hotel em que ele estava hospedado, para falar que já havia colocado a chave lá, como ele havia pedido, eu fui um momento no banheiro e então assim que estava saindo eu o ouvi falando no celular, ele estava falando com o Mike Newton no telefone e parecia que estava sendo ameaçado por ele, pois os dois começaram a discutir e eu ouvi Jacob dizendo que não iria lhe dar mais dinheiro, e assim que ele desligou a ligação, ele viu que eu estava ouvindo tudo, e foi ai então que eu o questionei, já que segundo ele, Mike Newton era o nome do amante da Isabella e não do cara que ele havia contratado, perguntei por que ele havia mentido, já que ele inventou para mim que esse cara se chamava Nicolas e não Mike, o amante de Bella...

— e ai ele te contou a verdade? – eu conclui, extremamente irritado com a história que estava escutando.

— Sim, ele ficou irritado com as minhas perguntas e disse que havia inventado tudo, e me contou que... – ela suspirou, olhou para o chão, antes de continuar. – Que Isabella foi enganada por ele, que ele casou com ela com o seu nome, pagando um juiz para fazer o casamento, e fez isso porque achava que você estava morto... – ela então voltou a me olhar. - E então, eu entendi que foi ele que armou o seu acidente, eu briguei com ele ao me dar conta disso, e ele então ele ficou violento, achei que ele ia me bater, ele gritou, dizendo para eu ficar calada, pois eu tinha que agradecê-lo, já que eu agora teria você de bandeja...

— Por que na hora você não voltou até a mansão e me contou a verdade? – eu perguntei nervoso com toda aquela história.

— Fiquei com medo! Com vergonha... – ela falou, enquanto chorava.

— É, Edward, eu que a convenci a vir porque ela não queria, estava com medo e com vergonha de você... – Alice falou.

— Só que depois que eu vi na televisão que Mike Newton havia morrido, eu me dei conta de que fora Jacob que o matou, porque estava sendo ameaçado por ele, foi então que eu não consegui mais me segurar e acabei contando tudo para Alice, e ai ela me trouxe até aqui! – Tanya finalizou, ela ficou me encarando por alguns segundos, em silencio, eu estava tão nervoso e desnorteado com o que havia acabado de escutar, que eu não sabia nem mesmo o que dizer. Vi que mais algumas lágrimas caíram dos olhos dela, antes que ela continuasse. – me perdoe Edward! – ela pediu, num tom choroso.

Eu a olhei por alguns segundos, antes de soltar um longo suspiro, e passar a mão em meu cabelo, num gesto nervoso.

— Tanya, eu estou muito desapontado, tudo que você fez foi muito errado, Bella é inocente e foi injustiçada, você nem imagina como essas ligações tornou a nossa vida um inferno, nossa relação já estava fragilizada devido á forma em que nos conhecemos, e ainda você contribuiu participando disso...

— Eu sei, eu sei! –ela me interrompeu e depois se levantou do sofá, enquanto enxugava as lágrimas com suas mãos. – Mas é que eu achei que estava ajudando você, eu pensei que ela era uma golpista, mas também como eu disse, era o que eu queria acreditar, era o mais conveniente para mim, você sabe, você já conhece os meus sentimentos por você!

Novamente eu suspirei e a olhei por mais alguns segundos, pelo que eu conhecia tanya, dava para perceber que ela realmente estava sendo sincera. Só de olhá-la nos olhos, eu conseguia enxergar o quanto ela realmente estava arrependida. Dava para notar que ela já estava mal demais, então mesmo que eu quisesse, eu não conseguiria apontar o dedo no rosto dela e ficar a julgando pelos seus atos, ainda estes tenha prejudicado minha relação com a Bella.

Então me levantei do sofá e me aproximei dela, colocando as minhas mãos nos ombros de Tanya, eu a olhei nos olhos e ainda fiquei calado por alguns segundos, antes de falar:

— Tanya, você não é uma pessoa ruim, eu sei disso, você apenas se iludiu comigo, tudo bem que eu também colaborei para que isso acontecesse, eu percebi que eu não fui tão legal com você, talvez de alguma forma ou de outra eu não deixei claro que não teria como termos um relacionamento sério, olha eu tenho certeza de que você vai encontrar um homem que vai te corresponder á altura, mas esse homem não sou eu, e quanto mais rápido você entender isso, melhor será para você! – eu disse, e então notei que novas lágrimas caíram dos olhos dela.

— Qual é o problema comigo? – ela perguntou num tom choroso, olhou para baixo, parecia envergonhada demais para me encarar.

— Nenhum, apenas não daria certo, porque para um relacionamento dar certo, tem que ter mais do que atração física, eu tenho que admitir que a gente teve isso um com o outro, mas precisaríamos de algo mais, e esse algo mais não existiu entre nós, eu sinto muito Tanya, mas eu me apaixonei pela Bella...

— Eu sei! – ela falou, olhando-me fixamente, seus olhos claros estavam extremamente vermelhos.

Soltei um suspiro, antes de continuar.

— Mas eu perdoo você... – falei, e em seguida dei um beijo na testa dela. – E se quiser a minha amizade, você sempre terá!

— Obrigada Edward! – ela agradeceu, sorri forçadamente para ela, enquanto começava a digerir tudo o que eu descobri.

Mesmo Tanya tendo sido parte de tudo o que aconteceu eu sabia que ela acabou no fim das contas sendo também uma vitima, assim como a Bella, assim como eu. Na verdade, existia apenas um culpado disso tudo. Jacob Black, e era com ele que eu iria acertar as contas.

***

Tanya me explicou em qual hotel Jacob estava hospedado, e eu já estava até ansioso para ficar frente a frente a ele, pois agora ele não iria me escapar. Quando ficássemos cara a cara eu não iria mais me lembrar de que ele é meu irmão, eu também não iria ficar mais com medo da reação de nossa mãe quando souber disso tudo. As coisas há muito tempo já havia saído do limite, e não tinha mais jeito, enquanto eu não fizesse algo, Jacob iria continuar agindo e isso não dava mais. Eu não iria permitir que ele continuasse tentando me separar de Bella. Ao pensar nela, eu até mesmo senti um forte alivio dentro de mim, ainda que tudo que aconteceu tenha sido terrível, eu sabia que se eu parasse para refletir, eu poderia ver que por um lado existe mal que vem para bem, o que Tanya me falou, fora muito útil, pois apenas provou que Bella havia sido sincera por todo esse tempo. E que realmente era uma pessoa da qual eu poderia confiar.

Jacob poderia ter vencido a batalha, e seu plano poderia ter dado certo, embora apenas temporariamente, pois eu já tinha a certeza de que a guerra quem iria vencer era eu, pois eu já estava decidido que hoje mesmo eu iria resolver tudo e iria trazer Bella novamente para mansão. Sim, eu iria atrás dela.

Assim que me despedi de Tanya e Alice, já segui em disparada para o meu quarto, peguei uma mala e comecei a colocar umas peças de roupas lá dentro, enquanto fazia isso, ouvi o barulho da porta do meu quarto se abrir, mas eu estava tão agitado, que não quis nem parar para ver de quem se tratava.

— Edward, meu filho, você vai viajar? – minha mãe perguntou, só então a olhei, mas de forma rápida, pois logo depois já voltei a me concentrar em colocar as roupas na mala.

— Sim, mas vai ser rápido, acho que volto no máximo em dois dias... – falei, pensando em quantas coisas eu precisava falar para minha mãe, mesmo sendo um assunto difícil, eu sabia que em breve não poderia mais ser adiado, ainda mais depois de tudo que descobri.

— Mas... Para onde você vai? – ela me perguntou, ficando confusa com a viagem repentina.

Só então eu parei por alguns segundos, para enfim encará-la.

— Eu vou atrás de Bella, eu já descobri que ela é inocente, e vou trazê-la de volta! – eu falei, sorrindo para ela, logo o rosto dela também se iluminou com um sorriso.

— Sério? Mas que boa noticia! Como você descobriu?  - ela me perguntou.

Então eu soltei um suspiro.

— Quando voltar eu te explico, me aguarde, vou trazer todos eles de volta! – respondi, e então, dei um forte abraço em Esme, que prontamente ela me correspondeu, respirei fundo, e prolonguei o abraço por mais tempo que eu esperava que iria fazê-lo.

Esme era uma mulher tão boa, eu não conseguia entender como ela pode ter um filho tão ruim como Jacob, que nunca, nunca lhe deu valor.

— Eu amo você minha mãe! – falei para ela, assim que a soltei, ela me encarou com um leve sorriso nos lábios e então acariciou meu rosto com sua mão.

— Eu também te amo! Volte logo... – ela pediu.

Logo peguei a minha mala, assenti com a cabeça e então sai rapidamente do quarto, desci a escadaria apressadamente, em seguida falei rapidamente com Rodolf, pedindo para que ele cuidasse de minha mãe, depois fui em direção ao meu carro. Sinceramente, eu já estava ansioso para reencontrar Bella, tanto que eu já até podia sentir o calor do seu abraço.

***

Antes de ir para cidade do interior da qual Bella vivia, preferi passar primeiro no hotel da qual Tanya me informou que Jacob estava hospedado. Porém, só foi eu chegar lá e falar com a recepcionista, para eu descobrir que Jacob já havia ido embora.

Então, continuei a viagem, sem sequer mesmo ter o endereço de Bella em minhas mãos, apenas quando cheguei a cidade do interior, liguei para o detetive, para que ele me passasse o endereço da casa dela.

Só de entrar na cidade, meu coração já bateu acelerado, eu queria fazer uma surpresa a ela, então antes de ir até a casa dela, já parei numa floricultura e comprei o mais belo buque de rosas vermelhas que encontrei. Assim que voltei para o carro e continuei seguindo para casa dela, comecei a pensar nos meus próximos planos, que claro, Bella estava incluída em todos eles. O principal é que eu já estava decidido a pedi-la em casamento, quer dizer, já éramos casados, mas eu queria oficializar a união na igreja, para que dessa vez eu pudesse dizer “sim” para ela, e ela pudesse dizer sim para mim de verdade. O verdadeiro Edward Cullen.

Além disso, eu queria comprar uma nova casa, só para nós dois, já pensava na possibilidade de termos filhos, de fazer uma nova viagem, e muitos outros planos, e eu já estava louco para contar todos esses planos para ela, torcendo para que ela concordasse, e que quisesse recomeçar, agora, de uma forma diferente. Totalmente diferente, onde a confiança pudesse reinar entre a gente.

Assim que cheguei a porta da casa dela, o meu coração bateu ainda mais forte, desci do carro ansioso, respirei fundo antes de tocar a campainha, tive que tocar duas vezes para que finalmente a porta fosse aberta.

Eu me deparei com Jane, e fiquei meio surpreso ao ver que seus olhos estavam vermelhos, e ela não estava com a melhor expressão em seu rosto.

— Edward! – ela falou. Parecia ter ficado surpresa com minha presença e com razão.

— Jane, está tudo bem? – perguntei.

Ela discordou com a cabeça, enquanto algumas lágrimas brotavam em seus olhos, enquanto seu rosto extremamente branco começava a ganhar um tom avermelhado.

— Não! Ai Edward, eu já ia te ligar...

Ouvir aquela frase fez o meu estomago doer de uma forma estranha, pois eu sabia, eu tinha certeza de que não iria ouvir uma boa noticia.

— O que foi? – eu perguntei, a voz quase não saiu.

— A Bella... Ela desapareceu! – Jane falou.

Meus lábios então se entreabriram, e só apenas senti o buque que eu segurava escorregar de minhas mãos, caindo no chão. Então apenas uma única certeza surgiu em minha mente: Jacob a sequestrou.

Continua...