Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 26
Separação


Notas iniciais do capítulo

olá gente!!! voltei... mais um cap. quente para vocês, espero que gostem e não deixem de comentar... logo responderei os comentários atrasados, quero agradecer a quem está comentando, nessa reta final é importante ;)



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26. Separação

Edward Cullen

Eu não sei por quanto tempo eu fiquei encarando aquela chave, até conseguir voltar para a minha realidade. Por um momento eu não sabia nem o que pensar, a única coisa que agora eu sabia é que aquela chave pertencia a um motel, embora eu ainda não soubesse o que diabos ela estava fazendo nas coisas de Bella.

Respirei fundo, na tentativa de controlar a raiva e não acabar agindo por meio do impulso, e então peguei o meu telefone e liguei para Emmett, o meu lado intuitivo logo me fez pedir para ele ligar para o tal motel e assim tentar descobrir se aquele quarto havia sido pedido por Mike Newton, ele logo disse que iria fazer isso para mim.

E então logo depois eu decidi esperar, eu queria a resposta de Emmett para depois ter a certeza do que falar para Bella. Mas cada vez mais tudo levava a crer que ela estava mentindo, na verdade isso já estava mais do que claro, já que o celular dela já estava cheio de ligações de Mike Newton, mesmo ela tendo dito para mim que ele não havia ligado para ela.

Fui para o quarto e encontrei Bella saindo do banheiro, ela estava secando o seu cabelo com a toalha, e assim que me viu sorriu levemente, parecia que ia continuar fingindo que tudo estava bem.

— Edward, já faz tempo que chegou? – ela perguntou para mim.

De inicio eu não consegui respondê-la, pois estava difícil engolir todas as minhas desconfianças, esconder tudo que eu já sabia e agir normalmente com ela, era algo quase impossível de se fazer. Eu estava com dificuldades até mesmo de encará-la, tive que abaixar a cabeça e respirar fundo, para conseguir respondê-la:

— Está tudo bem! – falei, e depois tratei de voltar para minha mala.

Percebi que Bella ficou em silencio por alguns segundos, até então se aproximar de mim e tocar em meu ombro, eu quis me desvencilhar, mas me segurei.

— Quer que eu te ajude a arrumar as coisas? – ela perguntou.

— Não, não precisa... Rodolf na verdade faz isso muito bem, é que, eu estou procurando minha carteira! – falei.

— Você acha que a perdeu? – ela perguntou.

Eu suspirei.

— Provavelmente... – falei. – Devo ter esquecido lá no hotel! – eu disse.

Irritado ainda com o fato de ter a perdido, eu tive que ser obrigado a ir para o meu escritório para ligar e cancelar todos os cartões de credito. Enquanto fazia isso, eu cheguei ir a sala de estar e então eu vi Bella indo até a cozinha, eu aproveitei para voltar ao quarto dela e colocar o celular no mesmo lugar que encontrei, afinal, no momento eu não queria deixá-la desconfiada de nada. Quando fosse para eu colocá-la na parede, eu preferia pegá-la de surpresa, para não dar tempo de ela pensar em inventar nenhuma mentira ou desculpa.

Quando anoiteceu, eu fui obrigado a ficar no quarto com ela. Por sorte, ela não demorou muito para dormir, enquanto se manteve acordada ela parecia pensativa e não ficou conversando ou fazendo muitas perguntas.

E enquanto ela dormia, eu fiquei revirando para um lado e para o outro na cama. Só a espera de Emmett ligar e dar a resposta que eu tanto queria saber.

E essa resposta veio logo no dia seguinte. Eram umas sete horas da manhã quando Emmett ligou no meu celular, me informando que a demora da resposta foi porque não queriam passar a informação para ele e ele precisou pedir para o detive que está investigando sobre Mike Newton, tentar descobrir se aquele quarto havia sido mesmo pedido por Mike. E então, ele conseguiu. Realmente fora Mike que havia feito a hospedagem, e era para hoje á noite.

No mesmo momento senti um forte revirar de estomago, e a raiva acumulada dentro de mim começou a subir em direção ao meu cérebro. Quando sai do escritório, eu já estava até mesmo tonto. Afinal, a única esperança que eu tinha já havia sido destruída. Agora. Nesse momento.

Passei pela sala de estar e encontrei minha mãe sentada ao sofá, assistindo algo na televisão, ela assim que me viu, sorriu para mim, afinal, ela ainda não sabia de nada, coitada, para ela tudo estava bem, enquanto para mim o mundo estava desabando.

— Filho, hoje você não vai para o trabalho? – ela me perguntou.

— É, só vou mais tarde! – eu respondi, a voz quase não saia, eu já ia subir as escadas, quando ouvi a campainha tocar.

Fora então que eu desisti, me virei e observei Rodolf sair da sala de jantar e ir até a porta de entrada, ele a abriu e então eu fiquei meio surpreso, ao ver que quem estava ali, se tratava de George, o senhor da qual eu dei carona.

— Eu poderia falar com o senhor Edward! – ele pediu para Rodolf.

Com as sobrancelhas franzidas, eu logo me aproximei de George, assim que o senhor me avistou ele sorriu e logo tratou de me cumprimentar com o aperto de mão, meus lábios se entreabriram assim que eu vi que ele estava segurando minha carteira em suas mãos.

— Edward... Eu não sabia que o senhor era famoso, bem que eu estava desconfiado, de que seu rosto não me era estranho... – ele falou, sorrindo para mim. Eu correspondi também o sorriso, embora ainda não estivesse entendendo nada.

Vi que agora minha mãe estava em pé, próximo a mim, então aproveitei para apresentá-la ao senhor.

— É... George, essa aqui é minha mãe Esme, mãe esse aqui é George, um senhor que eu encontrei na estrada e ofereci carona! – falei.

— Ah, muito prazer, senhor George! – ela disse, sorrindo e então eles também se cumprimentaram com um aperto de mão.

— O prazer é todo meu! – ele falou e depois voltou a olhar para mim. – Bom, o senhor deve estar estranhando eu ter aparecido aqui, mas, você já deve imaginar o que minha visita se trata, já que estou com algo do senhor em minhas mãos... – ele falou.

— É, essa é minha carteira! – eu disse, e então ele logo me entregou.

— Sim e peço desculpas, isso é culpa de meu neto, ele fez algo terrível, pegou essa carteira em sua bolsa, mas logo que a encontrei lá em casa, eu já tratei de vir aqui te devolver, por sorte dentro da sua carteira tem um cartão que atrás dele estava o seu endereço! – ele falou.

— Ah sim, eu tinha anotado para um cliente... Mas não tem problemas! – eu falei, abrindo a carteira e verificando que estava realmente tudo ali, até o dinheiro que eu havia deixado lá dentro.

— Perdoe meu neto, ele realmente já se arrependeu pelo que fez, e fique sabendo que eu já o deixei de castigo! – ele disse.

Então foi a vez minha mãe sorrir e fala:

— Não se preocupe, meu filho tem um bom coração e vai perdoar sim, não é meu filho? – ela perguntou, pondo a mão dela em meu ombro, e então eu sorri.

— Sim, claro! Sem problemas, muito obrigado por me devolver, foi muito honrado de sua parte... – agradeci.

— É, que tal o senhor entrar e tomar um café com a gente? – minha mãe convidou, então o senhor George sorriu e assentiu com a cabeça.

***

George e minha mãe sentaram-se no sofá, Rodolf trouxe uma bandeja com café e logo eles começaram a conversar enquanto o bebia, minha mãe sempre foi uma adoradora de história, logo se interessou em conhecer como são os dias de George no campo.

Eu fiquei alguns minutos em pé, de braços cruzados, apenas ouvindo a história. Mas os meus pensamentos estavam tão longe, que eu não conseguia me concentrar em nada que não fosse ás ultimas descobertas que fiz.

Até o momento Bella não havia aparecido no andar de baixo, e meu lado impulsivo já estava louco para ir atrás dela e finalmente perguntar sobre a chave, e ver o que ela iria me responder.

Sem aguentar esperar mais, eu já estava pensando em pedir licença e subir, já havia até aberto a boca para falar, quando os meus olhos passaram por acaso na televisão, que ainda continuava ligada, e vi o nome Mike Newton escrito logo embaixo. E claro que aquilo já chamou minha atenção.

Com os olhos arregalados me aproximei da televisão, prestando atenção na reportagem. Logo escutei a informação de que Mike Newton fora encontrado morto, hoje de manhã em um beco, num local meio isolado.

Ele havia levado um tiro na cabeça, dando a entender que fora uma execução. Pela primeira vez vi a foto dele aparecendo na televisão, enquanto informavam que ele era motorista de caminhão de uma empresa que eu já havia ouvido falar. E pela foto, eu vi que realmente se tratava de um homem jovem.

Pelo estado do corpo, parecia que ele havia sido morto há poucas horas.

— Minha nossa! – eu falei, ainda incrédulo com a noticia, logo isso chamou atenção de minha mãe e da nossa visita.

— Nossa... Esse jovem morreu! – quem falou agora fora George, me virei para olhá-lo, e sai de perto da televisão, para que ele pudesse ver a reportagem melhor.

— Por que? Você o conhecia? – logo fui perguntando.

— Não muito! – ele falou e no mesmo momento meu coração disparou. – Ele era um motorista de caminhão, e como passava muito na estrada perto da onde eu moro, ele acabou me dando carona algumas vezes, e a ultima vez que o vi já fazia alguns meses, era como se ele tivesse sumido do mapa... – ele comentou.

Foi então que meus lábios foram se abrindo, enquanto eu começava a ligar os pontos. Motorista de caminhão... Meu acidente...

Passei a mão no cabelo, e novamente me recordei daquele momento, o momento em que vi um caminhão vindo em direção ao meu carro, minutos depois meu carro capotou.

— Edward... Está tudo bem meu filho? Você está pálido! – eu ouvi minha mãe exclamar, meio preocupada, ela se levantou e me segurou pelo braço. Naquele momento ainda com o coração disparando, eu desviei o olhar dela, assim que percebi a aproximação de uma pessoa.

Era finalmente Bella, que havia descido a escadaria e agora estava próximo de nós. Olhei para ela, totalmente incrédulo.

— Sim, eu estou bem... – falei, ainda olhando para ela fixamente, e então eu suspirei. – Olha só Bella, quem morreu hoje de manhã...

Bella franziu as sobrancelhas, depois olhou para televisão, fiquei olhando fixamente para ela, para então ver a mudança do semblante em seu rosto, agora de confusa para uma expressão de surpresa.

— Ah claro, Mike Newton, eu ouvi esse nome, perai, não era o homem que estava ligando aqui em casa? – minha mãe falou, mas eu não consegui respondê-la, eu não conseguia desgrudar os meus olhos no de Bella. Ela ainda parecia surpresa, até que então sem dizer nada, se virou e subiu as escadas rapidamente, sim, sem falar uma palavra qualquer. – Edward! Edward! Está tudo bem? – ouvi minha mãe falando, mas não agüentei. Quando dei por mim, minhas pernas já se moveram, até o escritório, abri a primeira gaveta e peguei a chave, e logo depois eu fui atrás de Bella, abri a porta de nosso quarto e a vi sentada na cama, com o rosto levemente vermelho, parecia apavorada.

— Jacob! Ele deve ter o matado! – ouvi Bella falar.

— Jacob... – falei, me aproximando dela, com um olhar bastante sério. – Será que foi Jacob mesmo Bella? – perguntei, e ela olhou para mim com os olhos marejando.

— Como? – ela perguntou.

— Ou vamos supor que ele tenha matado mesmo Mike Newton, ele matou por quê? Por ciúmes de você? Quis eliminar o teu amante? – perguntei.

— Do que você está falando? – ela perguntou, levantando-se da cama e me encarando com um olhar sério.

— Me explica Bella, o que significa isso? – perguntei, tirando a chave do bolso e mostrando para ela.

— O que é isso? – ela perguntou, pegando a chave.

— Eu que te pergunto, estava na gaveta da cômoda, junto com o seu celular, que alias estava tocando muito, foi por isso que eu a encontrei, eu tenho que te pedir desculpas, pois naquele momento eu fiquei tentado a atender o telefone, e imagina quem era? – falei. A boca dela se abriu mais.

— Edward... Eu... – ela começou.

— Ele te ligou um monte de vezes e mesmo assim você mentiu para mim dizendo que ele não tinha te ligado, e essa chave Bella, é de um motel que Mike Newton reservou para vocês dois esta noite, agora ele não vai mais, não é? Afinal, ele está morto, você por acaso tem algo haver com isso? – fui tentado a perguntar.

— Você está me acusando de assassina? Como eu o matei se eu estava dormindo na cama com você? – ela perguntou, enquanto lágrimas caiam dos olhos dela, ela me encarou com um olhar raivoso.

— Não disse que você matou, mas hoje em dia, existem mandantes, outras pessoas vão e fazem o trabalho sujo! – falei, e ela então discordou com a cabeça.

— Olha em que ponto chegamos! – ela falou, enquanto mais lágrimas caiam dos olhos dela. – Eu sabia, eu sabia que isso nunca daria certo, não tem como sermos felizes Edward dessa forma, com tantas desconfianças!

— Não, não venha trocar de assunto... – eu comecei, imaginando que aquele drama deveria ser um truque, para me distrair e trocar o foco do assunto principal.

— Eu não estou trocando de assunto, eu só não tenho o que explicar, eu não matei e nem mandei matar o Mike Newton, eu não sabia que essa chave estava na gaveta da minha cômoda e sobre as ligações, eu ainda ia falar para você, eu escondi para não te preocupar naquele momento e também porque eu achei que não era algo que deveríamos falar por telefone! – ela falou.

— Ah é? E por que você não me falou nada depois que cheguei? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Porque você estava estranho, não achei oportunidade... – ela disse. Então discordei com a cabeça. – Eu sei, eu sei! É difícil de acreditar, talvez em seu lugar nem eu mesma acreditaria nisso, eu também acharia que é uma desculpa, mas é a verdade Edward, por mais improvável que seja é a verdade, só que eu não vou te julgar se você não acreditar em mim, eu sinto muito, eu também colaborei em não ter te contado sobre as ligações de Mike Newton! – uma lágrima caiu dos olhos dela, ela tirou rapidamente com o seu dedo.

— Bella... Eu não sei mais o que pensar! – confessei, passando a mão no cabelo, eu estava muito confuso, soltei um longo suspiro e Bella então assentiu com a cabeça, ficou calada por alguns segundos antes de continuar.

— Edward, está mais do que claro que não tem mais como continuarmos morando na mesma casa, não tem mais como continuarmos juntos dessa forma, o melhor a se fazer é eu ir embora... – ela falou. – Isso se você não quiser me denunciar! – ela disse, cruzando os braços.

— Não... Eu não vou fazer isso! – falei rapidamente. – Mas, eu acho que você tem razão! – falei, abaixando a cabeça sem ter coragem de continuar a encarando. – Eu acho que precisamos de um tempo! – acrescentei, sentindo meus olhos marejar, mas segurei as lágrimas o máximo possível.

— Me perdoe, por eu ter te causado tantos problemas! – a ouvir falar num tom de choro, então voltei a olhá-la. – Você me ajudou a encontrar o meu pai, me deixou morar aqui, até deu dinheiro para Jacob ir embora, fez de tudo por mim, e eu, eu só baguncei a sua vida, eu sinto muito, de verdade... – ela acrescentou, e novas lágrimas caíram dos olhos dela. Eu fiquei a olhando sem saber o que falar. – Eu não estou magoada, acredite, porque tudo que te falei, eu nunca consegui provar nada e você ainda assim por um bom tempo acreditou em mim sem nem ter a certeza de nada... Então, você já fez o bastante!

— Bella... – eu falei.

— Não Edward! – ela logo me interrompeu. – Não fale nada, se não esse momento só vai se tornar mais difícil... – ela acrescentou num tom de choro, em seguida virou-se rapidamente de costas, parecendo querer evitar me olhar novamente. – Caso você queira que eu assine o divorcio, saiba que eu não vou me recusar e também pode ficar sossegado que se eu precisar assinar algo para renunciar a metade dos seus bens eu assino, bom é só você ligar no meu celular, eu vou manter o numero, além do mais você sabe onde moro também... – ela acrescentou, ainda de costas.

Fiquei calado por alguns segundos, ainda tentando digerir tudo aquilo.

— Bella, olhe, eu sei que vocês não estão em um momento fácil, o seu pai acabou de se recuperar, você não tem mais emprego... – eu falei, me lembrando desse fato, Bella voltou a me olhar, ainda com os braços cruzados. – Caso precise de dinheiro...

— Não Edward! – ela novamente me interrompeu. - Se tudo isso aconteceu, é por causa do maldito dinheiro, eu não quero nada, eu só quero minha a paz de volta e não existe dinheiro no mundo que possa pagá-la! – ela acrescentou, enquanto mais uma lágrima caia dos seus olhos, ela rapidamente tirou-as com a mão e novamente desviou o olhar. – Eu vou avisar minha irmã e meu pai para eles arrumarem as coisas dele, em torno de uma hora eu já vou embora, pede desculpas para Rosalie e Emmett por mim, por não poder mais ser madrinha de casamento deles, e se puder, fala para ela que vou sempre me lembrar dela com carinho, e que desejo a eles felicidade!  – ela disse e em seguida suspirou. – Bom, com licença e mais uma vez, me desculpe e muito obrigada por tudo! – ela acrescentou, antes de dar as costas e sair, em passos bem largos, tão rápido que não deu tempo nem de eu falar mais nada.

Com os olhos marejando, eu me sentei em minha cama, passei a mão em meu cabelo, enquanto pensava nas palavras dela. Era incrível como ela sempre parecia sincera, tanto, que isso somente me deixava mais confuso, nervoso, sem saber o que pensar ou o que fazer. Eu queria acreditar nela, eu queria acreditar em sua inocência, principalmente por amá-la. Mas eu sabia que se eu agisse pelos meus sentimentos e estivesse enganado e fosse descobrir bem mais para frente isso, eu não me perdoaria nunca, e por isso, eu não tive coragem nem de me mover.

Além do mais, eu já havia chegado ao ponto de acusá-la de mandante de assassinato. Eu sabia que havíamos chegado ao nosso limite, e nossa relação não era mais saudável. Sim, ela tinha toda razão de querer ir embora,

***

Eu não tive coragem de ver Bella arrumando as suas malas, então, todo o tempo em que eles estavam se preparando para ir embora, eu preferi me manter em meu escritório.

Antes eu me despedi de George que permaneceu todo aquele tempo na sala de estar, conversando com minha mãe. Ele estava já se despedindo dela, então aproveitei para novamente lhe agradecer. E antes que minha mãe descobrisse que Bella e a sua família estava indo embora de casa, eu preferi já me apressar e ir o mais depressa o possível para o escritório.

Lá dentro eu sentei em minha mesa, e fiquei ali no silencio, pensando, me lembrando de tudo que vivi desde que Bella apareceu em minha vida, fingindo ser a minha esposa.

Mesmo que ela tivesse razão por umas partes e fez até minha vida se tornar mais bagunçada, ao mesmo tempo ela me demonstrou ser uma mulher da qual eu não estava acostumado, mas que fora impossível não me apaixonar. Uma mulher simples, humilde, de bom coração e com valores admiráveis.

Só de pensar nisso, e saber que ela estava um passo de ir embora. Meu coração apertava-se cada vez mais.

— Como eu queria saber se tudo que você me diz é verdade... – eu falei para mim mesmo, enquanto eu olhava para a minha mesa. Eu sabia que estava numa situação complicada, pois confiança não é simplesmente um botão que você aperta e ela nasce do nada, eu sabia que para ela existir tinha que vir através da convivência, de cada gesto do outro, ou melhor, de atitudes. E infelizmente, isso deixou de faltar entre a gente. Como eu queria ter a conhecido de outra forma...

  E enquanto eu ainda estava distante, nem percebi quando a porta do meu escritório se abriu de repente, só fui me dar conta quando minha mãe entrou no escritório com um semblante que indicava claramente que ela estava incrédula com algo, na verdade eu até sabia o que era.

— Edward! – ela falou, aproximando-se de mim. – O que está acontecendo? Eu vi a Bella, o Charlie e a Jane arrumando as malas, eles disseram que vão ir embora, como assim? – ela perguntou para mim.

Eu suspirei, levantei da minha mesa, apoiando as minhas duas mãos nela, e então soltei o ar com dificuldade. Enquanto sentia os meus olhos novamente marejarem.

— Bella e eu vamos dar um tempo... – respondi.

— Vocês brigaram? Foi por causa desse Mike Newton, que até hoje ninguém quis me explicar, quem é ele! É isso? – ela falou.

— Mãe, como eu vou te explicar quem é Mike Newton, se nem eu mesmo sei... – falei suspirando. – A única desconfiança que tenho é que ele pode ser a pessoa que provocou o meu acidente! – acrescentei a deixando mais incrédula ainda.

— Então é isso? Você acha que Isabella estava de caso com esse homem? Que ela te enganou e junto com ele planejaram seu acidente é isso? Para o que? Ela herdar toda sua fortuna? Porque quando você chegou aqui na mansão você não se lembrava de ter se casado... – minha mãe falou assombrada com o que eu estava lhe dizendo.

— Bella sempre demonstrou ser uma mulher boa e honrada, mas eu não tenho certeza de nada, eu a amo, a admiro, mas eu não tenho certeza se essa pessoa que eu amo realmente existe, ou se ela está atuando, criando uma pessoa que não é real, o meu medo é esse mãe, de eu estar fantasiando, sendo enganado, amando, admirando alguém que nem mesmo existe... – confessei, e depois sentei em minha mesa, passei a mão no cabelo, e então notei a aproximação de minha mãe, levantei a cabeça para olhá-la, ela então passou a mão em meu rosto e sorriu.

— Meu filho, eu te entendo completamente, você nunca se lembrou de ter se casado com ela, não é? – ela perguntou e então eu discordei com a cabeça. Eu sabia que em breve eu teria que contar para minha mãe sobre as acusações de Bella contra Jacob, mas não agora. Naquele momento preferi me manter em silencio, e continuar adiando isso um pouco mais. – Como eu disse, eu sempre tive boa impressão dos três, me demonstram serem pessoas muito boas...

— Sim e eu sei que você se dá muito bem com Charlie, eu sinto muito minha mãe... – falei.

— Ah sim Charlie... – ela falou, cruzou os braços e começou a andar pelo escritório. – Eu vou sentir falta de conversar com ele, ele sempre fazia os meus dias serem mais agradáveis!

— É, eu percebi! Mas agora, eles não têm condições de continuar nessa casa, Bella e eu vimos que não podemos construir uma relação na base da desconfiança, ela sempre está com medo de eu colocá-la na cadeia, enquanto eu sempre estou com medo de ela estar me enganando e ser uma golpista, então, enquanto não termos a certeza da verdade, melhor assim, não é? – falei, sorrindo forçadamente ela concordou com a cabeça.

— Foi uma decisão sensata, um afastamento não quer dizer que seja algo definitivo... Veja a relação que eu tive com o seu pai, quantos anos nós ficamos separados e não foi por isso que não voltamos, melhores, mais maduros, mais fortes, com uma relação nova, reciclada, e eu te garanto Edward, não me arrependo de nada que vivi com ele, foi maravilhoso, não foi o tempo que destruiu nosso amor... – ela sorriu para mim, e então assenti com a cabeça. Ela então se aproximou de mim e pegou em minha mão. – Essa separação de corpos dói meu filho, dói bem aqui... – ela disse, colocando a mão no meu coração. – Mas se há amor, eu te garanto que será apenas uma separação de corpos, o sentimento continuará ai unido ao dela, como se fosse só um, e esse sentimento vai permanecer vivo todos os dias, e caso isso aconteça, eu te garanto que ele te levará novamente a ela, o amor fará vocês se reencontrarem...

Enquanto a ouvia falar, uma lágrima caiu dos meus olhos. Novamente assenti com a cabeça, mas me mantive calado, já que eu estava sem condições de falar nada. Fora então que alguém bateu na porta e em seguida a abriu, olhamos para o lado e avistamos o mordomo Rodolf.

— Com licença, é que a senhorita Isabella, a senhorita Jane e o senhor Charlie já estão indo embora, Charlie quer se despedir da senhora... – ele falou.

— Ah eu já vou! – ela disse.

— Mãe, é peça desculpas a Charlie por mim, é que eu não tenho condição... – eu comecei.

— Eu sei meu filho, eu sei, é um momento difícil, então não se preocupe... – ela falou, se aproximando e dando um beijo em minha cabeça, em seguida observei ela se virar e sair do escritório, fechando a porta atrás de si,

Uma nova lágrima caiu dos meus olhos, então me levantei e fui até a janela, fiquei um tempo ali, observando o jardim da mansão. Acredito que por quase cinco minutos até que finalmente eu os avistei, saindo primeiro Charlie se segurando nos braços de Jane e Bella logo atrás, com uma mala em sua mão. Mordi fortemente  os meus lábios e coloquei minha mão no vidro da janela, enquanto os meus olhos por mais que quisessem não conseguia se desgrudar dela.  

Eu a vi então se virar, e olhar em direção a minha janela, nesse momento eu não agüentei e permiti que mais lágrimas caíssem dos meus olhos. E mesmo de longe, eu ainda consegui ver, que não era só eu que estava chorando. Bella também estava.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Bom, esse momento é necessario para ambos, esperam que entendam e que não trucide nenhum dos dois, para mim ambos foram sensatos ;)



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