Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 23
Mike Newton I


Notas iniciais do capítulo

olá gente, tudo bem? eu estou postando mais um cap. a vocês, eu queria ter avançado mais na história, mas agora está ficando dificil para mim de escrever e para cumprir as atts nas quartas-feiras, eu precisei fazer um cap. menor, espero que mesmo assim vocês gostem e não deixem de comentar, bgs



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23. Mike Newton I

Enquanto encarava Bella notei que ela estava levemente nervosa, ela me olhava fixamente, e seus lábios permaneciam entreabertos. Era como se ela tivesse sido pega de surpresa.

— Mike Newton? – ela repetiu o nome, num tom de pergunta.

— Quem é ele? – perguntei, dando mais um passo na direção dela e olhando-a com atenção. - Não tem nenhum Mike Newton na sua cidade? – perguntei, arqueando as sobrancelhas, enquanto ainda encarava.

— Não! – ela repetiu. – Eu não conheço nenhum Mike Newton, além do mais, quem é essa pessoa que você tanto está perguntando?

— Bom, eu não sei, ele simplesmente está ligando aqui em casa, querendo falar com você! – respondi, cruzando os braços e ainda a analisando com atenção, notei certo nervosismo em sua expressão.

— Ninguém me contou nada sobre isso... – ela disse.

— É, porque só quem sabe é o mordomo e eu, ele ligou agora pouco e quando perguntei o que ele queria com você, ele simplesmente desligou... – falei.

— Ele se apresentou como Mike Newton? – ela perguntou.

— Agora sim! – falei. Ela se aproximou da cama, se sentou nela e então me olhou.

— Eu juro que eu não sei quem é Mike Newton, mas deve ser alguém ligado ao jacob! – ela falou, e eu permaneci com os braços cruzados enquanto a encarava.

— Bom, mas seria bom você atender, para saber o que ele quer falar, se for algum recado do Jacob como nós achamos que é, ele irá falar na ligação...  Não acha? – perguntei.

— Sim! – ela concordou. – Mas se for recado dele, quer dizer que talvez ele não tenha ido embora, talvez ele esteja aqui perto e todo o seu esforço foi em vão... – ela falou, olhando para baixo, e cruzando os braços, ela parecia realmente chateada com sua suspeita, e instintivamente para consolá-la, eu já fui me aproximando e então me sentei ao lado dela, e coloquei minha mão em seu ombro.

— Não! Talvez não seja isso, não vamos precipitar as coisas, certo? – eu falei, e senti como se tivesse falado aquilo também para mim, como também para ela. Mesmo que os fatos ás vezes me levava a crer que Bella esteja mentindo e tudo isso seja apenas um golpe, eu sabia que ainda também existia a possibilidade de ela estar falando a verdade e quem esteja mentindo e armando tudo isso seja Jacob, meu próprio irmão, e ainda na cumplicidade de Tanya.

Para ser sincero eu sempre duvidei do caráter de Jacob, sempre duvidei quando ele fingia boas intenções para cima de mim, ele não ia com minha cara, isso é um fato. E por um lado, tudo levava a crer que Bella estava falando a verdade. Mas ainda assim era difícil imaginar que ele possa ser o culpado do meu acidente, e eu ainda ficava na duvida, do que era pior ter a certeza. O que será que doeria mais? Ter a certeza de que Jacob, meu próprio irmão, sangue do meu sangue é o culpado de tudo, até mesmo do meu acidente, ou de Bella, a mulher que eu amo ser a golpista e que tenha armado contra mim e até contra Jacob? Fazendo nosso relacionamento apenas piorar ainda mais.

Eu ainda não sabia o que eu queria acreditar, qual a certeza que eu queria ter... Mas eu só tinha certeza de uma coisa, eu não queria viver a vida inteira com essa duvida, eu precisava saber de toda verdade.

Todas essas ultimas semanas, confesso que eu só queria esquecer aquilo tudo, fingir que Jacob apenas viajou e deixar para lá tudo aquilo, apenas torcendo para que ele refizesse a vida dele e eu pudesse viver uma vida de casado com Bella, mas agora, parecia que aquilo seria impossível, toda vez que tocava o telefone, novamente o redemoinho de duvidas me consumia, pois me fazia lembrar que tinha um homem atrás de Bella, embora não tivéssemos a certeza do que ele queria. Mas eu sabia que tinha algo acontecendo, e isso não podia ser ignorado.

Tudo bem, que eu não queria tomar nenhuma atitude precipitada, eu queria a certeza, eu queria a prova, antes de acusar um ou outro. E fora o que decidi no dia seguinte, procurar um meio de descobrir a verdade.

Durante toda a noite, eu fiquei deitado na cama apenas pensando no que Tanya me falou, ao mesmo tempo em que eu pensava na possibilidade de Bella estar sendo sincera, ou de ela estar mentindo e eu ter acusado Jacob injustamente. Bella não demorou muito para dormir, e por um momento eu me virei na direção dela e passei a mão em seus cabelos escuros, enquanto a observava.

Como eu já gostava dela... Eu não conhecia ela mais do que poucos meses, não sabia tudo sobre sua vida, e nem convivia com ela por tanto tempo assim já que as primeiras semanas ela apenas ficou fugindo de mim, fazia poucos dias que começamos a viver como um casal de verdade. Será que eu estaria sendo inocente demais? Eu teria me apaixonado rápido demais por ela?

Soltei um suspiro, e voltei a olhar para o teto do meu quarto. Eu não tinha certeza de nada, a única coisa que eu tinha a certeza, é que eu não poderia viver com essa duvida o resto de minha vida, eu não podia simplesmente fechar os olhos e querer acreditar apenas no que é mais confortável para eu acreditar. Eu tinha que descobrir a verdade de qualquer forma, eu precisava das provas, mesmo tendo a certeza de que elas poderiam me machucar por completo.

***

No outro dia, eu fui cedo para o escritório, antes mesmo de Bella acordar, praticamente engoli o café da manhã e dirigi em alta velocidade até o trabalho, já fui entrando em minha sala de forma agitada. Somente joguei minha bolsa ali em cima e fui para a sala de Emmett, ele estava conversando no telefone celular, mas assim que me viu entrando, já fora se despedindo de Rosalie e desligando a ligação para falar comigo.

— Edward, está tudo bem? – ele perguntou, como sempre ele me conhecia muito bem, não precisava de muito para saber quando eu estava nervoso.

— Não, não está! – falei, suspirando em seguida me sentei na cadeira e olhei para ele, com um olhar sério.

— imagino que o que Tanya falou para você deve ter mexido muito com você... – ele disse. – Você não quis falar direito comigo, fiquei meio confuso a noite inteira...

— Me desculpe eu fiquei meio nervoso, e eu só queria ir para a casa! – falei para ele, depois o observei dar a volta em sua mesa e se sentar na sua cadeira. Suspirei e encarei Emmett fixamente. – Eu vou te contar o que está acontecendo, tem uma pessoa ligando lá em casa, ela já ligou umas duas vezes atrás de Bella, a primeira vez foi o meu mordomo que atendeu, quando ele perguntou quem era a pessoa desligou... Já na segunda vez fui eu que atendi, e ai ele disse que se chamava Mike Newton, mas quando lhe perguntei o que ele queria, ele desligou na minha cara! – falei, Emmett me olhou com um olhar intrigado.

— Acha que isso é coisa do Jacob? – Emmett me perguntou.

— Bom, tem chances de ser, mas antes da segunda ligação, Tanya me chamou para falar que Jacob conversou com ela antes de ir embora, e contou o que estava acontecendo para ela, mas claro, na versão dele, ele disse que era inocente, que na verdade ele foi usado por Bella, que ele afirma que é uma golpista e quando ela chegou como minha viúva, o seduziu, se fazendo de santa assim como fez comigo, ele disse que ouviu ela falando no telefone com esse tal de Mike Newton, e segundo ele, esse Mike Newton é o amante dela! Que foi quem planejou o meu acidente...

— Bom, alguma coisa esse Mike Newton pelo menos é, não é? Se ele realmente ele está ligando na sua casa... – afirmou Emmett.

— Sim, mas também ele pode simplesmente ter sido pago por Jacob e por Tanya para ficar ligando lá em casa para nos perturbar... – eu disse.

— Sim, fazer você e Bella brigarem, separar vocês... Tem diversas possibilidades! – Emmett disse dando de ombros, depois pegou um copo de agua em cima de sua mesa, e deu alguns goles. – acho que você não deveria se preocupar tanto com isso, deveria esperar para ver que mais esse tal de Mike Newton vai fazer, mas não caia nessa, não vá brigar com a Isabella, sem ter a certeza de nada! Pois essa pode ser a intenção deles...

— Sim e eu fiquei com raiva, confesso... – confessei, enquanto passava a mão no meu cabelo. – Mas não quis agir por impulso, claro que, enquanto eu não tiver a certeza de nada, eu não consigo confiar plenamente nela, para ser sincero, eu nunca consegui Emmett, eu a amo, mas eu quase não sei quem ela é, o meu maior medo é de eu estar enganado e tudo que ela diz é uma história inventada, pois eu nem tenho como saber se toda a história que ela fala para mim é verdadeira, eu não a conheci como todos os casais se conhecem, em um bar, ou em uma festa, ou apresentado por amigos... – falei, e levantei da cadeira, colocando minhas duas mãos na mesa de emmett. – Ela ainda conhece minha casa, meus amigos, minha família, eu só conheço a irmã e o pai, não conheço mais ninguém que convivia com ela, assim sendo pode até existir a possibilidade dela estar mentindo para mim, e aquele senhor que mora na minha casa pode nem ser de verdade o pai dela...

— Eu te entendo Edward, vocês se conhecem há pouco tempo, e se conheceram através de mentiras, sua relação na verdade começou a base da mentira, e sei que é difícil de reverter essa situação...

— Por isso preciso fazer alguma coisa, para ter a certeza do que está acontecendo... – falei, e comecei a andar pela sala de Emmett, parei na janela e olhei para o lado de fora. – Preciso saber da verdade, afinal, querendo ou não tem um homem ligando na minha casa, e ele quer alguma coisa com Bella, ou é cumplice, ou é alguém querendo dar um recado, se for a segunda opção tem alguma armação por trás disso tudo, e nessa armação o único suspeito que temos é Jacob e Tanya, e ainda se não tomarmos cuidado eles podem tá querendo fazer alguma coisa contra nós...

— Tanya? – Emmett perguntou, virando a cadeira em minha direção.

— Sim, não foi ela que me chamou para tomar café e começou a tentar colocar duvidas na minha cabeça? – falei, arqueando as sobrancelhas.

— Mas Jacob pode ter realmente falado para ela tudo aquilo, já sabendo que ela ia chegar em você e abrir a boca... – Emmett falou, dando de ombros. – Pode ter sido tudo planejado!

— Sim, também, por isso que preciso saber se ela falou isso porque realmente acredita que Bella é uma golpista, ou se ela quer apenas fazer intrigas e me separar dela! – eu disse, suspirando. – Mas bem, temos um nome e um detetive muito bom que pode descobrir algo sobre ele, talvez investigando pela internet, nos hotéis, albergues, não sei, vai saber se ele pode conseguir algo sobre Mike Newton! – eu falei, meio esperançoso. Emmett assentiu com a cabeça.

— Sim, é uma boa ideia, posso ligar para ele para você, o que você acha? – ele perguntou, sorrindo concordei com a cabeça.

— Sim, faça isso meu amigo, e pede para ele ser rápido! – falei, antes de virar e sair da sala de Emmett.

***

Confesso que naquele dia fora difícil trabalhar, era difícil pensar em outra coisa, quando se está com tantas coisas em sua mente. Tive que respirar fundo e tentar prestar atenção no trabalho, acabou sendo um dia exaustivo, logo teria que fazer uma nova viagem a negócios, e não queria ir antes de resolver esse problema com Bella, Jacob, ou quem quer que fosse.

Emmett ligou para o detetive que prometeu a ele tentar descobrir algo o mais depressa possível, assim que anoiteceu fui para casa, estacionei o carro em frente a mansão, e assim que desci do carro, notei um movimento estranho por ali, havia um funcionário na porta de entrada da mansão conversando com alguém, só fui eu me aproximar, para ver que esse funcionário estava entregando um buque de flores para Bella, que parecia rejeitá-lo.

— O que é isso? – perguntei.

— mandaram eu entregar o buque aqui, para senhorita Isabella, não é a senhorita? – ele perguntou, ainda com as flores nas mãos.

— Sim, mas não conheço essa pessoa que me enviou, é um engano! – ela disse, já parecendo irritada.

— Você viu quem foi a pessoa que pediu para entregar as flores? – perguntei para o rapaz.

— Ele fez o pedido pelo telefone, e pagou, depositando o dinheiro na conta da floricultura! – ele falou.

Eu bufei e passei a mão no cabelo.

— Me entregue às flores... – eu falei, e o rapaz entregou as flores para mim.

— Edward... – Bella começou.

— Eu sei que estou fazendo! – eu a interrompi.

— Obrigado moço! – ele disse, e assim que se afastou, entrei na mansão e fui até a mesa de jantar, Bella fora me seguindo.

— Ele ligou? – perguntei, jogando as rosas vermelhas em cima da mesa.

— S-sim... – ela gaguejou, olhei para ela por alguns segundos.

— Ele falou alguma coisa? – perguntei.

— Não... Eu não quis atender... – ela disse, com uma voz fraca, os olhos marejavam.

— Por que? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Eu não sei quem ele é, eu estou com medo, tá legal? – ela confessou, passando as mãos nos cabelos, olhei novamente para as flores e comecei a procurar algum cartão. – Por que você pegou essas flores?

— Porque deve ter algo nelas... – falei. E então bingo, eu encontrei o cartão no meio das rosas vermelhas, o peguei e já fui abrindo, Bella se aproximou, parecia agora mais nervosa do que antes e ficou observando eu tirar o cartão do envelope e então começar a lê-lo em voz alta. – Você não vai poder fugir de mim para sempre, você sabe, temos assunto pendentes... Que isso? – falei, e o estranho é que ele não colocou o nome Mike Newton, mas eu conhecia a letra de Jacob e sabia que aquela não era a sua letra.

 - Eu não tenho assuntos pendentes com ninguém! – ela falou, uma lágrima caiu dos seus olhos.

— Filho, Isabella, está tudo bem? – a voz de minha mãe interrompeu nossa conversa, virei para ver ela entrando na sala de jantar, acompanhada pelo pai de Bella e a irmã, imagino que eles estavam vindo do jardim.

— Senhor Swan, por acaso o senhor conhece algum Mike Newton? – perguntei, olhando direto para ele, ele entreabriu os lábios, pareceu ficar confuso.

— Não! – ele disse.

— Edward, isso tudo é armação! – Vella falou, parecia a cada minuto ficar mais nervosa.

— Do que vocês estão falando? Quem está armando? - minha mãe perguntou, parecia que nem ela e nem Charlie sabiam de nada, apenas Jane parecia nervosa, com certeza Bella deve ter lhe contado alguma coisa.

— Por que você não contou para Bella que eu fui ao seu quarto e fiz aquela pergunta para você antes de ir trabalhar? – perguntei para Jane.

— Que pergunta? – quem perguntou foi Bella.

— É, Edward me perguntou se alguém te ligou no celular enquanto vocês estavam viajando... – Jane disse, olhando para o chão. – Mas ninguém ligou, ate hoje nunca ligaram no celular!

— Por que você não me falou nada? – Bella perguntou.

— Você já vive nervosa, com medo, isso somente te deixaria mais nervosa... – Jane respondeu a olhando. – Eu não queria lhe deixar mais preocupada... Foi isso! – ela falou, parecia estar sendo sincera.

Soltei um suspiro, e tentei manter a calma, não queria sair do controle por causa do que está acontecendo, afinal, eu sabia que talvez fosse essa a intenção de Mike Newton, Jacob, Tanya... Ou quem quer fosse que tivesse fazendo isso tudo. Me tirar do controle.

— Edward, você não vai me explicar o que está acontecendo? – minha mãe perguntou.

— Não é nada de grave minha mãe, só tem uma pessoa ligando aqui em casa, e não sabemos quem é... – falei, olhando para Bella, notei que ela olhou para o chão.

— Essa pessoa quer falar com você, minha filha? – Charlie foi quem perguntou, agora olhando diretamente para Bella. Ela o olhou, ainda com os olhos cheios de lágrimas.

— sim, mas eu já disse e repito que não sei quem é! – ela falou. – Ele fica ligando, mas eu não falei ainda com ele, pois eu não o conheço e não tenho porque falar com ele, eu já disse, eu já disse, eu não conheço nenhum Mike Newton! – ela disse, num tom nervoso, depois subiu as escadas correndo, sem dizer mais nada.

— Bella, minha filha! – ouvi Charlie chamar, enquanto a via subir as escadas, depois suspirou e olhou para Jane. – vem Jane, vamos falar com ela, eu quero entender melhor essa história! – ele disse para a sua outra filha, que logo assentiu com a cabeça, o segurou pelo braço e começou a subir as escadas com ele, eu suspirei e olhei para minha mãe, que me olhava com um olhar confuso.

— Eu não sei, mas tenho impressão que todo mundo está me escondendo muitas coisas nessa casa... É como se eu fosse uma criança que não entende nada do que vocês falam, não entendo nada em como vocês agem, tudo isso anda muito estranho! – minha mãe falou, meio nervosa, assim que Charlie e Jane terminaram de subir as escadas, ela suspirou e então deu as costas e saiu da sala de jantar, eu fui acompanhando-a e vi ela se sentar no sofá. Eu suspirei, passei a mão em minha testa notando o quanto ela estava suada, depois me aproximei de minha mãe e me sentei ao seu lado.

— Mãe, por favor, não se preocupe... – eu pedi para ela, e então ela me olhou. Ficou calada por alguns segundos, antes de falar.

 – Sabe meu filho, desde aquele dia em que você saiu nervoso de casa, fazendo acusações contra Jacob, afirmando com todas as letras que ele fugiu com sua mulher, eu vi que tinha muitas coisas estranhas acontecendo e eu não estava conseguindo enxergar, que eu não estava conseguindo entender, na verdade muitas coisas que acontece nessa casa não estão fazendo sentido, sabe? E eu sei que essas coisas tem haver com essa mulher não é? Tudo está ligado a essa sua esposa que ninguém conhecia, que ninguém sabia que existia, na verdade eu sempre soube que sempre essa história de casamento ficou muito mal explicada, pelo menos para mim... Mas sinceramente, eu estou com medo de perguntar!

— Eu sei mãe, mas eu prometo que eu ainda vou lhe explicar tudo, mas sinceramente eu não queria falar disso agora, eu estou tão nervoso! – falei, e então a senti pegar a minha mão, ela me olhou, e eu também a olhei nos olhos.

— Vai falar com sua esposa, sabe mesmo eu não entendendo muitas coisas, ela e a família dela demonstram ser pessoas muito simples, humildes e muito boas, na verdade elas todas demonstram ter um bom coração... – ela afirmou e então eu sorri para ela.

— Você acha mãe? – perguntei, ela então concordou com a cabeça, e então eu suspirei.

— Sim e é isso que me deixa mais sossegada! – ela afirmou. Eu assenti com a cabeça, e então me aproximei mais dela e dei um beijo em sua testa, antes de me levantar do sofá. Novamente soltei um suspiro.

— Eu vou fazer o que você está pedindo! – eu disse, eu estava tão nervoso que só agora eu notei que ainda estava com o cartão em minha mão. – Você pode fazer um favor? – perguntei, olhando para aquela mensagem do cartão que ainda não fazia sentido para mim.

— Claro filho, qual? – ela me perguntou.

— Peçam para jogar as flores que estão na mesa da sala de jantar no lixo! – falei, antes e dar as costas e sair da sala de estar, subindo as escadas rapidamente.

***

Eu caminhei pelo corredor, em direção da onde eu estava escutando vozes, notei que elas vinham do quarto de Jane, e até me aproximei para entrar no quarto na intenção de falar com Bella, mas logo depois eu desisti. Sentindo-me incomodado com o fato de que iria atrapalhar a conversa deles. Bella deveria estar mal, era melhor ser consolada por sua família.

Cheguei até aproximar o meu ouvido na porta, na tentativa de escutar algo, mas não consegui, eles pareciam falar baixo demais, deveriam estar longe da porta, talvez estivessem próximos ao banheiro.

Dei as costas e já comecei a caminhar em direção do quarto, quando deparei com Rodolf, meu mordomo. Logo eu me aproximei dele.

— Rodolf, o senhor sabe quantas vezes aquele homem ligou hoje para falar com Bella? – perguntei para ele.

— Sim, foram três vezes, duas uma hora depois que você saiu, e outra, uma hora antes de você chegar mais ou menos... – ele falou.

— Todas as vezes o senhor tentou passar a ligação para Bella? – eu perguntei.

— Sim, mas ela disse que ela não iria atender... – ele confirmou.

— Mas, ele falou o nome dele em todas as ligações? – perguntei.

— Sim, ele dizia ser Mike Newton, e que precisa urgentemente falar com ela, na terceira vez que ele ligou, ele já estava mais nervoso, chegou até a falar que se ela não atendesse e continuasse fugindo dele, ele iria aparecer, pois sabe onde fica a mansão... – o mordomo falou, e aquilo até me intrigou ainda mais.

— Obrigado Rodolf, ah é melhor pedir para os seguranças da mansão, ficarem atentos com qualquer movimento próximo a mansão! – falei, e Rodolf prontamente concordou.

— Pode deixar senhor, qualquer coisa eu lhe aviso! – ele falou.

Assenti com a cabeça e então fui para o meu quarto, entrei nele e comecei a me trocar, enquanto isso eu pensava nos últimos acontecimentos estranhos que estava acontecendo, peguei novamente aquele cartão de dentro do bolso e comecei a olhá-lo, mas realmente eu não reconheci aquela letra.

Foi então que a porta se abriu e olhei para trás, vi que era Bella, pelo seu semblante ela ainda parecia estar muito nervosa.

 - Você está melhor, meu amor? – perguntei, ela então fechou a porta e se aproximou.

— Depois de tudo isso, você ainda está me chamando assim? – ela falou, se sentando na cama, me virei e me aproximei dela. – Você realmente acredita em mim Edward? Eu olho nos seus olhos e vejo que existem duvidas, mas não que eu esteja te julgando, você tem todos os motivos desse mundo para desconfiar de mim...

— Eu sei! – falei, me sentando ao lado dela, não consegui encará-la por muito tempo, logo olhei para frente enquanto ainda pensava. – Eu preciso ser sincero com você, na verdade é difícil para mim Bella, sempre foi, a forma que nos conhecemos, o meu acidente, tudo ainda está confuso em minha mente, essa desconfiança de que Jacob pode ter armado todo o meu acidente, pois nunca acreditei que ele fez isso porque sabia que uma hora iam tentar me matar, isso ficou muito mal contado...

— É, ficou mesmo, o que ele fez, em nos casar apenas para eu herdar todo o seu dinheiro foi errado sim, desumano, pois mostrou que ele é muito ambicioso e calcular, mas uma coisa é ele fazer isso, me ameaçar, e outra muito diferente é ele ser um assassino! Não é? – ela disse, me olhando, eu também a olhei. – Não temos a certeza, então, a gente pode acreditar que o que aconteceu com você só foi mesmo um acidente, não é verdade?

 - Seria bom acreditar nisso, mas, não quero viver na ilusão Bella, eu quero a verdade, mesmo que doa, assim como também quero saber se ele também está por trás dessas ligações... – eu disse e rapidamente ela desviou o olhar e suspirou.

— Não é justo eu estar lhe dando tantos problemas, eu me sinto tão mal quando te vejo nervoso com isso, eu sei Edward que eu tinha que ter atendido a ligação, mandado esse Mike Newton parar de ligar, de nos atormentar, mas, eu tenho medo, eu tenho medo de ver que é Jacob me ameaçando de novo! – lágrimas caíram dos olhos dela e ela as tirou rapidamente com a mão. – Eu travo sabe? É porque eu estava tão em paz, acreditando que ele tinha ido embora, e saber que talvez ele tenha só nos enganado, me deixa com medo, com medo do que mais irá acontecer!

— Calma, meu amor! – falei, pegando na mão dela, ela me olhou e eu também a olhei nos olhos. Soltei um suspiro, antes de continuar. – Você está aqui na mansão, protegida, ninguém vai te machucar aqui dentro, está bem? Pode confiar em mim... - ela sorriu, mas notei que o sorriu saiu forçado, depois ela encostou a cabeça em meu ombro, e novas lágrimas caíram dos olhos dela, molhando minha camisa.

— Obrigada! – ela falou num tom baixo, mas o suficiente para que eu conseguisse escutar.

Continua...

 


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