Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 15
Crise de desconfiança II


Notas iniciais do capítulo

olá gente!!! voltei, com mais um capitulo para vocês, espero que gostem e peço que não deixem de comentar, obg para quem comentou no cap. anterior e continuem favoritando, recomendando e principalmente comentando, estamos chegando na fase onde todos estão esperando, o beward nascendo, não deixem de ler ;)
beijos beijos e nos vemos nos comentários!



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15. Crise de desconfiança II

Isabella Cullen

Nesses últimos dias definitivamente eu vi minha vida virar de cabeça para baixo, e devo admitir que com tantas coisas acontecendo, acabei ficando um tanto confusa, o suficiente para não saber mais em quem acreditar ou em quem confiar.

Eu só queria esquecer aquilo tudo, poder passar uma borracha em tudo que aconteceu e fingir que isso tudo não passou de um terrível pesadelo, mas eu sabia que uma coisa era eu querer e outra muito diferente é eu conseguir.

Se as coisas já não tivessem um tanto terrível, ainda para piorar havia o meu pai que continuava sem dar noticias, eu não fazia ideia aonde ele poderia estar, e o pior de tudo, com quem ele poderia estar. O meu maior medo é dele ficar doente, passar mal e não ter ninguém por perto dele para ajudar.

E então, eu posso concluir que a única coisa boa que aconteceu nesses últimos dias é saber que eu não precisava mais mentir para Edward, era um alivio poder ter contado a verdade, pelo menos eu estava com a consciência leve, e não precisava mais ficar fingindo ser sua esposa.

Mas eu também tinha a consciência de que deveria tomar cuidado, mesmo ele me garantindo que não iria me colocar na cadeia, eu ainda tinha receio de tudo ser uma mentira, eu não o conhecia direito e meu lado mais racional queria vencer o meu lado mais intuitivo. Embora meu coração dissesse que Edward era uma pessoa de confiança, minha mente insistia que eu não deveria cometer o erro de acreditar novamente em alguém facilmente.

Afinal, eu acreditei em Jacob e acabei me decepcionando por completo, eu não podia ser idiota e cometer o mesmo erro de acabar caindo na de um cara só por ele demonstrar ter bom coração.

Toda essa confusão em minha mente me deixava extremamente mal, mal o suficiente para ás vezes eu não querer nem mesmo me levantar da cama, pois eu sabia que boa parte do problema eu não poderia resolver sozinha, se meu pai tivesse comigo, eu podia pelo menos tentar fugir com ele e com Jane, mas agora sem ele, eu estava me sentindo completamente perdida.

Fora quando em um desses momentos de distração, escutei a porta do meu quarto se abrir, eu sentei rapidamente na cama ao me dar conta de que era Edward.

— Até quando você vai ficar deprimida dessa forma? – ele me perguntou, encarei-o com um olhar sério.

— Até encontrar o meu pai, eu não consigo parar de pensar aonde ele pode estar nesse momento, ele deve estar por ai sozinho, doente... – eu desabafei, enquanto sentia novas lágrimas caírem dos meus olhos, rapidamente eu as retirei com o dedo.

— Eu já disse que eu vou fazer o possível para encontrar o seu pai, pelo menos um dos seus problemas eu já resolvi que é o Jacob, ele vai embora do país por pelo menos dois anos... – ele falou me pegando de surpresa, olhei para ele com os lábios entreabertos, com a impressão de que havia escutado errado.

— Como você fez isso? O ameaçou? – perguntei. Não acreditando muito que isso seria possível.

— Não, eu o comprei, se você não sabe Jacob é movido a dinheiro... –ele disse e no mesmo momento minha cabeça girou, comecei a pensar se realmente poderia ser possível Jacob ir embora, e sumir de uma vez por todas. Pelo menos para mim isso seria ótimo, pois já resolveria muito dos meus problemas. – Então Isabella, você não vai precisar se preocupar mais com ele... – ele falou.

— E como você tem certeza que ele vai embora? – perguntei, pois para mim aquilo parecia ser bom demais para ser verdade.

— Eu dei agora só a metade do dinheiro, ele tem que ficar pelo menos um ano sem aparecer para receber o restante, e acredito que ele não vai querer perder mais um milhão de dólares na conta dele... – ele disse. Novamente fiquei chocada com o tanto de dinheiro que Edward ofereceu ao irmão, apenas para que ele sumisse.

— Você ofereceu um milhão de dólares para ele? – perguntei.

— Dois milhões na verdade, um milhão agora, um milhão depois de um ano... – ele respondeu, se sentando na cama, ao meu lado. – Se pelo menos ele ficar sumido até receber a segunda parte do dinheiro, já será lucro...

— É muito dinheiro Edward! – falei.

— Sim, mas eu quero fazer o possível para ele se manter longe de você! – ele disse, colocando a mão no meu rosto, acariciando-o de leve, senti um forte arrepio, apenas com aquele toque dele. Mas tentei ignorar o que estava sentindo. – Ou será que você não quer isso? – ele perguntou, e depois se levantou, definitivamente não entendi a mudança repentina de comportamento dele. Fiquei o olhando com um olhar confuso.

— Eu não estou entendendo, o que você quer dizer? – perguntei, e também me levantei. – Que eu estou triste por que ele aceitou o dinheiro e vai embora? Não Edward, eu não estou triste, Jacob está provando o que ele realmente é e confesso que depois de tudo, isso não me surpreende... – falei, e então abaixei a cabeça e suspirei, aquilo não me impressionou, pois Jacob já havia me demonstrando o quão ganancioso ele é, mas isso não impediu que eu me sentisse ainda mais idiota por ter caído na dele. – Ele sempre só se importou com o dinheiro, eu apenas fui um fantoche na mão dele, fui usada desde o primeiro momento... – me desabafei, notando que ele ficou sem reação por alguns segundos.

Até que então eu escutei Edward suspirar e vi ele se aproximar e sem falar nenhuma palavra, simplesmente ele me abraçou, eu correspondi o abraço, colocando a cabeça em seu ombro e o entrelacei com os meus braços, confesso que naquele momento eu senti um calor agradável, e por um instante até mesmo eu senti vontade de nunca mais me afastar daqueles braços.

— Me desculpe, eu fui muito inconveniente... – ele falou, assim que me soltou.

Eu o olhei por alguns segundos, em seguida sorri levemente, deixando naquele momento a minha intuição falar mais alto, e acabei, enfim, acreditando nas boas intenções dele.

— Você não tem que me pedir desculpas, muito pelo contrario Edward, eu só tenho que te agradecer...  – falei, e então um sorriso surgiu no rosto de Edward.

***

Depois que falei com Edward eu até me senti mais aliviada, animada com a possibilidade de Jacob realmente ir embora do país, comecei a acreditar que, caso conseguisse encontrar o meu pai, quem sabe ele, Jane e eu poderíamos voltar a ter a nossa vida calma de antes.

Porém só foi eu sair do quarto, na intenção de ir ao quarto de Jane que acabei me deparando com ele, Jacob, olhando-me com um olhar um tanto sério, meu coração no mesmo momento deu pulos e dei alguns passos para trás, assustada com o olhar sério que estava estampado em seu rosto.

Ele entrou no quarto, bateu a porta atrás de si, e continuou me olhando com o mesmo olhar.

— Você cometeu um erro Bella... – ele avisou com o dedo em riste.

— Quem cometeu um erro aqui foi você Jacob, acreditando que essa ideia estúpida de me colocar como viúva do seu irmão poderia dar certo... – falei, ele então suspirou, passou a mão no cabelo, e em seguida colocou as mãos no meu rosto, enquanto olhava-me fixamente.

— A gente pode ainda resolver isso, Edward me ofereceu um acordo, e sem escolhas, fui obrigado a aceitar... – ele disse, e então eu dei passos para trás e discordei com a cabeça, pois eu já sabia do que ele estava falando.

— Os dois milhões de dólares? Ele já me falou! – falei.

— Então, é muito dinheiro, podemos ir embora hoje mesmo, vamos embora Bella, vamos deixar isso para trás, prometo que nunca mais te trago de volta para essa cidade, você nunca mais precisará pisar nessa mansão, a gente ainda pode ficar juntos, começar a vida que combinamos... – ele falou e então eu ri, sim eu ri, não acreditando no que ele estava me propondo.

— Como você acha que eu posso esquecer tudo isso Jacob? – perguntei, afastando-me dele, dei alguns passos para frente, e depois me virei e o encarei. – Como vou esquecer que você me enganou, me usou, me ameaçou, me obrigou a fingir ser esposa do seu irmão, seu próprio irmão... Você não imagina como você tornou a minha vida um inferno! – falei, e algumas lágrimas caíram dos meus olhos só de me lembrar dos dias de angustia que vivi, com medo de ser descoberta por Edward, definitivamente só em pensar nisso eu me desmoronava. – Agora meu pai está desaparecido por sua culpa! E se algo acontecer com ele, saiba que eu vou te odiar ainda mais... – acrescentei com o dedo em riste.

Jacob continuou me olhando, sem mudar sua expressão por nenhum segundo.

— E você acha que ficando aqui vai encontrá-lo? Você acha mesmo que Edward irá encontrá-lo para você? – Jacob perguntou agora se aproximando de mim e parando bem na minha frente. – Eu imagino que agora ele deve estar te fazendo um monte de promessas Bella, mas sabe por que ele está dando uma de bonzinho? Porque quer transar com você, depois, vai te jogar fora como ele fez com a metade das mulheres que ele já conheceu... Ai você vai se arrepender do lado que você escolheu! – ele falou, segurando meu queixo, e eu imediatamente dei um passo para trás, para ele tirar as mãos de mim. – Quando eu voltar, eu imagino que vou te encontrar na cadeia, pois eu sei que é lá que ele vai te jogar depois que te levar para cama, e acredite, vai ser uma pena, pois mesmo eu tendo te usado como você diz que usei, eu não imaginei esse destino para você, nunca iria te passar para trás, no fim você ia ser minha esposa, só que, com uma conta bancaria bem gorda... – ele acrescentou, e então discordei com a cabeça, inconformada. – Ainda iremos nos ver Bella... – foi a ultima coisa que ele falou, me olhando por mais alguns segundos, antes de se virar e sair do quarto, e assim que ele saiu rapidamente eu fechei a porta, ainda com o coração disparando.

Arregalei os olhos enquanto pensava, se o que ele havia falado poderia realmente acontecer, se Edward poderia estar mesmo me usando, e no final das contas, tudo ser apenas promessas, mentiras. Sinceramente, se Jacob tiver certo, isso até que não me surpreendia.

***

Definitivamente, depois do que ouvi de Jacob, eu não queria ficar na mansão, para confirmar se o que ele disse poderia ser verdade ou não. Já que Jacob parecia mesmo que iria embora, pensei que o mais sensato a se fazer é fazer o mesmo, ir embora para casa com Jane e tentar de alguma forma encontrar o meu pai.

Quando tive a certeza de que Jacob foi embora, decidi ir ao quarto de Jane, assim que entrei em seu quarto, vi que ela estava se olhando no espelho, e ainda a olhando eu fechei a porta rapidamente e no mesmo momento em que ela escutou a porta se fechando, ela se virou para me olhar.

— Bella? Argh, continua com essa cara de morta como sempre! – ela falou.

— Como você pode estar assim, sabendo que nosso pai está desaparecido?... – falei.

— Edward vai encontrá-lo, tenho certeza! – ela garantiu, e eu suspirei e discordei com a cabeça.

— Você confia demais nele, esqueceu de quem ele é irmão? Arruma suas coisas, que a gente vai é embora! – eu disse, e Jane franziu as sobrancelhas, olhando-me com um olhar confuso.

— Como? – ela perguntou.

— É isso mesmo, Edward pagou Jacob para ele ir embora, ele deu dois milhões para ele, e ele já foi até no meu quarto se despedir, parece que vai para exterior, então, vamos voltar para nossa casa...

— E o nosso pai? Se a gente voltar para nossa casa, não vamos encontrá-lo!

— Vamos sim... Eu vou dar um jeito!

— Bella... Isso é ridículo! – Jane me encarou com um olhar inconformado, eu suspirei e coloquei minhas mãos no ombro de Jane e a encarei.

— Não, não é, não temos porque ficar aqui Jane, acorda, não somos responsabilidade do Edward, se eu estou casada com ele, foi porque eu fui enganada, mas ele não tem o dever de procurar o meu pai, e nem oferecer essa mansão para gente, somos duas desconhecidas para ele, então vê se arruma suas coisas e vamos ir embora daqui... – falei, Jane suspirou, mas não disse mais nada. Apenas acabou concordando com a cabeça.

E então sorrindo, eu me virei e fui para o meu quarto, decidida a arrumar as minhas coisas e ir embora daquela mansão o mais rápido possível.

***

Assim que entrei em meu quarto, já fui pegando uma mala, abri-a na cama e sem demorar muito eu fui escolhendo as peças de roupa e colocando lá dentro de qualquer jeito mesmo, a única coisa que eu queria era terminar aquilo o mais depressa possível.

Foi quando, de repente a porta do meu quarto se abriu, e só então eu fui me dar conta de que havia me esquecido de trancar a porta, e sentindo-me levemente nervosa, os meus olhos pararam em Edward que estava parado na porta, e agora entrava no quarto bem devagar, eu notei que ele ficou um tanto surpreso com o que estava vendo, e enquanto o olhava eu já fui começando a pensar no que iria falar para ele, respirei fundo, decidida a falar o que precisasse falar para poder ir embora, e finalmente tentar voltar a viver em paz.

— O-o que você está fazendo? – ele gaguejou, alternando o olhar de mim para a mala e da mala para mim.

— Eu estou arrumando minhas coisas, eu vou voltar para minha casa Edward... – eu disse, tentando manter a voz mais firme o possível.

— Voltar para casa? – Edward repetiu, franzindo as sobrancelhas, olhou-me por alguns segundos e depois voltou a olhar para minha mala. – Engraçado, você querer ir embora logo depois que Jacob aceitou o acordo e saiu da mansão há poucas horas para ir para o exterior... – ele se calou por alguns segundos e ficou me encarando com um olhar desconfiado. – Não me diga que Jacob não te chamou para ir embora com ele?! – ele perguntou.

— Sim ele chamou... – respondi rapidamente, enquanto encarava Edward seriamente, com o mesmo olhar dele, um olhar bastante sério.

Então os lábios dele se entreabriram e ele se aproximou de mim.

— Então é isso, você aceitou e vai ir embora com ele?  Engraçado como você esqueceu o seu pai muito rápido, ou não me diga, que ele prometeu encontrá-lo, é isso? Você acreditou nele? – ele perguntou, enquanto ainda se aproximava de mim, agora ele estava apenas alguns centímetros de distancia, o que me deixou levemente nervosa. Eu respirei fundo e continuei olhando-o, por um lado eu estava com muita vontade de desviar o olhar, mas mesmo querendo, eu não consegui.

— Ele pediu Edward... Mas isso não quer dizer que eu aceitei! – falei num tom irritado, e voltei a olhar para a minha mala. – Simplesmente eu vou embora porque não tenho mais necessidade de ficar aqui, já que Jacob vai embora e tudo foi esclarecido, sinceramente a única coisa que eu quero é esquecer que isso aconteceu e... – eu me calei, assim que uma lágrima caiu dos meus olhos, eu tirei-a com meu dedo e voltei a olhar para baixo. – Encontrar o meu pai... – acrescentei, com uma voz de choro.

E então eu senti Edward colocar as mãos em meus ombros, fazendo eu voltar a olhá-lo.

— Então, ele é um grande motivo para você continuar aqui... – ele falou e soltou um suspiro, antes de continuar. – Por que você não dá uma oportunidade de nos conhecermos melhor? Afinal, o destino nos colocou frente a frente, então...

— Não foi o destino! – eu interrompi, e depois me afastei, dando alguns passos para frente, virei na direção dele e cruzei os braços, encarando-o com um olhar sério. – Foi o Jacob, ele que armou uma armadilha e eu acabei caindo direitinho!

Edward mordeu os lábios inferiores e discordou com a cabeça, soltando um suspiro antes de continuar.

— É isso, você ainda gosta dele! – ele concluiu, e confesso que o seu comentário me irritou profundamente.

— Não, eu não gosto, eu nunca vou perdoá-lo pelo que ele me fez, e além do mais, ele não tem nada haver com minha decisão! – eu disse, rispidamente. – Por que você quer tanto que eu continue morando aqui? – perguntei de repente, ele ficou calado como se não soubesse o que responder.  - Viu nem você consegue responder, fala Edward, Jacob acabou de ir embora, e eu? Vai fazer o que comigo? – eu acabei soltando, sem consegui me conter, dei alguns passos na direção dele enquanto ele ainda me encarava seriamente. – Imagino que o seu silencio é porque você deve estar só esperando ele ir embora do país, para me botar na cadeia, não é isso? Quer livrar o seu irmão!

Ele então discordou com a cabeça.

— Isabella, eu tinha te prometido que não iria te colocar na cadeia... – ele me lembrou, mas minha expressão continuou dura como uma pedra, por um lado eu até conseguia sentir que ele era uma boa pessoa e que talvez eu esteja errada e que as palavras de Jacob foram apenas para me provocar, mas por outro lado, as minhas desconfianças acabavam sendo maiores. Pois tudo na minha mente fazia sentido. Além do mais, o que aconteceu comigo havia me ensinado de que não é seguro confiar facilmente em alguém.

— E quem me garante isso? – eu perguntei, e a voz quase não saiu. – Quem me garante que você não é igual o seu irmão? – eu disse e então Edward franziu as sobrancelhas e em seguida começou a rir.

— Ele por acaso fez uma lavagem cerebral em você é isso? Pois do nada você ficou muito desconfiada para o meu gosto... – Edward comentou.

— Simplesmente eu comecei a ver que isso faria sentido... Eu posso até estar enganada, mas caso eu esteja certa, eu já quero deixar claro uma coisa... – falei, agora com o dedo em riste. - Se eu for para cadeia eu conto tudo, eu falo que ele me obrigou, e mesmo que isso não seja o suficiente para me livrar da cadeia, eu ainda sei que vocês não vão gostar nada de que eu abra a boca, pois eu já percebi que sua família é conhecida e não gosta de escândalos! – eu soltei, enquanto uma lágrima caia dos meus olhos, rapidamente a tirei com minha mão.

Edward me olhou por alguns segundos, umedeceu os lábios e concordou com a cabeça.

— Você está certa, ninguém gosta de escândalos! – ele falou, depois suspirou e estranhamente ele simplesmente me abraçou, o que me confundiu, franzi as sobrancelhas enquanto apoiava os braços em seu peitoral. – Eu te entendo Isabella, deve ser difícil para você confiar novamente em alguém, depois do que o imbecil do meu irmão fez com você...

— S-Sim... – eu gaguejei. – Eu tenho medo Edward... – confessei, e novas lágrimas caíram dos meus olhos, ele me abraçou com mais força. – Você não entende como é acreditar em algo, e depois sua vida virar do avesso, por você descobrir que tudo que você acreditava simplesmente não existe! Eu não quero mais me magoar com isso... – desabafei, empurrando-o levemente, para conseguir olhá-lo.

— Eu não quero te magoar, eu só quero te conhecer melhor, quero te mostrar que dá para tirarmos algo de bom dessa confusão toda... – ele falou, agora apoiando uma de suas mãos no meu rosto, olhando-me nos olhos.

Discordei com a cabeça, não conseguindo acreditar muito nisso.

— É impossível! – falei num tom tão baixo, que a voz quase não saiu.

— Sim, é possível, deixa eu te mostrar, continue aqui por mais alguns dias, já contratei um detetive para encontrar o seu pai, e enquanto esperamos, podemos começar hoje mesmo a mudar isso tudo, aceite jantar comigo em meu quarto!

— Teu quarto? – falei, arqueando as sobrancelhas, e então ele riu.

— Eu juro que não vou te agarrar, sou um cavalheiro e não vou fazer nada que você não queira... – ele disse, umedeci os lábios enquanto ainda o encarava, mesmo achando aquilo um tanto arriscado, acabei não conseguindo dizer não.

***

Por um lado eu me senti uma idiota por não ter concluído o meu plano de ir embora, mas por outro lado, confesso que me senti tentada com a possibilidade de Edward poder mesmo encontrar o meu pai.

Só que eu ficava nervosa em pensar em quais eram as intenções de Edward com aquilo tudo, ele insistia em dizer que só queria me conhecer melhor, mas, as palavras de Jacob ainda rodavam por minha mente. Eu não queria ser usada de novo, eu não queria mais me enganar.

Logo fiquei angustiada por ter aceitado aquele jantar, a única que pareceu ter ficado animada com a ideia foi Jane que ficou feliz por saber os que seus dias na mansão não haviam chegado ao fim.

Quando estava perto da hora que Edward e eu combinamos de jantar, eu optei por vesti uma calça jeans e uma blusa branca, deixei os meus cabelos soltos e olhei-me no espelho, foi então que eu notei o quanto os meus olhos estavam inchados e como eu estava pálida, Jane tinha razão, eu estava horrível, parecendo um fantasma.

— Ai, você deveria se arrumar mais para esse encontro! – ouvi Jane falar assim que ela entrou em meu quarto para me ver, ela sorria como se realmente eu tivesse indo para um encontro romântico, mas eu não o considerava assim.

— Isso não vai ser grande coisa, não vai acontecer nada demais, está legal! – eu afirmei, suspirando e jogando o cabelo para o lado, mesmo falando isso Jane continuou sorrindo maliciosamente para mim, ignorei o seu olhar, antes de me virar e sair do quarto sem falar mais nada.

Respirei fundo enquanto seguia para o quarto de Edward, assim que bati na porta, senti minhas pernas tremerem.

Ele não demorou para abri-la, e assim que me viu, sorriu levemente para mim.

— Que bom que chegou, eu já ia ao seu quarto, pois o mordomo já trouxe a comida e estava com medo dela esfriar... – ele disse, dando espaço para que eu entrasse no quarto.

Então eu dei os meus primeiros passos para dentro do quarto, sentindo já o meu coração disparar mais forte. Olhei para Edward e vi que ele usava uma camiseta branca e uma bermuda jeans, ele me olhava com um sorriso no rosto.

— Vem! – ele me chamou.

Então começamos a andar lentamente em direção a mesa, assim que nos aproximamos os meus olhos pararam nela, foi então que eu vi que a comida já estava mesmo servida, notei que no meio dela havia um belo de um vaso com rosas vermelhas e algumas velas acesas em volta, e também próximo ao prato havia uma garrafa de vinho, ainda fechada, e os copos ainda estavam vazios. Olhei para Edward que estava parado ao meu lado.

— Por que você está fazendo tudo isso? – perguntei, impressionada.

— Não me diga que não gostou? – ele perguntou, e então puxou uma cadeira para que eu sentasse. Respirei fundo, sentei-me e fiquei observando Edward dar a volta na mesa e se sentar em frente a mim.

— É... Sim, eu gostei, mas... – falei, sem saber como completar.

— Achou tudo romântico demais? – ele falou, e envergonhada concordei com a cabeça.

— Que bom, pois era essa mesma a minha intenção... – ele falou, e então abriu a garrafa de vinho, despejou a bebida em sua taça, depois olhou para mim. – Ah, eu sempre esqueço que você não bebe...

— É, você já viu que eu fico facilmente fora de mim... – falei, lembrando do dia em que fomos jantar num restaurante, e acabei cometendo a idiotice de beber, e ainda beber demais.

— Bom, mas aquela noite foi bem legal, não achou? – ele perguntou, sorrindo concordei com a cabeça, é eu não podia deixar de negar que a noite havia sido bem agradável.

Edward deu alguns goles da bebida e então ele suspirou.

— Bom, então vamos comer, antes que esfrie, não é? – ele disse.

A comida como eu já imaginava estava bem saborosa, apesar de que isso não era nenhuma surpresa, afinal, até hoje tudo que eu já havia comido dentro da mansão sempre fora muito bom, eles tinham ótimos cozinheiros.

Edward ás vezes me olhava de uma forma estranha, o que me deixava um tanto envergonhada, eu fazia o máximo possível para não encará-lo, pois sempre eu sentia o meu rosto esquentar, toda vez que nossos olhos se encontravam.

Fora quando de repente Edward colocou uma de suas mãos por cima da minha e eu o olhei, enquanto engolia um pedaço de frango frito.

— Eu consigo ver nos seus olhos o quanto você está triste, e imagino que seja por causa do seu pai... – ele disse, e então apertou minha mão.  Em silencio, apenas concordei com a cabeça. – Mas como eu disse, já arrumei um detetive, e ele vai procurá-lo o mais depressa o possível!

— Eu tenho muito medo de ele não estar bem... – falei e meu coração apertou só em pensar nisso.

— Ele vai estar bem, mas caso não estiver, vou cuidar dele, eu prometo! – ele falou, e então olhei para baixo, enquanto sentia um nó formar-se em minha garganta.

Eu definitivamente não sabia o que pensar de Edward, por um lado eu queria acreditar que ele é apenas um homem bastante bom e amável, por outro eu ficava imaginando se ele não estava fazendo tudo isso apenas porque quer me usar, ou para fazer raiva para Jacob, ou apenas para me levar para cama, como Jacob mesmo garantiu.

Puxei a mão por debaixo da dele e então eu terminei de comer, em questões de minutos eu já estava me levantando da mesa, um pouco nervosa com a situação.

— A comida estava muito boa e o jantar também, mas agora é melhor eu ir para o meu quarto, boa noite!... – falei, e depois me afastei, mas assim que abri a porta e sai do quarto, já escutei os passos de Edward vindo atrás de mim, o meu coração no mesmo momento disparou.

— Espera, não precisa ter tanta pressa! – eu o ouvi falar, segurando-me pelo braço e com o outro braço entrelaçou-me pela cintura, senti ele me prensar contra parede, no mesmo segundo meu coração disparou ainda mais acelerado, ainda mais por nossos rostos terem ficado tão próximos.

 - Edward... – eu falei, mas a minha voz saiu entrecortada. – Olha, você está sendo muito bondoso comigo, mas...

— Não me diga que eu não te atraio? – ele perguntou, mordendo os lábios e desviando os olhos para minha boca, naquele momento eu senti minha boca secar, e por um momento eu achei que não ia conseguir falar mais nada, tanto que demorei quase dez segundos para respondê-lo.

— Não, não é isso! – falei e ele sorriu, tirou o braço de minha cintura, apoiando as duas mãos na parede, me deixando praticamente sem saída para me desvencilhar.

— Que bom, porque acho que eu estou me apaixonando por você... – ele falou quase em sussurros, eu arregalei os olhos e senti até mesmo minhas pernas tremerem, meu coração a essa altura batia tanto que eu estava até com a impressão de que algum momento ele fosse explodir.

— Não Edward! – falei, com a voz tremula. – Não diga isso! – eu disse agora mais assustada do que antes. Tive que puxar um dos braços dele para conseguir sair da situação em que ele me colocou, mas assim que segurei o braço dele, ele aproveitou para me puxar, colando o seu corpo contra o meu.

— Me desculpe, se eu tiver indo muito rápido... – ele pediu, com os olhos fixos no meu. – É que as vezes eu perco o controle...

Eu entreabri os lábios, enquanto o olhava por alguns segundos, por um momento pensei que iria até mesmo fraquejar e amolecer nos braços dele. Mas eu precisava ser forte, não poderia cair no jogo dele, caso ele esteja fazendo algum tipo de jogo.

Dei alguns passos para trás, soltando-me por inteira dele, abri a porta do meu quarto, tão desesperada como se tivesse fugindo de algo perigoso. Olhei para trás e vi que ele continuava me olhando, com um leve sorriso no rosto.

— Boa noite! – ele me desejou, eu abri a boca, querendo desejar boa noite para ele também, mas eu não consegui, pois simplesmente a voz não saiu, e sentindo-me uma completa estúpida, enquanto entrava no quarto rapidamente, fechando a porta, trancando-a e em seguida me encostando nela. Soltei um suspiro, olhei para minhas mãos, dando-me conta do quanto eu estava tremendo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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