Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 13
Acordo


Notas iniciais do capítulo

olá gente, to passando correndo porque estou atrasada para ir para faculdade, quero agradecer os comentários e pedir para que continuem em comentando, em breve responderei todos, beijos beijos e COMENTEM, RECOMENDEM E FAVORITEM!



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13. Acordo

 

Edward Cullen

Ouvir tudo aquilo de Isabella, embora não devesse ser uma novidade, ainda assim era terrível, pois até parecia uma história de um filme e não a minha história, tudo bem que eu sempre soube do ódio de Jacob por mim, mas ainda as vezes eu sentia como se Isabella estivesse descrevendo outra pessoa, e não o meu irmão.

No fundo eu sentia que Isabella realmente estava dizendo a verdade, todo o tempo em que ela contava aquela história eu observava atentamente as suas expressões faciais e principalmente os seus olhos que naquele momento estavam cheios de lágrimas, ela não tentou desviar o olhar por nenhum minuto, falava com imensa convicção, estava sendo realmente sincera, o que é o pior, pois agora a possibilidade de Jacob ter realmente planejado o meu assassinato apenas aumentaram.

 E enquanto ela ia contando tudo que tinha acontecido com ela, mais eu sentia pena dela, ao mesmo tempo em que eu sentia pena de mim mesmo, por saber que o único irmão que eu tinha me odiava a ponto de desejar a minha morte

— E a verdade foi essa, eu precisei manter a mentira, Jacob disse que você havia batido a cabeça, estava com lapsos de memória e poderíamos usar isso ao nosso favor, pelo menos por um tempo até vermos o que poderíamos fazer...

— E então por isso aconteceu à viagem... Por isso você fugiu com ele naquela festa, foi isso? – eu perguntei, eu estava sentado à frente dela e ainda analisava suas expressões faciais.

Ela demorou alguns segundos ainda para me responder.

— Jacob sabia que eu não podia ficar fingindo ser sua esposa para sempre, na verdade nós sabíamos que nunca colou para você essa de que você está com lapsos de memória e não se lembra de mim e do casamento, então, primeiro o plano de Jacob era que você aceitasse o meu pedido de divorcio, eu fiz o que ele me pediu, eu pedi e insisti para que você me desse o divorcio, mas quando vimos que isso não daria certo e que você iria adiar e adiar e não iria aceitar se divorciar, Jacob disse que teríamos que mudar de tática, ele estava preocupado de você acabar fazendo alguma coisa, me denunciar, contar para todos que eu sou uma farsante, então, ele pensou em agir rápido, e aproveitou a festa para nós fugirmos...

— Qual era o plano dele? – eu perguntei.

— Ele queria que todos nós passássemos alguns dias no hotel e depois íamos viajar de avião para outro país, ele queria ficar um tempo lá até a poeira abaixar...  – ela respondeu.

— Por que você aceitou? Por está apaixonada por ele, é isso? – eu perguntei, fiquei incomodado ao pensar nessa possibilidade, levantei-me e comecei a andar pelo quarto.

Ela discordou com a cabeça, sua expressão endureceu-se mais.

— Não é isso! - ela disse e então voltei a olhá-la. – O que você queria que eu fizesse? Ele estava me ameaçando, eu nem te conhecia, eu não podia simplesmente chegar em você e te falar tudo isso, você ia ficar em qual lado? Provavelmente no do seu irmão, é bem mais fácil acreditar na família do que num estranho...

Após ouvir isso eu parei de andar, e olhei para ela fixamente.

— Para sua surpresa não, é duro ouvir isso, mas sempre tive desconfianças de que Jacob é capaz de tudo, até mesmo de me matar para ficar com todo o dinheiro! – eu disse, embora fosse muito ruim afirmar isso, mas eu já desconfiava do irmão que eu tinha, e agora eu acabei tendo a certeza. – E você ia ficar com ele depois de ele ter te enganado? – eu perguntei, embora ele tenha agido de uma maneira péssima com ela, pela história que ela havia me contado parecia que ela estava bem apaixonada por ele, afinal, eles tinham acabado de se casar, e eu sabia que a raiva poderia passar, existia a possibilidade dela começar a cogitar a ideia de perdoá-lo.

— Eu não tinha escolhas Edward, eu tentei fugir uma vez como eu te contei e Jacob foi atrás de mim, se eu o tentasse faria isso de novo... – ela respondeu, enquanto chorava. – Se a ameaça fosse apenas comigo, talvez eu me sacrificasse e iria para cadeia apenas para não viver essa farsa, mas meu pai e minha irmã não têm nada haver com isso, eles são vitimas de toda essa situação, meu pai é um senhor de idade, doente, ele não pode passar o resto dos dias dele na cadeia por minha culpa! O coitado nem sabia de nada, achava que eu tinha feito um bom casamento, ele descobriu tudo quando Jacob foi buscá-lo para fugirmos todos juntos, e ele ainda me ouviu falando que eu estava me sacrificando por ele, porque eu não queria que ele fosse parar na cadeia, por isso ele fugiu... – ela limpou as lágrimas com os dedos e desviou o olhar. – Para me livrar disso, desse sofrimento...

Aquelas palavras apenas me deixaram ainda mais comovido, então eu soltei um suspiro e voltei a sentar na frente dela.

— Eu prometi a você que vou te ajudar a encontrar o seu pai... – eu a lembrei.

— Eu preciso encontrá-lo, ele não tem saúde suficiente para viver ai sozinho... – ela disse, realmente parecia desesperada.

Eu fiquei a olhando por alguns segundos, novamente voltei a lembrar de Jacob.

— Jacob está apaixonado por você?

Ela pareceu ficar surpresa com minha pergunta.

— Ele diz que sim... – ela respondeu.

— E você? Você não me respondeu, você está apaixonada por ele? – eu insisti nessa pergunta, meu estomago revirou novamente agora de uma forma estranha.

— Eu o amei muito, agora não mais! – ela disse.

— Vocês já dormiram juntos?

— Não!

— E por que não?

— Eu queria esperar o casamento e depois que casamos você já sabe o que aconteceu... – ela disse.

— O que ele falou sobre meu acidente? – perguntei

— Que você havia recebido ameaças de morte e uma hora iriam te matar, por isso ele planejou isso tudo...

— E você acreditou nisso?

— Eu não sei, não sei, eu nem te conheço, as únicas coisas que eu sabia sobre você era o que o Jacob falava... – ela falou, voltando a chorar. — Você vai me colocar na cadeia não vai? – ela perguntou, encarei-a por alguns segundos, pensando na pergunta dela.– Por favor, eu só te imploro por uma coisa, se você for me denunciar, não coloque meu pai e minha irmã nessa, por favor, eles não tem culpa de nada, eu que sou a única culpada, fui eu que confiei no Jacob, se alguém tiver que ir para cadeia, esse alguém é eu!

Eu suspirei, discordei com a cabeça e olhei para o chão por alguns segundos. Desde que ela começou a contar a história, isso não havia passado por minha cabeça e agora muito menos ainda. Se ela estiver sendo completamente sincera, como eu mesmo estou achando que ela esteja ela não tem culpa de nada, foi uma vitima assim como eu.

— Você não tem culpa Isabella! – respondi, colocando a minha mão em seu rosto, então comecei a enxugar as suas lágrimas. – Você apenas acreditou em seu noivo, você apenas se casou com alguém que estava apaixonada, você não tem culpa dele ser um canalha, o único erro seu é ter se apaixonado por alguém que não prestava e isso pode acontecer com qualquer pessoa!

— Você então não vai me... – ela começou.

— Não, eu não vou, mais com uma condição... – eu disse, a interrompendo.

— Qual? – ela perguntou.

— Você vai fazer tudo o que eu pedir para você... – respondi.

— E o que você vai me pedir? – eu perguntei, e a voz quase não saia.

— De inicio, só que você continue aqui, na mansão, fingindo ser minha esposa, até eu ver o que posso fazer com o Jacob, pois existe uma possibilidade e muito grande dele ter armado o meu acidente, e se ele tentou uma vez ele pode tentar de novo, você não acha Isabella?

— S-Sim...

— Então, se você for embora ele pode também ir atrás de você, continuar te ameaçando e até mesmo fazer alguma coisa com você por você ter me contado toda a verdade, além do mais, você precisa estar aqui para testemunhar caso eu decida denunciá-lo... – continuei, e então ela fez uma expressão da qual me deixou desconfiado, ela pareceu ter ficado preocupada. – O que foi? Não quer que eu o denuncie?

— Não, não é isso, é que as coisas aconteceram rápido demais, tudo ainda está confuso na minha cabeça, sabe... Eu posso ir para o meu quarto agora? – ela perguntou.

— Sim, só vou te pedir mais um favor antes...

— Claro, qual? – ela perguntou.

— Não fala sobre isso com ninguém está bem?... –eu pedi. – Eu sei que falar sobre isso deve ter sido muito difícil para você...

— Me perdoa...

— Eu já disse que você não tem culpa, você foi uma vitima assim como eu... – ela concordou com a cabeça, eu suspirei, aproximei-me dela e dei um leve beijo em sua testa, eu não queria que ela fosse, mas naquele momento era o melhor.

Eu fiquei observando ela se afastar e apenas quando ela saiu do quarto, eu sentei em minha cama, olhei para o chão, e só então comecei a digerir de verdade o que ela me contou.

De inicio, enquanto ouvia aquela história eu só conseguia sentir raiva de Jacob, raiva por sua falsidade, hipocrisia, por sua maldade. Mas agora, parecia que eu estava me lembrando do fato de que a pessoa que sinto raiva e que ainda sei que o sentimento é recíproco é o meu irmão, e ele me odeia a ponto de querer a minha morte.

Suspirei, passei a mão em meu cabelo e comecei a me lembrar de toda a minha infância, fora quando os meus pensamentos voltaram para a época em que Jacob e eu éramos mais novos, levantei-me da cama e fui em direção a garrafa de whisky que havia em meu quarto, enchi um copo e comecei a beber, e enquanto o liquido descia eu fui me lembrando de quando os meus sentimentos por Jacob eram diferentes, lembrei-me de quando eu era pequeno e a única coisa que queria era agradá-lo, pensei na época em que eu era inocente a ponto de achar que eu até poderia me espelhar em Jacob por ser o irmão mais velho. Só que ele nunca quis se aproximar de mim, nunca quis ser meu irmão de verdade, ele que contribuiu para que essa guerra iniciasse.

Porém, embora nossa relação não fosse uma das melhores, isso ainda me machucava, por que agora fui me dando conta da onde a nossa relação fora chegar.

Jacob, meu irmão, me odeia a ponto de até mesmo poder ter tentado me assassinar.

***

No outro dia eu acordei com uma dor de cabeça terrível, realmente eu havia bebido demais, estava desanimado ao ponto de não querer nem ao mesmo me levantar da cama, mas eu sabia que a vida precisava continuar, eu tinha que engolir a história e agora pensar no que irei fazer daqui em diante.

Eu fui me levantando devagar da cama, e então comecei a me arrumar para ir ao trabalho, parei alguns minutos em frente ao espelho e notei o quanto minha aparência estava péssima. Soltei um suspiro, enquanto passava a mão no cabelo para arrumá-lo, depois passei a mão em meu rosto, reparando na minha barba que estava começando a crescer, definitivamente eu não estava com nenhum pouco de paciência para tirá-la.

Eu me virei e abri a porta do quarto, e assim que sai, olhei para os dois lados do corredor, meus olhos pararam em Isabella que também estava saindo de seu quarto, e seus olhos também estavam parados diretamente em mim.

Os olhos dela estavam um pouco inchados, a pele estava pálida, porém em minha opinião ela continuava extremamente bonita.

— Eu estou horrível, não é? Não consegui dormir direito! – falei para ela, ao ver que ela estava ainda com os olhos fixos em mim.

Ela forçou um sorriso, e se aproximou lentamente de mim.

— Eu imagino, a história que contei não é muito fácil de engolir, eu também não consigo dormir direito desde que tudo aconteceu... – ela respondeu.

Ficamos calados por alguns segundos, apenas nos olhando, eu senti até mesmo meus olhos me prenderem dentro do dela. Eles são tão lindos, embora estivessem tão tristes.

— Pelo menos Jacob soube escolher uma mulher para mim...  – eu comentei sem ao menos perceber, quando vi já havia soltado, depois ao ver a besteira que falei eu ri, desviando o olhar para o chão.

— Como? – a ouvi perguntar, depois voltei a olhá-la.

— É... Eu sei que esse não é o momento de falar isso, mas, eu não achei ruim ter conhecido você, muito pelo contrario! – eu confessei, Isabella ficou surpresa com meu comentário, depois desviou o olhar para o chão. – Tudo bem, que não é uma forma muito normal de conhecer uma pessoa...

— Com certeza! – ela concordou, voltando a me olhar agora com uma expressão mais séria. – Me sinto tão idiota! Estou até mesmo com vergonha... – ela falou, discordando com a cabeça.

Aproximei um pouco mais dela, olhei em volta do corredor para ter a certeza de que estava vazio, só então voltei a olhá-la de novo.

— Você não tinha como saber que Jacob seria capaz de fazer o que fez... – eu afirmei. – Sabe Isabella, ás vezes eu fico pensando, tentando entender tudo isso, antes de dormir eu bebi alguns copos de whiky e fiquei me lembrando do passado, de quando eu ainda era criança e tentava me aproximar de Jacob, mas ele sempre me dava patadas... – passei a mão do cabelo e soltei um longo suspiro antes de continuar. – Ai eu pensei em como tudo poderia ter sido diferente se Jacob tivesse sido diferente, hoje poderíamos ser unidos, ser irmãos de verdade, mas ele não quis, a relação que tenho com Emmett hoje era para ter sido com ele, mas Emmett acabou se tornando mais o meu irmão do que ele...

— Pelo que ele me disse, ele ficou magoado por causa da herança, ele vê como se você tivesse sido o filho preferido, eu acho que Jacob se sente rejeitado, talvez se vocês conversassem... – Isabella sugeriu.

— Nossa relação não tem mais jeito Isabella, eu nunca mais vou confiar nele! – eu disse a interrompendo, no mesmo momento senti um revirar estranho no estomago. – Isso já vem desde que somos crianças, e a nossa relação de lá para cá apenas piorou! – afastei-me de Isabella e soltei um suspiro, vi que já estava ficando tarde. – Bom, melhor tomarmos café e não falarmos mais do assunto fora do quarto, temos que ser cautelosos alguém pode acordar, e acabar ouvindo tudo!

— S-Sim... – ela gaguejou. – Isso é verdade!

Então começamos a andar pelo corredor, lado a lado, decididos a não falar mais sobre o assunto, descemos até a mesa de jantar e lá encontramos minha mãe, como eu já estava atrasado eu praticamente engoli a comida o mais rápido possível e decidi manter-me quieto, minha mãe falou um pouco com Isabella e quando fazia perguntas para mim eu acabava até mesmo sendo monossilábico.

Terminei o café da manhã o mais rápido possível para ir ao o trabalho. Lá, não demorou muito para eu contar para Emmett tudo que descobri, e como eu imaginei ele ficou completamente impressionado. Porém, diferente de mim ele também ficou um pouco desconfiado da história.

— Você acha que pode confiar mesmo nessa mulher? Você acha que ela não está tirando o corpo fora? Se ela for cumplice do Jacob e inventou toda essa história? Quem nos garante que ela realmente é inocente Edward? – Emmett me perguntou, fazendo-me soltar um longo suspiro.

Realmente eu entendia as desconfianças de Emmett, afinal, não conhecíamos Isabella, a história que ela me contou era um tanto incrível, difícil de acreditar, porém mesmo que tudo seja extremamente um absurdo, as peças estavam se encaixando, tudo estava fazendo sentido depois de eu ter ouvido a história dela.

— Emmett quando ela me contou, tudo começou a fazer sentido, o meu acidente, ela ter aparecido, o nervosismo dela, a forma que ela agia, ela e Jacob terem fugido, o pai dela ter me ligado, a carta, tudo, a forma em que Jacob a defendia, você não percebe que tudo está mesmo se encaixando? E pode parecer inocência de minha parte, mas eu sinto Emmett, eu sinto que Isabella é uma boa mulher, o jeito que ela me contou a história, a forma que ela chorava, sim, parece ser verdade, ela não está mentindo! – eu disse para ele, Emmett me olhou com as sobrancelhas franzidas. Ele ainda parecia desconfiado.

— Edward... – ele ficou calado por alguns segundos, enquanto parecia analisar algo em mim. – É impressão minha ou você está interessado nela?

— Por que está me dizendo isso? – perguntei meio surpreso com a pergunta dele.

— Porque isso está muito obvio! – ele disse, parecia seguro do que estava dizendo. – Se você pudesse ver o seu rosto enquanto fala dela, a forma também que você fala, você está gostando da Isabella, na verdade você já estava gostando antes mesmo de saber essa história toda!

Eu suspirei.

— Eu tenho que confessar que sempre senti uma atração muito forte por ela, é natural, ela é muito bonita e também o jeito dela me atrai...

— É eu tenho que concordar, só que agora que você acredita que ela não seja cúmplice, esse seu interesse só aumentou, não é? – Emmett perguntou, arqueando as sobrancelhas.

Eu suspirei e passei a mão no meu cabelo, enquanto eu pensava na pergunta de Emmett, estava obvio que eu estava confuso, na verdade essa confusão já estava acontecendo desde que a conheci, mas tenho que confessar que a cada dia que se passava essa confusão só aumentava. Era uma mistura de desejos e de sentimentos que eu ainda não conseguia entender. Eu só sabia que naquele momento eu sentia uma atração muito grande por ela e também um grande desejo de protegê-la, eu não queria mais que Jacob a fizesse sofrer e eu faria o possível para impedir que ele se aproximasse dela de novo.

— Só tenha cuidado Edward... – ele falou, fazendo eu voltar a olhá-lo.

— O que? – perguntei.

— Veja se esse seu desejo por ela não é pelo fato de ela ter sido a mulher do seu irmão, se essa mulher realmente é boa e tudo que ela disse é verdade, ela já sofreu muito, não a use também Edward, antes de pensar em tentar algo com ela, tenha certeza de que seu interesse por ela não é porque seu irmão gosta dela também, porque você sabe que desde crianças vocês tem essa mania de competirem um com outro em todos os sentidos, não é?

Eu respirei fundo e concordei com a cabeça, realmente o que Emmett estava dizendo era verdade.

— E também se toda essa história for verdade, Jacob tem um interesse por ela, você está ciente disso não está? Jacob vai continuar atrás dela, ele vai tentar novamente uma aproximação... – Emmett garantiu. – Pelo que conhecemos ele, duvido que ele irá desistir...

— Não ele não vai mesmo Emmett! – eu disse, levantando-me da cadeira e começando a andar pelo escritório. – Jacob sumiu, mas eu tenho certeza que ele não vai permanecer afastado por muito tempo, ele vai reaparecer...

— E o que você vai fazer quando isso acontecer? Lembre-se de sua mãe, ela não vai aceitar que você coloque o filho dela atrás das grades... – Emmett me lembrou, eu soltei um novo suspiro enquanto pensava nisso, seria horrível fazer isso com minha mãe, eu não sabia se realmente eu iria conseguir contar para ela toda essa história e ainda mandar Jacob para cadeia.

— É você tem razão Emmett, por enquanto eu não sei o que fazer, no momento eu só tenho certeza de uma única coisa, eu quero que Jacob suma das nossas vidas para sempre... – eu disse firmemente enquanto encarava Emmett, ele então concordou com a cabeça.

***

Por mais que eu pensasse que Jacob fosse culpado do meu acidente e quisesse que eu morresse para ficar com o dinheiro e com a presidência eu não conseguia desejar mal a ele. Ele era meu irmão e independente de tudo continuaria sendo, mesmo que ele não me visse da mesma forma. Eu sabia que não queria vê-lo morto e nem mesmo preso, mas isso também não quer dizer que eu gostaria que ele voltasse para a mansão.

Na verdade o certo era tirar toda essa história a limpo com ele, mas eu sabia o quanto isso era perigoso, se Jacob realmente provocou o meu acidente ele poderia muito bem provocá-lo novamente, então, o mais seguro a se fazer é continuar fingindo que não sei de nada, demonstrar somente raiva por ele ter tentado fugir com Isabella e obrigá-lo a ficar bem longe de nós.

Eu ainda achei que Jacob iria demorar a aparecer, mas para minha surpresa ele apareceu mais rápido do que eu imaginava. Nesse mesmo dia próximo do horário de eu ir embora, Jacob chegou á empresa e ainda teve a ousadia de ir até a minha sala e entrou sem ao menos bater na porta.

Assim que eu o vi entrar na sala, eu levantei da minha cadeira e encarei-o com a boca entreaberta, ele me olhou seriamente e uma raiva começou a surgir dentro de mim e até mesmo subir para o meu cérebro, eu queria partir para cima dele, mas naquele momento preferi me segurar.

— Você é muito cara de pau mesmo... – eu reclamei, enquanto discordava com a cabeça.

— Eu ainda sou um Cullen não sou? – ele disse, arqueando as sobrancelhas. – Ou você acha que só porque é o presidente é dono de tudo...

— Pelo menos essa sala é minha! – eu disse. – Mas fala logo, o que você quer aqui?

— Eu vim te avisar que eu vou voltar para mansão... – ele disse, sentando-se na cadeira que havia em frente a minha mesa.

— Não você não vai, eu não quero você próximo da Isabella! – eu disse quase aos gritos.

— Eu já disse que também sou um Cullen! – ele insistiu.

— Mas eu que herdei a mansão e decido quem vai morar lá ou não! – respondi, enquanto colocava as duas mãos na mesa.

— A minha mãe vai ficar sabendo disso... – ele disse com o dedo em riste, se levantando da cadeira.

— É? Ela também já sabe que você praticamente sequestrou a minha esposa! – eu retruquei no mesmo tom que ele.

— Eu não seqüestrei coisa nenhuma, ela foi comigo porque ela quis... – ele respondeu e naquele instante me deu uma vontade imensa de jogar na cara dele tudo que ela me contou, porém eu tive que engolir todas as palavras, e respirei fundo para manter a calma para que as palavras não voltassem, se tudo for verdade Jacob é perigoso e eu estava com medo do que ele pudesse fazer com Isabella algo por ela ter me contado toda verdade.

Então, como eu sabia que eu não chegaria a lugar nenhum com essa discussão, a única coisa que me restara fazer é um acordo com Jacob, um acordo que poderia beneficiar nós dois, ele poderia sair ganhando financeiramente e eu poderia tirá-lo da minha vida de uma vez por todas.

— Quanto você quer para ir embora do país por pelo menos uns dois anos? Hein Jacob? – eu perguntei a ele, se pelo menos ele sumisse por dois anos já seria um bom começo.

Jacob parecia ter ficado surpreso com minha pergunta, ele me encarou com as sobrancelhas arqueadas, a sua expressão estava séria, mas de repente ele sorriu, parecia que havia se interessado, eu sabia o quanto ele é ganancioso.

— Você me dá o valor que eu quiser? – ele me perguntou.

— Dependendo sim, caso o valor não seja um tanto absurdo... – eu respondi. – Mas vai ter condições... Metade agora e metade daqui um ano, caso você realmente não reapareça... – eu acrescentei, afinal, se eu desse todo valor agora eu corria o risco de pagá-lo e ele não sumir, agora se eu demorasse um ano para dar a outra metade e durante esse ano ele ficasse longe, já seria um bom tempo para eu resolver minha vida, principalmente saber se poderia existir algo entre mim e Isabella.

Eu encarei-o seriamente, Jacob arqueou as sobrancelhas e permaneceu em silencio por alguns segundos, ele parecia pensar, cruzou os braços e virou de lado, ficou encarando o chão por mais algum tempo, já eu fiquei encarando-o o tempo todo, no fundo eu sabia que era um tanto arriscado fazer um acordo com Jacob, mas eu também sabia que nas condições em que estávamos eu não tinha muita escolha, já que ou era isso ou eu iria denunciá-lo, e denunciá-lo estava meio fora de questão.

— Certo... Dois milhões! – ele finalmente disse voltando a olhar para mim.

Eu suspirei, umedeci meus lábios e encarei-o por mais alguns segundos. Dois milhões era bastante dinheiro, se ele realmente não sumisse seria um prejuízo e tanto.

— Você não acha que está pedindo demais não? – perguntei para ele.

Ele riu ironicamente, enquanto discordava com a cabeça, agora foi ele que colocou as duas mãos na minha mesa e me encarou com um semblante sério.

— Dois milhões não é nada para você, e você sabe muito bem disso Edward! – ele disse, num tom raivoso. – E quer saber pedir dois milhões para você chega a ser esmola, comparado com a fortuna que você herdou!

Eu o encarei por mais alguns segundos antes de suspirar e então concordar com a cabeça, realmente não iria valer a pena discutir com Jacob.

— Tá certo, um milhão agora e um milhão depois de um ano, mantenha a mesma conta corrente que você tem hoje para que daqui um ano eu deposite o restante do dinheiro na sua conta... – voltei a me sentar e abri a gaveta da minha mesa, tirei um cheque e então comecei a preenchê-lo. – Espero que você cumpra Jacob, para o bem de nós dois! – acrescentei e assim que terminei de preencher o cheque, entreguei para ele que ainda me encarou por mais alguns segundos.

— Não pense que se livrando de mim você vai conseguir ser feliz com a Isabella... – ele disse, eu encarei-o com a cabeça erguida e com um olhar bastante sério. – Ela não te ama e duvido muito que um dia ela irá te amar... – ele acrescentou e sorriu maldosamente para mim, antes de se virar e sair da sala rapidamente, batendo a porta fortemente atrás de si.

Eu suspirei, passei a mão em meu rosto e parei o olhar na minha mesa, pensando por alguns minutos nas ultimas palavras de Jacob.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Será que ele vai embora mesmo? COMENTEM, RECOMENDEM E FAVORITEM!



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