Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 10
Sem chão


Notas iniciais do capítulo

olá gente!!! voltei com um novo cap. para vocês, espero que gostem, agora tudo começará a fazer sentido, começaremos a visão da Bella, e vocês saberão quem é ela de verdade, não esqueçam de comentar, favoritar e recomendar, beijos e nos falamos mais nas notas finais.



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10. Sem chão

ANTES

Isabella Swan

É incrível que quando esperamos que algo aconteça, demora séculos para acontecer, parecia que uma semana, apenas sete dias, tornou-se um mês. As horas iam se arrastando, e aquilo me deixava aflita, nervosa. Eu queria muito que chegasse domingo. Seria o grande dia da minha vida, e embora tudo tenha acontecido rápido demais, eu só queria que aquele dia chegasse logo. O dia do meu casamento.

 Fazia pouco tempo que eu conhecia Edward Cullen, porém, eu já sabia desde o inicio que ele era perfeito para mim, era um homem bom, simples e me amava, sim, ele demonstrava me amar completamente. Definitivamente ele aparentava ser tudo aquilo que eu sonhava e que eu esperava em um homem, estar perto dele é como pisar nas nuvens.

Fora engraçado a forma que nos conhecemos, eu sou aquelas mulheres do interior, mas nunca fui de sonhar alto, definitivamente eu não esperava que um dia eu ia encontrar por acaso um príncipe encantado, na época em que eu o conheci, eu tinha outras preocupações, sou de uma família simples, perdi minha mãe muito cedo e acabei ficando com a responsabilidade de ser uma mãe para minha irmã mais nova, Jane.

Meu pai Charlie já é um senhor de idade, é um policial aposentado. Ele fora obrigado a se aposentar mais cedo devido a um acidente que sofreu enquanto trabalhava, por causa desse acidente ele tem problema em sua perna direita e manca até hoje, e devido a isso ele ficou impossibilitado de continuar trabalhando como policial, mas mesmo recebendo dinheiro do governo é muito pouco para suprir todas as nossas necessidades.

Por não ser o suficiente para pagar a faculdade de minha irmã eu precisei começar a trabalhar, arrumei emprego em uma loja de artesanato e meu pai querendo ainda aumentar mais a nossa renda começou a trabalhar como vendedor ambulante.

Tínhamos uma vida simples, mas éramos felizes, porém eu devo confessar que era cansativo cuidar de minha irmã, ela não era nada fácil, ela estava na fase mais complicada, queria sair á noite, com amigas das quais eu não gostava muito, e sempre tentei evitar que ela bebesse e que saísse para ir ás pequenas baladas que tinha na região, mas ela começou a mentir e até mesmo começou a fugir de casa durante a noite. Isso me preocupava, já que meu pai não era mais um homem jovem, e tinha alguns problemas de saúde, eu não queria preocupá-lo.

 Em uma noite, ao descobrir que Jane havia ido numa balada pequena que havia na cidade, eu fui atrás dela, já decidida a discutir com ela, com amiga dela e ainda traze-la arrastada para casa, para ver se ela criava mais responsabilidade. E fora lá, quando entrei naquele salão que esbarrei pela primeira vez em Edward, ele estava com um copo de bebida na mão e me olhou com um olhar estranho, que de inicio até me incomodou, aquele onde te mede dos pés a cabeça e da cabeça aos pés, senti meu rosto esquentar por completo, pedi desculpas e já ia voltar a andar, quando ele puxou-me pelo braço, obrigando-me a olhá-lo de novo.

— Oi, você vem muito aqui? – ele perguntou, e eu ri, aquele começo de conversa é tão clichê.

— Não! – falei, ainda rindo.

— Posso perguntar o seu nome? – ele perguntou.

— Isabella... – respondi.

— Mesmo que não tenha perguntado, o meu nome é Edward! – ele falou, olhei-o por alguns segundos, antes de respondê-lo.

— Tenho que ir, eu estou procurando a minha irmã! – falei.

— Quer que eu te ajude a procurar? – ele perguntou.

— Não, não precisa, obrigada! – falei, e depois puxei meu braço da mão dele, me afastando, porém ele veio atrás de mim, já demonstrando ser um homem insistente. Disse: “eu insisto”, e fora comigo procurar Jane, encontrei-a e como já imaginava ela ficou irritada por eu ter vindo atrás dela, porém, eu não me importei, ela era minha responsabilidade e eu precisava cuidar dela, não queria que ela se perdesse, tinha que se concentrar nos estudos e não em festas, bebidas e muito menos em namorados.

Assim que sai do salão com ela, Edward insistiu em nos levar em casa, eu o convenci de que não tinha necessidade, afinal, eu não o conhecia e não queria carona de estranhos, claro que isso eu não falei para ele. Fui mais educada. Jane ainda reclamou, disse que ainda além de eu fazê-la passar vergonha a obrigaria ir a pé até em casa.

Não me importei, voltamos andando e até o caminho de casa ela reclamou mais um pouco, foi para o quarto e ficou alguns dias sem falar comigo.

Nesses próximos dias, voltei a reencontrar Edward, agora na loja de artesanatos, ele confessou que foi até a loja apenas para me ver, estranhei, pois eu não sabia como ele descobriu que eu trabalhava lá, quando lhe perguntei, ele disse que consegue descobrir tudo que lhe interessa, e começou a insistir até eu aceitar dar uma volta com ele.

Edward era bonito, parecia ser simpático, e eu havia gostado da insistência dele, sempre mostrando para mim ser um homem persistente, e isso até me atraiu, dei uma oportunidade de conhece-lo melhor, e fora melhor decisão que tomei. Afinal, acabei conhecendo um homem maravilhoso.

Logo descobri que Edward é de classe média, ainda estava estudando, porém já tinha um emprego importante numa construtora, agora que íamos nos casar nós teríamos uma vida estável e eu já estava pensando na possibilidade de voltar a estudar assim que nos casássemos, eu queria conseguir um emprego bom, ajudá-lo, afinal, ele é um homem bastante esforçado, eu não me importava em termos uma vida simples, mas pelo menos queria fazer o possível, para que juntos, pudéssemos ter uma vida com conforto.

Assim que cassássemos no civil, iríamos nos mudar para uma cidade maior, próximo ao emprego dele, seria uma grande mudança em minha vida, nunca fiquei longe de minha irmã e de meu pai, eu sabia que seria difícil, porém lá teríamos mais oportunidades, tanto para eu estudar e trabalhar como para ele, que continuaria próximo ao seu trabalho, mas eu sabia que iria sentir falta, muita falta de minha família.

— Jane, assim que eu me casar e me mudar, eu vou começar depositar o dinheiro da sua faculdade e também um pouco para ajudar nas despesas de casa, você precisa começar a faculdade ano que vem, Edward é um homem muito bom disse que vai me dar o dinheiro da sua faculdade até eu conseguir um emprego novo, assim que eu começar a trabalhar eu pagarei a sua faculdade e ele pagará a minha! – eu disse a Jane, minha irmã, estávamos numa lanchonete comendo um lanche.

 Agora eu já tinha pedido demissão do meu emprego na loja de artesanato, já que Edward e eu iríamos nos mudar. Confesso que mesmo sabendo que isso era o melhor a se fazer, eu já estava ficando preocupada, mesmo tendo se passado alguns meses Jane ainda era irresponsável, eu não sabia se ela iria conseguir dar conta de casa e de nosso pai.

Mas eu iria fazer um esforço para que tudo desse certo, mais para frente eu até estava pensando em levar minha irmã e meu pai para perto da onde iríamos morar. Mas para isso eu precisava de um tempo, primeiro eu precisava arrumar um emprego.

— É você ganhou na loteria maninha, ele pode não ser rico, mas ele faz de tudo por você, espero que eu consiga um homem assim... – disse Jane, enquanto mordia o seu lanche natural. Eu sorri para ela e puxei o canudo do meu suco de maracujá e coloquei-o na boca, comecei a beber enquanto pensava no que ela havia acabado de me falar, realmente eu era uma mulher de sorte.

 É como dizem, as coisas acontecem por acaso, antes de Edward, eu sequer pensava em me casar tão cedo, os meus planos sempre foram trabalhar, ajudar a minha irmã, até ela começar a faculdade, conseguir um emprego melhor e se estabilizar e só depois disso eu pensaria em mim e nos meus estudos.

— Faltam poucos dias Bella, poucos dias... – Jane me lembrou, sorri para ela e concordei com a cabeça.

Os dias realmente se arrastaram, e finalmente quando chegou o grande dia do meu casamento, eu pude comprovar que a sensação de estar se casando é emocionante, extremamente emocionante, eu sentia como se estivesse no céu, embora fosse apenas ainda o casamento no civil, Edward fez questão que eu usasse vestido de noiva, e me produzisse toda como se fosse entrar em uma igreja. E me ver vestida com um vestido de noiva, comprido, todo branco, rendado, me ver de véu, com os cabelos presos e uma maquiagem muito bem feita, me fez sentir-me uma princesa, eu nunca tinha me achado tão bonita, como eu estava naquele momento.

Por ser um casamento no civil, eu só convidei o meu pai e minha irmã, Edward levou apenas duas testemunhas, da qual ele disse que são amigos da faculdade. Nós nos casamos em um parque, e fora algo extremamente belo, eu apenas cumprimentei os amigos dele, e logo que assinamos, concordando com nosso casamento e fomos considerados casados legalmente, vi que meu pai se emocionou, o abracei e também chorei, antes de ir já estava sentindo saudades, afinal, agora nos veríamos menos.

Ficamos o resto da tarde em minha casa, Edward aguardou que eu pegasse todas as minhas coisas e terminasse de arrumar minhas malas. A despedida foi um tanto emocionante. Abracei por um bom tempo Jane, e em seguida meu pai. Nos três novamente nos emocionamos antes de eu ir embora, finalmente.

Dentro do carro, eu olhava o caminho pela janela, observando cada casa passar pelos meus olhos, eu queria guardar o máximo de recordações possíveis daquele lugar, afinal, eu não sabia quando eu voltaria, fora ali que nasci, cresci, mas sabia que teria uma vida melhor e mais feliz ao lado de Edward.

Edward parecia também feliz, porém ele estava calado, enquanto dirigia o carro em direção ao nosso novo lar, ainda iriamos casar na igreja, mas só daqui alguns meses, ai teríamos nossa lua de mel.

Quando ele percebeu que eu estava o olhando, ele sorriu para mim e pegou minha mão, a mão dele soava, e eu estava com a impressão de que estava levemente nervoso.

— Está tudo bem? – eu perguntei a ele, o sorriso dele se alargou.

— Como não estaria? Esse é o dia mais feliz da minha vida! – ele respondeu, sorri para ele e segurei sua mão com mais força, esse também era o dia mais feliz da minha vida, e eu já imaginava como seria quando nós nos cassássemos na igreja.

Foi quando de repente o celular dele tocou, Edward atendeu rapidamente.

— Alô? O que você quer? – segundos depois continuou. – Sério? Agora não dá, eu acabei de me casar, ué, eu vou levar minha esposa para o nosso novo apartamento... Não, eu não posso! Você quer que eu vá ai no mesmo dia que eu me casei...

Edward pareceu ficar nervoso, aquilo me assustou.

— Edward, se for importante, não tem problema! Você pode ir... – eu falei.

Edward me olhou rapidamente, e então suspirou.

— Tá, eu já estou indo, espera ai! – ele despediu-se da pessoa, desligando o telefone.

— É do meu trabalho, eles não me dão paz nem no dia do meu casamento! – ele respondeu, irritado.

— Você sabe como nesse momento é importante esse seu trabalho, vai lá, resolve o que você tem que resolver, me deixa em casa, e amanhã você volta e me busca, ai vamos para nosso apartamento, e você tira a folga que você falou que eles iriam dar a você! – eu disse sorrindo para ele, Edward sorriu para mim também, parou o carro e colocou a mão em meu rosto.

— Você é tão compreensiva, por isso que eu te amo tanto! – ele disse, aproximando o rosto com o meu, me dando um beijo de leve.

— Eu também te amo muito Edward! – falei para ele, passando a mão em seu rosto, e lhe dando mais um beijo.

Assim, os nossos planos haviam mudado, Edward fez o que eu pedi para que ele fizesse, ele me deixou em casa e foi resolver o seu problema na construtora. Mesmo que minha primeira noite de casada não tenha sido como eu havia planejado, eu estava feliz, afinal, eu teria o resto da minha vida para passar ao lado de Edward. Tínhamos muito ainda o que viver. Bom, pelo menos é o que eu pensava, até que no dia seguinte, eu não consegui falar com Edward.

  Ele não atendia o telefone celular, ele não entrava em contato, de inicio achei que tivesse tido algum problema no trabalho, porém, quando anoiteceu e continuei sem noticias, comecei a ficar preocupada. E fora somente as oito horas da noite que o telefone tocou.

No mesmo momento meu coração disparou, eu tive um mau pressentimento, eu não sabia o porque, mas desde manhã, eu já pressentia que algo iria acontecer, corri e então atendi o telefone com a voz tremula.

— Alô? – eu disse.

— É a Isabella? Esposa de Edward Cullen? – perguntou a voz, era feminina e parecia ser de uma senhora, notei que o seu tom de voz não era um dos melhores, parecia uma mistura de nervosismo e tristeza.

— S-Sim... – eu gaguejei.  – Quem é?

— Aqui é a mãe de Edward...  – ela disse, naquele momento meu coração já começou a disparar. – Ai minha filha, eu nem sei como te dar essa noticia, é terrível...

— O que houve? – eu perguntei já assustada.

— Edward, ele, ele morreu... – ela finalmente disse.

Naquele momento, o mundo inteiro pareceu desabar em cima de mim, e eu definitivamente, fiquei alguns segundos paralisada, com a impressão de que nada. Nada, parecia ser real. Eu não conseguia nem raciocinar direito, eu sentia como se não existisse mais chão, era como se eu estivesse caindo em uma queda profunda, e por mais que eu tentasse me agarrar em algum lugar eu não conseguia. O telefone praticamente escorregou de minha mão, e tive que me esforçar muito para finalizar aquela ligação, em primeiro momento eu não quis acreditar, mas quando aquela mulher insistiu, e ainda passou o endereço para eu ir até a sua casa, eu comecei a ver que aquilo realmente era real.

Enquanto eu sentia-me extremamente mal e estranha, eu seguia com Jane em direção á casa de Edward, a mãe dele havia me passado o endereço da casa que ficava em outra cidade e para eu não ir sozinha minha irmã decidiu me acompanhar, já que eu estava sem condições para nada.

A cidade onde ficava a casa dele não era desconhecida para mim, pois era a cidade que ele e eu iríamos morar, eu imaginava que pelo endereço eu iria parar no nosso apartamento, que seria onde iriamos viver depois de casados. Porém aquele endereço acabou me levando para outro lugar. Acabei parando em frente a uma mansão. Confusa, olhei novamente para o papel e novamente para a mansão, não acreditando que estava no local correto.

— Isso aqui não parece ser um apartamento! – comentou Jane, puxando o papel de minha mão, para verificar se estava correto.

— Mas é o endereço que a mãe dele me passou Jane... – respondi incrédula, olhando novamente para mansão.

— Será que você não anotou errado? – ela perguntou, eu a olhei e notei que ela também estava me olhando.

— É, eu estava bastante nervosa, pode ter acontecido isso... – respondi. – Mas é melhor nós perguntarmos... – eu disse, Jane concordou. Então seguimos em direção á mansão, passamos pelo enorme portão que por sorte estava aberto e fomos em direção á porta da mansão.

Ela era enorme, elegante, assim como tudo que havia em sua volta, havia um enorme jardim, e a cada canto que eu olhava, eu tinha mais certeza que havia anotado o endereço errado.

Toquei a campainha e fora um mordomo que abriu a porta. Ele era um senhor de idade, usava óculos e estava com um de seus braços virados para trás.

— É... – eu gaguejei. – Aqui é a casa de Edward Cullen? – perguntei.

— Sim senhora... – ele respondeu. – Suponho que a senhora deva ser a Isabella? Esposa do senhor Cullen...

— S-Sim... – gaguejei, sentindo-me levemente tonta, ainda eu estava tentando digerir a parte em que Edward Cullen morava nessa mansão.

— Entre senhora! – ele pediu, dando espaço para que Jane e eu entrasse na mansão.

Enquanto olhava a minha volta, eu sentia tudo girar. A sala de estar era enorme e parecia aquelas mansões que a gente vê na televisão. E isso era demais para mim, primeiro Edward morre e agora eu descubro que ele mentiu para mim e eu não conseguia entender o porque ele mentiu, por que ele me disse que era pobre se na realidade ele parecia ser rico, muito rico.

— Bella, você está bem? – minha irmã perguntou para mim, olhando-me com um olhar bastante preocupado.

— S-sim... Por que? – perguntei, num tom baixo.

— Você está pálida, muito pálida... – ela respondeu.

— Rodolf quem era... – começou a falar uma senhora elegante, entrando na sala de estar, porém logo ela se calou a me ver.  Ela me olhou, com os lábios entreabertos, e então rapidamente se aproximou.

— Isabella? – ela perguntou, olhando para mim.

— É sou eu... – respondi.

Ela pareceu paralisar-se enquanto me encarava, foi então que seus olhos encheram-se de lágrimas e ela me puxou para um forte abraço, e enquanto nos abraçávamos, percebi que ela começou a chorar. Fechei os olhos, respirei fundo e uma forte vontade de chorar me invadiu, também deixei que as lágrimas caíssem dos meus olhos, que já estavam ardendo devido ao tanto que já chorei.

Mas não dava para segurar, dava para ver que ela estava muito triste, e claro, provavelmente ela é a mãe de Edward, a senhora que me ligou. Eu não conseguia nem imaginar como é a dor da mãe de perder um filho.

— Me desculpa a emoção... – ela disse, soltando-me e limpando as lágrimas, eu fiz o mesmo. – É que eu não consegui me conter, você deve ser muito importante para o meu filho...

— Bom, nos amávamos muito! – eu disse numa voz de choro, enquanto ainda limpava as lágrimas.

— Eu só não entendo por que vocês esconderam a relação... – ela disse, fazendo com que Jane e eu nos entreolhássemos. – Mas sentem-se! – ela pediu, caminhando até o sofá, eu sentei nele junto de Jane. – Querem beber alguma coisa?

— Agua... – Jane falou, colocando a mão em meu ombro.

Só precisou ela olhar para o mordomo, que ele se afastou para trazer a agua.

— É, desculpa, não fui nada educada, sequer me apresentei, é sou a Esme, mãe de Edward... – ela disse, sorrindo para mim. – Na verdade eu sou madrasta, porém como criei Edward desde pequeno, para mim é como um filho... – ela disse, tirando um lenço de seu blazer para limpar as lagrimas. – E perdê-lo, é uma dor tão... – ela suspirou. – Não, não vamos falar disso, me diga, como foi que se conheceram?

— Ele não falou nada, ele não falou sobre mim? – eu perguntei.

— Não só soubemos que vocês se casaram porque encontramos a certidão de casamento no escritório dele, foi então que meu filho, irmão de Edward procurou seu numero e o encontramos em um dos celulares dele, assim como sua foto!

— Mas... Eu não sei porque ele não contou! – eu a interrompi. – Eu estou muito confusa senhora, eu não entendo o que está acontecendo, se a senhora não tivesse dito para mim que realmente ele se chama Edward Cullen, eu não acreditaria nisso, pois ele não me disse que ele era rico, que morava em uma mansão, ele não me falou nada disso...

Esme pareceu ficar confusa, olhou-me com as sobrancelhas franzidas, parecia não acreditar no que eu estava dizendo. O mordomo então voltou com a bandeja com os copos da agua e entregou um para mim e outro para Jane, segurei o meu, com as mãos tremulas.

— Edward disse o que para você? – ela perguntou extremamente surpresa.

Eu dei longos goles de agua, ate terminar de beber, respirei fundo antes de respondê-la.

— Ele me disse que era de classe media, que trabalhava em uma construtora e que iriamos morar em um apartamento próximo aonde ele trabalhava, que seria aqui nessa cidade, mas, ele não me disse que seria uma mansão... – eu respondi.

— Edward é milionário, ele é dono de uma construtora, herdou uma fortuna imensa, a família Cullen é bastante conhecida, pois Edward é um empresário de grande sucesso! – ela respondeu, me fazendo discordar com a cabeça, extremamente inconformada.

— Por que? Por que ele mentiu para mim? – perguntei, enquanto sentia novas lagrimas caírem dos meus olhos, eu olhei para Jane que parecia tão surpresa quanto eu.

— Talvez ele tenha feito isso porque queria que você o amasse como ele é e não pelo dinheiro, é Bella, pode ser isso! – Jane disse, olhando para mim.

— Quando ele ia me dizer que é rico? Quando chegássemos nessa mansão? – eu perguntei levemente nervosa, porém naquele momento eu sabia que não fazia sentido eu ficar brava com aquilo, embora ele tivesse mentido, ainda doía, doía perde-lo, o pior é que ele nunca poderá se defender, ele nunca poderá aparecer nessa mansão e me explicar o que está acontecendo, tudo seria apenas “eu acho”, nunca, mais nunca, eu teria certeza de nada, pois nunca mais, nunca, eu poderia escutá-lo.

— Ai filha, isso eu não vou poder lhe responder, acredite eu estou tão confusa, quanto você... – Esme respondeu e eu sorri forçadamente para ela. Ela estava sendo muito boa comigo, mas eu não poderia imaginar Edward com uma mãe diferente. – Bom, agora acho que você vai querer tomar um banho, descansar, relaxar, não é? Vou pedir para que Rodolf leve você e a, é eu nem perguntei, você é o que da Isabella, irmã?

— Isso, sou a Jane irmã dela! – ela respondeu.

— Bom, então vou pedir, que ele leve vocês duas para o quarto de hospedes... – Esme disse, chamando o mordomo, que logo nos acompanhou.

Subimos a escadaria e passamos por um enorme corredor, o mordomo deu um quarto para cada uma de nós, primeiro levou Jane até o quarto que seria o dela e depois me levou até o meu. Porém, não passou nem quinze minutos, para que Jane saísse de seu quarto e viesse até o meu, ela estava confusa, igual a mim e queria conversar sobre o assunto.

— Meu Deus, quem ia imaginar que Edward era tão rico? – disse Jane sentando em minha cama.

— Ele escondeu isso de mim, assim como ele escondeu para a mãe dele que havia se casado comigo... – eu respondi, eu não estava magoada afinal, Edward havia morrido e a dor de perdê-lo era maior do que qualquer magoa que eu poderia sentir dele naquele momento, porém eu estava incomodada com todas aquelas mentiras, se ele tivesse vivo, com certeza teríamos tido uma briga muito feia, muita feia mesmo.

— Será que ele estava com medo da família não te aceitar por você ser pobre? – ela perguntou.

— A mãe dele não me parece ser assim... – respondi, rapidamente. Esme parecia ser um amor de pessoa, na verdade, por mais que eu pensasse, eu não encontrava motivos para Edward ter agido da forma em que agiu.

E então naquela noite eu não consegui dormir, a cama era incrivelmente confortável, mas eu revirava para um lado e para outro como se estivesse incomodada, porém eu sabia que o incomodo não era com o colchão, mas sim os meus pensamentos. Ainda não dava para acreditar que eu não veria mais Edward, que eu havia o perdido para sempre, eu não conseguia parar de pensar nele.

Embora tudo que eu tivesse descoberto depois de sua morte pudesse me deixar extremamente nervosa, eu ainda o amava. O amava completamente, era difícil saber, acreditar, que nunca mais o teria comigo de novo. E ainda, ele tinha partido, sem termos a oportunidade de viver um dia sequer de casados.

Eu sabia que no dia seguinte seria um dia ainda mais difícil, seria o velório e o enterro dele, eu teria o corpo dele próximo de mim, mas nem vê-lo eu poderei. Já me falaram que o caixão estará fechado devido o estado do corpo, Edward havia morrido em um acidente de carro, o carro havia explodido, e o corpo está irreconhecível.

Porém mesmo assim, ele estará perto de mim, e era terrível me dar conta de que em vez de estarmos vivendo nossa vida de casados, eu estou é indo no velório e no enterro dele.

Levantei-me no dia seguinte com terríveis dores no corpo, sintomas de uma noite mal dormida, eu fui tomar um longo banho na tentativa de sentir-me um pouco melhor, porém por mais que eu permitisse que agua quente caísse no meu corpo, nada, extremamente nada, fazia aquela dor cessar.

Observei meus olhos inchados no espelho, e vi o quanto eu estava horrível, desde que soube que Edward morreu a única coisa que eu fazia era chorar e isso estava bastante visível em meu rosto, acredito que nem uma base conseguia esconder as terríveis olheiras.

Vesti-me um vestido preto que eu tinha e prendi o cabelo num alto rabo de cavalo, quando fui ao quarto de Jane, ela também já estava com um vestido preto mais longo que o meu, assim que ela me viu, ela veio ao meu encontro, dando um leve abraço.

— Você conseguiu dormir? – ela perguntou para mim.

— Sinceramente, eu fiquei mais virando mais para um lado e para o outro, do que dormindo de verdade... – respondi.

— Ai maninha, eu sei que esse não é o momento de pensarmos nisso, mas você já se deu conta de que agora você é viúva de um milionário? – ela perguntou, fazendo-me encará-la meio confusa.

— S-sim... Porém eu não sabia que ele era... – eu dizia, ate que me calei e sentei-me na cama, enquanto pensava nas palavras de Jane, parecia que eu estava começando a entender o que ela queria dizer. – Ele e eu nos casamos com...

— Comunhão de bens não foi? – ela disse, eu concordei com a cabeça.

— Mas não foi porque eu quis, eu não ligava em me casar com separação total de bens, eu disse para ele, mas ele fez questão disso, disse que seria uma maneira de me proteger... – eu respondi me lembrando do momento em que Edward e eu discutimos esse assunto.

— Claro, ele se preocupou com isso porque é milionário, nesse momento ele já estava dando sinais disso, mas como ele mentiu para nós, não pensamos que Edward estava querendo casar com comunhão de bens, para caso acontecesse algo com ele você ficasse rica... – ela respondeu.

Eu comecei a pensar enquanto encarava o chão, eu estava tão mal com a perda de Edward, que eu nem havia ainda me dado conta de que agora eu seria rica, porém eu não me importava com isso, eu nunca pensei em me casar por dinheiro.

— Não... Eu não quero esse dinheiro! – eu falei, levantando-me da cama. – Eu não casei com Edward com essa intenção!

— É, eu sei que não, mas ele mentiu para você, e duvido muito que você não teria se casado com ele só porque ele é rico... – ela disse. Eu encarei-a inconformada.

— Bom, se ele tivesse sido sincero comigo desde o inicio, acho que, não sei, eu acho que eu teria medo de me relacionar com ele, olha só Jane, olha esse lugar, não é o nosso mundo... – respondi.

— Ah claro, você adora ser pobre, adora ter que trabalhar para tentar pagar minha faculdade, e ainda não tem dinheiro nem para pagar a sua, me diga Bella, você é extremamente feliz assim? Feliz em se matar para conseguirmos sobreviver... – ela disse num tom irônico.

— Não, não era, mas eu não era infeliz também, além do mais você sabe muito bem que eu não estava com Edward por interesse, tanto que eu nem sabia de sua verdadeira condição financeira... – respondi.

— Sim eu sei Bella, mas se Edward era rico e deixou as coisas para você, não vejo o porque não aceitar, pelo menos a gente sai do buraco que estamos... – Jane respondeu, então eu suspirei.

Eu não sentia que sairia daquele buraco, entrei em um após saber que Edward morreu, porém decidi não falar mais desse assunto com a minha irmã, pelo menos não agora, eu estava nervosa demais e era impossível tomar qualquer decisão nesse momento, agora eu só queria pensar no velório e no enterro.

Quando sai acompanhada de Esme, de minha irmã e dos empregados e seguimos em direção ao local onde Edward seria velado, eu pude constatar o quanto Edward era famoso, a mansão já estava cercada de repórteres, e todos queriam vir para cima de mim para fazer perguntas, Esme apenas me abraçou e pediu para que o motorista acelerasse o carro, tentando assim fugir deles, porém no cemitério, havia mais repórteres, continuávamos fugindo e eu não dizia uma palavra sequer para eles.

Era terrível ver Edward sendo velado e depois enterrado, tinha diversas pessoas no local, acredito serem familiares, amigos, todos sensibilizados, um deles, aproximou-se de nós, era um homem que parecia ter a mesma idade de Edward, alto, branco, de olhos azuis, notei que ele é bastante atraente. Ele cumprimentou Esme, dando-lhe um forte abraço, e enquanto se abraçavam, eles choraram um nos braços do outro, e quando eles soltaram-se, eles se olharam, extremamente emocionados.

— Eu sinto muito Esme! – ele disse numa voz de choro, ele realmente parecia abalado e seus olhos estavam vermelhos.

— Eu sei o quanto você sente... – ela disse, limpando as lagrimas, depois colocou o braço em volta do meu ombro. – Essa é a Isabella, a viúva de Edward! – ela me apresentou. – Ele é Emmett McCarty, era o melhor amigo de Edward!

— Nossa... É um prazer conhece-la! – Emmett disse, cumprimentando-me com aperto de mão. – Meus pêsames! – ele acrescentou, eu concordei com a cabeça, enquanto sentia algumas lágrimas caírem dos meus olhos. – Ele deve ter amado bastante você, para decidir casar-se assim, tão rápido!

— Você também não sabia do nosso casamento? – perguntei numa voz de choro. Emmett discordou com a cabeça.

— Confesso que eu fiquei chateado em saber que ele não me contou, mas agora, não faz sentido nenhum não é? Ficarmos chateado com algo que ele fez, já que ele não está aqui para poder se explicar! – Emmett respondeu.

— Sim, eu concordo completamente! – falei.

Emmett sorriu forçadamente para mim, ele parecia ser uma boa pessoa, e parecia estar muito abalado com a morte do amigo, todos os lados que eu olhava, todos os rostos desconhecidos que eu via, eu via tristeza e então eu percebi o quanto Edward era amado, pois todos pareciam abalados e muitos choravam por sua morte.

Era terrível, eu sentia como se estivesse em um pesadelo, em um lugar onde eu não deveria na verdade estar, ainda eu tentava digerir tudo isso, digerir o que estava acontecendo, mas por mais que eu tentasse, ainda parecia que nada fazia sentido.

Como eu imaginei havia sido um dia difícil, quando cheguei ao meu quarto, eu dei graças a Deus, tomei um novo banho, e coloquei a camisola que eu trouxe, eu ia tentar dormir, porém eu sabia que seria difícil dormir, com certeza eu ficaria revirando na cama a noite toda como aconteceu na noite anterior.

Eu havia acabado de me sentar na cama, quando ouvi um barulho de bater de porta, eu pedi para que a pessoa entrasse, então a porta se entreabriu e avistei Esme, olhando para mim com um sorriso de leve no rosto.

— Precisa de algo? – ela perguntou, entrando no quarto, ela trazia consigo um jornal.

— Não, eu só vou tentar dormir, mas acho que eu não vou conseguir... – eu respondi.

— A dor da perda é terrível, hoje eu vi que é a pior dor que um ser humano pode sentir... – ela comentou.

— É, eu me sinto sem chão, sabe, ás vezes ainda eu não acredito, estávamos em um minuto tão bem, havíamos acabado de se casar, embora tenha sido um casamento discreto, sem quase ninguém, havia sido mágico para mim, estávamos fazendo planos para nosso futuro, ai já no outro dia, a senhora me liga e me fala que ele morreu, como aconteceu isso tão rápido? – eu disse, discordando com a cabeça, bastante inconformada.

— É... Nem eu mesma entendo... – ela desviou o olhar para o jornal.

Eu soltei um suspiro e só então reparei no jornal que ela segurava.

— Estava lendo jornal, é? – perguntei.

 – É ontem eu não consegui dormir e eu sabia que hoje ia ser a mesma coisa, ai para me distrair eu peguei o jornal para ver, ai eu vi que os repórteres não perdem tempo, Edward saiu no jornal, e provavelmente amanhã, sairá noticia suas também, ninguém sabia que ele tinha se casado...

— É... Eu também não imaginava o quanto ele era famoso! – respondi, suspirando, depois a encarei. - Eu posso ficar com jornal para vê-lo?... – eu pedi.

— Acha que te fará bem? – ela perguntou.

— S-Sim... – eu respondi.

Ela então entregou-me o jornal.

— Está ai, é qualquer coisa, você pode me chamar tá bom? – ela disse, eu concordei com a cabeça. Aguardei então Esme fechar a porta, para que eu voltasse a olhar para o jornal, o abri e comecei a procurar a noticia de Edward, não precisei procurar muito, para logo encontrar o titulo: ”Empresário Edward Cullen morre em acidente de carro”. Meus olhos desceram devagar até então pararem na foto, na foto de Edward que colocaram no jornal, eu empalideci e no mesmo momento senti-me levemente tonta.

Joguei o jornal no chão, levantei-me da cama num pulo e correndo sai do quarto, desci as escadas quase tropeçando nos degraus, deparei-me então com Esme, sentada no sofá, que ao me ver, ela se levantou e me encarou com um olhar confuso.

— Esta tudo bem Isabella? Minha nossa, você está pálida, o que você tem? Está se sentindo mal? – ela perguntou, preocupada.

— Eu estou bem... É, acho que só levantei rápido demais da cama... – eu menti. – É, por acaso, você tem alguma foto do Edward? – eu pedi.

Ela sorriu levemente.

— Sim, eu tenho um álbum, você quer ver? – ela perguntou.

— S-Sim... – respondi.

Ela abriu o armário da sala, tirou lá de dentro um álbum grande, preto. E então me entregou.

— Tem fotos dele desde criança! – ela respondeu.

— Posso ver as fotos no quarto? – perguntei.

— Claro! – ela concordou.

Eu concordei com a cabeça e então agradeci e em seguida subi novamente as escadas apressadamente, fechei a porta do quarto, sentei-me na cama e abri rapidamente o álbum, as primeiras fotos era dele bebe, fui passando rapidamente para frente, tinha fotos dele quando criança, até que parei em uma, dele agora, adulto.

Meus olhos se arregalaram, minhas mãos ficaram tremulas e deixei o álbum cair de minha mão. Não, aquele não era Edward Cullen. Não era o Edward Cullen que eu havia me casado.

— Só pode ter sido um mal entendido... Isso, só pode ser um mal entendido, meu Edward está vivo... – eu falei para mim mesma, mas nada fazia sentido, nada, até que a porta se abriu fazendo-me acordar dos meus pensamentos, olhei rapidamente para a porta, e então eu o vi. Chocada, levantei-me da cama e encarei-o com os olhos arregalados, e com a boca entreaberta. – Edward... – eu falei num tom baixo, depois discordei com a cabeça, dando um passo para trás. Senti uma lágrima cair dos meus olhos, enquanto ainda o encarava. – Não, você não é o Edward, esse que está no álbum é o Edward, o que morreu, então me diga, quem é você?

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Acho que já dá para saber o que aconteceu, não é? Bom, pessoal agora eu só vou voltar depois do dia 21 de abril, devido as minhas provas da faculdade, até lá peço que vão comentando e se possivel favoritando e recomendando também, beijos e nos vemos depois do dia 21. Atenção: Nessa data iniciarei uma nova fic chamada: Um caminho para a esperança, não percam ;) beijos beijos e comentem muito para eu voltar bastante feliz, beijos!



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