Amor Doce: "Complicated" escrita por Keila Lavigne


Capítulo 4
A última aventura: The camping (part.1)


Notas iniciais do capítulo

Ah.... O ensino médio! Depois de tantas aventuras Madison e seus amigos estão merecendo um pouco de descanso! As barracas sumiram e com uma chefia marcando em cima será difícil não perder a cabeça mais uma vez. Madison e Castiel conseguiram enfrentar mais um desafio que os separam?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/753941/chapter/4

Alguns dias depois...
Acordei com o alarme do celular soando levemente em meu ouvido.
07:00am
Piscava insistentemente no visor do celular, me alertando de que havia chegado o grande dia. Todos da Sweet Amoris, com exceção de Castiel, é claro, estavam ansiosos com o acampamento de fim de ano que aconteceria na costa norte da França.
Levantei animada como não acontecia há muito tempo, principalmente em um dia tipicamente de férias. No qual costumo, geralmente levantar só depois das 13:00 da tarde.
Lucia: Já acordada, minha querida? – Minha mãe estava bebericando uma xícara de café enquanto folheava uma revista quando desci para comer alguma coisa, depois de terminar de me arrumar 20 minutos mais tarde.
Madison: Hoje é o dia do acampamento, esqueceu? – Balbuciei eufórica enquanto abria a geladeira.
Lucia: Claro que não. Você passou uma semana inteira falando sobre esse acampamento.
Madison: Isso por que será o melhor acampamento de todos! – Apanhei de dentro da geladeira uma garrafa de leite de amêndoas, minha mãe me observava atentamente quando acrescentou.
Lucia: E Castiel... Vai também para esse tal acampamento?
Virei para ela enquanto enxia um copo com o leite.
Madison: Sim. Apesar dele ter afirmado terminantemente de que isso era uma péssima ideia. – Beberiquei o meu copo de leite enquanto me sentia observada. Minha mãe abriu a boca para dizer algo mas hesitou.
Lucia: Espero que você se divirta, meu bem. – Ela sorriu para mim antes de se levantar e sair da cozinha.
Terminei o meu leite com biscoitos e apanhei do meu quarto a minha mochila. Era 08:30 quando passei pela sala...
Madison: 08:30?! - Fitei o visor do meu celular que sinalizava 07:50 da manhã. Perfeito. O horário estava errado e isso só podia significar que eu tinha apenas 10 minutos para chegar na Sweet Amoris. O ônibus sairia às 08:00.
“Nem mais, nem menos”. Podia ouvir a voz da diretora Shermansky ecoando em meu ouvido como um trovão.
Passei apressadamente pelo corredor de turistas que se aglomeravam nas calçadas das ruas. Essa época do ano a Amour Sucré ficava mais movimentada do que nunca. A segunda maior cidade da França em extensão, porém injustamente desconhecida abrigava os mais variados tipos de pessoas nos últimos dias de sol antes do inverno rigoroso que costumava assolar a cidade todo fim de ano.
Fitei o meu relógio de pulso quando passei pela última esquina antes de chegar a Sweet Amoris.
07:58am
Ainda não consigo acreditar o quanto corri para chegar a tempo, entretanto, antes de parar para recuperar o fôlego me permitir chegar lá primeiro. Avistei o professor Faraize em frente ao ônibus que nos levaria até o acampamento. Alguns alunos já começavam a entrar no veículo, uns mais animados que outros.
Madison: Professor Faraize, me desculpe a demora! – Disse ofegante me aproximando dele.
Professor Faraize: Senhorita Madison, fico feliz que tenha chegado a tempo. – Ele sorriu rapidamente e voltou a conferir minuciosamente ao que parecia ser uma lista com os nomes dos alunos que iriam para o acampamento. – Madison... Madison... Aqui. – Ele rabiscou algo em um dos papéis.
Iris: Madison! Estamos aqui! – Ouvi a voz de Iris soar um pouco distante. Passei o olhar que a encontrou juntamente com as outras meninas há poucos metros dali, no pátio. Ajeitei a minha mochila nos ombros e fui em sua direção acenando com uma das mãos suspensas.
Melody: Estávamos preocupadas. Achamos que você não conseguiria chegar a tempo antes do ônibus sair.
Madison: Eu também achei...
Iris: Estamos tão animadas. Será as melhores férias de todas! – Iris estava eufórica.
Madison: Onde está Rosalya?
Violette: Ela não virá...
Kim: Aparentemente a guria prefere passar as férias trabalhando na loja do namorado... – Kim fez uma careta enojada. Todas nós rimos.
Madison: E... Castiel? – Perguntei olhando para Lysandre, Armim e Nathaniel que conversavam um pouco longe dali. Sorri ao notar que Lysandre estava de bom humor.
Violette: Ele passou por nós há pouco tempo.
Iris: E estava procurando por você... – Iris soltou um sorriso malicioso em minha direção.
Melody: Olhem, o professor Faraize está nos chamando. – Melody apontou com o indicador para Faraize que soava descontroladamente enquanto conferia o horário no seu relógio de pulso.
Kim: Vamos, antes que ele tenha um infarto!
Entramos no ônibus empurradas por Iris que estava claramente animada com a ideia de passarmos os nossos últimos dias do ano (e talvez da vida) juntos.
Ao entrar no ônibus avistei imediatamente Castiel mais ao fundo com a expressão dispersa enquanto ouvia algo em seus fones de ouvido. No caminho em sua direção, Ambre, que estava sentada algumas poltronas a frente com Li esticou um dos pés em minha frente me fazendo cambalear até cair surpreendentemente (e para seu azar) em cima de Castiel, que me olhou surpreso e soltou um sorriso de canto ao acrescentar:
Castiel: Já deveria estar acostumado em te ver caindo de amores por mim.
Madison: Não fale bobagens. – Articulei com as bochechas queimando, ele me ajudou a levantar e me ajeitei numa poltrona ao seu lado.
Pude perceber Ambre, há algumas poltronas a nossa frente praguejar por entre os dentes coisas que nem eu mesma me permitir discernir do que se tratavam.
A viajem de 4 horas tivera picos que a tornaram um pouco mais emocionante. Nos primeiros 30 minutos os alunos puxados por um grupinho de outros alunos começaram a cantar músicas de viajem local. Todos rapidamente se animaram e deram continuidade a cantoria pelos próximos 25 minutos até que a criatividade dos alunos fora pouco a pouco se esgotando. Uma discussão entre Kim e Ambre depois de quase uma hora e meia de viagem (que nem eu mesma sei ao certo o porquê de ter começado) tirou a atenção de todos por quase 10 minutos. Com quase três horas de viagem a fio Armim sugeriu jogarmos o jogo que fora motivo dos conflitos de há alguns meses atrás na casa de Iris, é claro, com algumas adaptações pelo fato de não estarmos em uma casa confortável e espaçosa, e sim, em um ônibus relativamente (mais não o suficiente) grande. Mas para a nossa sorte sem garrafas desta vez. A brincadeira acabou depois de 15 minutos quando o desafio de Nathaniel me beijar tornou o clima mais tenso entre os meninos (Castiel e Lysandre que o diga). Depois de cochilar nos ombros de Castiel não me lembro do que aconteceu no ônibus nos 60 minutos restantes da viagem, pude apenas ouvir algumas risadas ao fundo e cochichos de vozes familiares nos raros momentos em que abria os olhos para checar se já havíamos chegado.
???: Eles são tão fofos juntos...
???: Pare com isso, Iris. Vai acabar acordando eles.
???: Mas não é isso o que temos que fazer?
???: Hey, vejam. Madison, está abrindo os olhos.
Avistei as meninas comprimidas umas nas outras no corredor e nas poltronas em nossa frente enquanto fitavam a mim e Castiel.
Madison: Mas o que... – falei coçando os olhos com as costas das mãos enquanto recobrava os sentidos.
Percebi que Castiel e eu estávamos abraçados com a cabeça encostadas uma na outra. Realmente aquela cena era estranhamente romântica e de imediato entendi o porquê de todo aquele murmúrio. Castiel dormia com uma expressão leve e descansada, desmanchei o sorriso que se formara em meus lábios ao vê-lo quando percebi que ainda estávamos sendo observados.
Madison: Onde estamos? – Me ajeitei na poltrona tirando cuidadosamente os braços de Castiel que envolviam o meu corpo.
Iris: No acampamento!
Meninas: Shiiiu!!
Castiel: O que está acontecendo aqui? – Castiel falou entre bocejos.
Violette: V-viemos acordá-los. Estão todos procurando as barracas.
Madison: As barracas sumiram?
Melody: É o que parece. Vamos meninas, vamos ver no que deu o sumiço das barracas. – Melody disse puxando Iris e Violette pelos braços.
Kim: Não demorem muito crianças. – Kim soltou uma piscadela para mim e Castiel e saiu acompanhada das meninas.
Nos entreolhamos e deixamos escapar algumas risadas contidas. É raro os momentos em que podemos aparecer um pouco mais íntimos para os outros (principalmente depois que a história do nosso namoro às escondidas ter durado mais tempo do que deveria) e o que para nós acabou se tornando “natural” para todos os outros alunos ainda era uma novidade ou quase que um evento anual. Pensando bem, se me dissessem quando eu cheguei a Sweet Amoris que um dia ficaria com Castiel eu também nunca teria acreditado.
Pegamos as nossas mochilas do bagageiro e descemos do ônibus pouco tempo depois. Uma aglomeração de alunos estava formada do lado de fora. Ambre e suas amigas pareciam entediadas enquanto conversavam umas com as outras em um canto mais afastado do grupo. Peggy ia de aluno em aluno com o seu microfone (que nunca sai de suas mãos) fazendo perguntas do tipo “O que você acha sobre o sumiço das barracas?”, “Estranho, não? Não sabe de alguém que poderia ter feito isso?”, ela parecia determinada em sua sessão de interrogatórios ao ar livre. Peggy sendo Peggy...
Ainda confusa sobre que estava se passando fui em direção a Kentin que estava prestes a abrir uma enorme mala.
Professor Faraize: O que tem aí Kentin? – Faraize estava soando descontroladamente. Me senti levemente angustiada por ele.
Kentin: Nessa parece tudo normal... Comida, água, cobertores... – Kentin anunciou mexendo em algo dentro da mala.
Professor Faraize: Isso parece... Bruxaria!
Madison: Do que ele está falando? – Sussurrei para Kentin que se divertia com a situação do professor.
Kentin: Algumas malas foram “misteriosamente” trocadas.
Professor Faraize: Já sei! Foi algum ex-aluno que fez isso! Alguém que quer me prejudicar! – Inesperadamente Faraize saiu correndo com as mãos suspensas para dentro da floresta. Um coro de risadas surgiu com o eminente desespero do professor que parecia evidentemente conturbado.
Violette: Coitado... Isso tudo era demais para ele...
Castiel: Bem, eu não poderia imaginar um começo melhor! – Castiel ria divertidamente com a situação, juntamente com alguns outros alunos.
Nathaniel: Eu acho melhor eu ir lá buscar o professor!
Melody: Eu vou com você! – Os dois saíram entre passos ligeiros em direção a floresta.
Madison: Kentin, você sabe qual é a mala que o professor Faraize abriu antes de começar a falar loucuras e sair correndo?
Kentin: Aquela ali... – Ele apontou para uma das malas dispersas no chão. Fui em sua direção e me ajoelhei para analisar melhor o que tinha na mala.
Madison: Vamos ver o que temos aqui...
Peggy: O que você acha que tem na mala que deixou o professor Faraize tão bravo? Algum tipo de objeto amaldiçoado? – Peggy se colocou ajoelhada ao meu lado enquanto tentava ver o que tinha dentro da mala.
Madison: Um objeto amaldiçoado? Você acha?
Peggy: Sim, como os arqueólogos e suas tumbas dos faraós, sabe?
Em resposta a sua pergunta apanhei de dentro da mala um óculos de mergulhador balançando-o no ar. Sua expressão era claramente decepcionada.
Madison: Bem... Aqui não tem nada que me faça lembrar o Egito... – Remexendo mais a fundo da mala notei a presença também de pés de pato e máscaras de mergulho. - Esses são só os equipamentos de esporte aquáticos e coisas do tipo...
Peggy: Então, estamos realmente com desfalques de tendas? Quantas temos afinal?
Alexy: As tendas são minúsculas! – A voz de Alexy veio de nossa direção contrária. Virei o rosto e o avistei abrindo uma das poucas tendas que haviam sobrado.
Iris: Parece que sim, e em uma cabe apenas três pessoas.
Kentin: Temos mais quatro aqui.
Kim: E aqui três, mas essas só cabem duas pessoas. Que maravilha...
Kentin: Então nós temos uma tenda para três pessoas, e sete tendas para duas pessoas.
Peggy: Tendas de duplas? Quem teve essa maldita ideia idiota? – Bradou Peggy fazendo algumas anotações em seu bloco de notas. - Foi você chefe? – Ela apontou o seu microfone para o professor Boris que até então observava tudo em silêncio. – Somos em 17 pessoas com os adultos. Não seria mais fácil pegar tendas bem maiores e dividir entre os meninos e as meninas? Agora estamos com poucas tendas e teremos que dividir. Em dupla! Que absurdo... – Ela falava cada palavra pondo uma ênfase melodramática, cheguei em algum momento do seu discurso me questionar se a mesma estava falando com o Boris ou com o seu microfone de mão.
Castiel: Isso pode ser divertido... – Ouvi Castiel declarando atrás de mim... Tão discreto...
Ambre: Que porcaria de acampamento! Teria sido melhor termos ficado em casa aproveitando a piscina... – Ambre se abanava com as mãos sentada em cima de sua mala rosa chamativa que brilhava com as lantejoulas e tanto glitter poderia cegar alguém. Li e Charlotte soltavam gemidos de comum acordo.
Professor Boris: Eu vou dar um jeito em tudo! Fiquem todos calmos! – Sem entender o súbito ataque de heroísmo do professor Boris todos voltaram imediatamente suas atenções ao misterioso sumiço das barracas enquanto ele fazia a sua melhor pose de super-homem.
Algumas horas depois...
Depois de termos arrumado as barracas que haviam sobrado, alguns alunos saíram para pegar lenha e outros foram atrás de Nathaniel, Melody e Faraize. Eu, Castiel, Ambre e suas amigas ficamos no acampamento para tomarmos conta de tudo e garantir que nada mais fosse “perdido”.
Castiel: Dá para acreditar nisso? Além de nos trazer para esse fim de mundo, perdem as nossas barracas e nos obrigam a ficar olhando para Ambre e suas ervas daninhas com pernas enquanto reclamam de como queriam estar aproveitando as férias com um dos Jonas Brothers e sei lá mais o que. – Castiel bufou sentando em um tronco de árvore posto há poucos metros das barracas onde ficaria a fogueira.
Madison: Sei que não é a viagem dos sonhos. Está muito longe de ser uma na verdade... – Sentei ao seu lado e acrescentei – Mas vai ser divertido, hein? Vai me dizer que você não está animado para ver Ambre descobrir que todo aquele produto que está passando na cara... – Apontei discretamente para Ambre – Só vai atrair mais mosquitos! – Soltei uma risada fraca imaginando a cena.
Castiel: Você está certa. Você sempre está... Certa. – Voltei meu olhar para ele que estava levemente corado. Me permitir desfrutar daquele momento quando uma brisa suave bateu contra os nossos rostos, uma mecha de cabelo havia caído sobre seus olhos, institivamente com a ponta dos dedos a coloquei atrás de uma de suas orelhas.
Madison: Isso mesmo. Sempre estou. – Levantei um pouco o maxilar com o ar mais esnobe que conseguia, rir ao notar que agir pretensiosamente era mais difícil do que parecia. Ambre realmente tinha um dom para isso.
Castiel: Venha cá, sua garota sabichona. – Castiel riu me puxando para perto dele enquanto me beijava apaixonadamente. O seu coração estava acelerado e a sua respiração ofegante, a medida em que o nosso beijo ia se intensificando sentia as minhas pernas cada vez mais bambas.
Kim: Hey! Vão para a sua tenda! – Ouvimos a voz de Kim soar há alguns metros de nós, nos afastamos soltando alguns risos contidos. Um grupo de alunos traziam em suas mãos madeiras para abastecer a nossa fogueira durante toda a noite. Meu coração gelou quando vi que Lysandre estava com eles e nos olhava de maneira inexpressiva. Ele desviou o olhar quando percebeu que o observava.
Castiel: Venha, vamos ajuda-los. – Castiel levantou e estendeu a mão para que eu levanta-se.
Madison: Ok...
Pouco tempo depois Nathaniel e Melody voltaram com o professor Faraize. Eles disseram que o havia encontrado na praia que ficava há poucos minutos dali, sentado à beira do mar fazendo uma espécie de meditação. Eles o convenceram de que tinha barraca suficiente para todos dormirem, e que iriam acabar descobrindo o responsável pelo caos de mais cedo. Ao cair da noite assamos algumas guloseimas ao pé da fogueira enquanto Armim contava histórias de terror surpreendentemente boas, é claro, umas melhores que outras, principalmente as que não tinham tantos (por que ao final acabavam sempre tendo) personagens de seus jogos favoritos e que quase ninguém conhecia.
Na hora de dormir o anúncio do professor Faraize de que as duplas que iriam dormir em suas respectivas barracas seriam escolhidas por ele e o professor Boris tornou a primeira noite um pouco mais movimentada do que as nossas expectativas poderiam chegar.
Castiel: É o quê?! – Castiel bufou com indignação.
Alexy: Isso será divertido, Casth. – Alexy piscou para Castiel e voltou-se seu olhar para mim assim que o professor Faraize acabara de anunciar que eles fariam dupla. Eu tentei segurei o riso o máximo que pude.
Castiel: Não, não será. – Castiel voltou sua atenção para mim e ao notar que me divertia com a situação revirou os olhos e gesticulou algo como um “Você não perde por esperar”.
Professor Faraize: Eu e Boris organizamos as duplas com um critério bastante rigoroso. Não iremos voltar atrás com a nossa decisão. – Faraize voltou a ler sua lista sem dar muita atenção aos murmúrios dos alunos que começara a se formar.
Castiel: Isso só pode ser uma piada.
Professor Faraize: Senhorita Madison... – cruzei os dedos atrás de mim. “Qualquer coisa menos Ambre” eu repetia insistentemente em minha cabeça. - A sua dupla será Violette Delvis. – Soltei o ar que prendia em meus pulmões, aliviada.
Violette: Fico feliz por fazermos dupla, Mad. – Violette disse baixinho atrás de mim.
Madison: Haha, eu também. – Repeti em seu mesmo tom de voz.
Pouco tempo depois todos já estavam dentro de suas barracas prontos para dormir. De dentro da nossa barraca pude ver a fogueira e suas poucas faíscas de brasa que ainda brilhavam sobre o breu que se formava lá fora. Violette já havia dormido há pouco mais de 15 minutos, e enquanto tentava achar uma posição confortável pensei por um momento no que Castiel estaria fazendo em sua barraca há poucos metros dali. Talvez dormindo? Sorri ao construir em minha mente uma cena em que ele colocava paredes formadas por travesseiros entre seu corpo e o de Alexy definindo o seu “espaço”. Fui, no mesmo instante, tomada por um sentimento arrebatador. Eu precisava vê-lo. Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias era como se o meu corpo precisasse do seu. Eu me sentia estranhamente dependente de sua presença. Os seus beijos, a sua pele, o seu abraço... Era tudo o que eu mais queria agora... Havia alguns dias que não fazíamos amor. E eu sinto que não posso ficar tão longe dele por mais tempo. Será que é como se eu estivesse maluca? Como se o meu corpo de alguma forma já fizesse parte do seu? Como se fossemos um só? Quando fecho os olhos sinto o seu cheiro entrar por minhas narinas e tomarem conta de todo o meu ser. Ah, o seu cheiro... Era geralmente amadeirado, com um leve toque aromático. Nenhum pouco enjoado e injustamente sensual.
Levantei rapidamente ainda assimilando a ideia absurda que acabara de passar por minha cabeça.
“Eu não acredito que você vai fazer isso, Madison”. – Pensei enquanto tirava cuidadosamente o lençol do meu corpo para que Violette não acordasse. Levantei metódica do colchão inflável que dormíamos e saí da barraca sem fazer nenhum barulho se quer. Já do lado de fora uma brisa que acabara de passar por mim me fizera arrepiar por várias partes do meu corpo. Eu estava com o meu pijama formado por um conjunto de short vermelho com linhas verticais brancas de cada lado um pouco curto demais para passar a noite numa floresta, e uma regata branca por cima de um top preto ligeiramente aparente. Me sentia despretensiosamente sexy com aquela roupa e agradeci profundamente por não estar fazendo frio o bastante ou eu estaria congelando uma hora dessas.
Dei passos incertos em direção a barraca onde os meninos estariam dormindo. Ficava apenas há vinte passos de distância. Seria rápida, precisa e já estava com o plano inteiramente traçado em minha cabeça. Entraria na barraca e pediria para Alexy fazer companhia a Violette por algumas horas, ou até o sol começar a aparecer. Ele não me negaria isso, é claro, se tinha alguém que torce pelo meu relacionamento com Castiel desde o começo era ele. É claro que ouviríamos comentários como “Não se esqueçam da camisinha” ou “Não façam muito barulho, crianças” antes de ficarmos finalmente à sós, mas também, se não fosse assim, não seria Alexy. O meu coração estava acelerado, e a minha respiração ofegante, como se estivesse fazendo algo muito errado ou cometendo algum crime de Estado. Era peculiarmente emocionante. Quando estava prestes a abrir a barraca...
Lysandre: Madison? – A voz de Lysandre vinda de minha direção contrária fizera com que meu coração desse um pulo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Doce: "Complicated"" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.