O Leilão escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 3
Engraçado como as coisas são


Notas iniciais do capítulo

Capítulo final! Infelizmente, o número limite de palavras não me permitiu ser mais prolixa. Por isso, peço perdão. Divirtam-se!



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Kiba sentiu como se os acontecimentos seguintes passassem em câmera lenta por ele. Não sabia o que dizer sobre Shino dando um lance e, acima de tudo, um lance tão alto!

Recebeu congratulações, uma cesta com uma garrafa de champanhe e especiarias. Passou ao lado da mulher alta, que tentou agarrá-lo, mas recebeu um olhar cortante de Shino, que o conduziu até a limusine que os levaria para o prometido jantar.

Pela primeira vez, Inuzuka Kiba estava em silêncio. Encarava os próprios pés descalços – parte de seu figurino – e tentava pensar no que dizer. Sem sucesso. Qual foi a última vez que haviam se visto mesmo?

− Kiba. – O toque de Shino em seu braço o sobressaltou. – Sinto muito.

− Podemos só jantar, Shino? E seguir o script? ‘Tô faminto! – A risada nervosa não disfarçava o que Kiba realmente sentia. Shino sabia que partira seu coração no passado quando precisou se mudar do país.

− Claro.

Deu instruções ao motorista. Um jantar incrível os aguardava e tudo o que Kiba mais queria, era que aquela noite acabasse logo.

X

Kiba ocupou-se em comer na maior parte do tempo. Não quis ser uma péssima companhia, então discutiu sobre os tempos de colégio, sobre o que havia feito com a própria vida e como terminou como um barista tentando pagar o curso de artes cênicas.

Não queria falar da desgraça que era sua vida diante de um milionário Shino, mas era simplesmente natural. Sentiu aquele calorzinho no peito, as garrinhas fazendo fiapos sobre o tecido da toalha enquanto tentava não encarar o motivo de sua dor. Mas ele estava ali, bem diante de si, e Kiba não sabia como guardar o sofrimento para si.

− Por que foi embora sem dizer nada? – A voz soou rouca, sem segundas intenções ou mágoas. Mas Shino sabia que a tristeza o permeava.

− Não sabia como me despedir ou dizer que precisava ir. – confessou Shino, tocando sua mão por cima da mesa e recebendo a repulsa de Kiba em resposta.

− Me fez de palhaço! – bradou ele, chamando atenção demais. Shino encolheu um pouco os ombros, mas se ateve ao silêncio. Kiba baixou o tom de voz. – Me deixou sozinho. Tínhamos planos.

Eles tinham sim. Shino suspirou, exalando o ar pelos lábios e optou pela verdade.

− Presenciei um crime na noite da nossa formatura. – disse ele. – Horrendo. Não acho que valham os detalhes após uma bela refeição. Tive que testemunhar. Entrei para o programa de testemunhas e não pude me despedir, Kiba. Eu e meu pai precisamos nos mudar para fora do país. Era mais seguro assim.

“Mudamos de identidade e de vida. Meu pai teve que recomeçar como professor, enquanto eu fui para a faculdade. Passei a trabalhar arduamente em um projeto com insetos robôs. Consegui desenvolver abelhas sintéticas, pequenos drones que polinizavam como as abelhas reais. Porque elas estão ficando extintas. Patenteei o meu projeto e ganhei muito dinheiro com isso. Finalmente descobri que o assassino em série foi morto quando tentaram prendê-lo. Então pude voltar à minha vida, Kiba. Pude voltar para cá e soube por Naruto a respeito do leilão. A respeito de você.”

 Kiba não sabia o que dizer. A história parecia saída de um filme de ação! Por outro lado, conhecera Shino no passado. Ele não era do tipo que inventaria uma mentira dessas apenas para se safar do que havia feito.

− Caralho, Shino, e você teve que suportar essa barra toda sozinho? Sem ninguém? – À essa altura, Kiba já segurava a mão do ex-namorado.

− Como eu te disse, tive meu pai. Mas deixei uma parte de mim aqui. Talvez a mais importante de todas. – Apertou sua mão.  

Shino não era de muitas palavras, mas sempre abalava o coração de Kiba com suas declarações.

− Não posso simplesmente esquecer o que aconteceu. – Kiba retraiu a mão e desviou o olhar, atacando vorazmente a sobremesa quando o garçom a colocou diante de si.

− Eu não esperava que esquecesse. – Shino respondeu. – Mas gostaria de ter uma nova chance agora que estou aqui novamente. E não quero que desista dos seus sonhos. Posso te ajudar.

− Não quero que seja meu sugar daddy!— Kiba pareceu ofendido.

Shino não fazia ideia do que aquele termo significava.

− Me ajude com meus projetos e a me organizar. Você é uma bagunça como pessoa, mas sei que é bom nisso. – Shino ofereceu. – Seja o meu secretário, o meu motorista, o que você quiser. Apenas não se afaste, Kiba.

Inuzuka sentiu que derreteria por dentro.

− Com uma condição. – disse ele.

Shino arqueou as sobrancelhas, esperando.

− Nunca mais me arrebate num leilão, seu maldito!

− Tudo bem. – A sombra de um sorriso passou pelo rosto de Shino. Ainda era o velho Kiba que ele havia conhecido, por quem havia se apaixonado e a quem amara por todos esses anos.

Kiba também sorriu. Engraçado como as coisas eram. Em um dia, estava para ser despejado de seu apartamento espelunca, com a luz cortada e a água por vencer pela terceira vez. No outro, seu ex-namorado magnata voltava para o país querendo reatar o namoro. É, talvez ele devesse ligar para Naruto e agradecer a ele pelo tal leilão.


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Notas finais do capítulo

¹ - São homens mais maduros, experientes e muito ricos que bancam o Sugar Baby, que pode ser um homem ou uma mulher, em um tipo de relação onde há troca mútua de favores, não necessariamente de cunho sexual.

Bem, é isso. O desafio foi uma delicia, me permitiu trabalhar com leveza um tema divertido pra caramba. Eu gostaria de ter tido mais palavras, teria facilmente transformado essa história em uma longfic se me fosse permitido. Ainda bem que Deus criou as continuações, e só Ele pode me julgar por essa daqui receber uma! Inclusive, se minha lua em libra não mudar isso, o título será Sugar Daddy.

A gente se vê por lá! Obrigada por terem me acompanhado nessa curta jornada. Foi muito legal verem pessoas que nem curtiam o casal aparecerem por aqui!

Até o próximo projeto!



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