Saudades escrita por morisawa


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Desde que esses dois apareceram pela primeira vez no mangá, eu já shipava. Amajiki é meu personagem favorito e seria um pecado não escrever algo sobre ele - depois de tanto tempo enrolando, achei que já estava na hora! Espero que gostem, tem bastante fluffy.

Boa leitura.



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— É realmente ótimo que eu tenha saído da enfermaria! — Mirio exclamava animado, sorrindo alegremente para Tamaki. Seu uniforme estava desabotoado como de costume, pelo simples fato de Mirio costumar esquecer-se dos detalhes que compunham uma boa aparência, ou apenas ignorá-los, ele não era o tipo de pessoa que se importava com o que os outros pensavam. Estavam no pátio, andando lado-a-lado em direção aos dormitórios. — Eles me trataram muito bem, embora seja realmente melhor estar ao seu lado.

Tamaki corou facilmente enquanto olhava para os próprios pés. Não conseguia encarar Mirio, por ter desacostumado com a presença tão animada do melhor-amigo, mas estava fazendo o possível para demonstrar que tudo estava bem, mesmo que no fundo não estivesse – seu coração batia mais rápido e suas mãos estavam ligeiramente suadas, pelo fato da aproximação repentina de Mirio. Ele gostava de tocar as pessoas enquanto falava, cumprimentá-las com abraços e beijinhos, mas isso não acontecia com Tamaki: Mirio respeitava o espaço dele. Pela primeira vez, Tamaki gostaria de receber toda aquela atenção. Estava com saudades do amigo, claro, de sua companhia resplandecente e as conversas de assuntos aleatórios sem um fim. Sentia-se estranho, não sabia se desejava ficar ao lado de Mirio ou sair correndo de medo.

— Hhum. — murmurou depois de alguns segundos de hesitação. Sua boca estava seca, deixando seu tom de voz falho. Mirio olhou-o com um semblante sério, mas logo após sorriu e remexeu nos fios pretos de Tamaki de modo carinhoso, fazendo-lhe o habitual cafuné.

— É fofo como você fica tão tímido depois de um tempo sem nos falarmos tanto quanto o comum — ele riu baixo, deixando Tamaki ainda mais envergonhado. Era estranho como Mirio conhecia-o tão bem, mas não era uma coisa ruim. — Enfim, deveríamos fazer algo essa tarde! Sabe, como os tempos passados... Podemos assistir a um filme em meu quarto, que tal?

Tamaki sorriu timidamente, sabia como Mirio era insistente e adorava isso nele. Se não fosse pelo loiro, Tamaki teria se tornado um aluno solitário. Levantou a cabeça, sentindo ainda as mãos grossas de Mirio em seu cabelo, e olhou-o pela primeira vez no dia. Seus olhos brilhavam, o cabelo esvoaçava de leve e tinha uma aura reconfortante. Era bom ter seu melhor-amigo de volta, principalmente depois de tudo que havia acontecido – não deixaria seus sentimentos malucos e confusos tomarem conta de si.

— Tudo bem. — aceitou de bom grado.

Mirio deixou a conversa fluir normalmente, sem nenhum constrangimento, como se tivesse mais uma individualidade de fazer as pessoas ficarem melhores apenas por estarem ao seu lado. Tamaki gostava daquilo, da voz áspera e ao mesmo tempo dócil que Mirio tinha. Era ótimo de ouvi-la, um dos seus sons favoritos.

Estavam de volta ao normal e, por mais que aquilo deveria fazê-lo feliz, sentia algo faltando – e infelizmente, era um sentimento familiar. Algo vazio em seu peito. Não sabia ao certo o que era, mas os sorrisos de Mirio não estavam contagiando-o como deveriam. Sentia-se triste pelo amigo, o fato de ter perdido sua individualidade depois de ter lutado tanto para domá-la; sentia-se triste pelo fato de saber a dor de Mirio e não poder ajudá-lo, pelo menos, não sabia como e mesmo que soubesse, temia que sua ansiedade proibisse-o de fazer algo; sentia-se mal pelo fato de alguém tão próximo de Mirio ter morrido e o máximo que fez foi abraçá-lo. Sentia-se inútil. Sua mente borbulhava em pensamentos ruins direcionados a si mesmo.

Constatou um calor em suas mãos, algo entrelaçá-las. Abaixou o olhar – antes vidrado no caminho – para ver Mirio segurando carinhosamente sua mão. Sua boca entreabriu e hesitou alguns segundos sobre apertá-la também. Por fim, correspondeu juntando o seus dedos morenos – quase negros – nos pardos de Mirio, sentindo seu peito esquentar junto. Seu coração parecia querer escapar dentro de si, além das borboletas malucas que pareciam estar dentro de seu corpo. Era horrível como um simples ato podia deixá-lo desorientado, principalmente quando vinha de Mirio – embora estranhamente bom. Era exatamente disso que Tamaki não entendia, esse sentimento estranho que florescia dentro de si. Não era algo novo, embora não conseguisse definir o que era.

— Você está pensando demais, Tamaki — ouvir seu primeiro nome ser dito por Mirio fez seus pelos da nuca arrepiarem-se. Mesmo depois de anos, ainda não havia se acostumado. — Como sempre. Tente relaxar, estamos perto dos dormitórios.

Tamaki mordeu o lábio forte, sentindo um gosto metálico de sangue em sua boca. Aquilo era bom – ter um pouco de atenção depois de tanto tempo. Mas sentia como se não merecesse, era Tamaki quem deveria estar ajudando Mirio, não o contrário! Bufou com o pensamento.

Sentiu olhares sobre si, direcionado dos outros alunos – mesmo poucos, acabava deixando-o desconfortável. Estavam andando de mãos dadas em frente à escola inteira. Tentou ignorar ao lembrar-se das últimas palavras de Mirio: ele estava certo, Tamaki pensava demais sobre tudo e todos. Não me importo para o que pensam, repetia aquilo para si mesmo na esperança de tornar verdade. Mirio era o despreocupado, não ele – falar era mais fácil do que fazer, e Tamaki sabia muito bem disso. Respirou fundo. É normal amigos darem as mãos, pare de agir como um idiota.

Numa esperança fútil de quebrar o silêncio, indagou: — Qual filme nós iremos assistir?

— Podemos escolher juntos! Não vejo muitos filmes Tamaki, tinha esperança que você conhecesse algum.

Quem convida alguém para assistir algum filme quando nem sequer conhece algum? A resposta era Mirio. Tamaki abafou o riso com uma das mãos, ao perceber a inocência do amigo. Era fofo. Já em frente ao dormitório, entraram e, felizmente, os olhares curiosos desapareceram. Tamaki odiava aquilo, o fato de seus colegas serem tão intrometidos em tudo que os envolvia – ele, Mirio e Nejire. Puxou Mirio rapidamente para as escadas, atravessando toda a sala vazia. Não queria ficar ali e, pelo seu bem, o amigo havia percebido e estava acompanhando seu ritmo acelerado.

Quando já estavam no segundo andar, voltaram a caminhar normalmente. Ainda estavam com as mãos entrelaçadas, mas totalmente suadas. Era um tanto nojento, mas não tinham coragem para soltá-las – era um contato quase que necessário para os dois, principalmente depois de tanto tempo. Tamaki respirou profundamente, se acalmando. O corredor era largo e tinha paredes brancas, preenchidas por quadros e fotos diferentes. Continuaram a andar, passando por todas aquelas portas, até chegarem ao quarto de Mirio. Nesse momento, como se Mirio não quisesse, obrigou-se a soltar a mão de Tamaki e procurar a chave no bolso da calça escolar.

— Devo ter alguns CDs por aqui de Nejire, ela vive esquecendo em meu quarto... — murmurou concentrado em abrir a fechadura. Quando deu certo, Tamaki tratou de entrar rapidamente e sumir do corredor antes que alguém chegasse e viesse perguntar sobre a situação de Mirio. Não gostaria de conversar naquele momento, tampouco que atrapalhassem o bom tempo livre que teria com Mirio.

O quarto dele era como o de um adolescente normal, mas com seu próprio toque – um toque único e especial. Havia alguns posters de Super-Heróis mal pendurados por todos os lados, principalmente na parede em que a cama estava encostada; fotografias de amigos e familiares espalhadas aleatoriamente; uma pequena mesa brilhante no centro, redonda e de madeira com uma garrafa d’água sobre, além de seu cronograma escolar; estantes com Action Figures de personagens de animes, livros escolares e HQs, além de mais fotos; o guarda-roupa aberto, mostrando roupas mal dobradas e algumas apenas jogadas sobre outras, além de um grande pôster do Nighteye logo atrás, escondido entre todos aqueles coloridos tecidos; tinha um relógio dourado da era vitoriana, ganhado de Nejire, junto de uma foto dos três juntos; logo a frente da mesa redonda, tinha uma televisão mediana pendurada na parede. Seria um quarto normal para Tamaki, como qualquer outro, se não fosse pelo simples fato de ter o aroma de Mirio impregnado naquele local – e era isso que o tornava tão especial. Tamaki foi em direção à cama, sentando em cima da coberta azulada.

— Ah não... Nejire deve ter vindo aqui mais cedo pegar os filmes de volta — Mirio explicou enquanto procurava. Tamaki sentiu uma pontada de ciúmes, mas logo passou ao lembrar que Nejire já tinha alguém que gostava. Os três compartilhavam tudo um com o outro, não havia segredos na amizade deles, e talvez fosse por isso que Tamaki gostava tanto dos dois. Eram como uma família. Mirio parou de fuçar na estante, sentando-se ao lado de Tamaki. Estava envergonhado. — Bom...

— Vamos assistir á algum anime, então — sugeriu Tamaki, sabendo que Mirio era um fanático por aqueles desenhos. Sentiu-o agitar ao seu lado, animado.

— Sério? Não sabia que você gostava dessas coisas!  ele rapidamente foi de volta a estante, pegando o Blu Ray de algum anime desconhecido para Tamaki. Queria fazer seu melhor-amigo se sentir melhor, ajudá-lo em algo, e aquela parecia ser a opção perfeita. — Que tal Hunter x Hunter?

Tamaki não fazia a menor ideia sobre o que ele estava falando, mas mesmo assim acenou em concordância. Mirio o deu um sorriso que fez Tamaki corar novamente. As covinhas, os olhos semicerrados e os dentes brilhando, era uma vista estranhamente encantadora. Tão bonita quanto às borboletas eram para Tamaki, e talvez até mais.

— Parece ótimo.

Enquanto Mirio ajeitava as coisas, Tamaki respirou fundo, inalando o perfume masculino aromático – era um ótimo perfume, tinha que admitir. Apreciava o aroma de Mirio, era único e intenso, nunca ousaria se cansar dele. Apertou forte a coberta, fechando os olhos. Ele já tinha feito isso tantas outras vezes, principalmente enquanto Mirio estava internado; para Tamaki, era como se ele realmente estivesse ali, junto dele e não naquele local horroroso que era a enfermaria – odiava hospitais e todas aquelas pessoas doentes. Sabia que seria nojento se Mirio descobrisse esse seu antigo hábito, mas não podia evitar. Sentira falta dele, de sua companhia, risadas, e precisava de algo para não enlouquecer. Nejire é uma ótima amiga e havia ficado ao lado dele, mas não era o bastante. Fora reconfortante os abraços e palavras gentis dela, mas tudo aquilo não fizera Tamaki esquecer Mirio e sua situação. A garota estava mais ocupada falando sobre Ryuko, com quem trabalha e por quem tem uma grande queda. Apenas foi perceber que mordia os lábios eroticamente quando sentiu um gosto metálico em sua boca.

— Tamaki? Você está bem? — sentiu mãos tocarem em seu ombro gentilmente e abriu os olhos, assustado. Viu Mirio olhá-lo preocupado e sentiu-se enjoado com si mesmo. Não deveria ter feito aquilo de novo, mas fora no automático. — Você está todo vermelho, quer que eu te leve até a enfermaria? Podemos desistir da ideia de assistir, não quero que passe mal por minha causa.

Tamaki não sabia o que dizer. Ele era um pervertido, sabia disso, e o fato de Mirio não ter percebido fazia Tamaki se sentir pior; claro que aquilo era melhor do que ele descobrir o que estava pensando. — N-não! Está tudo bem, sério. Não precisa se preocupar.

Mirio não pareceu acreditar, mas sabia que o amigo não mentiria se fosse algo sério. Deu um pequeno sorriso para Tamaki e mostrou-lhe a mão, e ele a segurou. Tamaki se levantou envergonhado e Mirio abraçou-o inusitadamente, assustando ainda mais o garoto.

— Desculpe-me — murmurou. Suas mãos foram para a cintura de Tamaki e ele apoiou sua cabeça no pescoço do garoto, sentindo o cheiro doce do amigo. Seus olhos se fecharam e sentiu Tamaki abraçá-lo também, fazendo seu coração palpitar mais rápido. Mirio adorava abraçá-lo, acima de qualquer outra pessoa. — Sei que você está passando por um tempo difícil e o quanto se preocupou comigo, Nejire me contou. Não quero te deixar pior, então, por favor, não minta para mim. Amajiki, você está realmente bem?

Tamaki sentiu seu peito apertar e não soube se foi por dor ou pelo fato de que Mirio estar sendo tão íntimo. Não queria admitir, realmente, não gostaria de dizer o que sentia em voz alta; a verdade era que nem Tamaki sabia ao certo o que estava acontecendo com ele! Não percebeu o momento ou como é que estar junto de Mirio havia se tornado uma necessidade para Tamaki. Não ouvir a voz dele, vê-lo e senti-lo doeram mais do que todas as batalhas – que já havia lutado – juntas. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas, mas não as deixou escapar. O abraço fez as borboletas em seu estômago aparecerem, o corpo tremer e aparecer a tanta vontade de nunca soltá-lo.

— Eu não sei. — respondeu. E era verdade, Tamaki não sabia e temia nunca poder compreender. Era uma emoção intensa e assustadora.

Mirio afastou-se, mas apenas poucos centímetros. Tamaki conseguia sentir a respiração dele em seu rosto, fazendo-o arrepiar. Gostou daquele contato. Queria e precisava daquele maldito contato. Mirio secou as lágrimas que teimavam em querer sair de Tamaki, com um sorriso tímido no rosto. Ele podia sentir as mãos de Mirio tão trêmulas tanto quanto as suas.

— Está tudo bem, Tamaki — o coração de Tamaki parecia estar explodindo dentro dele ao perceber, como se estivessem em câmera lenta, Mirio se aproximando. E ele não impediu-o, nem sequer tentou.

Sentiu lábios quentes e grossos apertarem contra os de Tamaki, e como se seu corpo falasse mais alto, abriu espaço para eles entrarem. Sua mente pareceu nublada, e ainda de olhos abertos pode ver o cenário ao redor desaparecer totalmente, deixando apenas os dois naquele quarto. Por instinto, suas mãos foram para a nuca de Mirio, enquanto as deles o puxaram carinhosamente contra si. Mirio parecia estar tomando cuidado em cada ação, como se Tamaki fosse vidro, temendo machucá-lo ou até pior: quebrá-lo. E era fofo como, até em momentos assim, Mirio se preocupava com ele.

Tudo que incomodava e confundia Tamaki momentos antes parecia ter evaporado com um simples toque de Mirio – toda a preocupação e mal-estar eram como se nunca houvessem existido. Tímido, Mirio explorava a boca de Tamaki. Os dois eram inexperientes naquilo, mas o fato não atrapalhou o momento romântico e tampouco o beijo calmo – mas recheados de sentimentos oprimidos e nunca admitidos, mas que estavam libertando naquele momento de euforia. Mirio sabia que com Tamaki as coisas eram mais lentas, contudo isso não o incomodava: até preferia que as coisas ocorressem desse modo. Rapidamente se acostumaram com aquilo e aumentaram o ritmo do beijo. Tamaki sentiu uma onda de eletricidade em seu corpo – talvez fosse felicidade ou satisfação, não sabia ao certo, mas não era um sentimento ruim. Era como se ele estivesse esperando aquele momento a vida inteira e nunca tinha se dado conta disso, pelo menos não antes que acontecesse de verdade. O beijo era demorado e intenso do próprio modo desajeitado dos dois, que não sabiam ao certo o que e nem como fazer, apenas deixando seus instintos tomarem conta de si. A respiração de Tamaki estava mais acelerada, e aparentemente Mirio estava na mesma posição – pareciam estarem se contendo para não acabar com a magia daquele instante. Depois de um tempo os dois acabaram por se afastarem, arfando, totalmente envergonhados. Tamaki percebeu o cabelo desgrenhado – tudo por sua culpa – de Mirio e as bochechas tão avermelhadas quanto às dele. Haviam acabado de fazer algo inesquecível e ambos sabiam disso: eram seus primeiros beijos, afinal.

E Tamaki precisava daquilo, não soube dizer o motivo. Havia beijado Mirio, seu melhor-amigo e não tinha sido uma ação ruim – na verdade, fora intensamente quente e incrível. Seu peito não doía mais, na realidade, era como se aquela troca de salivas havia feito todo o desconforto em si evaporar e dado espaço á algo mais quente. Amor, talvez, mas ele não teve tempo para pensar, estava processando o que acabara de acontecer.

Mirio sorriu ao perceber a confusão nos olhos de Tamaki, que estava tão desorientado quanto ele. Era uma visão encantadora. Aquele garoto era perfeito, tudo em Tamaki era perfeito. Mirio conseguia ver o desejo brilhando nos olhos de Tamaki, e ele compartilhava desse mesmo desejo. Não sabia de onde havia tirado coragem para beijá-lo, mas Mirio não se arrependia nenhum pouco de sua ação inusitada. — Eu senti sua falta.

— Eu também senti a sua — Tamaki admitiu com um sorriso tímido.

Ele queria enfiar o rosto em um buraco e nunca mais sair, mas a única coisa que seu corpo fez, no automático, foi puxar Mirio para um novo beijo apaixonado. Ainda estava confuso sobre o que sentia, embora soubesse que gostaria de experimentar os lábios de Mirio de novo e de novo, sem nenhuma restrição. A emoção de beijar Mirio era incomparável, e Tamaki nunca se enjoaria, ainda mais enquanto fosse correspondido com tanto desespero e desejo quanto naquele momento. Tamaki sentia-se sujo por estar beijando seu melhor-amigo, mas não conseguia evitar e nem gostaria de fazer isso. Sentia-se como Nejire descrevia, e céus, sabia que era errado, mas não conseguia evitar aquela paixonite dentro de si – era realmente uma “paixonite” de colegial?

Mirio gostaria que o tempo fosse sólido, apenas para poder dá-lo á Tamaki.

— Aparentemente trocamos nossos planos para a tarde — Mirio murmurou durante pequenas pausas no beijo. Tamaki se afastou devagar, sorrindo.

— Não acho que gostaria de continuá-lo, Togata. Este é bem melhor.

Era a primeira vez que Tamaki dizia seu nome naquele dia, e aquilo fez Mirio corar de leve. Não conseguia explicar para ele o quanto queria ter feito isso antes, Mirio sempre soube de seus sentimentos por Tamaki – eram bem óbvios a todos, em exceção ao amigo – mas sabia que não precisava de palavras para isso. Era insano seu desejo estar realmente se realizando, mesmo que no início Mirio temeu ter obrigado Tamaki a beijá-lo, e tenha se assustado ao perceber que ele estava sendo correspondido.

— Deveríamos fazer esses novos programas mais vezes — insinuou Mirio, distribuindo selinhos no rosto de Tamaki, enquanto o mesmo ria em tom baixo. Tamaki ainda era um garoto fechado, mas o fato de estar ali, em uma situação dessas e com Mirio, deixava-o imensamente feliz e apaixonado. Aquela palavra soava engraçado para Mirio, mas ele não conseguia encontrar outra que se encaixasse melhor. — Eles são melhores que os antigos...

Tamaki não respondeu, aproveitando o momento. Mirio estava certo, deveriam marcar de sair nesses novos programas mais vezes.


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